P.O.V. Angel
__ Está perfeita!__ Você nem me viu, eu estou de costas - sua mão pousa na minha cintura e me vira.Me encolho com seu olhar faminto sobre mim. Ele me olha de cima a baixo e depois sorri de um jeito estranho.__ Como eu disse, está perfeita - ele passo o nariz no meu pescoço - está cheirosa - minhas pernas tremem com a intensidade de suas palavras.__ Aonde vamos? - pergunto assim que consigo me afastar.Heitor não pareceu gostar que eu me afaste dele. Já reparei que ele gosta sempre de me ter por perto.Então para tentar acalma-lo pego em sua mão. Toco levemente a palma e dou um sorriso.__ Vou levar você para jantar - leva minhas mãos a boca e deixa um breve selar.Ele segura na minha cintura e me leva para fora da casa. Entro no carro e coloco o cinto de segurança.Enquanto estamos no carro, ele mantêm uma mão na minha perna, e estranhamente isso não me incomoda.Mantemos um silêncio confortável no carro.__ Chegamos! - ele fala chamando minha atenção.Olho para onde estamos. Tem um mesa com duas cadeira em frente a um lago. Estava em cima de um chão de concreto e uma tapagem por cima.Fico animada com o que vejo. Li em um livro que quando um homem faz uma coisa romântica, é porque gosta muito da pessoa.__ Você gostou, meu anjo?__ Sim, está muito bonito - ele me ajuda a chegar até a mesa - rosas - toco na flor.__ Gosta de flores?__ Sim - sorrio animada - na sua casa não tem nenhuma.__ Vou dar um jeito nisso - ele puxa a cadeira para mim.__ Não precisa, a casa é sua.__ Quero que me diga tudo o que gosta e deseja, e vou fazer de tudo para realizar todos os seus desejos - sinto meu rosto esquentar com sua declaração.Heitor também se senta e fica me olhando. Me sinto acanhada ao estar na mira de seu olhar.Logo um pouco de vinho é servido a ele, para mim um pouco de suco de laranja. Não questionei suas escolhas, eu realmente nunca bebi.__ Você... - limpo minha garganta para falar - pode me responder algumas perguntas?__ Vamos fazer assim, a cada pergunta que você fizer, eu faço uma - assinto rapidamente - então me pergunte.__ Você conhece minha família?__ Conheço o seu pai, sua mãe eu já não sei - mordo meu lábio e me sinto nervosa - me diga alguma coisa que goste.__ Como eu disse, gosto de flores, mas as tulipas são minhas preferidas. Gosto de animais, plantas e livros - brinco com meus dedo.Bebo um pouco do suco e me preparo para outra pergunta. Mas infelizmente não pude fazer, já que nossa comida tinha chegado.Eu não sei ao certo o que é. Mas é uma carne com molho por cima e alguns legumes. Minha boca saliva apenas em olhar.__ Pode comer o quanto quiser - assinto rapidamente.Começo a comer e aprecio o gosto bom da comida. Depois eles trazem uma massa fresca.__ Por que você disse que sou sua noiva? - brinco com a colher dentro da sobremesa que me foi dada.Heitor me olha por um tempo, sem responder a minha pergunta.__ Acho melhor seu pai dizer isso.__ Vai me deixar ver ele? - fico em espectativa da sua resposta.__ Sim, você vai poder ver ele.Não consigo arrancar mais nada dele, mas de mim ele conseguiu muitas respostas. Parecia estar realmente interessado na minha vida.__ Obrigada pelo jantar.Estamos na frente do meu quarto. Eu brinco com meus dedos sem saber muito como agir.Heitor pega a minha mão e coloca um anel no meu dedo. Ele é lindo e parece ser muito caro. É um anel de brilhantes com um diamante na ponta.__ Isso é a prova do nosso noivado.Não sei como responder a isso. Ainda estou um pouco receosa sobre tudo isso. É tudo tão novo para mim, me sinto um pouco perdida.__ É muito lindo - solto um suspiro - mas o casamento... Você pode esperar para que eu te conheça um pouco?Heitor fecha os olhos e parece pensar um pouco. Depois de um tempo ele os abre e me olha de uma forma firme.__ Tudo bem, eu vou esperar por mais um tempo - sorrio em agradecimento - mas você ainda irá usar o anel.Me jogo em seus braços e o abraço. Sinto seu corpo ficar rígido. Me afasto um pouco e sorrio constrangida.__ Desculpe, eu...