No início da tarde, seguindo as indicações de Hortência, passaram pela Viela do Sahy, uma viela de acesso à praia repleta de frases pintadas nos muros. Penélope achou a vielinha charmosa e as risadas de Samuel, ao ouvir as frases pitorescas lidas por Diego, compensavam a grande movimentação no local.Passaram o restante da tarde na praia, aproveitando o dia ensolarado e de brisa fresca, fazendo castelos de areia e batalhas de água na parte rasa do mar. Durante todo o passeio, Penélope apreciou a dinâmica de Diego com Samuel, pouco a pouco amenizando a desconfiança de que interpretava gostar da presença do menino.Não havia como garantir que Diego abandonou todo o rancor do passado, porém era evidente que se esforçava para fazê-lo, para ser bom com Samuel e conseguir sua amizade, como declarou naquela manhã.No fim de tarde, seguindo as dicas dos caseiros, os três foram assistir ao pôr do sol nas pedras no canto Bravo, o lado esquerdo da praia. O clima ameno, tranquilo, e o longo dia d
Penélope sentia uma mistura de medo e excitação, a dúvida gritando que cometia um erro se deixando levar, novamente, pela forte atração que Diego lhe despertava. Ainda assim, não queria recuar, não mais.Só de contemplar os bonitos traços do rosto másculo, de perceber que a desejava, sentia a boca salivar de expectativa e o coração disparar alucinado, o corpo ansioso em se satisfazer nos braços dele.Com mãos trêmulas, se desfez da saída de praia. Lançou a peça longe e, com o coração acelerado pelo desejo, enlaçou o pescoço de Diego, puxando-o para si e beijando-o.Aliviado por Penélope se render a atração sexual, Diego correspondeu ao beijo com apetite voraz e ardente, o desejo aumentando a cada segundo, até seus corpos estremecerem implorando por mais.Ansioso, desfez o laço da parte superior do biquíni que ela usava, até que os seios sensuais ficassem expostos. Um suspiro de prazer escapou de sua garganta ao observar os mamilos eriçados.— Você tem um corpo maravilhoso — ele sussur
Quando se tratava de Diego era fraca, passional e irresponsável, Penélope concluiu no meio da madrugada, a mente revivendo a paixão que os tomou horas antes enquanto observava o rosto másculo adormecido. Mas não se arrependia, ao contrário, desejava se entregar a paixão que persistia em queimar entre eles apesar do tempo, das mentiras e segredos.Impulsivamente, sem poder resistir à tentação de toca-lo, mergulhou os dedos no cabelo dele, apreciando a sensação dos fios macios em sua mão, ajeitando alguns que caiam na face serena.Em seu sono, Diego parecia mais suave e atraente. Mesmo enquanto dormia, a aura de masculinidade emanava por ele a envolvia poderosamente.Sem pensar no que estava fazendo, deslizou a ponta dos dedos pela barba cerrada, lembrando-se da sensação dela contra sua pele quando beijou cada centímetro de seu corpo.Seus dedos chegaram à boca sensual, percorrendo devagar o lábio inferior, recordando como encaixavam nos seus, como a possuía de todas as formas e a manti
No final da tarde, longe do sol e mar, da mágica do ar impregnado de risadas e perfume da brisa marinha, Penélope, Diego e Samuel retornaram à imponente mansão Freitas. A felicidade parecia ter encontrado um lar nos corações dos três, irradiando por eles como um manto cálido. Esquecida de seus receios, pela janela do carro Penélope olhou para a mansão, sentindo que ela parecia receber seus residentes com uma aura diferente, como se os próprios pilares de pedra e os corredores imensos sorrissem para eles. Olhou para os homens dentro do carro, Diego no volante e Samuel no banco de passageiro, sorrindo, sentindo que tinham uma nova vida, uma nova chance para corrigir os erros do passado. Depois de estacionar, Diego segurou a mão dela e se inclinou para beijar o topo de sua cabeça com carinho, transmitindo uma conexão profunda e um sentimento que palavras não precisavam expressar. Enquanto eles se dirigiam ao interior da casa, as portas duplas se abriram e Marcela Freitas apareceu, vest
