Capítulo 7

Mary

O resto da semana passou tranquilamente. Fizemos o mapeamento do lugar para termos uma noção do que faríamos em cada espaço usado. Faltava apenas um dia para irmos embora.

Henry nunca comentou sobre nossa conversa de alguns dias atrás. Talvez ele tivesse soltado aqui em um momento impensado, mas aquilo perecia verdade.

- Mary. - Henry chamou e me levantei da sala onde estava com os outros seguindo até ele.

- Tudo bem?

- Ocorreu um imprevisto na empresa, vou precisar voltar hoje. - Disse parecendo agitado.

- Hoje? O que aconteceu?

- O meu assistente adiantou algumas reuniões importantes e eu preciso estar lá. Desculpe-me por isso. - Murmurou e assenti.

- Claro tudo bem. - Sorri.

- Se você quiser voltar comigo posso reservar uma passagem para você também, caso não queira ficar sozinha. - Ofereceu e assenti.

- Isso seria ótimo. - Afirmei.

Henry subiu para reservar as passagens e voltei para a sala.

- Tudo bem? - Meu pai perguntou.

- Problema no trabalho. - Murmurei. - Vamos precisar voltar hoje, como nós já acabamos aqui, pensei em voltar com ele.

- Mas já?! Amanhã haverá a festa. - Nanda afirmou.

- Eu nos representarei. - Ana garantiu e sorri.

- Desculpem ter que ir assim, mas é importante. - Levantei.

- Tudo bem querida, pode ir. - Minha sorriu e a abracei antes de me despedir dos outros.

Henry me ajudou com a mala enquanto falava no telefone arrumando nosso voo e Theo o ajudou a descer com tudo.

- Até depois de amanhã amiga, espero que tenha dado uns bons pegas nesse homem. - Disse Ana me abraçando e sorri.

- Depois eu te conto. - Pisquei e a mesma arregalou os olhos gargalhando.

- Safada. - Acusou e gargalhei.

Despedi-me dos meus pais prometendo uma visita e de Francis e sua mulher. Estiquei minha mão para Theodore que mantinha sua cara fechada e a apertou com firmeza.

- Você não precisa ir com ele. - Murmurou contrariado.

- Mas ele é meu namorado e eu quero ir. - Afirmei me despedindo de Nanda e caminhei até Henry que me esperava encostado ao carro depois de se despedir de todos.

- Quer mesmo ir? - Perguntou e assenti. Não aguentava mais ficar aqui rodeada dessas coisas do casamento.

          &&&

Depois de algumas horas de voo chegamos ao aeroporto perto das duas da manhã. Um senhor de cabelos grisalhos apareceu no desembarque e nos ajudou com as malas colocando-as no SUV de Henry e entrou no lado do motorista.

Henry abriu a porta para mim e entrei no carro escorregando mais para o lado para que o mesmo entrasse. Assim que ele fechou a porta o carro começou a andar saindo do aeroporto.

- Cansada? - Perguntou.

- Um pouco. - Sorri.

- Como faremos agora, nos veremos apenas no dia do casamento?

- Acho que seria melhor continuar nos vendo, quer dizer, vai ser estranho você sumir por dois meses e depois aparecer.

- Tem razão, seriamos como dois completos estranhos novamente. - Sorriu.

- Sim... Quem sabe um jantar... - Sugeri.

- Sábado? - Perguntou enquanto o carro seguia para o meu apartamento.

- Está ótimo. - Sorri.

- Combinado então.

Seguimos calados os restos do tempo até meu apartamento. O senhor me ajudou com as malas e Henry se despediu voltando para o carro. Olhei para ele que sumia virando a rua e suspirei levando minhas malas para o elevador.

A verdade é que tudo havia voltado diferente em mim, tudo o que ele me dizia, seus beijos, a sua intensidade... Isso era algo que eu queria, mas não podia ter.

Assim que abri a porta entrei arrastando as malas e liguei a luz me jogando no sofá depois de fechar a porta. Suspirei olhando ao redor meu espaçoso apartamento e balancei a cabeça.

Isso não deveria ser tão complicado. Eu não deveria ser tão complicada.

Segui para o banheiro ligando a água da banheira e coloquei alguns sais lá dentro antes de sair. Tranquei a porta ligando a TV e deixei em um programa aleatório apenas para evitar o silêncio. Peguei o roupão e entrei no banheiro encostando a porta.

Retirei minha calça e minha blusa, minha roupa íntima e por fim desliguei a água entrando com cuidado na banheira. Afundei meu corpo na água morna relaxando e fechei meus olhos.

Essas duas semanas haviam sido mais conturbadas do que esperava. Henry me ajudou muito e isso era um fato, mas os seus momentos de impulsividade que me levavam a beira da insanidade em apenas alguns dias não saíam da minha cabeça.

O jeito que suas mãos fortes me seguravam, o jeito que seu peito subia e descia em busca de ar, a maneira como seus lábios atacavam os meus e me arrebatavam totalmente.

Henry era reservado, às vezes ignorante e até mesmo grosso, mas tudo o que fazia era carregado de intensidade. Ele era bem mais do que um bilionário mulherengo, e enquanto a minha consciência manda que eu corra para o mais longe possível meu corpo torce para que ele sempre se mantenha por perto.

          Henry

     =Dia Seguinte=

O despertador tocou as seis em ponto. Levantei da cama seguindo direto para o banheiro e tirei a calça abrindo o chuveiro.

Depois do banho coloquei o terno já separado na noite anterior, ajeitei a gravata e coloquei os sapatos bem lustrados. Ajeitei o cabelo passando perfume e descendo logo depois.

Ruth já estava na cozinha e o cheiro de café já dominava o andar debaixo. Sentei-me no banco e Ruth sorriu.

- Bom dia menino, o que vai querer para o café? - Perguntou bem humorada como sempre.

- Café preto apenas. - Pedi abrindo o jornal.

- Lá vem você com sua mania de não comer pela manhã. - Reclamou enquanto me servia uma xícara de café.

- Não tenho fome pela manhã, mas depois como alguma coisa. - Murmurei desinteressado e voltei a olhar para o jornal.

Depois do café segui para o carro e José já me esperava. Entrei no carro esperando o mesmo se acomodar em seu lugar e comecei a checar meus e-mails enquanto saíamos da garagem. José parou o carro fazendo-me olhar para frente e vi Mary parada em frente ao apartamento olhando em seu celular.

- Só um minuto. - Pedi saindo do carro e segui até ela tocando seu ombro. - Mary?

- Oi. - Sorriu parecendo sem graça.

- O que faz aqui?

- Bom dia, é... Trabalho. - Disse apontando para o prédio.

- Ah. - Murmurei um tanto decepcionado. - Não sabia que alguém do prédio vai casar.

- O casal do terceiro andar. - Disse olhando nos seus papéis. - Estou um pouco atrasada então...

- Claro, tenha um bom dia. - Desejei e a mesma sorriu assentindo.

- Você também Henry.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo