Era sábado, o patriarca da família Nascimento levantou muito cedo, e pediu ao motorista que o levasse do seu pequeno sítio no interior do estado para a capital. A cidade de São Caitano fica a cerca de uma hora e meia de carro do Recife. O velho voltou para sua cidade natal depois de sua aposentadoria e lá vivia em um pequeno pedaço de terra onde de tudo cultivava um pouco. Nos moldes tradicionais, sem agrotóxicos, com a água cristalina que nasce na própria terra. Hoje os empregados que viviam com ele organizaram um monte de coisas para levar para a casa da neta amada. Um dos seus seguranças dirigia o carro enquanto os outros três ficaram na propriedade cuidando da segurança e dos empregados. O velho Jorge Nascimento conhecia aquele trajeto como a palma de sua mão, quando ele saiu da cidade aos quatorze anos para trabalhar na capital, com apenas alguns trocados, ele foi pedindo carona aqui e alí. O velho voltou à realidade depois de pensar um pouco no passado."Damião, você não esqu
A sala inteira vibrou em constrangimento, até a empregada que estava servindo o café segurou a respiração. Ela vivia na casa a muito tempo, na verdade ela serviu na casa antiga e viu todas as coisas que aconteceram na família. Ontem quando Carlos trouxe para dentro de casa a amante e aqueles bandidos para bater em Paulo. A empregada se perguntou quando a situação absurda em que essa família vivia iria ter fim. Débora, paulo e carlos trocaram olhares entre si, sem saber direito o que responder para a garotinha sobre os machucados no rosto do rapaz. “Soube que ele caiu.” Era a voz do velho salvando a situação. Nem um dos três gostaria de falar à criança o real motivo do rapaz estar com o rosto machucado. E antes que ele tivesse conseguido arrumar uma desculpa o velho os tirou do problema. Mas, isso significava, também, que ele sabia do real motivo da situação do rosto do rapaz. “Que dor! Venha aqui para eu lhe dar um beijinho! depois vai sara!” A sala antes tensa, caiu num riso só c
Depois de ver o carro de Carlos na casa de Débora, Izabel voltou fervendo de raiva para casa. Pensando como deveria fazer para retaliar a outra mulher. Já havia visto pelo plano de ontem que não iria conseguir envolver Paulo de novo em suas confusões, então teria de pensar melhor antes de dar o próximo passo. Como lhe disseram, o melhor era ir trabalhar.Entrou na própria mansão e trocou novamente de roupa, desta vez vestiu um terninho para o trabalho. Pediu o táxi e foi direto para a empresa. O melhor era retomar a imagem que tinha antes de ontem.Quando Carlos chegou à sede da rede de supermercados no vigésimo sétimo andar do edifício que levava o nome de seu avô. Não se surpreendeu por encontrar Izabel trabalhando, ela era assistente de sua secretária e estava vindo da área de cópias com um monte de papel nas mãos. Ela lhe deu um sorriso discreto e voltou para o seu lugar na ante sala da presidência do grupo Mandacaru Alimentício. Carlos naquele momento riscou a impressão que teve
Depois de falar até a criança ficar satisfeita, as duas ajoelhadas começaram a rezar pela alma da de quem se foi. Passaram quinze minutos ajoelhadas sobre o chão frio da capela. Ao levantar Débora olhou em volta, a capela estava limpa e arrumada, flores frescas ornavam o altar e os pés da tumba de Maria Ângela. Elas estavam levantando quando um casal de meia idade entrou na capela. ângela com sua exuberância característica correu para os braços da mulher."Vovó, vovô que saudade de vocês.”“A vovó também tem saudade dessa neta linda.”“Bom dia, tia, tio.”Débora cumprimentou respeitosamente o casal. A menina pegou na mão da senhora alegre. A mãe de Maria Ângela ficou feliz com a visita delas ao local de descanso da filha.“Senhor Jorge, como o senhor está.”“Bem, senhora Fátima.”“Quero lhe apresentar meu marido, Joaquim.”"Prazer, senhor Joaquim.”Eles foram saindo da capela.“A senhora não vai ficar para rezar?”“Não, nós moramos perto. E eu venho todo dia para cuidar da capela, e