__ Nunca mais se jogue nos meus braços assim, ou eu não poderei me controlar - sinto meu rosto corar com a intensidade de sua fala - preciso te dar mais uma coisa.Ele retira uma caixa de dentro do paletó. Assim que abre eu me surpreendo com o que vejo.O colar que eu vi na joalheria. Só pode ter sido Stefane que falou para ele que eu gostei.__ Isso...__ Seu presente de aniversário. Sinto muito não poder estar lá - nego com a cabeça.__ Não era sua obrigação.__ Como uma das pessoas que te ama, era minha obrigação sim - sinto lágrimas pelos meus olhos.Nunca imaginei que ele falaria isso tão abertamente. Heitor não parece ser do tipo de homem que age assim.Me surpreendo cada vez mais com ele. Sua forma tão dócil de agir comigo me deixa desconcertada.Me viro de costas e permito que ele coloque o colar em mim. Me viro e deixo um beijo em sua bochecha, mas ele se vira e acaba pegando em seus lábios.Me afasto e sinto meu rosto esquentar. Não sabia que ele poderia fazer isso.É o meu primeiro beijo, não um beijo total, mas ainda assim um beijo.__ Boa noite! - entro no meu quarto e fecho a porta.Coloco meus dedos sobre os lábios, ainda posso sentir seus lábios contra os meus.Retiro a roupa e a maquiagem. Me olho no espelho e reparo o colar em mim. Ele brilha sobre a luz da Lua.Depois de pronta, vou para o meu quarto e deito minha cabeça no travesseiro. As imagens da noite vem na minha cabeça.Eu amei cada momento que tive com ele. Mas não esqueço o que disse sobre o meu pai. Estou mais do que ansiosa para conhece-lo.No dia seguinte, eu acordo, tomo um banho, escovo os dentes e me arrumo para o dia. Olho no closet minhas opções de roupas.Coloco um macacão preto, ele é um pouco curto e tem um decote no busto. Os botões ficam na frente e tem um cinto no meio. Fica bem justo no meu corpo, deixando minhas curvas a mostra.Já que eu não estava sentindo fome, comecei a arrumar o meu quarto. Todas as coisas que comprei para ele foram deixadas no meu closet.Depois de um tempo sozinha, alguém b**e na porta. Eu permito a entrada e vejo Heitor passar por ela.Me sinto tensa rapidamente. Respiro fundo e me sento na cama. Ele me deixa muito nervos.__ Bom dia - chega mais perto de mim e coloca a mão no meu rosto - você não desceu para o café da manhã.__ Não senti fome - brinco com o meu colar, me sentindo nervosa.E eu também não queria ver a mãe dele, ela é uma pessoa desagradável, não quero estar perto dela novamente.__ Angel - ele puxa meu rosto e me faz o olhar - sabe que pode me falar qualquer coisa, não é? - assinto com a cabeça.__ Eu... Um pouco antes de sair do colégio para meninas, fiz uma prova para entrar na faculdade, mas não sei se foi enviada ou...__ Vou resolve isso, você pode cursar o que quiser - fico instantaneamente feliz.__ Quero perguntar outra coisa. Quando poderei ver o meu pai?Heitor me olha por um tempo e solta um suspiro, parecendo um pouco irritado. Ele olha no relógio e depois volta a me olhar.__ Que tal hoje mesmo? Eu tenho tempo - me sentindo feliz, me jogo em seus braços.Não me lembro e nem me importei com o que ele disse antes. Apenas fiquei agarrada em seu abraço.__ Me agradeça com um beijo - ele me puxa pela cintura e toma meus lábios em um beijo.Sinto todo meu corpo arrepiar ao sentir seus lábios contra os meus. Tento fazer da forma que ele faz, mas me saio um pouco desajeitada.O empurro levemente quando sinto o ar me faltar. Heitor parece ficar com raiva de alguma coisa, pois logo está xingando aos ventos.__ Vamos! - puxa a minha mão e desce as escadas comigo - primeiro coma alguma coisa - aponta para a mesa, que está sem ninguém.Tomo o café da manhã em silêncio, com ele me observando. Depois de acabar, vou para meu quarto, escovo os dentes e arrumo meu cabelo.Preciso aprender a passar maquiagem, depois peço para a minha amiga me ajudar.No caminho para onde meu pai está, eu vou em silêncio, observando a cidade a minha volta. Tenho tanta vontade de conhecer todos esses lugares.__ Chegamos! - o motorista nos avisa.Avisto a pequena casa a minha frente. Ela é simples e sofisticada, nada como a mansão do Heitor, mas um pouco grande.Desço do carro com a ajuda dele. Vejo um homem parado em frente a casa e minha cabeça dói ao ter a lembrança de um rosto.Não penso muito, corro para seus braços e o abraço. As minhas lágrimas molham a camisa dele.