Durante três dias os legistas fizeram diferentes tipos de exame na defunta, afinal precisam definir a quanto tempo ela estava sendo medicada com a substância. No quarto dia o funeral foi feito com maior das prescrições, afinal se a notícia vazasse para a imprensa o hospital poderia correr sérios riscos de ter a reputação danificada.Algumas pessoas eram suspeitas, inclusive a própria Débora. Mas nada seria alardeado até que se encontrasse o culpado pelo crime. A face de Margarida não estava serena, portanto Débora pensou que ela soube que iria morrer, bem antes de acontecer. A médica sabia que isso era possível, porque quando a velha sofreu o Acidente Vascular cerebral, os neurônios danificados foram os responsáveis pelas funções motoras, e ela estava completamente lúcida nesses onze anos em que viveu no hospital.Naquela manhã do funeral, Carlos estava na casa em que dividia com Débora. Ao sair do quarto, ajeitou a gravata no pescoço. Do outro lado do corredor saiu Jorge com um ter
No dia seguinte a vida foi voltando ao normal, apesar da investigação que estava sendo conduzida, ninguém da família de fato se preocupava em ser envolvido.Débora começou a trabalhar a todo vapor no grupo Mandacaru. E no hospital ao mesmo tempo. Ela quase não tinha tempo de respirar. Mas queria aproveitar para fazer uma bela faxina em alguns departamentos da empresa do avô.Sorte que ela tinha a Tina, uma mão de obra qualificada. A médica até pensava em colocá-la no comando de um dos grupos se precisasse. Por isso que a levava a toda parte. Para que ela se familiarize com a dinâmica de administração dos dois setores empresariais.No primeiro diaDébora organizou uma reunião com os principais acionistas da empresa. Da empresa na tarde do primeiro dia. Mas pela manhã ela e Carlos saíram juntos e logo que chegaram lá Débora organizou uma reunião menor com Alberto, Carlo, Tina e Samuel, ela queria aliar com esses personagem um plano de potencialização do crescimento da empresa. “Primei
Depois de colocar Debora na cama do seu quarto. Pensou em tirar a roupa dela, para que a esposa pudesse dormir confortavelmente. Mas desistiu. Não era muito recomendável, no estado em que estava seu corpo no momento.Na manhã seguinte, eles deveriam partir para visitar o avô. Todos tinham concordado que eles.Ao chegar no próprio quarto, Carlos tirou a pouca e partiu para um banho frio no banheiro. Ele recordou a noite.Depois que a filha do padrinho de Débora chegou, ficou tudo equilibrado, eram seis pessoas. Três casais. Não mais, cinco. Com aquele outro querendo ciscar no seu terrenos. Nunca Carlos havia visto Débora tão alegre e solta. Como hoje a noite. Um sorriso se abriu na boca de Carlos. Ao lembrar do beijo. O beijo dela o deixou pegando fogo de verdade. Mas ele tinha consciência que era porque ela estava completamente bêbada, amanhã provavelmente nem lembraria. Carlos foi dormir com a sensação dos lábios macios dela no seus!De manhã, a primeira coisa que Débora lembrou foi
Depois de falar com o guarda costa responsável ela trocou de casaco, colocou um chapéu panamá na cabeça e o lenço envolta do pescoço. Pegou a mão de Carlos e saiu do carro.“Nós vamos fazer de conta que somos um casal em lua de mel.”“Claro, querida.”“Vá até os outros. Nossa presença pode colocar em risco todos. Eu quero saber quem está atrás de mim. Penso que isso tem haver com o último episódio de violência contra mim.”Na noite fria, o casal caminhava calmamente em busca de uma pousada ou hotel, na cidade. O carro saiu. O guarda ainda estava relutante em deixar os dois sozinhos no meio da noite. Mas o que ela falou era verdade. Ele teria que ficar com a atenção dividida entre os bandidos e a segurança do casal.O casal entrou em uma táxi logo após:“Por favor, poderia nos levar a um hotel?”“Sim, senhor.”O motorista os levou para uma charmosa construção em estilo suiço, depois de Carlos pagar e agradecer ao homem, os dois entraram na recepção do hotel e pediram um quarto. “Sua b
