Mary
O resto da semana passou tranquilamente. Fizemos o mapeamento do lugar para termos uma noção do que faríamos em cada espaço usado. Faltava apenas um dia para irmos embora.
Henry nunca comentou sobre nossa conversa de alguns dias atrás. Talvez ele tivesse soltado aqui em um momento impensado, mas aquilo perecia verdade.
- Mary. - Henry chamou e me levantei da sala onde estava com os outros seguindo até ele.
- Tudo bem?
- Ocorreu um imprevisto na empresa, vou precisar voltar hoje. - Disse parecendo agitado.
- Hoje? O que aconteceu?
- O meu assistente adiantou algumas reuniões importantes e eu preciso estar lá. Desculpe-me por isso. - Murmurou e assenti.
- Claro tudo bem. - Sorri.
- Se você quiser voltar comigo posso reservar uma passagem para você também, caso não queira ficar sozinha. - Ofereceu e assenti.
- Isso seria ótimo. - Afirmei.
Henry subiu para reservar as passagens e voltei para a sala.
- Tudo bem? - Meu pai perguntou.
- Problema no trabalho. - Murmurei. - Vamos precisar voltar hoje, como nós já acabamos aqui, pensei em voltar com ele.
- Mas já?! Amanhã haverá a festa. - Nanda afirmou.
- Eu nos representarei. - Ana garantiu e sorri.
- Desculpem ter que ir assim, mas é importante. - Levantei.
- Tudo bem querida, pode ir. - Minha sorriu e a abracei antes de me despedir dos outros.
Henry me ajudou com a mala enquanto falava no telefone arrumando nosso voo e Theo o ajudou a descer com tudo.
- Até depois de amanhã amiga, espero que tenha dado uns bons pegas nesse homem. - Disse Ana me abraçando e sorri.
- Depois eu te conto. - Pisquei e a mesma arregalou os olhos gargalhando.
- Safada. - Acusou e gargalhei.
Despedi-me dos meus pais prometendo uma visita e de Francis e sua mulher. Estiquei minha mão para Theodore que mantinha sua cara fechada e a apertou com firmeza.
- Você não precisa ir com ele. - Murmurou contrariado.
- Mas ele é meu namorado e eu quero ir. - Afirmei me despedindo de Nanda e caminhei até Henry que me esperava encostado ao carro depois de se despedir de todos.
- Quer mesmo ir? - Perguntou e assenti. Não aguentava mais ficar aqui rodeada dessas coisas do casamento.
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Depois de algumas horas de voo chegamos ao aeroporto perto das duas da manhã. Um senhor de cabelos grisalhos apareceu no desembarque e nos ajudou com as malas colocando-as no SUV de Henry e entrou no lado do motorista.
Henry abriu a porta para mim e entrei no carro escorregando mais para o lado para que o mesmo entrasse. Assim que ele fechou a porta o carro começou a andar saindo do aeroporto.
- Cansada? - Perguntou.
- Um pouco. - Sorri.
- Como faremos agora, nos veremos apenas no dia do casamento?
- Acho que seria melhor continuar nos vendo, quer dizer, vai ser estranho você sumir por dois meses e depois aparecer.
- Tem razão, seriamos como dois completos estranhos novamente. - Sorriu.
- Sim... Quem sabe um jantar... - Sugeri.
- Sábado? - Perguntou enquanto o carro seguia para o meu apartamento.
- Está ótimo. - Sorri.
- Combinado então.
Seguimos calados os restos do tempo até meu apartamento. O senhor me ajudou com as malas e Henry se despediu voltando para o carro. Olhei para ele que sumia virando a rua e suspirei levando minhas malas para o elevador.
A verdade é que tudo havia voltado diferente em mim, tudo o que ele me dizia, seus beijos, a sua intensidade... Isso era algo que eu queria, mas não podia ter.