O final de semana passou em um piscar de olhos, apesar de toda a diversão e alegria compartilhada com seus entes queridos, o sintomas da tensão pré menstrual de Débora não passou. Na segundo além de tudo ela acordou com uma forte dor de cabeça.Mesmo assim ela se levantou cedo, tomou banho, se arrumou e desceu para tomar café com sua família. Ao passar pelo quarto de sua filha, Ângela já estava pronta para a escola. Fernanda sorrindo para a menina arrumava a bolsa com os livros e cadernos que ela teria que levar para a escola hoje.“Pode deixar Fernanda, já se organizar que eu desço com ela para o café, você deve ter chegado agora.”“Sim, cheguei agora.”“Então, vai arrumar suas coisas. Como foi o final de semana? E como está a madrinha?”“O final de semana foi muito bom e a madrinha está ótima. Mas, pode deixar eu cuido dela.”“Não, faço questão, mais tarde terei plantão. Assim, quero cuidar dela pessoalmente.”A babá desceu para arrumar suas coisas deixando a patroa cuidando da cria
A chegada da força policial fez com que o pânico que Débora estava sentindo aumentasse muito. A médica trabalhou muito para manter uma aparência calma enquanto via adentrar na sala da direção escolar, o delegado Alexandre Oliveira, um dos amigos de Carlos. Afinal, a sua chegada provava que a criança não estaria escondida em algum lugar da escola. Sim, de verdade desaparecida.Tina acompanhou uma chorona Fernanda para fora da sala, enquanto a diretora, o delegado, a professora, Débora e o auxiliar que veio com o delegado se sentaram em uma mesa com seis cadeiras que normalmente era usada para reuniões. “ Que o porteiro havia chegado na sala dez minutos antes da aula terminar e disse que alguém da família veio buscar Ângela. Mas, quando levei a turma para a área de espera para a saída, o porteiro não estava lá no portão, para os procedimentos de entrega das crianças. Não haviam passado nem dois minutos quando a sua babá chegou para levar a menina. foi quando começamos a procurá-la e na
A urgência na voz de Débora fez alguém ouvir sua voz tremer pela primeira vez. A mulher sempre composta e indiferente para todos estava simplesmente desconcertada.“Senhora é melhor correr para o hospital, o Senhor Severino acabou de entrar na sala de pronto atendimento. Com um ferimento na cabeça. A Dona Tina entrou para providenciar socorro.”“O que??!!...”Atordoada, Débora se sentou em uma cadeira próxima. “Como ele está?”“Não sei! Apenas sei que ele chegou desacordado.”“chego ai daqui a pouco.”As pessoas na sala cercaram Débora com semblantes de perguntas. “O que aconteceu?”A diretora se dirige a Débora assim que ela desliga o telefone. Débora ainda atordoada olha para as pessoas na sala e diz:“O senhor Severino está no meu hospital. Acabou de dar entrada com um ferimento na cabeça.” “O que?”“O que?”“O que?”“O que?”“O que?”O espanto nas pessoas fizeram todos fazerem a mesma pergunta a Débora. O delegado foi o primeiro a voltar à compostura.“Como assim?"“Não sei mai
O dia não começou muito bem para Carlos, hoje. Acordou um pouco irritado, com uma sensação de que as coisas estavam fora do controle. Mesmo assim, tomou um banho frio, vestiu um dos seus ternos, para tomar café com a família. Débora estava em uma conversa com o avô quando Carlos chegou. Educamente sentou-se em uma cadeira de frente para Débora e saudou os presentes.“Bom dia!”“Bom dia!”“Bom dia!”Todos estavam tomando café da manhã em silêncio, quando a babá da filha veio buscá-la para a escola. A moça é bem jovem, mas, bastante educada. “Bom dia, Senhor Jorge, Senhor Carlos.”“Bom dia!”“Bom dia!”“Senhora Débora, estou levando ângela para a escola. De lá vou ao cursinho, próximo da escola dela, e já me organizei com Fred, para ir nos buscar no fim da aula de Ângela.”“Certo! Podem ir.”Ângela levantou, beijou o bisavô no rosto, e depois se dirigiu ao pai, ela é uma criança adorável e o coração de Carlos se derreteu por ela desde a primeira vez que a viu, e hoje não é diferente de