Ajudando Marcela a sentar na primeira cadeira que visualizou na biblioteca, percebendo a palidez que havia tomado o rosto dela e o tremor no corpo frágil, questionou preocupado:— Mãe, está tudo bem?Marcela piscou rapidamente, tentando recompor-se. O desafio de manter a máscara de compostura era visível.— Só uma tontura... — disse deslizando os dedos pelo suor frio em seu pescoço.Diego puxou uma cadeira para perto dela.— Tem se cuidado e tomado seus remédios? — questionou ao segurar as mãos de Marcela entre as suas, sentindo-as frias.— Remédio nenhum resolve o meu caso — ela respondeu endereçando a Diego um olhar afiado. — Tanto desgosto não me faz bem... Ainda mais quando meu filho foge com uma qualquer.A resposta fez Diego soltar as mãos de Marcela.— Mãe, não sei por quanto tempo pretende ficar na mansão, mas enquanto estiver aqui, por favor, pare com essa hostilidade estúpida — pediu, mantendo um tom respeitoso, mas firme. — Sei quais são seus motivos para não aceitá-la na f
O jantar na mansão Freitas sempre foi um evento formal e carregado de sobriedade, comum naquela família tradicional. Ao longo dos anos o silêncio na elegante mesa só foi interrompido pelo entusiasmo de Samuel. Porém, naquele dia, até o menino preferiu se concentrar na refeição e não nos olhares ressabiados dos adultos. A tensão era tão intensa que o som dos talheres sobre os pratos parecia estrondoso. Roberto avisou que estava indisposto e não desceu. Penélope considerou que o fazia também por não querer discutir, pois estava claro que era isso que Marcela desejava ao dar um lugar para Lucas a mesa. Em conversa com Carla, descobriu que Marcela também tinha transformado o escritório de Roberto em uma sala para Lucas trabalhar. E o Freitas aceitou por não ver utilidade em bater de frente com a ex-esposa. Fragilizado como estava Penélope entendia sua hesitação em ir contra aos desmandos da mulher. Se por um lado Roberto se conformou, por outro, Diego parecia prestes a jogar um prato
Enfim escapando do bizarro jantar, seguindo para preparar Samuel para dormir, Penélope e Diego trocavam olhares furtivos, tensos pelo que encontraram no retorno a mansão. Entre os dois, Samuel estava exausto. Seu dia havia sido repleto de aventuras: brincadeiras na praia de manhã, a emoção de passar longas horas na estrada na volta para casa e, para coroar tudo, o jantar com sua avó Marcela e aquele homem que ele não gostava nem um pouco: Lucas. Estava ansioso para chegar ao quarto e finalmente relaxar. Segurando a mão de Diego e Penélope, subiu as escadas da mansão, os passos lentos e pesados devido ao cansaço. A cada degrau que subia recordava a conversa que teve com seu avô antes do jantar. Vovô Roberto pediu que tivesse calma com a vovó Marcela, explicando se tratar de uma pessoa séria e de poucas palavras. Mandou que fizesse o mesmo a respeito de Lucas, para não deixar Diego e Penélope irritados. Analisando os adultos, reparou que ambos tinham abandonado os sorrisos calorosos
Tendo usado uma máscara de tranquilidade em frente a Samuel, para não preocupar o garoto, Diego a abandonou assim que entrou no quarto de casal. Sua irritação com o comportamento de sua mãe, a insistência dela em atrapalhar seu casamento o corroía. Retornando do banho, Penélope o encontrou andando de um lado para o outro, resmungando a cada passada e sustentando um semblante colérico. — Sabe que é essa a intenção da sua mãe: Desestruturar cada um de nós — disse ao passar por ele rumo à cama. — Não te incomodaria ter uma das minhas ex debaixo do mesmo teto? — ele questionou aborrecido com o pouco caso dela. — E com intenções ocultas. — Fiona é sua ex-noiva e trabalha do seu lado. — Afastando o cobertor, recordou: — Várias vezes tiveram de ficar sozinhos na sala dela e não liguei. — É diferente e você sabe disso. — Não sei de nada — murmurou entrando embaixo da coberta. Queria não ter perdido seu quarto. Ter privacidade e evitar uma DR[1] sem sentido seria acalentador. Olhando pa