A chegada da força policial fez com que o pânico que Débora estava sentindo aumentasse muito. A médica trabalhou muito para manter uma aparência calma enquanto via adentrar na sala da direção escolar, o delegado Alexandre Oliveira, um dos amigos de Carlos. Afinal, a sua chegada provava que a criança não estaria escondida em algum lugar da escola. Sim, de verdade desaparecida.Tina acompanhou uma chorona Fernanda para fora da sala, enquanto a diretora, o delegado, a professora, Débora e o auxiliar que veio com o delegado se sentaram em uma mesa com seis cadeiras que normalmente era usada para reuniões. “ Que o porteiro havia chegado na sala dez minutos antes da aula terminar e disse que alguém da família veio buscar Ângela. Mas, quando levei a turma para a área de espera para a saída, o porteiro não estava lá no portão, para os procedimentos de entrega das crianças. Não haviam passado nem dois minutos quando a sua babá chegou para levar a menina. foi quando começamos a procurá-la e na
A urgência na voz de Débora fez alguém ouvir sua voz tremer pela primeira vez. A mulher sempre composta e indiferente para todos estava simplesmente desconcertada.“Senhora é melhor correr para o hospital, o Senhor Severino acabou de entrar na sala de pronto atendimento. Com um ferimento na cabeça. A Dona Tina entrou para providenciar socorro.”“O que??!!...”Atordoada, Débora se sentou em uma cadeira próxima. “Como ele está?”“Não sei! Apenas sei que ele chegou desacordado.”“chego ai daqui a pouco.”As pessoas na sala cercaram Débora com semblantes de perguntas. “O que aconteceu?”A diretora se dirige a Débora assim que ela desliga o telefone. Débora ainda atordoada olha para as pessoas na sala e diz:“O senhor Severino está no meu hospital. Acabou de dar entrada com um ferimento na cabeça.” “O que?”“O que?”“O que?”“O que?”“O que?”O espanto nas pessoas fizeram todos fazerem a mesma pergunta a Débora. O delegado foi o primeiro a voltar à compostura.“Como assim?"“Não sei mai
O dia não começou muito bem para Carlos, hoje. Acordou um pouco irritado, com uma sensação de que as coisas estavam fora do controle. Mesmo assim, tomou um banho frio, vestiu um dos seus ternos, para tomar café com a família. Débora estava em uma conversa com o avô quando Carlos chegou. Educamente sentou-se em uma cadeira de frente para Débora e saudou os presentes.“Bom dia!”“Bom dia!”“Bom dia!”Todos estavam tomando café da manhã em silêncio, quando a babá da filha veio buscá-la para a escola. A moça é bem jovem, mas, bastante educada. “Bom dia, Senhor Jorge, Senhor Carlos.”“Bom dia!”“Bom dia!”“Senhora Débora, estou levando ângela para a escola. De lá vou ao cursinho, próximo da escola dela, e já me organizei com Fred, para ir nos buscar no fim da aula de Ângela.”“Certo! Podem ir.”Ângela levantou, beijou o bisavô no rosto, e depois se dirigiu ao pai, ela é uma criança adorável e o coração de Carlos se derreteu por ela desde a primeira vez que a viu, e hoje não é diferente de
Débora correu com os primeiros socorros para Ângela, quando viu que a garotinha estava bem, ela olhou em volta. Fred havia trazido Izabel que tentou fugir quando viu que Débora havia encontrado ela e a menina. A mãe abraçou a filha e falou com o Delegado: “É melhor levar essa sequestradora para a delegacia, vou levar minha filha até o hospital. Daqui a pouco irei dar o depoimento. Quero essa mulher na cadeia por muito tempo.” O delegado Arthur com certo receio pegou no braço de Izabel. De qualquer maneira, o melhor era tirar a mulher daqui. De um lugar sobre o pavimento do segundo andar um homem olhava para a cena em baixo, a forma protetora como a mãe protegia a filha. De verdade parecia que ela queria matar a outra mulher. "Eu só queria passear com ela.” Débora encostou a cabeça da criança no ombro e pôs a mão sobre o ouvido da garota. “Qual a credencial de uma amante, para se aproximar da minha filha.” Quando a multidão ouviu essas palavras um burburinho de indignação per
