P.O.V. Heitor Eu estava estressado. Minha reunião não saiu exatamente da forma que eu queria. Os filhos da puta realmente queriam me estressar. Bato a porta do meu carro e respiro fundo. Preciso conversar com a minha esposa. Tenho certeza que a Angel vai ficar chateada. Mas não tinha muito o que eu pudesse fazer nessa situação. Eu pelo menos posso tentar fazer ela entender isso. Para que não fique muito irritada comigo. Olho para meu celular e vejo as chamadas perdidas. Tinha da Angel, mas principalmente do Paul. Então resolvo ligar para ele primeiro, alguma coisa pode ter acontecido. Porque a última ligação é dele. - O que aconteceu, Paul? - Sua esposa saiu de casa com um carro, eu não sei para onde ela foi - aquilo me faz paralisar, entrar em pânico. - Como assim você não sabe? Não ficou de olho nela? - Ninguém entrou na casa, ela saiu sozinha. Não achei que fosse fazer isso. Eu também não imaginei. Angel está esperando um filho meu, ela não pode simplesmente sair dessa f
P.O.V. Heitor - Pode ficar parado aí - Henrique aparece e aponta a arma para Angel. Para não colocar Angel em risco, eu fico parado no mesmo lugar. Olho ao redor para ver se não tem nenhuma saída. - Você está bem, Angel? - Ele quer matar nosso filho, Heitor - dou um passo a frente, mas logo me lembro que Henrique está apontando uma arma para Angel. Henrique estava louco. Ele não tem a mínima noção do que eu vou fazer com ele se tocar na Angel. - Não inventa, Henrique. Você ficou louco? - A culpa disso tudo é sua e do seu maldito pai. Eu não estava entendendo a raiva dele. Henrique não tem motivo nenhum para estar fazendo isso e se tem, eu não sei. - Você não quer saber o motivo Heitor? - ele pergunta. Henrique pisa em cima da Angel e ela geme de dor. Não penso duas vezes antes de apontar a arma para ele. Mas é óbvio que Henrique não é nenhum estúpido. Não demora muito para que tenha 5 homens envolta, aponta metralhadoras para mim. Mesmo assim eu não abaixo a minha arma.
P.O.V. Angel Henrique estava prestes a acertar minha barriga quando a porta é aberta com força. Meu corpo inteiro treme de medo. O corpo do meu irmão cai pra frente, mostrando que ele estava exausto. - Alex... - sussurro baixinho. Meu irmão estava cansado e destruído. O sangue ainda escorrendo do rosto dele. - Esse inúteis. Como deixaram ele sair? - Henrique fala com raiva. Ele puxa Alex pelo braço e o deixa no canto daquele lugar. Eu estava com tanto medo que não conseguia nem falar nada. O que ele faria com o meu irmão? - Já me cansei de você - Henrique aponta uma arma para ele. Antes que ele atirasse, barulhos de disparos podem ser ouvidos. - Heitor... - sussurro. Eu tenho certeza de que meu marido está aqui. Eu não tenho dúvidas. - Senhor - a porta é aberta de uma só vez - ele está aqui. Henrique da uma risada seca e sem nenhum humor. - É claro que está. Veio buscar você - a arma é apontada para mim - será a isca perfeita. Henrique me solta e me puxa pelo cabelo. E
P.O.V. Angel _ Como assim, Heitor? - o medo toma conta de mim. Eu acabei de passar por algo parecido, para voltar a passar por isso? Não pode ser, isso é um pesadelo. _ Ele fez alguma coisa de errado, eu não sei ao certo. Só fui informado sobre isso. _ Eu quero ir para a Rússia, quero ver ele - Sérgio me olha confuso. _ Angel, você está grávida, acabou de passar por um momento... _ É o meu irmão, eu estou preocupada. _ Estamos falando do nosso bebê, pense nele um pouco. Fico com raiva do Heitor. Eu penso sim no meu bebê, não é justo ele falar isso. Eu só estou preocupada. Alex se tornou uma parte importante da minha vida, eu o amo e me preocupo com ele. Ficar sem saber como ele está, me deixa ansiosa. _ Tudo bem, Heitor. Eu não vou fazer nada, conversamos quando você chegar - me despeço dele e encerro a ligação. Coloco as mãos no rosto e suspiro irritada, meu marido sabe como me irritar. Deus... Todos os homens são assim? _ O que aconteceu com o Alex? Ele está bem? Me vir
