Mary
Assim que chegamos todos ao restaurante esperamos que arrumassem nossa mesa e seguimos para a mesma. Henry estava ao meu lado com o braço em volta da minha cintura.
Ele se manteve sempre perto desde que saímos de casa, já desconfiaram de nós uma vez e isso não poderia acontecer novamente.
Sentamo-nos, Henry do meu lado direito e Nanda do meu lado esquerdo. A minha frente meus pais e Ana, ao lado os pais de Nanda e as amigas.
- Eu amo esse restaurante, na verdade amo comida italiana. Theo me pediu em casamento em um restaurante italiano. - Gabou-se Nanda e peguei o cardápio.
- É realmente ótimo saber que vocês estão indo bem. - Disse minha mãe em seu tom de gentileza. Sabia que assim como eu ela achava isso uma palhaçada na maior parte do tempo.
- Ah, tudo isso aconteceu tão rápido que eu ainda estou abobado. - Francis sorriu. - Namoraram sei lá, um ano?
- Ai pai, nos amamos e estamos querendo firmar o nosso amor o quanto antes. - Afirmou e sorri. Era estranho ver como ela estava fazendo exatamente o que eu fiz, mas espero que seu final seja diferente.
- Querida, quer ajuda com o cardápio? - Meu pai perguntou e olhei para ele. Henry abaixou seu cardápio me encarando e senti meu rosto corar.
- Mary faltava muito às aulas de italiano. - Minha mãe sorriu.
- Eu ajudo. - Henry anunciou pegando gentilmente meu cardápio. Todos olharam para escolher seus pratos e olhei para Henry. - O que tem em mente? - Perguntou.
- Não sei massa? - Perguntei e o mesmo balançou a cabeça. Henry fez nosso pedido em seu italiano perfeito que a sua entonação e a rouquidão da sua voz atribuía uma sensualidade até mesmo na hora de pedir comida.
Bebi um gole generoso do vinho que haviam servido e Henry me encarou.
- Alterne com água. - Indicou sussurrando ao pé do meu ouvido. Será que ele poderia me beijar novamente? Agora!
- Tudo bem. - Sussurrei soltando o ar preso em minha garganta.
- Então, há quanto tempo estão juntos? - Francis perguntou e olhei para ele.
- Oito meses. - Henry respondeu calmamente adotando seu tom neutro e inabalável.
- E por que a senhorita não nos avisou? - Meu pai perguntou divertido.
- Muito trabalho... E também estávamos querendo todo esse tempo para nós. - Disse tentando soar o menos sugestiva possível.
- Eu estive nos prédios da S.C há uns dois meses. As duas torres em Nova Iorque são realmente incríveis, tanto por fora quanto por dentro. - Francis elogiou.
- David meu arquiteto teve toda essa ideia das duas torres. - Henry comentou bebendo um pouco de água.
- Conseguimos um contrato com uma empresa semana passada. - Comentou. - Estamos muito animados para começar a trabalhar.
- Isso é ótimo. - Henry murmurou.
Nossa comida enfim chegou e me concentrei em meu prato permanecendo calada. Sabia que Francis estava chateado com a recusa do contrato da parte da S.C. Mas ficar falando disso toda hora era muito chato.
Depois do jantar veio à sobremesa e eu já estava me arrependendo de ter vindo com o vestido branco. Assim que fechamos a conta Henry se levantou me esperando e passou o braço pela minha cintura puxando-me para ele.
- Está satisfeita? - Perguntou e assenti.
- Estou sim, a comida estava boa?
- Agradável. - Sorriu sem mostrar os dentes e assenti enquanto saíamos do restaurante.
- Quer dar uma volta? - Perguntei.
- Tudo bem...
- A gente vai dar uma volta. - Avisei parada em frente ao restaurante.
- Como vocês vão voltar? - Meu pai perguntou.
- Táxi. - Disse pegando meu casaco no carro. - Não vamos demorar.
- Cuidado. - Francis alertou e assentimos. Henry colocou uma das mãos no bolso e entrelaçou a outra a minha. Seguimos assim até virar a esquina saindo da vista de todos e ele rapidamente soltou minha mão como se estivesse queimando.
- Então, bem legais os seus pais. - Comentou balançando a cabeça.
- Sim, são sim. Eles me deram um grande apoio depois de tudo. - Sorri.
- Como se sente sobre isso? - Perguntou e olhei para ele.
- Sobre o quê?
- Ele, o casamento, estar aqui...