Assim que abri a porta entrei arrastando as malas e liguei a luz me jogando no sofá depois de fechar a porta. Suspirei olhando ao redor meu espaçoso apartamento e balancei a cabeça.
Isso não deveria ser tão complicado. Eu não deveria ser tão complicada.
Segui para o banheiro ligando a água da banheira e coloquei alguns sais lá dentro antes de sair. Tranquei a porta ligando a TV e deixei em um programa aleatório apenas para evitar o silêncio. Peguei o roupão e entrei no banheiro encostando a porta.
Retirei minha calça e minha blusa, minha roupa íntima e por fim desliguei a água entrando com cuidado na banheira. Afundei meu corpo na água morna relaxando e fechei meus olhos.
Essas duas semanas haviam sido mais conturbadas do que esperava. Henry me ajudou muito e isso era um fato, mas os seus momentos de impulsividade que me levavam a beira da insanidade em apenas alguns dias não saíam da minha cabeça.
O jeito que suas mãos fortes me seguravam, o jeito que seu peito subia e descia em busca de ar, a maneira como seus lábios atacavam os meus e me arrebatavam totalmente.
Henry era reservado, às vezes ignorante e até mesmo grosso, mas tudo o que fazia era carregado de intensidade. Ele era bem mais do que um bilionário mulherengo, e enquanto a minha consciência manda que eu corra para o mais longe possível meu corpo torce para que ele sempre se mantenha por perto.
Henry
=Dia Seguinte=
O despertador tocou as seis em ponto. Levantei da cama seguindo direto para o banheiro e tirei a calça abrindo o chuveiro.
Depois do banho coloquei o terno já separado na noite anterior, ajeitei a gravata e coloquei os sapatos bem lustrados. Ajeitei o cabelo passando perfume e descendo logo depois.
Ruth já estava na cozinha e o cheiro de café já dominava o andar debaixo. Sentei-me no banco e Ruth sorriu.
- Bom dia menino, o que vai querer para o café? - Perguntou bem humorada como sempre.
- Café preto apenas. - Pedi abrindo o jornal.
- Lá vem você com sua mania de não comer pela manhã. - Reclamou enquanto me servia uma xícara de café.
- Não tenho fome pela manhã, mas depois como alguma coisa. - Murmurei desinteressado e voltei a olhar para o jornal.
Depois do café segui para o carro e José já me esperava. Entrei no carro esperando o mesmo se acomodar em seu lugar e comecei a checar meus e-mails enquanto saíamos da garagem. José parou o carro fazendo-me olhar para frente e vi Mary parada em frente ao apartamento olhando em seu celular.
- Só um minuto. - Pedi saindo do carro e segui até ela tocando seu ombro. - Mary?
- Oi. - Sorriu parecendo sem graça.
- O que faz aqui?
- Bom dia, é... Trabalho. - Disse apontando para o prédio.
- Ah. - Murmurei um tanto decepcionado. - Não sabia que alguém do prédio vai casar.
- O casal do terceiro andar. - Disse olhando nos seus papéis. - Estou um pouco atrasada então...
- Claro, tenha um bom dia. - Desejei e a mesma sorriu assentindo.
- Você também Henry.
