P.O.V. Angel Alguns Meses Depois Passo a mão pela minha barriga, agora já de nove meses. Meu bebê pode nascer a qualquer momento e isso me da certa ansiedade. Heitor está sendo bem atencioso. Ainda mais porque ele não conseguiu ser muito presente quando Anthony nasceu. _ Você tem certeza que deseja fazer isso? - Alex me questiona. Estou amando ter meu irmão comigo, é simplesmente perfeito ter ele por perto. Apesar de não parecer gostar muito do meu marido. _ Tudo que eu mais quero, é ter um casamento decente. Da última vez, eu praticamente me casei obrigada. Mas agora eu o amo muito, e quero que seja um dia que eu me sentirei realizada. Alex não parece entender muito isso, ele ainda é um pouco relutante sobre tudo. _ Estou aqui para apoiar você - ele sorri - só estou tentando ser o irmão protetor. Sinto meu coração se aquecer com o que ele diz. O tempo no orfanato me fez pensar que eu não era amada. Tudo naquele lugar era ruim. O sentimento de abandono não me deixava. Mas
P.O.V. Angel Alguns Anos Depois Olho para minha filha enquanto ela anda pelo tapete, vindo na minha direção. _ Mãe, quero biscoito - ela faz um bico. _ Filha, você já comeu, não pode mais. Tento ao máximo controlar a alimentação dos meus filhos. Não gosto de dar nada que possa fazer mal. Sempre sigo a dieta da nutricionista deles. Fiz uns biscoitos caseiros e compartilhei entre os dois. Sophia com seus 4 anos, é uma menina levada e um pouco birrenta, por isso quase nunca aceita um não. Culpo o Heitor por mimar tanto sua princesa. Mas eu também mimo ela, apesar de não gostar de admitir. Vendo que não iria conseguir o que queria, Sophia vai até o Anthony, chorando pelo biscoito. E como o irmão protetor que ele é, rapidamente entrega a ela. _ Senhora, está na hora de arrumar as crianças. Hoje iria ocorrer uma festa na empresa do meu marido. É uma empresa para lavagem de dinheiro, mas é necessário manter as aparências. _ Me ajuda, Kiara? - ela assente. _ Vamos crianças, hora d
P.O.V. Angel Observo a neve caindo do lado de fora do portão. Abraço meu corpo tentando me aquecer contra o frio. É nesse momento de reflexão que eu tento não chorar. Estou aqui desde que me conheço por gente, e não sei quase nada sobre mim. Não tenho ideia de quem seja a minha família. Só sei que um homem paga pelo meu ensino. É difícil não saber se eu tenho uma família, ou alguém que realmente se importe comigo. Só vivo trancada dentro desse colégio no fim do mundo. Não gosto de estar nesse lugar, é desagradável. __ Angel - escuto alguém me chamar, mas não me viro para olhar - você está surda menina? - meu braço é puxado bruscamente. __ Me desculpe, eu não ouvi você. Estava distraída - pisco meus olhos inocentemente. Lúcia me olha com raiva. Ela é uma das professoras daqui, e não sei o motivo dela não gostar de mim. Muitas pessoas aqui me desprezam. Vivo sofrendo bullying nas mãos de algumas meninas, e ninguém faz nada sobre isso, Será que eu fui um estorvo para meus pais?
