Capítulo 11

Mary

Ana passou a tarde escutando com atenção a história que Henry me explicou ontem e agora eu explicava para ela.

- Deixa só essa Lizz vim que eu dou um pega nela rapidinho pra ver se desencana dessa coisa ex submissa doida de Christian Grey. Estou falando sério Mary, no livro isso é muito legal, mas se a doida acha que vai ficar te cercando ela está enganada, deixa ela aparecer aqui de novo... - Ameaçou.

- Henry disse que iria falar com os pais dela hoje, disse que vai pagar o tratamento dela e assim ela pode ficar fora das ruas. Ela deve ter algum tipo de transtorno que só se agrava com as drogas, isso não é normal.

- Se minha mãe estivesse aqui diria que é frescura. - Afirmou se jogando na cadeira e sorri.

- Ainda bem que ela não está não é?

- Claro... Claro. - Sorriu girando sua cadeira.

- Eu preciso que não conte isso a ninguém. - Pedi.

- Sou um túmulo minha filha. - Disse pegando sua carteira. - Vamos almoçar?

- Henry disse que passaria aqui para me contar como foram as coisas com os pais da Lizz.

- Tudo bem, trago um sanduíche natural pra você. - Piscou saindo e sorri. Tirei o grampo que segurava o cabelo e baguncei um pouco retocando o batom.

- Mary?

- Aqui dentro. - Disse olhando em volta da sala e Henry apareceu com seu paletó na mão e os três primeiros botões da camisa social abertos e sem gravata. - Tudo bem?

- Não muito. - Murmurou suspirando e passei por ele fechando a porta. Peguei um copo d'água e entreguei a ele.

- O que aconteceu? - Perguntei e o mesmo me encarou.

- Os pais disseram que não veem Lizz há quatro semanas. - Murmurou olhando pela janela depois de deixar suas coisas na minha mesa. - Disseram que ela fugiu da clínica, eles não a tiraram de lá.

- Isso não é bom. - Comentei cruzando os braços ao seu lado em frente à janela.

- Eu conversei com José e arrumamos um segurança pra você. - Disse se virando para mim. - Eu sei que... Que isso não é real, mas de uma forma ou de outra eu te coloquei em perigo e preciso te manter segura.

- Não vou me fazer de rogada Henry, claro que eu vou aceitar. Confesso que isso já está me assustando um pouco. - Murmurei e o mesmo deixou o copo na mesinha antes de segurar em meus braços descruzando os mesmos.

- Eu sinto muito por isso. - Sussurrou me abraçando. Pela primeira vez não havia ninguém além de nós dois, aquela demonstração de carinho estava acontecendo única e exclusivamente porque nós dois queríamos.

- Vai ficar tudo bem. - Afirmei e o mesmo se afastou vagarosamente segurando delicadamente meu rosto entre as mãos.

- Você aceitaria jantar comigo hoje? - Perguntou olhando profundamente em meus olhos e puxei o ar antes de levantar as mãos para colocar sobre as suas.

- Tudo bem, eu vou sim. - Garanti. Henry se aproximou e fechei os olhos sentindo seus lábios contra a minha testa.

- Até mais Mary. - Sussurrou me soltando e caminhou até a mesa pegando suas coisas.

- Até mais Henry...

          &&&

Próximo às oito da noite lá estava eu novamente parada em frente ao luxuoso prédio de Henry. Dessa vez havia dois seguranças na porta do elevador que subiria para o seu apartamento e Henry me esperava um pouco mais a frente deles.

- Dessa vez veio me buscar aqui? - Sorri divertida.

- Ou você ou a comida, o que chegasse primeiro. - Sorriu e sorri balançando a cabeça. Entramos no elevador e Henry apertou o botão para que fechasse e o mesmo começou a subir.

- O que pediu? - Perguntei curiosa.

- Sushi. Gosta?

- Sim. - Assenti olhando para os números dos andares que passavam.

- Tudo tranquilo no trabalho?

- Se você está perguntando se alguma louca platonicamente apaixonada por você apareceu lá, a resposta é não. - Sorri.

