Mary
Na manhã seguinte demos início ao que realmente viemos fazer aqui. Nanda começou a falar sobre tudo o que queria em seu casamento enquanto Ana anotava o que conseguia.
- Deixa eu ver se entendi, você quer flores azuis? Mas nada azul faz parte do tema do casamento? Isso não faz muito sentido. - Ana comentou. - Talvez flores brancas ou violetas...
- Não, azuis. - Nanda afirmou.
- Não vai combinar. - Ana retrucou tentando mostrar seu ponto.
- Mas eu quero flores azuis.
- Tudo bem. - Suspirou anotando.
- Ótimo, o meu vestido será branco, com um longo véu e duas amigas minhas estarão me ajudando a desenrolá-lo porque eu não quero nenhuma de vocês atrás de mim.
- Claro... - Murmurei colocando meus óculos escuros e bebendo mais um gole do meu café.
- O bolo quero quatro andares, já tenho em mente a confeitaria então teremos apenas que ir lá acertar as coisas.
- Ótimo, pelo menos o bolo e o vestido estão encaminhados. - Comentei. - Vamos andar pelo lugar, você pensa em usar todo o espaço ou só a parte externa?
- Todo o espaço.
- Tudo bem, precisamos que no dia a geladeira esteja vazia às vezes alguma coisa precisa ser guardada, um freezer precisa ser providenciado. E a água...
- Meu pai vai cuidar dessa parte ele contratou uma empresa para cuidar dos gastos com água. - Afirmou e assenti.
- Ótimo então você pode fazer uma lista do que quer e quais espaços serão usados e depois vamos avaliar tudo.
- Maravilha, entregarei até a noite. Ai! Estamos tão animados com isso. - Comentou e fechei minha agenda me encostando à poltrona. - Ana, poderia me dar um minuto com a Mary?
- Claro, eu preciso de um café mesmo. - Sorriu pegando suas coisas.
Retirei os óculos encarando Nanda que sorriu.
- Está tudo bem realmente? Não quero que se sinta mal. - Balançou a cabeça apoiando a mão em meu joelho.
- Mal? Por que me sentiria mal?
- Eu sei o quanto amou Theo e sei como deve estar sendo difícil.
- Nanda, isso não está sendo difícil, é o meu trabalho, eu amo o que faço e faço com prazer. Henry está aqui comigo e eu o amo agora, Theodore não passa de um passado esquecido. - Afirmei e a mesma recuou antes de limpar a garganta.
- Eu imagino como Henry deve ser um cara maravilhoso e sinceramente... Não entendo como... Como conseguiu. - Completou e sorri.
- Bem, ainda bem que estou namorando ele e não você. Se é só isso...
- Você sabe que eu poderia ter contratado qualquer empresa para ajudar no meu casamento. - Comentou se levantando.
- Sim eu sei você queria que eu visse. - Conclui.
- Talvez...
- Mas te decepciona eu não estar aqui sozinha e chorando pelos cantos, eu só te dou um conselho Nanda, certifique-se de que ele vai aparecer lá e deixa que do meu namoro eu cuido. - Disse saindo enquanto a mesma cruzava os braços.
- Tudo bem? - Henry perguntou assim que entrei batendo a porta.
- Ela é tão... Aquela vaca, eu sabia. - Afirmei e Henry suspirou fechando seu Mac.
- Quer começar do começo talvez?
- A gente estava lá e assim que acabou a reunião ela pediu para a Ana sair e começou a destilar o veneno. Ela queria me ver aqui humilhada, chorando enquanto preparo o casamento daquele idiota. Ela acha que eu não sou boa o suficiente para você, ninguém está acreditando na gente! - Exclamei.
- Calma... Você precisa relaxar.
- Como você consegue ficar tão calmo? Ser tão calmo? - Perguntei e o mesmo estendeu a mão para que eu pegasse.
- Vamos dar uma volta. - Disse segurando minha mão e abriu a porta do quarto. Sai com ele mesmo contrariada e seguimos para o jardim.
- Quando eu estou no meio de um surto você me traz para o jardim?
- Não gosto de pessoas surtando. - Sorriu sentando-se no banco e me sentei de frente para ele com uma perna de cada lado do banco estreito.
- Ela vai me infernizar esses dois meses... - Bufei. - E o pior, ela não acredita nisso. - Sussurrei apontando para nós.
