Mary
Ana passou a tarde escutando com atenção a história que Henry me explicou ontem e agora eu explicava para ela.
- Deixa só essa Lizz vim que eu dou um pega nela rapidinho pra ver se desencana dessa coisa ex submissa doida de Christian Grey. Estou falando sério Mary, no livro isso é muito legal, mas se a doida acha que vai ficar te cercando ela está enganada, deixa ela aparecer aqui de novo... - Ameaçou.
- Henry disse que iria falar com os pais dela hoje, disse que vai pagar o tratamento dela e assim ela pode ficar fora das ruas. Ela deve ter algum tipo de transtorno que só se agrava com as drogas, isso não é normal.
- Se minha mãe estivesse aqui diria que é frescura. - Afirmou se jogando na cadeira e sorri.
- Ainda bem que ela não está não é?
- Claro... Claro. - Sorriu girando sua cadeira.
- Eu preciso que não conte isso a ninguém. - Pedi.
- Sou um túmulo minha filha. - Disse pegando sua carteira. - Vamos almoçar?
- Henry disse que passaria aqui para me contar como foram as coisas com os pais da Lizz.
- Tudo bem, trago um sanduíche natural pra você. - Piscou saindo e sorri. Tirei o grampo que segurava o cabelo e baguncei um pouco retocando o batom.
- Mary?
- Aqui dentro. - Disse olhando em volta da sala e Henry apareceu com seu paletó na mão e os três primeiros botões da camisa social abertos e sem gravata. - Tudo bem?
- Não muito. - Murmurou suspirando e passei por ele fechando a porta. Peguei um copo d'água e entreguei a ele.
- O que aconteceu? - Perguntei e o mesmo me encarou.
- Os pais disseram que não veem Lizz há quatro semanas. - Murmurou olhando pela janela depois de deixar suas coisas na minha mesa. - Disseram que ela fugiu da clínica, eles não a tiraram de lá.
- Isso não é bom. - Comentei cruzando os braços ao seu lado em frente à janela.
- Eu conversei com José e arrumamos um segurança pra você. - Disse se virando para mim. - Eu sei que... Que isso não é real, mas de uma forma ou de outra eu te coloquei em perigo e preciso te manter segura.
- Não vou me fazer de rogada Henry, claro que eu vou aceitar. Confesso que isso já está me assustando um pouco. - Murmurei e o mesmo deixou o copo na mesinha antes de segurar em meus braços descruzando os mesmos.
- Eu sinto muito por isso. - Sussurrou me abraçando. Pela primeira vez não havia ninguém além de nós dois, aquela demonstração de carinho estava acontecendo única e exclusivamente porque nós dois queríamos.
- Vai ficar tudo bem. - Afirmei e o mesmo se afastou vagarosamente segurando delicadamente meu rosto entre as mãos.
- Você aceitaria jantar comigo hoje? - Perguntou olhando profundamente em meus olhos e puxei o ar antes de levantar as mãos para colocar sobre as suas.
- Tudo bem, eu vou sim. - Garanti. Henry se aproximou e fechei os olhos sentindo seus lábios contra a minha testa.
- Até mais Mary. - Sussurrou me soltando e caminhou até a mesa pegando suas coisas.
- Até mais Henry...
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Próximo às oito da noite lá estava eu novamente parada em frente ao luxuoso prédio de Henry. Dessa vez havia dois seguranças na porta do elevador que subiria para o seu apartamento e Henry me esperava um pouco mais a frente deles.
- Dessa vez veio me buscar aqui? - Sorri divertida.
- Ou você ou a comida, o que chegasse primeiro. - Sorriu e sorri balançando a cabeça. Entramos no elevador e Henry apertou o botão para que fechasse e o mesmo começou a subir.
- O que pediu? - Perguntei curiosa.
- Sushi. Gosta?
- Sim. - Assenti olhando para os números dos andares que passavam.
- Tudo tranquilo no trabalho?
- Se você está perguntando se alguma louca platonicamente apaixonada por você apareceu lá, a resposta é não. - Sorri.
- Claro, era ai que eu queria chegar. - Sorriu balançando a cabeça. Assim que o elevador se abriu Henry estendeu a mão para que eu passasse e assim fiz.