- Claro, era ai que eu queria chegar. - Sorriu balançando a cabeça. Assim que o elevador se abriu Henry estendeu a mão para que eu passasse e assim fiz.

Estava me sentindo um tanto tola por ter seguido os conselhos de Ana. Aqui estava eu em um vestido justíssimo e com uma calcinha fio dental que estava começando a incomodar.

Odeio rendas.

- Tudo bem? - Henry perguntou notando meu desconforto e assenti.

- Na verdade eu gostaria muito de ir até o toalete, algo está pinicando nesse vestido. - Disse tentando afastar totalmente a hipótese de uma disenteria ou algo assim.

- Ah, claro. - Murmurou deixando que seus olhos percorressem meu corpo e limpou a garganta. - Vai ao do meu quarto, é maior e te dará mais espaço para se caso... Precise tirar. - Disse apontando o vestido.

- Sim, claro. Obrigada. - Segui para o final do corredor para o quarto que eu ainda me lembrava. Sem enrolar muito corri para o banheiro e tirei a calcinha colocando a mesma em cima da pia. Não acredito que vou jantar com alguém assim, mas essa calcinha fica entrando e isso já está virando tortura.

Suspirei olhando-me no espelho e ajeitei o cabelo respirando fundo e peguei a calcinha antes de sair do mesmo.

- Encontrou? - Henry perguntou encostado a porta do quarto e saltei de susto deixando a calcinha cair em seu tapete. Que tal um buraco para me enfiar agora?

Henry se aproximou habilmente pegando a calcinha do chão antes que fizesse alguma coisa e olhou a mesma antes de me encarar. Sentia minhas bochechas fervendo enquanto não conseguia de maneira alguma sustentar o seu olhar.

- É... Deve ser mesmo desconfortável. - Sussurrou se aproximando e enfiou a calcinha em seu bolso. - Se quiser de volta depois do jantar, pode pedir. - Beijou minha bochecha deixando o quarto e soltei o ar lentamente.

Isso não podia estar acontecendo.

O jantar foi servido e Henry se sentou a minha frente ostentando seus olhares sugestivos e instigando a minha curiosidade e excitação. Eu não fazia sexo há um bom tempo, não que eu tivesse subindo pelas paredes, mas semana passada eu havia completando meu aniversário de um ano sem ser tocada por ninguém além de mim mesma.

- Então, como Ana está? - Henry perguntou pegando em seu hashi.

- Louca com toda a situação, mas bem. Disse que ela está achando que vive em um livro de romances loucos. - Sorri.

- Há um tempo parei de me perguntar em que mundo ela vive. - Suspirou.

O jantar correu tranquilamente e assim que acabamos o sushi Henry trouxe a sobremesa e colocou as duas taças de sorvete sobre a mesa.

- Henry... - Chamei e o mesmo me encarou antes de se sentar e pegar em sua colher.

- Pode falar. - Instigou pegando um pouco do sorvete e senti meu rosto ferver.

- Você vai... Devolver... A minha calcinha? - Perguntei quase em um sussurro e o mesmo sorriu sacana me encarando com um olhar que eu nunca tinha visto.

- Você a quer de volta? - Perguntou pegando mais um pouco do seu sorvete.

- Sim.

Henry se levantou dando a volta na mesa lentamente e afastou minha cadeira. Levantei ficando próxima a ele e puxei o ar quase me engasgando com o mesmo quando suas mãos seguraram com firmeza minha cintura me sentando sobre a mesa refinada.

Olhei para ele alarmada quando o mesmo tirou a calcinha do bolso se abaixando sem deixar de me encarar e passou a mesma pelos meus pés deixando-a em meu tornozelo.

- Devo subi-la? - Perguntou baixinho e assenti estática. Suas mãos firmes e quentes deslizaram pelas minhas pernas trazendo o fino pano de renda entre seus dedos e Henry se levantou apertando minhas coxas por debaixo do vestido.

Desci da mesa deixando que ele terminasse e o mesmo abaixou meu vestido sem tocar nada além das minhas coxas e me encarou em seguida.

- Se precisar de ajuda para tirá-la... - Sussurrou mordiscando meus lábios. - É só pedir.

Merda...Acho que esqueci como se respira.

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