- Você fica linda quando está nervosa. - Afirmou e olhei para ele parando de falar.
- O quê? - Perguntei confusa.
- Nós vamos ficar bem, já disse isso. - Assegurou acariciando meu rosto e congelei no lugar.
- Henry... Eu...
- Nós temos química, você sempre me deixa sem chão e sem controle. - Sussurrou se aproximando e segurou meu rosto com as duas mãos. - Como alguém não acreditaria nisso?
Fechei meus olhos no minuto em que seus lábios tocaram os meus. Um arrepio de desejo percorreu meu corpo enquanto sua boca explorava a minha. Segurei em seu cabelo puxando-o mais para mim tornando o beijo mais urgente quando ouvi passos na grama e Henry se afastou subitamente me deixando desnorteada.
- Pronto. - Disse levantando. - Agora não tem ninguém que não acredite em nós. - Afirmou saindo e o observei confusa e no minuto que olhei para trás pude ver Nanda entrando na casa. Era isso, ele estava fingindo e eu estava sendo uma completa otária.
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Henry não tocou no assunto depois do acontecimento e eu estava me sentindo um poço de vergonha. Eu retribui o beijo e ele sabe que foi porque eu quis, sabe que eu não fazia ideia que Nanda estava ali.
- Não vai descer para almoçar? - Henry perguntou e balancei a cabeça.
- Vou depois, preciso terminar algumas coisas...
- Mary? - Bufei ouvindo a voz de Nanda e Henry sorriu abrindo a porta. - Desculpa interromper, mas Mary seus pais chegaram.
- Quem?! - Gritei pulando da cama.
- Seus pais, eu me esqueci de dizer que eles vinham? - Perguntou. - Eles estão esperando lá embaixo. - Sorriu saindo.
- Não acredito... Fica aqui, eu vou lá e você fica aqui. - Mandei.
- Tudo bem. - Afirmou sentando-se na cama e corri para baixo.
- Querida, que saudade! - Minha mãe exclamou assim que me viu.
- Oi mãe... Oi pai. - Sorri abraçando os dois.
- Cadê o rapaz? Nanda já nos contou. - Disse meu pai.
- Não acredito que não nos contou que estava namorando...
- Ah, eu...
- A culpa é minha. - Henry afirmou e arregalei os olhos. - Estive muito ocupado e não tive tempo de conhecê-los, mas é um imenso prazer.
- Ele é o Henry das empresas S.C. - Disse Francis e meu pai assentiu estendendo a mão.
- É uma empresa de muito sucesso. - Murmurou enquanto o cumprimentava.
- É um prazer conhecê-lo. - Disse minha mãe abraçando Henry.
- É ótimo conhecê-los. - Sorriu simpático e se colocou ao meu lado passando o braço pela minha cintura.
- Vamos todos para a cidade, meu pai fez reservar para o jantar, os carros estão prontos. - Nanda avisou.
- Vamos apenas nos trocar. - Minha mãe avisou e Ana apareceu tirando seus fones.
- Tudo bem por aqui? - Perguntou se aproximando. - Senhor e senhora Tullin. - Sorriu.
- Ana querida está linda. - Meu pai sorriu abraçando-a assim como minha mãe.
- Vamos jantar fora, Nanda pediu para nos apresarmos. - Avisei e a mesma assentiu.
- Vou tomar um banho rápido então, foi um prazer revê-los. - Acenou correndo para cima e subimos também para nos arrumar.
- Eu já tomei banho. - Avisei e Henry assentiu.
- Vou tomar um rápido então. - Murmurou tirando a camisa e parei olhando para ele.
- É... Tudo bem. - Tossi desviando o olhar.
- Tudo bem em relação aos seus pais? - Perguntou abrindo a calça e balancei a cabeça.
- Eles são um pouco empolgados no início, mas melhora. - Brinquei tentando aliviar a tensão que apenas eu parecia sentir e me virei para a minha mala pegando um vestido branco e outro azul.
- Eu recomendaria o branco. - Senti o hálito de Henry em meu pescoço e saltei de susto batendo contra o seu peito. Ele sorriu segurando em meus braços ainda de costas e colocou a mão a minha frente pegando o vestido azul e jogando de volta na mala. - Você quem sabe, mas o branco e melhor. - Sussurrou próximo ao meu ouvido.
- Hum...
- Eu vou tomar banho. - Disse e se afastou tão rápido quanto se aproximou.