- Não sei. - Murmurei subindo para a calçada. - Não parei para pensar sobre isso na verdade.
- Você ainda o ama?
- Não. - Afirmei. - Eu não o amo.
- Mas ele mexe com você... - Concluiu e suspirei. Não Henry, você mexe comigo, ele não faz nada.
- Ele é passado e deve ficar lá.
&&&
O táxi nos deixou em frente à mansão dos Byers e seguimos direto para as escadas com a intenção de subirmos para dormir já que todos pareciam estar fazendo o mesmo.
- Você acha mesmo que isso é possível? É ridículo. - Ouvi alguém do alto da escada e Henry parou me puxando para a parede.
- Ela parece bem. - Ouvi a voz da minha mãe.
- É só você juntar as coisas senhora Tullin, Henry Salt com sua filha? Desculpe-me, mas até Theodore a deixou...
- Minha filha tem plena capacidade de arrumar alguém como ele, essa história de fingir um namoro é a maior loucura que já ouvi Nanda. Mary não esta fazendo isso. - Afirmou e ouvimos os saltos baterem firme contra o assoalho indicando que minha mãe estava saindo e furiosa.
Henry me virou encostando-me na parede quando Nanda começou a descer e acariciou meu rosto.
- Sei que não posso ficar fazendo isso, mas é necessário. - Sussurrou aproximando seu rosto do meu.
- Henry... - Sussurrei sendo traída pela minha própria voz. Henry respirou fundo parecendo buscar por algum controle e seus lábios novamente se chocaram contra os meus. Meus dedos se enroscaram em seu cabelo e meu corpo foi levemente erguido pela proximidade do seu.
Um gemido de apreciação escapou abafado pelos meus lábios e ouvimos um pigarrear fazendo Henry se afastar lentamente. Olhei em seus olhos escurecidos pelo desejo enquanto nossas respirações ofegantes se misturavam. Eu queria beijá-lo novamente.
- Quando chegaram? - A voz de Nanda fez Henry desviar seu olhar se afastando lentamente e suspirei.
- É... Eu vou dormir. - Afirmei ignorando a pergunta de Nanda e correndo escada acima.
Dois meses... Não se iluda Mary, não faça isso com você mesma.
Henry
- Acho que vou subir também. - Murmurei um tempo depois que Mary subiu.
- Sabe, eu desconfiei bastante quando Mary apareceu com você. Aqui entre nós você pode me dizer caso ela seja uma amiga e você só esteja tentando ajudá-la a passar por isso. - Afirmou.
- Ela é sim uma amiga e namorada. - Disse seguindo para as escadas. - Ela seguiu em frente Nanda, então deixe Mary em paz.
Suspirei entrando no quarto e Mary já estava enrolada aos lençóis da cama. Tirei meus sapatos e meias me livrando da blusa em seguida e levantei desfazendo o cinto. Tirei a calça jeans que usava e coloquei tudo sobre a minha mala.
Segui para o banheiro colocando pasta na escova e escovei os dentes lavando a boca e o rosto em seguida. Era uma merda tudo isso, mas eu estava começando a gostar de beijar Mary, era sempre intenso, inesperado... Isso não deveria estar acontecendo.
- Está dormindo? - Perguntei olhando para Mary que balançou a cabeça abrindo os olhos. Abaixei-me próximo a cama e a mesma me analisou em silêncio. Seus grandes olhos azuis pareciam desvendar minha alma ao mesmo tempo em que parecia não entender nada. - Quer falar?
- Eu sou uma fracassada? - Perguntou.
- Por que não tem namorado?
- Eu estou organizando o casamento do meu ex. E se ela estiver certa? Ele me deixou no altar e se o problema for comigo? - Suspirei me sentando na cama e Mary se sentou abraçando os joelhos.
- Essa é uma forma totalmente errada de pensar. - Afirmei. - Ele te largou lá e a culpa não é e nunca foi sua e sim dele. Ele foi um covarde, teve medo e a culpa é dele.
- Às vezes eu sinto que nunca segui em frente... Sempre fique parada no mesmo lugar na minha vida amorosa, eu tive alguns homens depois dele, mas nunca consegui me conectar a ninguém. - Sussurrou.
- Você é uma mulher linda Mary, inteligente, educada, simples, divertida. O sortudo que conseguir a proeza de conquistar seu coração terá o mundo em mãos. - Murmurei olhando para ela e a mesma sorriu levemente com a cabeça encostada nos joelhos.
- Além de bilionário, charmoso é também um bom ouvinte? Que loucura. - Brincou e sorri.