MaryAs coisas no escritório iam bem, o casamento de Nanda estava nos dando um trabalho e tanto ainda mais por conta da localização, já que teríamos que planejar aqui e arrumar tudo lá.Seguia agora para a casa de Henry, eram quase sete da noite e ele havia me perguntado se poderíamos jantar lá. Parei na portaria saindo do Uber esperando a autorização e logo os portões se abriram e entrei.Sorri para o senhor de cabelos grisalhos que sorriu de volta me levando até o elevador.- Tenha uma boa noite senhorita Tullin. - Desejou.- Obrigada José. - Sorri apertando o botão do elevador. Suspirei segurando em minha bolsa e coloquei o cabelo para trás da orelha olhando para os números do elevador.Assim que o *plim* soou o elevador se abriu no andar da cobertura e Henry apareceu com as mãos nos bolsos da calça social preta que usava e um sorriso convidativo no rosto.- Pode entrar quando quiser. - Brincou e sorri saindo do elevador. O primeiro cômodo era a sala, um espaço amplo de conceito ab
Mary- Ai que ódio! – Exclamei jogando as flores na mesa e Ana ergueu a cabeça me encarando.- Você vai me dizer o que as flores fizeram ou eu vou ter que perguntar para elas? – Perguntou largando a pasta que olhava.- Algumas noites atrás eu tive uma conversa com o Henry. – Comecei e a mesma assentiu se sentando. – Ele me disse que o amor era um conto de fadas, que era doloroso e desnecessário. Disse que eu só acabei nessa situação porque me deixei levar pela ingenuidade do meu coração e se eu não tivesse feito isso eu teria percebido que Theodore não iria estar lá.- Bem, ele está parcialmente certo, talvez se você tivesse sido um pouquinho mais racional no lance do Theodore...- O problema é que eu não disse nada, eu fiquei sem palavras e nos últimos dias eu tenho pensado em várias possíveis respostas para ele. E na hora eu não consegui nem pensar! – Exclamei e Ana sorriu.- Você vive fazendo isso, até em discussões comigo. Achei que já tivesse se acostumado.- É que ele é tão ar
HenrySentei-me na cama apertando o botão que afastava as cortinas do quarto e me aproximei da janela olhando para a manhã já movimentada que começava. Peguei o jornal que já estava em minha cômoda e sorri debochado ao ver a manchete."Bilionário e herdeiro das empresas S.C é visto em clima de romance com suposta namorada. Casal trocou carinhos durante uma partida privada de boliche na noite de ontem e mostrou paixão e sintonia durante todo o momento. Parece que alguém finalmente fisgou um dos bilionários mais cobiçados de Nova Iorque." Suspirei largando o jornal na mesinha e segui para o banheiro ligando a ducha. Deixei que meu corpo relaxa-se em um banho tranquilo enquanto lembranças da noite de ontem ainda rondavam minha mente.Tudo era diferente com Mary, era como se um sorriso fosse muito mais fácil apenas ela estando por perto. Sabia que não podia continuar beijando-a quando me desse na telha, mas era muito mais fácil falar do que fazer. Fechei o chuveiro e puxei a toalha seca
MaryAna passou a tarde escutando com atenção a história que Henry me explicou ontem e agora eu explicava para ela.- Deixa só essa Lizz vim que eu dou um pega nela rapidinho pra ver se desencana dessa coisa ex submissa doida de Christian Grey. Estou falando sério Mary, no livro isso é muito legal, mas se a doida acha que vai ficar te cercando ela está enganada, deixa ela aparecer aqui de novo... - Ameaçou.- Henry disse que iria falar com os pais dela hoje, disse que vai pagar o tratamento dela e assim ela pode ficar fora das ruas. Ela deve ter algum tipo de transtorno que só se agrava com as drogas, isso não é normal.- Se minha mãe estivesse aqui diria que é frescura. - Afirmou se jogando na cadeira e sorri.- Ainda bem que ela não está não é?- Claro... Claro. - Sorriu girando sua cadeira.- Eu preciso que não conte isso a ninguém. - Pedi.- Sou um túmulo minha filha. - Disse pegando sua carteira. - Vamos almoçar?- Henry disse que passaria aqui para me contar como foram as coisas