Estava me sentindo um tanto tola por ter seguido os conselhos de Ana. Aqui estava eu em um vestido justíssimo e com uma calcinha fio dental que estava começando a incomodar.
Odeio rendas.
- Tudo bem? - Henry perguntou notando meu desconforto e assenti.
- Na verdade eu gostaria muito de ir até o toalete, algo está pinicando nesse vestido. - Disse tentando afastar totalmente a hipótese de uma disenteria ou algo assim.
- Ah, claro. - Murmurou deixando que seus olhos percorressem meu corpo e limpou a garganta. - Vai ao do meu quarto, é maior e te dará mais espaço para se caso... Precise tirar. - Disse apontando o vestido.
- Sim, claro. Obrigada. - Segui para o final do corredor para o quarto que eu ainda me lembrava. Sem enrolar muito corri para o banheiro e tirei a calcinha colocando a mesma em cima da pia. Não acredito que vou jantar com alguém assim, mas essa calcinha fica entrando e isso já está virando tortura.
Suspirei olhando-me no espelho e ajeitei o cabelo respirando fundo e peguei a calcinha antes de sair do mesmo.
- Encontrou? - Henry perguntou encostado a porta do quarto e saltei de susto deixando a calcinha cair em seu tapete. Que tal um buraco para me enfiar agora?
Henry se aproximou habilmente pegando a calcinha do chão antes que fizesse alguma coisa e olhou a mesma antes de me encarar. Sentia minhas bochechas fervendo enquanto não conseguia de maneira alguma sustentar o seu olhar.
- É... Deve ser mesmo desconfortável. - Sussurrou se aproximando e enfiou a calcinha em seu bolso. - Se quiser de volta depois do jantar, pode pedir. - Beijou minha bochecha deixando o quarto e soltei o ar lentamente.
Isso não podia estar acontecendo.
O jantar foi servido e Henry se sentou a minha frente ostentando seus olhares sugestivos e instigando a minha curiosidade e excitação. Eu não fazia sexo há um bom tempo, não que eu tivesse subindo pelas paredes, mas semana passada eu havia completando meu aniversário de um ano sem ser tocada por ninguém além de mim mesma.
- Então, como Ana está? - Henry perguntou pegando em seu hashi.
- Louca com toda a situação, mas bem. Disse que ela está achando que vive em um livro de romances loucos. - Sorri.
- Há um tempo parei de me perguntar em que mundo ela vive. - Suspirou.
O jantar correu tranquilamente e assim que acabamos o sushi Henry trouxe a sobremesa e colocou as duas taças de sorvete sobre a mesa.
- Henry... - Chamei e o mesmo me encarou antes de se sentar e pegar em sua colher.
- Pode falar. - Instigou pegando um pouco do sorvete e senti meu rosto ferver.
- Você vai... Devolver... A minha calcinha? - Perguntei quase em um sussurro e o mesmo sorriu sacana me encarando com um olhar que eu nunca tinha visto.
- Você a quer de volta? - Perguntou pegando mais um pouco do seu sorvete.
- Sim.
Henry se levantou dando a volta na mesa lentamente e afastou minha cadeira. Levantei ficando próxima a ele e puxei o ar quase me engasgando com o mesmo quando suas mãos seguraram com firmeza minha cintura me sentando sobre a mesa refinada.
Olhei para ele alarmada quando o mesmo tirou a calcinha do bolso se abaixando sem deixar de me encarar e passou a mesma pelos meus pés deixando-a em meu tornozelo.
- Devo subi-la? - Perguntou baixinho e assenti estática. Suas mãos firmes e quentes deslizaram pelas minhas pernas trazendo o fino pano de renda entre seus dedos e Henry se levantou apertando minhas coxas por debaixo do vestido.
Desci da mesa deixando que ele terminasse e o mesmo abaixou meu vestido sem tocar nada além das minhas coxas e me encarou em seguida.
- Se precisar de ajuda para tirá-la... - Sussurrou mordiscando meus lábios. - É só pedir.
Merda...Acho que esqueci como se respira.