- Não se empolgue, estou abrindo uma exceção para você.
- Você diria... Que é feliz? - Perguntou e olhei para ela. Eu tinha muito dinheiro, muitas mulheres, muitos amigos, muitos carros, muitas casas, muitas empresas... Mas eu era feliz?
- Não, ainda não.
MaryO resto da semana passou tranquilamente. Fizemos o mapeamento do lugar para termos uma noção do que faríamos em cada espaço usado. Faltava apenas um dia para irmos embora.Henry nunca comentou sobre nossa conversa de alguns dias atrás. Talvez ele tivesse soltado aqui em um momento impensado, mas aquilo perecia verdade.- Mary. - Henry chamou e me levantei da sala onde estava com os outros seguindo até ele.- Tudo bem?- Ocorreu um imprevisto na empresa, vou precisar voltar hoje. - Disse parecendo agitado.- Hoje? O que aconteceu?- O meu assistente adiantou algumas reuniões importantes e eu preciso estar lá. Desculpe-me por isso. - Murmurou e assenti.- Claro tudo bem. - Sorri.- Se você quiser voltar comigo posso reservar uma passagem para você também, caso não queira ficar sozinha. - Ofereceu e assenti.- Isso seria ótimo. - Afirmei.Henry subiu para reservar as passagens e voltei para a sala.- Tudo bem? - Meu pai perguntou.- Problema no trabalho. - Murmurei. - Vamos precisar
MaryAs coisas no escritório iam bem, o casamento de Nanda estava nos dando um trabalho e tanto ainda mais por conta da localização, já que teríamos que planejar aqui e arrumar tudo lá.Seguia agora para a casa de Henry, eram quase sete da noite e ele havia me perguntado se poderíamos jantar lá. Parei na portaria saindo do Uber esperando a autorização e logo os portões se abriram e entrei.Sorri para o senhor de cabelos grisalhos que sorriu de volta me levando até o elevador.- Tenha uma boa noite senhorita Tullin. - Desejou.- Obrigada José. - Sorri apertando o botão do elevador. Suspirei segurando em minha bolsa e coloquei o cabelo para trás da orelha olhando para os números do elevador.Assim que o *plim* soou o elevador se abriu no andar da cobertura e Henry apareceu com as mãos nos bolsos da calça social preta que usava e um sorriso convidativo no rosto.- Pode entrar quando quiser. - Brincou e sorri saindo do elevador. O primeiro cômodo era a sala, um espaço amplo de conceito ab
Mary- Ai que ódio! – Exclamei jogando as flores na mesa e Ana ergueu a cabeça me encarando.- Você vai me dizer o que as flores fizeram ou eu vou ter que perguntar para elas? – Perguntou largando a pasta que olhava.- Algumas noites atrás eu tive uma conversa com o Henry. – Comecei e a mesma assentiu se sentando. – Ele me disse que o amor era um conto de fadas, que era doloroso e desnecessário. Disse que eu só acabei nessa situação porque me deixei levar pela ingenuidade do meu coração e se eu não tivesse feito isso eu teria percebido que Theodore não iria estar lá.- Bem, ele está parcialmente certo, talvez se você tivesse sido um pouquinho mais racional no lance do Theodore...- O problema é que eu não disse nada, eu fiquei sem palavras e nos últimos dias eu tenho pensado em várias possíveis respostas para ele. E na hora eu não consegui nem pensar! – Exclamei e Ana sorriu.- Você vive fazendo isso, até em discussões comigo. Achei que já tivesse se acostumado.- É que ele é tão ar
HenrySentei-me na cama apertando o botão que afastava as cortinas do quarto e me aproximei da janela olhando para a manhã já movimentada que começava. Peguei o jornal que já estava em minha cômoda e sorri debochado ao ver a manchete."Bilionário e herdeiro das empresas S.C é visto em clima de romance com suposta namorada. Casal trocou carinhos durante uma partida privada de boliche na noite de ontem e mostrou paixão e sintonia durante todo o momento. Parece que alguém finalmente fisgou um dos bilionários mais cobiçados de Nova Iorque." Suspirei largando o jornal na mesinha e segui para o banheiro ligando a ducha. Deixei que meu corpo relaxa-se em um banho tranquilo enquanto lembranças da noite de ontem ainda rondavam minha mente.Tudo era diferente com Mary, era como se um sorriso fosse muito mais fácil apenas ela estando por perto. Sabia que não podia continuar beijando-a quando me desse na telha, mas era muito mais fácil falar do que fazer. Fechei o chuveiro e puxei a toalha seca