P.O.V. Sérgio Sigo Aurora até sair da casa, apenas ouvindo ela chorar como se Alex estivesse morto Só de pensar nele morto, um arrepio percorre meu corpo. Medo, o puro e mais genuíno medo _ Filha, por favor, não chore. _ Eu quero o Alex aqui - ela esfrega os olhos - por favor, pai. Me abaixo, até ficar na altura dela. Retiro um lenço do meu terno e passo em seu nariz. _ Eu vou viajar, vou até ele e vou ter certeza de que ele está bem, ok? _ Não! Quero ele aqui. Comigo, com a gente. Aurora é sempre tão inteligente, tudo que ela está fazendo agora, é birra. Porque essa menina fala com o Alex sempre que ele liga, o que é mais de 3 vezes ao dia. Como pode estar sentindo falta dele? _ Aurora, você não vai ter sempre tudo o que quer. Alex e eu nunca vamos dar certo. _ Por que não? Temos que ser uma família. Suspiro, sem saber o que responder. É difícil explicar certas coisas para uma criança. Não tenho a mínima ideia do que responder. _ Eu vou para a Rússia, e você vai ficar com
P.O.V. Angel Alguns Meses Depois Passo a mão pela minha barriga, agora já de nove meses. Meu bebê pode nascer a qualquer momento e isso me da certa ansiedade. Heitor está sendo bem atencioso. Ainda mais porque ele não conseguiu ser muito presente quando Anthony nasceu. _ Você tem certeza que deseja fazer isso? - Alex me questiona. Estou amando ter meu irmão comigo, é simplesmente perfeito ter ele por perto. Apesar de não parecer gostar muito do meu marido. _ Tudo que eu mais quero, é ter um casamento decente. Da última vez, eu praticamente me casei obrigada. Mas agora eu o amo muito, e quero que seja um dia que eu me sentirei realizada. Alex não parece entender muito isso, ele ainda é um pouco relutante sobre tudo. _ Estou aqui para apoiar você - ele sorri - só estou tentando ser o irmão protetor. Sinto meu coração se aquecer com o que ele diz. O tempo no orfanato me fez pensar que eu não era amada. Tudo naquele lugar era ruim. O sentimento de abandono não me deixava. Mas
P.O.V. Angel Alguns Anos Depois Olho para minha filha enquanto ela anda pelo tapete, vindo na minha direção. _ Mãe, quero biscoito - ela faz um bico. _ Filha, você já comeu, não pode mais. Tento ao máximo controlar a alimentação dos meus filhos. Não gosto de dar nada que possa fazer mal. Sempre sigo a dieta da nutricionista deles. Fiz uns biscoitos caseiros e compartilhei entre os dois. Sophia com seus 4 anos, é uma menina levada e um pouco birrenta, por isso quase nunca aceita um não. Culpo o Heitor por mimar tanto sua princesa. Mas eu também mimo ela, apesar de não gostar de admitir. Vendo que não iria conseguir o que queria, Sophia vai até o Anthony, chorando pelo biscoito. E como o irmão protetor que ele é, rapidamente entrega a ela. _ Senhora, está na hora de arrumar as crianças. Hoje iria ocorrer uma festa na empresa do meu marido. É uma empresa para lavagem de dinheiro, mas é necessário manter as aparências. _ Me ajuda, Kiara? - ela assente. _ Vamos crianças, hora d
P.O.V. Angel Observo a neve caindo do lado de fora do portão. Abraço meu corpo tentando me aquecer contra o frio. É nesse momento de reflexão que eu tento não chorar. Estou aqui desde que me conheço por gente, e não sei quase nada sobre mim. Não tenho ideia de quem seja a minha família. Só sei que um homem paga pelo meu ensino. É difícil não saber se eu tenho uma família, ou alguém que realmente se importe comigo. Só vivo trancada dentro desse colégio no fim do mundo. Não gosto de estar nesse lugar, é desagradável. __ Angel - escuto alguém me chamar, mas não me viro para olhar - você está surda menina? - meu braço é puxado bruscamente. __ Me desculpe, eu não ouvi você. Estava distraída - pisco meus olhos inocentemente. Lúcia me olha com raiva. Ela é uma das professoras daqui, e não sei o motivo dela não gostar de mim. Muitas pessoas aqui me desprezam. Vivo sofrendo bullying nas mãos de algumas meninas, e ninguém faz nada sobre isso, Será que eu fui um estorvo para meus pais?