MaryAgradeci Henry pelo jantar ainda envolvida pelo pequeno momento na mesa e o mesmo me acompanhou até o elevador.- Por que não fica? - Perguntou.- Como?- Está tarde e como ainda não coloquei seguranças no seu prédio, não me sinto seguro em deixá-la ir. Eu tenho quartos de hóspedes, você sabe...- Aonde costuma levar suas garotas de uma noite. - Afirmei.- Podemos fazer uma troca, você dorme no meu quarto e eu no de hóspedes. - Sugeriu e o encarei.- Não é preciso, eu posso-- Faço questão! Assim eu poderei dormir mais tranquilo também. - Disse e suspirei. - Posso te emprestar alguma coisa para dormir. - Ofereceu.- Tudo bem. - Murmurei. - Eu posso ficar essa noite. - Garanti e o mesmo sorriu deixando que o elevador se fechasse.Henry me levou até seu quarto e entrou no closet saindo de lá um pouco depois com uma camisa e uma cueca.- Limpas. Caso não queira continuar com a sua calcinha. - Disse colocando tudo em cima da cama. Ele abriu as portas de correr do armário no canto d
HenryAbri as cortinas contemplando o céu nublado dessa manhã e olhei para a cama onde Mary estava enrolada ao edredom com um dos braços para fora e as canelas expostas. Seus cabelos loiros estavam por todo o travesseiro e como eu havia prometido a ela eu a satisfiz por toda a noite.Sua pele macia e aveludada era a minha perdição e seus gemidos prazerosos e nada contidos continuavam fodendo a minha mente. Não estávamos falando de uma noite, estávamos falando de mais. Ela era meiga, doce e sorridente, mas na cama era uma devassa dona do controle e muito gostosa.Eu queria aquilo de novo.Mary se remexeu na cama e voltei a fechar as cortinas seguindo para o banheiro. Liguei o chuveiro entrando debaixo da água morna e suspirei apoiando a testa na parede. Meu corpo pela primeira vez se sentia cansado depois de uma noite de prazer, eu nunca me senti assim, mas Mary exigia de mim exatamente aquilo que eu exigia dela. Tudo.Vi suas mãos delicadas subirem pelo meu abdômen e senti seus s
HenryMeu celular tocava insistentemente enquanto eu me negava a abrir os olhos. Eu estava cansado e precisa dormir um pouco mais. Bufei esticando o braço até a mesinha e tateei a mesma até encontrar o celular abrindo um pouco os olhos apenas para deslizar pelo lado certo."Quem é?" - Perguntei sem esconder meu mau humor."Sua mãe desgraça. Onde você passou a noite Henry?""Laura?""Você pediu para que eu te esperasse para jantar e sumiu!" - Exclamou irritada."Eu jantei em outro lugar, desculpa, esqueci-me de avisar que não iria para casa." - Murmurei olhando para Mary que continuava adormecida em meu peito."Vai vim para casa não?""Agora não. Em duas ou três horas eu estou ai.""Não esquece que eu vou embora hoje à noite.""Tudo bem, vou desligar Laura.""Manda um beijo para a loira do jornal. É com ela que você tá, né?""Tchau.""Trás ela hoje, um almoço aqui.""Vou ver.""Tchau Henry."Desliguei o celular colocando ele onde estava anteriormente e suspirei frustrado pelo sono pe
MaryMinhas malas estavam arrumadas no canto da porta enquanto esperava Henry chegar. Estava ansiosa com o fim de semana, nunca havíamos passado dois dias inteiros juntos sem contar com as noites e isso era um avanço no que seja lá que estamos tendo.Ouvi a batida suave na porta e abri a mesma sorrindo para José.- Boa noite senhorita, onde estão as malas? – Perguntou simpático como sempre.- Aqui ao lado da porta José. – Disse pegando minha bagagem de mão e José pegou a outra. Tranquei a porta e joguei a chave dentro da bolsa seguindo para o elevador. – Onde está Henry?- Ele irá encontrá-la no jato senhorita.José seguiu para o aeroporto no Alfa Romeo de Henry. A cidade estava movimentada como sempre está à noite e a minha ansiedade por essa viagem apenas aumentava.Assim que chegamos ao aeroporto José nos encaminhou para a pista privada onde o jato das empresas S.C já aguardava. Henry caminhava pelo lado de fora com as mãos nos bolsos e o celular no ouvido enquanto parecia gr