MaryAgradeci Henry pelo jantar ainda envolvida pelo pequeno momento na mesa e o mesmo me acompanhou até o elevador.- Por que não fica? - Perguntou.- Como?- Está tarde e como ainda não coloquei seguranças no seu prédio, não me sinto seguro em deixá-la ir. Eu tenho quartos de hóspedes, você sabe...- Aonde costuma levar suas garotas de uma noite. - Afirmei.- Podemos fazer uma troca, você dorme no meu quarto e eu no de hóspedes. - Sugeriu e o encarei.- Não é preciso, eu posso-- Faço questão! Assim eu poderei dormir mais tranquilo também. - Disse e suspirei. - Posso te emprestar alguma coisa para dormir. - Ofereceu.- Tudo bem. - Murmurei. - Eu posso ficar essa noite. - Garanti e o mesmo sorriu deixando que o elevador se fechasse.Henry me levou até seu quarto e entrou no closet saindo de lá um pouco depois com uma camisa e uma cueca.- Limpas. Caso não queira continuar com a sua calcinha. - Disse colocando tudo em cima da cama. Ele abriu as portas de correr do armário no canto d
HenryAbri as cortinas contemplando o céu nublado dessa manhã e olhei para a cama onde Mary estava enrolada ao edredom com um dos braços para fora e as canelas expostas. Seus cabelos loiros estavam por todo o travesseiro e como eu havia prometido a ela eu a satisfiz por toda a noite.Sua pele macia e aveludada era a minha perdição e seus gemidos prazerosos e nada contidos continuavam fodendo a minha mente. Não estávamos falando de uma noite, estávamos falando de mais. Ela era meiga, doce e sorridente, mas na cama era uma devassa dona do controle e muito gostosa.Eu queria aquilo de novo.Mary se remexeu na cama e voltei a fechar as cortinas seguindo para o banheiro. Liguei o chuveiro entrando debaixo da água morna e suspirei apoiando a testa na parede. Meu corpo pela primeira vez se sentia cansado depois de uma noite de prazer, eu nunca me senti assim, mas Mary exigia de mim exatamente aquilo que eu exigia dela. Tudo.Vi suas mãos delicadas subirem pelo meu abdômen e senti seus s
HenryMeu celular tocava insistentemente enquanto eu me negava a abrir os olhos. Eu estava cansado e precisa dormir um pouco mais. Bufei esticando o braço até a mesinha e tateei a mesma até encontrar o celular abrindo um pouco os olhos apenas para deslizar pelo lado certo."Quem é?" - Perguntei sem esconder meu mau humor."Sua mãe desgraça. Onde você passou a noite Henry?""Laura?""Você pediu para que eu te esperasse para jantar e sumiu!" - Exclamou irritada."Eu jantei em outro lugar, desculpa, esqueci-me de avisar que não iria para casa." - Murmurei olhando para Mary que continuava adormecida em meu peito."Vai vim para casa não?""Agora não. Em duas ou três horas eu estou ai.""Não esquece que eu vou embora hoje à noite.""Tudo bem, vou desligar Laura.""Manda um beijo para a loira do jornal. É com ela que você tá, né?""Tchau.""Trás ela hoje, um almoço aqui.""Vou ver.""Tchau Henry."Desliguei o celular colocando ele onde estava anteriormente e suspirei frustrado pelo sono pe
MaryMinhas malas estavam arrumadas no canto da porta enquanto esperava Henry chegar. Estava ansiosa com o fim de semana, nunca havíamos passado dois dias inteiros juntos sem contar com as noites e isso era um avanço no que seja lá que estamos tendo.Ouvi a batida suave na porta e abri a mesma sorrindo para José.- Boa noite senhorita, onde estão as malas? – Perguntou simpático como sempre.- Aqui ao lado da porta José. – Disse pegando minha bagagem de mão e José pegou a outra. Tranquei a porta e joguei a chave dentro da bolsa seguindo para o elevador. – Onde está Henry?- Ele irá encontrá-la no jato senhorita.José seguiu para o aeroporto no Alfa Romeo de Henry. A cidade estava movimentada como sempre está à noite e a minha ansiedade por essa viagem apenas aumentava.Assim que chegamos ao aeroporto José nos encaminhou para a pista privada onde o jato das empresas S.C já aguardava. Henry caminhava pelo lado de fora com as mãos nos bolsos e o celular no ouvido enquanto parecia gr