Com o auxílio do caseiro, Diego atendeu ao pedido de Samuel, alugando um iate exclusivo para eles passearem pelas ilhas.Crescendo na rotina casa/escola imposta por Roberto, o menino maravilhou-se com o mar, impressionado com a extensão de água, a vida marinha e toda beleza vegetal das ilhas. Sentando ao lado do dono do iate, ao longo do passeio ouvia atento as histórias dos lugares em que passavam.Penélope também apreciava as belezas da Barra do Sahy [1]. O dia ensolarado, o mar calmo e a brisa fresca, tornavam o passeio ainda mais agradável.Diego, por sua vez, desde que saíram da casa, estava pendurado no celular. Pela tensão e expressões dele, Penélope tinha certeza que a longa conversa o desagradava. Apostava que era a mãe dele, criticando o casamento e o mandando divorciar-se de imediato. Apiedou-se de Diego, não devia ser fácil ser filho de Roberto e Marcela.Quando enfim encerrou a ligação, Diego aproximou-se dela e, ficando de costas para o mar, escorou-se e fitou o céu azul
Logo pela manhã, Marcela dirigiu até a casa de Tereza, necessitando de um rosto e ombro amigo para desabafar. A viúva de seu primogênito também lhe era uma fonte de agradáveis lembranças, algo que lhe fazia falta.No entanto, longe de concordar com suas reclamações, Tereza indicou com uma serenidade que irritou Marcela:— É só um quarto.— Não é “só um quarto”, é o quarto do Luiz — retrucou ofendida. — Pensei que ficaria do meu lado.— E estou — Tereza disse pegando a mão de Marcela com carinho. — Por isso peço que deixe o Luiz descansar.Marcela ergueu-se revoltada.— Insinua que faço mal em exigir que respeitem a memória do meu filho?Permanecendo elegantemente sentada, Tereza elevou o olhar para a face contorcida de fúria de Marcela.— A memória do Luiz é respeitada, o que você nem o senhor Roberto respeitam é o filho que continua vivo — Tereza disse fitando a ex-sogra com pesar.A constante amabilidade de Tereza, sua capacidade de dizer as piores notícias com doçura, que Marcela s
Palavras certas, ditas tardiamente machucam, Penélope concluiu ao ouvir as desculpas que esperou por anos e, no lugar do alívio, sentir um enorme vazio, junto da vontade de chorar. Elas não mudavam o que passou e as escolhas que tomou pela falta delas.— Isso foi em outra vida — comentou fracamente afastado a mão dele de seu rosto.E tinha sido exatamente isso: Outra vida; outra Penélope; outro Diego. Uma vida de mentiras; uma Penélope falsa; um Diego imaginário. Um castelo de ilusões que ruiu e soterrou tudo e todos que ajudaram em sua construção.— Será que não podemos no entender, pelo menos sermos amigos? — Diego pediu detestando a muralha que Penélope colocava entre eles. — Afinal, sabe-se lá quanto tempo ficaremos juntos.Ela o encarou com expressão duvidosa.— Quer ser meu amigo?Os olhos dele passearam pelas curvas do corpo feminino, cobertos apenas por um diminuto biquíni florido, e uma forte excitação o dominou por inteiro, fazendo-o segurar o fôlego por um instante.— Since
No início da tarde, seguindo as indicações de Hortência, passaram pela Viela do Sahy, uma viela de acesso à praia repleta de frases pintadas nos muros. Penélope achou a vielinha charmosa e as risadas de Samuel, ao ouvir as frases pitorescas lidas por Diego, compensavam a grande movimentação no local.Passaram o restante da tarde na praia, aproveitando o dia ensolarado e de brisa fresca, fazendo castelos de areia e batalhas de água na parte rasa do mar. Durante todo o passeio, Penélope apreciou a dinâmica de Diego com Samuel, pouco a pouco amenizando a desconfiança de que interpretava gostar da presença do menino.Não havia como garantir que Diego abandonou todo o rancor do passado, porém era evidente que se esforçava para fazê-lo, para ser bom com Samuel e conseguir sua amizade, como declarou naquela manhã.No fim de tarde, seguindo as dicas dos caseiros, os três foram assistir ao pôr do sol nas pedras no canto Bravo, o lado esquerdo da praia. O clima ameno, tranquilo, e o longo dia d