__ Pai! - ele também me aperta em seus braços.__ Minha filha! - se afasta de mim e limpa as minhas lágrimas.Uma mulher sai da casa, ao lado dela tem um menino de uns 7 anos, um bebê de colo e uma adolescente.Me assusto ao ver quem é a adolescente que está ao lado dela. O que Vanessa está fazendo aqui?P.O.V. Angel O silêncio é um pouco desconfortável. Eu não sei muito o que falar. Minha cabeça ainda dói com a lembrança. Eu visualizei o rosto do meu pai, esse homem que no momento está me olhando. Um olhar cheio de amor e saudades. Antes de tudo eu quero entender seus motivos. Quero descobrir o porquê de ter me deixado lá. Vivi os piores dias da minha vida, sofri das piores formas possíveis, fui humilhada, senti frio, fome, além de ser castigada várias vezes. Agora estou na frente da pessoa que me deu esse destino cruel. Sempre quis conhecer minha família, não só para sentir um pouco de amor, mas também para saber o motivo de ter me deixado. __ Você ainda é minha princesinha - passa a mão pelo meu rosto - não mudou quase nada. Dou um sorriso um pouco constrangida. Só tem eu e ele aqui. Heitor está do lado de fora, imagino que esperando a conversa acabar. __ Por que me deixou naquele lugar? - brinco com o meu colar, me sentindo nervosa. __ É tudo culpa daquele homem. Ele é o
P.O.V. Angel Quando adentro minha língua na boca dele, posso sentir o gosto forte da bebida. Me lembro do que li no livro e resolvo fazer o que li no livro. Puxo o cabelo da nunca dele e arranho levemente. Quando me separo, mordo levemente o lábio inferior dele. Heitor me olha um pouco impressionado. __ Obrigada pela estufa, eu gostei muito. Sei que fui um pouco grossa hoje, mas... Eu não quero ficar mais trancada, ok? Já fiquei por muito tempo naquele colégio. __ Isso não vai mais acontecer, apenas se necessário. __ Heitor... - ele coloca o dedo nos meus lábios, me impedindo de falar. __ Eu sei que não quer ficar trancada, entendo os seus motivos. Mas você tem que entender que eu não vou permitir que nada te aconteça e isso não está em discussão - ele fala dando o assunto por encerrado. Bato o pé no chão e o olho com raiva. Mas isso não o atingiu de forma alguma. Ele ainda me olha firme, não deixando espaços para discussões. Ele me mostra mais um pouco do que vai fazer na es
P.O.V. Angel O vestido dela é prata. Ele é curto e tem um grande decote nos seios, dava para ver até seu umbigo. Ela não está ruim, está até muito bonita. __ O que você quer? - grito com ela. __ Nada demais - ela liga a torneira e lava as mãos. __ Você sabia, não é? Sempre soube que eu sou a sua irmã - a seguro pelos ombros - e mesmo assim fingiu não me conhecer. __ Meu pai que disse que eu não deveria falar nada - dou um passo para trás. Me sinto chateada instantaneamente. Só de ouvir isso eu me sinto mal. Eu sempre tive alguém da minha família do meu lado e nunca soube disso. Isso é tão injusto. Por que o meu pai faria isso? Ele me odeia tanto assim? __ Você sempre foi tão cruel comigo - mordo meu lábios impedindo que as lágrimas desçam. __ Do que está falando? Você sempre me tratou mal. As pessoas que conhecem você agora, não sabe do que você é capaz. Você é cruel Angel, cruel! __ Eu nunca te fiz nada. __ Você apenas não se lembra, mas você já fez muita coisa ruim comigo
P.O.V. Heitor Os gritos do homem me deixa ainda mais animado. Continuo chutando a barriga dele, tendo um vislumbre do seu desespero. Se ele pensa que eu iria ficar quieto depois de ter falado aquilo para o meu anjo, então ele está muito enganado. __ Levanta! - o puxo pelo terno. Ele fica de joelhos no chão. O olhar assustado em seu rosto me deixa ainda mais satisfeito. __ Me perdoe, por favor - dou um risada. Acho engraçado a forma que ele implora pela vida. Ele acha mesmo que eu vou o deixar livre depois de pedir perdão. __ O que eu disse que faria mesmo? - puxo seu cabelo para trás, deixando o rosto dele para cima - arrancar seus olhos. Pego uma faca e mostro a ele, que se desespera. O cretino é um covarde, não aguenta nem uma breve tortura. Só está sendo breve porque eu ainda estou no evento. Em uma rua pouco movimentada, afastado de todos. Enfio a faca no olho dele, que grita desesperado. Seus gritos de misericórdia não me afetam em nada, me da ainda mais vontade de mat