MaryAna passou a tarde escutando com atenção a história que Henry me explicou ontem e agora eu explicava para ela.- Deixa só essa Lizz vim que eu dou um pega nela rapidinho pra ver se desencana dessa coisa ex submissa doida de Christian Grey. Estou falando sério Mary, no livro isso é muito legal, mas se a doida acha que vai ficar te cercando ela está enganada, deixa ela aparecer aqui de novo... - Ameaçou.- Henry disse que iria falar com os pais dela hoje, disse que vai pagar o tratamento dela e assim ela pode ficar fora das ruas. Ela deve ter algum tipo de transtorno que só se agrava com as drogas, isso não é normal.- Se minha mãe estivesse aqui diria que é frescura. - Afirmou se jogando na cadeira e sorri.- Ainda bem que ela não está não é?- Claro... Claro. - Sorriu girando sua cadeira.- Eu preciso que não conte isso a ninguém. - Pedi.- Sou um túmulo minha filha. - Disse pegando sua carteira. - Vamos almoçar?- Henry disse que passaria aqui para me contar como foram as coisas
MaryAgradeci Henry pelo jantar ainda envolvida pelo pequeno momento na mesa e o mesmo me acompanhou até o elevador.- Por que não fica? - Perguntou.- Como?- Está tarde e como ainda não coloquei seguranças no seu prédio, não me sinto seguro em deixá-la ir. Eu tenho quartos de hóspedes, você sabe...- Aonde costuma levar suas garotas de uma noite. - Afirmei.- Podemos fazer uma troca, você dorme no meu quarto e eu no de hóspedes. - Sugeriu e o encarei.- Não é preciso, eu posso-- Faço questão! Assim eu poderei dormir mais tranquilo também. - Disse e suspirei. - Posso te emprestar alguma coisa para dormir. - Ofereceu.- Tudo bem. - Murmurei. - Eu posso ficar essa noite. - Garanti e o mesmo sorriu deixando que o elevador se fechasse.Henry me levou até seu quarto e entrou no closet saindo de lá um pouco depois com uma camisa e uma cueca.- Limpas. Caso não queira continuar com a sua calcinha. - Disse colocando tudo em cima da cama. Ele abriu as portas de correr do armário no canto d
HenryAbri as cortinas contemplando o céu nublado dessa manhã e olhei para a cama onde Mary estava enrolada ao edredom com um dos braços para fora e as canelas expostas. Seus cabelos loiros estavam por todo o travesseiro e como eu havia prometido a ela eu a satisfiz por toda a noite.Sua pele macia e aveludada era a minha perdição e seus gemidos prazerosos e nada contidos continuavam fodendo a minha mente. Não estávamos falando de uma noite, estávamos falando de mais. Ela era meiga, doce e sorridente, mas na cama era uma devassa dona do controle e muito gostosa.Eu queria aquilo de novo.Mary se remexeu na cama e voltei a fechar as cortinas seguindo para o banheiro. Liguei o chuveiro entrando debaixo da água morna e suspirei apoiando a testa na parede. Meu corpo pela primeira vez se sentia cansado depois de uma noite de prazer, eu nunca me senti assim, mas Mary exigia de mim exatamente aquilo que eu exigia dela. Tudo.Vi suas mãos delicadas subirem pelo meu abdômen e senti seus s
HenryMeu celular tocava insistentemente enquanto eu me negava a abrir os olhos. Eu estava cansado e precisa dormir um pouco mais. Bufei esticando o braço até a mesinha e tateei a mesma até encontrar o celular abrindo um pouco os olhos apenas para deslizar pelo lado certo."Quem é?" - Perguntei sem esconder meu mau humor."Sua mãe desgraça. Onde você passou a noite Henry?""Laura?""Você pediu para que eu te esperasse para jantar e sumiu!" - Exclamou irritada."Eu jantei em outro lugar, desculpa, esqueci-me de avisar que não iria para casa." - Murmurei olhando para Mary que continuava adormecida em meu peito."Vai vim para casa não?""Agora não. Em duas ou três horas eu estou ai.""Não esquece que eu vou embora hoje à noite.""Tudo bem, vou desligar Laura.""Manda um beijo para a loira do jornal. É com ela que você tá, né?""Tchau.""Trás ela hoje, um almoço aqui.""Vou ver.""Tchau Henry."Desliguei o celular colocando ele onde estava anteriormente e suspirei frustrado pelo sono pe