MaryDormir era o novo item da minha listinha de "coisas que eu não conseguirei fazer essa noite" estava exatamente abaixo de "conseguir uma certeza de um futuro relacionamento com Henry" e acima de "uma longa noite de amor."Era frustrante perceber que mesmo sem nenhuma base eu continuava aqui pelo simples fato de que seria ruim quando acabasse, mas seria pior se acabasse agora. Talvez eu não conseguisse me apaixonar, sentir e esquecer... Ao menos não rapidamente.Alguma parte burra ou ingênua de mim acreditava que a qualquer momento ele diria o que e se sente alguma coisa. Eu queria que ele dissesse.- Mary? - Sua voz grave me despertou dos meus devaneios e desviei o olhar das grandes janelas para ele. - Não consegue dormir?- Não. - Murmurei e o mesmo puxou o ar levantando da cama. Henry estendeu sua mão para mim e peguei a mesma sendo puxada para ele.- Por favor. - Sussurrou. - Não complique o que não precisa ser complicado. - Pediu e o abracei.- Eu sou complicada. - Sorri. Henr
MaryO celular tocou fazendo-me despertar e Henry apertou mais seu braço em volta da minha cintura suspirando em meu pescoço. Alcancei o celular estendendo a mão e atendi o mesmo."Henry você está atrasado!" – Uma voz feminina soou e arqueei as sobrancelhas."Desculpe, quem é?" "Mary? É Vivian, pode avisar ao Henry que ele está atrasado para o café da manhã que havíamos marcado?" "Só um minuto." Deixei o celular na cama querendo estapear Henry, mas apenas o balancei fazendo o mesmo resmungar.- Vivian está no telefone, disse que você está atrasado para o café que marcaram. – Disse jogando o telefone em seu peito e me afastei sentando na cama."Vivian? Oi... Não eu não vou poder ir, desculpe... Não te dei certeza ontem Viv, você decidiu isso sozinha... Nos falamos depois... Tudo bem, tchau." Espreguicei-me abaixando a blusa que usava e Henry jogou o celular no colchão.- Não precisamos levantar agora. – Murmurou segurando em meu pulso.- Achei que tinha um café ou uma reunião, sei
MaryAs últimas semanas seguiram corridas. Os preparativos do casamento estavam a todo o vapor e Nanda nos apressava cada dia mais com medo de que Theo escapasse de sua coleira.Estava evitando ao máximo o assunto Henry. Não estava realmente a fim de me aborrecer com isso, acabou e pronto, ele mesmo disse que deveria esquecê-lo.- As amostras das cortinas chegaram, pode levar para Nanda? – Ana perguntou enquanto pegava seus celular e sua bolsa. – Preciso resolver o contratempo do bolo, erraram no pedido.- Tudo bem, eu levo. – Disse levantando e peguei minha bolsa. Ana me entregou a pasta com as amostras de tecidos e sai do escritório sinalizando para um táxi.Entreguei o endereço para o taxista e peguei meu celular que vibrava.De Henry: Aceita jantar comigo essa noite?De Mary: ?De Henry: Precisamos conversar, por favor.De Mary: Preciso trabalhar essa noite, e todas as outras até o casamento. Desculpe.De Henry: Sei que fui duro com você Mary, sei que fui injusto na maior parte do
MaryEu estava completamente exausta para pegar o celular que tocava em minha bolsa do outro lado da sala. A tarde começava a cair e o sol começava a se por enquanto Henry e eu estávamos enroscados um ao outro no sofá.- Você quer ir atender? – Perguntou acariciando minhas costas nuas e balancei a cabeça.- Não. – Murmurei e o mesmo sorriu. Um lençol cobria nossa cintura enquanto eu estava deitada em cima dele com as minhas pernas entre as suas. Eu não queria sair daqui, por nada nesse mundo.- Pode ser a Ana, você saiu para almoçar e não apareceu mais. – Henry sorriu beijando a ponta do meu nariz.- Que horas são agora? – Perguntei e ele esticou o braço alcançando seu relógio.- Quase seis. – Disse voltando o relógio para o lugar.- Passamos a tarde inteira aqui? – Sorri preguiçosa.- Foram quase duas semanas sem nada. – Justificou.- Eu estou com fome. – Resmunguei.- Eu vou fazer alguma coisa rápida pra gente, você pode atender seu celular enquanto isso. – Beijou meu ombro e choram