Às oito horas da manhã o telefone de Débora tocou. Ela acordou com o tom do toque. Quando abriu os olhos, deu como os olhos sorridentes de Carlos lhe fitando.“Bom dia.”Ele falou e esticou o braço para pegar o telefone dela na mesa de cabeceira e o entrou ainda a tocar.“Bom dia.”Ela respondeu enquanto pegava e atendia o telefone.“Alo?”O identificador de chamada, mostrava o contato do chefe da segurança de Débora. A voz da garota estava um pouco rouca dando sinal que ela havia acabado de acordar.“Senhora, os guardas já chegaram no hotel.”“Certo, obrigada. Passe o contato do responsável pela escolta para mim. Por mensagem.” “Ok, senhora. Tem uma volta segura. Quando chegar talvez já temos notícia do perseguidor.”“Sem problemas. Até mais tarde.”Ela terminou de falar, mas a todo momento estava consciente do braço de Carlos, que estava em sua cintura.Ela desligou a chamada, e olhou nos olhos instantes de Carlos para ela.“Precisamos tomar banho para irmos embora.”“É, tenho ciê
Os acionistas entraram na sala para a reunião de diretoria convocada para definir o CEO da empresa. Débora na cabeceira olhava para todos os presentes com sua visão aguçada.“Bom dia, senhores e senhora. Como CEO inteira darei início a reunião lendo uma carta de meu avô para todos.”“Claro, senhora. A mensagem de nosso presidente tem muita importância para todos nós.”Todos na sala concordaram com as palavras de um dos acionistas sentado no meio da grande mesa. Débora abriu o papel em suas mãos e começou:Caros Amigos,Muita gente deve ter se perguntado como um vendedor de laranja se tornou o maior acionista de um conglomerado de empresas tão grande como o nosso grupo Mandacaru. Muito dever tensar, trabalho e força de vontade. Eu pessoalmente não creio em tal proposição. Se assim fosse, ser milionário não seria algo tão difícil de encontrar nas ruas do mundo.Digo sem nenhuma pretensão de filosofar. Trabalho e esforço individual é parte importante do processo, porém, o que mais pesa
O dia estava muito quente, apesar de ser cedo pela manhã, o calor sufocava a doutora Débora Nascimento, no fim do plantão, nem o banho frio foi capaz de amenizar o calor que ela estava sentindo. Além do calor sufocante que fazia na cidade esse dia, a TPM estava em seu ciclo mais alto. Tudo de verdade que ela queria era chegar em casa, tomar um novo banho, trocar de roupa e dormir.Quando Débora pegou o carro no estacionamento do hospital seu corpo transpirava todo. Logo entrou no veículo e ligou o ar-condicionado. Aos poucos o desconforto provocado pelo calor foi diminuindo, apesar da irritação por começar o dia desse jeito não passar.Um plantão de doze horas, com atendimentos intermináveis e a constante dor de cabeça, causada pelos hormônios do período pré-menstrual foi a combinação perfeita para fazer um começo de dia difícil para a médica.Ligou uma música no som ambiente do carro, olhou para uma foto de sua filha balançando no espelho retrovisor da frente do carro. Respirou fun
Ninguém em sã consciência poderia dizer que ela era uma leoa. Mas, era assim, que o amigo mais íntimo de Carlos, Alberto, a estava vendo agora. Ele sempre teve curiosidade de conhecer a personalidade dessa mulher. Mas, nas raras vezes em que ela apareceu em público com o marido, uma máscara de indiferença cobria seu belo rosto.Os três homens que foram contratados aleatoriamente na rua para bater no garoto, também se surpreenderam com a personalidade forte da mulher. Izabel a atual namorada de Carlos detestou o ar imponente e a figura bonita que a mulher recém-chegada tinha. Mas, de todos, o mais surpreendido foi o próprio Carlos, que sempre viu a mulher como uma garota calma e fria, sem qualquer emoção aparente. Mesmo na infância, a menina parecia sempre alguém sem qualquer emoção. Só por essa surpresa ele demorou a reagir a atitude dela.“Esse fedelho andou fazendo a minha namorada beber demasiadamente.”Só após ele dizer isso, Débora prestou atenção na mulher que estava em pé ao l