P.O.V. Heitor Observo meus seguranças avançarem ainda mais no meio do tiroteio. Com a minha arma na mão, eu vou matando quem entra no meu caminho. Não me importo quem seja, entrou na minha frente, eu estou matando. Dou um chute na porta fazendo ela cair no chão. O homem dentro do quarto aponta a arma para mim. Dou um tiro no joelho dele, o fazendo cair no chão. O desgraçado pediu por isso. Por tudo que me fez passar durante anos. __ Achou mesmo que eu iria desistir? __ Não tenho medo de você, Lombardi. Pode fazer o que quiser comigo, mas nunca irá descobrir onde ela está - ela cospe no chão. __ Tragam ele! - meu segurança assente com a cabeça. Desço as escadas e vou até seu escritório. Roger Del Rey, o homem é muito esperto, isso eu não posso negar. Mas nada pode me parar quando eu quero alguma coisa, nem a inteligência dele. Quando coloquei meus olhos na Angel, eu a quis para mim imediatamente. Del Rey descobriu sobre isso, e a levou para longe de mim. Passei 2 anos procura
P.O.V. Angel Pego alguns livros e coloco nos meus braços. Uma das poucas coisas que posso fazer nesse lugar é ler. Apesar de tudo, hoje eu estou feliz. É meu aniversário e estou completando meus 18 anos. Fico me perguntando se alguém virá me buscar. Finalmente vou conhecer a minha família? Solto um suspiro e me sento em uma poltrona. O calor que emana da lareira é reconfortante. O lugar em que estamos é muito frio. Não me lembro de ter sentido o sol alguma vez na minha vida. Os livros daqui não são tão interessantes, mas é o que eu tenho para ler. __ Feliz aniversário! - me assusto com a aparição repentina da minha professora. __ Obrigada, Cecília - dou um sorriso e a abraço. Cecília está com um cupcake na mão e uma vela em cima. Fechos meus olhos e faço um silencioso pedido. "Só quero poder sair daqui" Assopro a vela e dou um sorriso. Mordo um pedaço e me delicio ao sentir o doce sabor do chocolate. __ Quer um pedaço? __ Não, meu amor. É todo para você - mordo mais um pe
P.O.V. Heitor Não posso negar que fiquei irritado ao ouvir do meu anjo que não deveríamos nos casar. Depois de tantos anos, ver ela foi uma realização. Mas Angel não parece pensar da mesmo forma que eu. Não posso cobrar muito, já que ela não se lembra de mim, então tento manter a calma de todas as formas possíveis. __ O que você fez? - me viro para olhar a minha irmã. Estou muito irritado com ela. Seu trabalho era vigiar a Angel, e ela deixou que meu anjo fosse machucado. Quero colocar fogo nesse colégio, com todo mundo dentro. A porta do quarto é aberta e uma senhora já de idade entra. Ela olha para mim um pouco assustada. __ O que está fazendo aqui? Não é permitido nenhum homem nesse local - aperto minha mão em um punho. __ Está preocupada com isso? Você trancou uma de suas alunas em um porão e a deixou lá por 2 dias, com fome e sede! A mulher não pareceu se abalar com o que eu disse. Isso só me deixa ainda mais irado. __ Todas as meninas recebem uma disciplina excelente.
P.O.V. Heitor Entro no cassino acompanhado dos meus seguranças. Passo por entre as pessoas e mesas de jogos de azar. Minha missão aqui é uma só. Entro em uma sala particular, onde acontece o jogo de pôquer. Aqui só tem homens criminosos, que tiram esse tempo para aproveitar longe da família. Me sento em uma cadeira e puxo um dinheiro do meu bolso. Eles me olham e esperam para que eu faça a minha aposta. Sempre apostei alto nos Jogos, mas raramente perco. Aceito o whisky oferecido por uma mulher, que está apenas de calcinha, com os seios de fora. Aceito também o charuto oferecido pelo homem responsável pelas apostas. __ Não sabia que iria aparecer hoje, Heitor. __ Você sabe o motivo Fernando, eu sempre costumo vencer, então sempre retorno - ele da uma risada. Fernando é a pessoa que acha que pode brincar comigo, essa noite vou mostrar que está muito enganado. Observo os seguranças dele. São cinco no total, contra três dos meus. Não recuo ao ver isso, sei da capacidade de cada
P.O.V. AngelOlho para o meu pé. Ele já não está inchado, apenas um pouco dolorido. Acho que eles me deram alguma injeção enquanto eu dormia. Observo o quarto em que estou, ele é grande, mas tão sem graça. A única coisa que eu queria fazer era sair daquele colégio, agora que sai, não sei exatamente o que fazer. Estou na casa desse homem que eu não conheço, mas ao contrário de mim, ele parece me conhecer muito bem. Noiva... Fica dizendo que sou sua noiva. Como eu posso ser a noiva dele? Estou tão confusa. Quase não dormi a noite, fiquei o tempo inteiro pensando nisso. Heitor nem me falou nada sobre meus pais, me deixando no escuro. Alguém bate na porta e eu permito a entrada. Stefane aparece no batente da porta, muito bem arrumada e com um sorriso no rosto. __ Vamos fazer compras? - ela entra no meu quarto arrumada - trouxe uma roupa para você, vá se arrumar. Me animo com a ideia de sair um pouco. Quero muito conhecer a cidade, fazer várias coisas. Me arrumo rápido, eu já tinh