Escarlate

Sentindo a ardência dominar o lado esquerdo de seu rosto, Penélope levou a mão ao local, os olhos arregalados observando o caos dominar o ambiente.

Transtornada, Marcela tentava alcançá-la novamente, sendo contida por Diego. Ele segurava a mãe pela cintura, mantendo-a afastada, suportando os tapas que ela desferia em seus braços e rosto.

Roberto gritava ordens, algumas direcionadas a ela, pois identificava seu nome em meio aos berros, mas em choque não fazia a conexão necessária para entendê-las.

Os convidados comentavam, zombavam, riam, apontavam. E o foco no palco daquela tragédia era ela. A mentirosa, a traidora, a Jezebel. Apontada, estigmatizada, com a letra escarlate[1] bordada em seu corpo e alma.

A tensão acumulada em anos estourou, a abateu com mais força e ardência que o tapa de Marcela. Sem se importar com mais nada, andou trêmula para longe da confusão. Devagar, um passo atrás do outro, curto, longo, rápido, mais rápido, correndo escada acima.

~*~

Vendo Penélope correr par
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