Respirei fundo sentando na cama e balancei a cabeça olhando para o vestido. Ele tinha que parar de fazer isso comigo.
MaryAssim que chegamos todos ao restaurante esperamos que arrumassem nossa mesa e seguimos para a mesma. Henry estava ao meu lado com o braço em volta da minha cintura.Ele se manteve sempre perto desde que saímos de casa, já desconfiaram de nós uma vez e isso não poderia acontecer novamente.Sentamo-nos, Henry do meu lado direito e Nanda do meu lado esquerdo. A minha frente meus pais e Ana, ao lado os pais de Nanda e as amigas.- Eu amo esse restaurante, na verdade amo comida italiana. Theo me pediu em casamento em um restaurante italiano. - Gabou-se Nanda e peguei o cardápio.- É realmente ótimo saber que vocês estão indo bem. - Disse minha mãe em seu tom de gentileza. Sabia que assim como eu ela achava isso uma palhaçada na maior parte do tempo.- Ah, tudo isso aconteceu tão rápido que eu ainda estou abobado. - Francis sorriu. - Namoraram sei lá, um ano?- Ai pai, nos amamos e estamos querendo firmar o nosso amor o quanto antes. - Afirmou e sorri. Era estranho ver como ela estava
MaryO resto da semana passou tranquilamente. Fizemos o mapeamento do lugar para termos uma noção do que faríamos em cada espaço usado. Faltava apenas um dia para irmos embora.Henry nunca comentou sobre nossa conversa de alguns dias atrás. Talvez ele tivesse soltado aqui em um momento impensado, mas aquilo perecia verdade.- Mary. - Henry chamou e me levantei da sala onde estava com os outros seguindo até ele.- Tudo bem?- Ocorreu um imprevisto na empresa, vou precisar voltar hoje. - Disse parecendo agitado.- Hoje? O que aconteceu?- O meu assistente adiantou algumas reuniões importantes e eu preciso estar lá. Desculpe-me por isso. - Murmurou e assenti.- Claro tudo bem. - Sorri.- Se você quiser voltar comigo posso reservar uma passagem para você também, caso não queira ficar sozinha. - Ofereceu e assenti.- Isso seria ótimo. - Afirmei.Henry subiu para reservar as passagens e voltei para a sala.- Tudo bem? - Meu pai perguntou.- Problema no trabalho. - Murmurei. - Vamos precisar
MaryAs coisas no escritório iam bem, o casamento de Nanda estava nos dando um trabalho e tanto ainda mais por conta da localização, já que teríamos que planejar aqui e arrumar tudo lá.Seguia agora para a casa de Henry, eram quase sete da noite e ele havia me perguntado se poderíamos jantar lá. Parei na portaria saindo do Uber esperando a autorização e logo os portões se abriram e entrei.Sorri para o senhor de cabelos grisalhos que sorriu de volta me levando até o elevador.- Tenha uma boa noite senhorita Tullin. - Desejou.- Obrigada José. - Sorri apertando o botão do elevador. Suspirei segurando em minha bolsa e coloquei o cabelo para trás da orelha olhando para os números do elevador.Assim que o *plim* soou o elevador se abriu no andar da cobertura e Henry apareceu com as mãos nos bolsos da calça social preta que usava e um sorriso convidativo no rosto.- Pode entrar quando quiser. - Brincou e sorri saindo do elevador. O primeiro cômodo era a sala, um espaço amplo de conceito ab
Mary- Ai que ódio! – Exclamei jogando as flores na mesa e Ana ergueu a cabeça me encarando.- Você vai me dizer o que as flores fizeram ou eu vou ter que perguntar para elas? – Perguntou largando a pasta que olhava.- Algumas noites atrás eu tive uma conversa com o Henry. – Comecei e a mesma assentiu se sentando. – Ele me disse que o amor era um conto de fadas, que era doloroso e desnecessário. Disse que eu só acabei nessa situação porque me deixei levar pela ingenuidade do meu coração e se eu não tivesse feito isso eu teria percebido que Theodore não iria estar lá.- Bem, ele está parcialmente certo, talvez se você tivesse sido um pouquinho mais racional no lance do Theodore...- O problema é que eu não disse nada, eu fiquei sem palavras e nos últimos dias eu tenho pensado em várias possíveis respostas para ele. E na hora eu não consegui nem pensar! – Exclamei e Ana sorriu.- Você vive fazendo isso, até em discussões comigo. Achei que já tivesse se acostumado.- É que ele é tão ar