Penélope sentia uma mistura de medo e excitação, a dúvida gritando que cometia um erro se deixando levar, novamente, pela forte atração que Diego lhe despertava. Ainda assim, não queria recuar, não mais.Só de contemplar os bonitos traços do rosto másculo, de perceber que a desejava, sentia a boca salivar de expectativa e o coração disparar alucinado, o corpo ansioso em se satisfazer nos braços dele.Com mãos trêmulas, se desfez da saída de praia. Lançou a peça longe e, com o coração acelerado pelo desejo, enlaçou o pescoço de Diego, puxando-o para si e beijando-o.Aliviado por Penélope se render a atração sexual, Diego correspondeu ao beijo com apetite voraz e ardente, o desejo aumentando a cada segundo, até seus corpos estremecerem implorando por mais.Ansioso, desfez o laço da parte superior do biquíni que ela usava, até que os seios sensuais ficassem expostos. Um suspiro de prazer escapou de sua garganta ao observar os mamilos eriçados.— Você tem um corpo maravilhoso — ele sussur
Quando se tratava de Diego era fraca, passional e irresponsável, Penélope concluiu no meio da madrugada, a mente revivendo a paixão que os tomou horas antes enquanto observava o rosto másculo adormecido. Mas não se arrependia, ao contrário, desejava se entregar a paixão que persistia em queimar entre eles apesar do tempo, das mentiras e segredos.Impulsivamente, sem poder resistir à tentação de toca-lo, mergulhou os dedos no cabelo dele, apreciando a sensação dos fios macios em sua mão, ajeitando alguns que caiam na face serena.Em seu sono, Diego parecia mais suave e atraente. Mesmo enquanto dormia, a aura de masculinidade emanava por ele a envolvia poderosamente.Sem pensar no que estava fazendo, deslizou a ponta dos dedos pela barba cerrada, lembrando-se da sensação dela contra sua pele quando beijou cada centímetro de seu corpo.Seus dedos chegaram à boca sensual, percorrendo devagar o lábio inferior, recordando como encaixavam nos seus, como a possuía de todas as formas e a manti
No final da tarde, longe do sol e mar, da mágica do ar impregnado de risadas e perfume da brisa marinha, Penélope, Diego e Samuel retornaram à imponente mansão Freitas. A felicidade parecia ter encontrado um lar nos corações dos três, irradiando por eles como um manto cálido. Esquecida de seus receios, pela janela do carro Penélope olhou para a mansão, sentindo que ela parecia receber seus residentes com uma aura diferente, como se os próprios pilares de pedra e os corredores imensos sorrissem para eles. Olhou para os homens dentro do carro, Diego no volante e Samuel no banco de passageiro, sorrindo, sentindo que tinham uma nova vida, uma nova chance para corrigir os erros do passado. Depois de estacionar, Diego segurou a mão dela e se inclinou para beijar o topo de sua cabeça com carinho, transmitindo uma conexão profunda e um sentimento que palavras não precisavam expressar. Enquanto eles se dirigiam ao interior da casa, as portas duplas se abriram e Marcela Freitas apareceu, vest
Ajudando Marcela a sentar na primeira cadeira que visualizou na biblioteca, percebendo a palidez que havia tomado o rosto dela e o tremor no corpo frágil, questionou preocupado:— Mãe, está tudo bem?Marcela piscou rapidamente, tentando recompor-se. O desafio de manter a máscara de compostura era visível.— Só uma tontura... — disse deslizando os dedos pelo suor frio em seu pescoço.Diego puxou uma cadeira para perto dela.— Tem se cuidado e tomado seus remédios? — questionou ao segurar as mãos de Marcela entre as suas, sentindo-as frias.— Remédio nenhum resolve o meu caso — ela respondeu endereçando a Diego um olhar afiado. — Tanto desgosto não me faz bem... Ainda mais quando meu filho foge com uma qualquer.A resposta fez Diego soltar as mãos de Marcela.— Mãe, não sei por quanto tempo pretende ficar na mansão, mas enquanto estiver aqui, por favor, pare com essa hostilidade estúpida — pediu, mantendo um tom respeitoso, mas firme. — Sei quais são seus motivos para não aceitá-la na f