P.O.V. Angel " Levo a garrafa de vodka a minha boca. Junto com alguns amigos, sorrio e converso. Eles fumam e bebem também. Depois de um tempo, um carro luxuoso aparece na minha frente. Um homem de terno desce dele. Ele me olha firme, reprovando o que eu faço. Dou um sorriso ao ver quem é. __ Senhor Lombardi - me jogo nos braços dele - você veio me visitar? __ Está bêbada? - coloco minha mão na boca e dou uma risada - vou levar você para casa. __ Eu não quero! - me afasto dos seus braços. __ Seu pai está preocupado. __ Isso não é verdade, ele não se importa comigo - eu não estava me importando em agir como uma criança, mesmo que eu praticamente fosse uma. __ Vamos! - ele me puxa pela mão. Dou tchau para meus amigos e entro no carro com ele. A garrafa de vodka já se foi, eu já tinha terminado tudo. Coloco meus pés sobre o painel do carro e mexo no rádio. Heitor da um tapa na minha mão e empurra os meus pés. Olho para ele com raiva. __ Por que você é tão chato? - cruzo os b
P.O.V. Angel __ Estou chateada com o seu irmão. Ele foi bruto comigo ontem - ela da uma risada. __ Ele é assim mesmo, aposto que hoje mesmo vai pedir desculpas. __ Assim espero - viro o rosto. Não vou perdoa-lo assim tão fácil. Ainda estou chateada. Eu estava sentindo dor ontem, só queria um abraço e um pouco de carinho. __ Não fica triste amiga - ela faz um bico - já sei! Vamos no shopping? Dar uma volta, fazer compras ir ao cinema. __ Eu nunca fui no cinema - não que eu me lembre. __ Então você vai hoje! - ela pula animada. Concordo com o que ela diz. Eu preciso mesmo sair um pouco. Depois do que aconteceu ontem, preciso espairecer a minha mente de alguma forma. Subo as escadas e vou para meu quarto. Tomo um banho e escovo os dentes. Coloco um shorts jeans, um cropped branco e uma jaqueta também jeans, além do tênis branco. Faço uma leve maquiagem por ainda ser dia. Até que não ficou tão ruim, acho que estou pegando o jeito. Passo o gloss de cereja e estou pronta. Pego
P.O.V. Angel Pisco meus olhos e os abro lentamente. Olho ao redor e vejo as paredes e teto branco. Com um pouco de dor de cabeça, no corpo e uma ardência em algumas partes do meu corpo. Confusa com o que aconteceu, tento me lembrar como foi que cheguei aqui. Então me lembro da batida no carro e dos tiros. Um pouco assustada, tento me sentar. Uma mão me faz voltar para o lugar onde eu estava. __ Por favor, não se mova - uma mulher vestida de branco fala comigo. Ela está colocando um acesso no meu braço, o qual está enfaixado. Me lembro da minha amiga, eu não sei o que aconteceu com ela. E se eles a mataram como fizeram com o segurança? O aparelho ligado ao meu coração começa a apitar. A enfermeira diz para eu me acalmar, mas nada do que ela dissesse iria resolver. Não vou ficar calma enquanto não souber o que está acontecendo com a minha amiga. __ Se não se acalmar, eu vou ter que te dar um calmante - ela tenta segurar meus braços, mas eu luto com ela. A porta é aberta e Hei
P.O.V. Angel Tento dizer para meu noivo cabeça dura que estou bem, mas ele fica o tempo todo me ignorando. Heitor voltou essa noite, ele estava um pouco estranho, parecia nervoso, mas não me tratou mal. Estou nesse momento voltando para casa, finalmente indo embora, não aguentava mais aquele hospital. Soube que minha amiga já se foi. Ela está esperando por mim na casa. Fique internada por mais três dias depois que acordei. Já estava ficando doente por ficar no hospital, o que é uma coisa engraçada de se pensar. O idiota que não me escuta, me pega no colo e me coloca no carro. Dou um sorriso e nego com a cabeça. Vejo que não é o mesmo motorista daquele dia, esse é um homem diferente. Me pergunto o que aconteceu com ele. O segurança eu sei que morreu. Me senti mal por ele, parecia uma boa pessoa. Quando chego na casa, não permito que Heitor me pegue no colo novamente. Eu estava bem e ele tem que entender isso, ou eu vou surtar. Stefane estava sentada no sofá, com uma bota orto