HenrySentei-me na cama apertando o botão que afastava as cortinas do quarto e me aproximei da janela olhando para a manhã já movimentada que começava. Peguei o jornal que já estava em minha cômoda e sorri debochado ao ver a manchete."Bilionário e herdeiro das empresas S.C é visto em clima de romance com suposta namorada. Casal trocou carinhos durante uma partida privada de boliche na noite de ontem e mostrou paixão e sintonia durante todo o momento. Parece que alguém finalmente fisgou um dos bilionários mais cobiçados de Nova Iorque." Suspirei largando o jornal na mesinha e segui para o banheiro ligando a ducha. Deixei que meu corpo relaxa-se em um banho tranquilo enquanto lembranças da noite de ontem ainda rondavam minha mente.Tudo era diferente com Mary, era como se um sorriso fosse muito mais fácil apenas ela estando por perto. Sabia que não podia continuar beijando-a quando me desse na telha, mas era muito mais fácil falar do que fazer. Fechei o chuveiro e puxei a toalha seca
MaryAna passou a tarde escutando com atenção a história que Henry me explicou ontem e agora eu explicava para ela.- Deixa só essa Lizz vim que eu dou um pega nela rapidinho pra ver se desencana dessa coisa ex submissa doida de Christian Grey. Estou falando sério Mary, no livro isso é muito legal, mas se a doida acha que vai ficar te cercando ela está enganada, deixa ela aparecer aqui de novo... - Ameaçou.- Henry disse que iria falar com os pais dela hoje, disse que vai pagar o tratamento dela e assim ela pode ficar fora das ruas. Ela deve ter algum tipo de transtorno que só se agrava com as drogas, isso não é normal.- Se minha mãe estivesse aqui diria que é frescura. - Afirmou se jogando na cadeira e sorri.- Ainda bem que ela não está não é?- Claro... Claro. - Sorriu girando sua cadeira.- Eu preciso que não conte isso a ninguém. - Pedi.- Sou um túmulo minha filha. - Disse pegando sua carteira. - Vamos almoçar?- Henry disse que passaria aqui para me contar como foram as coisas
MaryAgradeci Henry pelo jantar ainda envolvida pelo pequeno momento na mesa e o mesmo me acompanhou até o elevador.- Por que não fica? - Perguntou.- Como?- Está tarde e como ainda não coloquei seguranças no seu prédio, não me sinto seguro em deixá-la ir. Eu tenho quartos de hóspedes, você sabe...- Aonde costuma levar suas garotas de uma noite. - Afirmei.- Podemos fazer uma troca, você dorme no meu quarto e eu no de hóspedes. - Sugeriu e o encarei.- Não é preciso, eu posso-- Faço questão! Assim eu poderei dormir mais tranquilo também. - Disse e suspirei. - Posso te emprestar alguma coisa para dormir. - Ofereceu.- Tudo bem. - Murmurei. - Eu posso ficar essa noite. - Garanti e o mesmo sorriu deixando que o elevador se fechasse.Henry me levou até seu quarto e entrou no closet saindo de lá um pouco depois com uma camisa e uma cueca.- Limpas. Caso não queira continuar com a sua calcinha. - Disse colocando tudo em cima da cama. Ele abriu as portas de correr do armário no canto d
HenryAbri as cortinas contemplando o céu nublado dessa manhã e olhei para a cama onde Mary estava enrolada ao edredom com um dos braços para fora e as canelas expostas. Seus cabelos loiros estavam por todo o travesseiro e como eu havia prometido a ela eu a satisfiz por toda a noite.Sua pele macia e aveludada era a minha perdição e seus gemidos prazerosos e nada contidos continuavam fodendo a minha mente. Não estávamos falando de uma noite, estávamos falando de mais. Ela era meiga, doce e sorridente, mas na cama era uma devassa dona do controle e muito gostosa.Eu queria aquilo de novo.Mary se remexeu na cama e voltei a fechar as cortinas seguindo para o banheiro. Liguei o chuveiro entrando debaixo da água morna e suspirei apoiando a testa na parede. Meu corpo pela primeira vez se sentia cansado depois de uma noite de prazer, eu nunca me senti assim, mas Mary exigia de mim exatamente aquilo que eu exigia dela. Tudo.Vi suas mãos delicadas subirem pelo meu abdômen e senti seus s