Do outro lado da linha o advogado se espantou, nunca em sã consciência imaginaria que a calma e composta Débora poderia levantar a mão para bater em alguém. Passou a mão na testa suada em respondeu a interlocutora.“E você está indo para onde?”“para a delegacia do bairro.”“Certo estarei lá o mais rápido possível.”O advogado desligou o telefone e se preparou para sair, ele era um homem de meia idade, amigo do avô de Débora. Havia visto a garota crescer desde que ela passou a morar com ele. E sabia que esse tipo de atitude era incomum na vida da garota.O advogado distinto entrou na delegacia ao mesmo tempo em que Dèbora dizia ao delegado Arthur. O delegado prevendo problemas, quando Débora chegou, passou a mão na própria cabeça. E arregalou os olhos quando ouviu o que a médica falou. “Eu bati em alguém.”Falando de supetão no meio da recepção da delegacia. Era cedo e provavelmente por ser hora de troca de plantão não havia ninguém esperando para ser atendido.O advogado se aproxim
Trinta e cinco anos antesNiara Pankará viu pela primeira vez a cidade grande, e também, pela primeira vez, se separou de Jacira, sua irmã de leite e de tragédia. Estava vindo a capital para estudar. depois de se formar nos estudos Normais, iria ensinar em uma escola ligada a ordem religiosa do orfanato em que cresceu.A jovem passou no concurso vestibular e estava se preparando para fazer o curso de medicina, na universidade Federal, como no significado do seu nome, Naira era uma mulher em busca de grandes objetivos, apesar de ser muito jovem, a garota já havia assumido bastante responsabilidade sobre si. Iria viver em uma hospedaria para moças, dentro do convento já havia vindo de orfanato da mesma ordem. Ensinaria no colégio Marista do Recife, e faria suas aulas de medicina no campus na Vazear. A turma era majoritariamente composta por homens, as poucas mulheres lá eram filhas de grandes famílias do estado, mulheres muito orgulhosas e elegantes, que não se misturavam com qualquer
Os dois comeram, ali, sentados na calçada, enquanto observavam as pessoas passando, para os bares e clubes culturais perto. "Vou embora. Até amanhã.”Depois de terminar seu cuscuz.“Espere!”Niara entrou no casarão e foi até seu apartamento pegou uma sacola cheia de dinheiro e desceu.“Não quero dormir com isso em casa.”Falou entregando a bolsa com o dinheiro da entrada do carro que estava comprando. Sabia que era um negócio de amigo para amigo, por isso tirou todo o dinheiro que tinha na poupança para dar a primeira parte.O rapaz pegou e foi embora.Niara o observou caminhar até seu carro novinho em folha e partir. Um dia com sua filha Debora nos braços, Niara pensou que esse foi o tempo mais tranquilo de sua vida.Niara sabia que Roberto tinha alguns sentimentos por ela, mas, ele tinha uma noiva, que o amava de verdade. E Niara não queria se meter no meio do relacionamento de ninguém, eles namoravam desde a infância. Além do mais, não sentia qualquer atração por ele. Gostava dele
Os dias passaram e logo André recebeu alta médica, Niara achava que nunca mais iria ter alguma notícia dele. Afinal homens como ele não levavam as mulheres muito a sério. O hospital era de referência, por tanto custava muito caro ser atendido lá, e Niara já havia sentido a dose de como era lidar com jovens ricos na universidade.Certo dia vinha chegando do hospital depois de um plantão especialmente agitado quando pensou ter visto o paciente André sair da porta vizinha. dias e dias se passaram para que ela o visse de novo, desta vez não tinha como negar que era ele. Niara abria a porta do seu apartamento para sair quando a porta ao lado também abriu, de lá saiu ninguém menos que André Nascimento.“Bom dia, vizinha!"“Bom dia, Vizinho!"“Que coincidência!”O homem exclamou chamando a atenção de Niara que estava organizando algumas coisas em uma pasta sobre o braço esquerdo. Ela imediatamente levantou a cabeça e reconheceu o homem.“Você mora aqui?!!”“Sim. E você também! Nossa!!!!”“Mo