Mary
Desci para o jantar junto com todos e um prato de salada foi posto a minha frente junto com um copo de suco. Peguei o garfo pegando um pouco da alface e Henry me ofereceu um pouco do seu frango o qual aceitei.
O jantar foi tranquilo e sem muita conversa. Francis ainda tentou emendar alguma conversa de trabalho com Henry que desviou o assunto.
- Então, o que exatamente sua empresa faz? - Ana perguntou enquanto caminhávamos pelo grande jardim.
- De tudo um pouco, temos investimentos em quase todas as áreas.
- É por que não fazem negócios com as empresas Byers? - Perguntou curiosa e olhei para ela balançando a cabeça.
- Porque eu não estou interessado, nesse ramo a coisas que valem a pena investir e outras que não. - Explicou colocando as mãos nos bolsos.
- Como uma empresa de importações e exportações não seria um bom investimento?
- Quando você já tem a sua. - Respondeu entediado e Ana se calou assentindo.
- Vou tomar um banho, nos vemos depois. - Disse voltando para a casa e olhei para ele.
- Ela gosta muito do Francis, ele ajuda muito a família dela por isso ela defende os interesses dele. - Justifiquei.
- Eu entendo, mas não irei investir em uma empresa para agradar a amiga da minha "namorada" de dois meses. - Afirmou com um sorriso torto.
- Não pediria isso. - Sorri.
- Então Mary, agora que ninguém pode nos ouvir, me fale um pouco mais sobre você. - Pediu indicando o banco a nossa frente.
- Bem, tenho vinte e quatro anos, sou de New Jersey, mas me mudei para Nova Iorque depois... Depois do meu casamento fracassado, queria recomeçar em algum lugar e essa me pareceu uma ótima ideia.
- Como o conheceu?
- Escola. - Sorri. - Começamos a namorar no segundo anos, mas eu era a doida que queria se casar aos vinte e um, talvez nem eu estivesse realmente pronta. - Afirmei.
- Eu faço vinte e oito em algumas semanas e não estou pronto, você não é a única. - Balançou a cabeça olhando para o pequeno lago.
- Como foi parar nos classificados? - Perguntei curiosa sentando de frente para ele com as pernas cruzadas no banco.
- É uma historia engraçada até... Meu ex-caso fez aquilo. - Suspirou.
- Ex-caso? - Perguntei divertida.
- Foram algumas noites e quando eu não liguei mais, não apareci e não atendi ao telefone ela se vingou.
- Divulgando você nos classificados. - Conclui.
- É... Meu assistente demorou cinco horas para conseguir tirar de lá, não imagina as ligações e fotos traumatizantes que recebi.
- Mas você resolveu me ajudar...
- Eu disse, é algo útil para nós dois.
- Ei! Nós vamos assistir alguns filmes, vocês vêm? - Nanda perguntou.
- Acho que vou deitar. - Henry murmurou e assenti.
- Não obrigada, vamos deitar já. - Gritei e a mesma assentiu acenando.
Voltamos para casa em silêncio e subimos direto para o quarto. Henry entrou no banheiro e peguei meu pijama na mala. Retirei o short e a regata que usava colocando o pijama e me sentei na cama prendendo o cabelo.
- Eu vou ficar com o sofá. - Henry avisou saindo do banheiro e secou o rosto na toalha.
- É confortável? - Perguntei virando-me para ele.
- Para um sofá... Sim. - Sorriu pegando um travesseiro.
- Tudo bem então, vou deixar você se trocar. - Disse entrando no banheiro. Olhei para o espelho suspirando e peguei minha escova e a pasta.
Depois de escovar os dentes permaneci mais alguns minutos encostada a pia até sair do banheiro.
Henry estava deitado no sofá com uma parte do peito descoberta e de olhos fechados. Suspirei me sentando na cama e programei o despertador antes de deitar. Deu alguns socos no travesseiro antes de deitar e me cobri virando de costas para o sofá.
- Boa noite. - Murmurei olhando de canto e o mesmo suspirou sem dizer nada. Fechei os olhos abraçada ao travesseiro e a voz de Henry ecoou pelo quarto quase em um sussurro.
- Boa noite Mary.
MaryNa manhã seguinte demos início ao que realmente viemos fazer aqui. Nanda começou a falar sobre tudo o que queria em seu casamento enquanto Ana anotava o que conseguia.- Deixa eu ver se entendi, você quer flores azuis? Mas nada azul faz parte do tema do casamento? Isso não faz muito sentido. - Ana comentou. - Talvez flores brancas ou violetas...- Não, azuis. - Nanda afirmou.- Não vai combinar. - Ana retrucou tentando mostrar seu ponto.- Mas eu quero flores azuis.- Tudo bem. - Suspirou anotando.- Ótimo, o meu vestido será branco, com um longo véu e duas amigas minhas estarão me ajudando a desenrolá-lo porque eu não quero nenhuma de vocês atrás de mim.- Claro... - Murmurei colocando meus óculos escuros e bebendo mais um gole do meu café.- O bolo quero quatro andares, já tenho em mente a confeitaria então teremos apenas que ir lá acertar as coisas.- Ótimo, pelo menos o bolo e o vestido estão encaminhados. - Comentei. - Vamos andar pelo lugar, você pensa em usar todo o espaço
MaryAssim que chegamos todos ao restaurante esperamos que arrumassem nossa mesa e seguimos para a mesma. Henry estava ao meu lado com o braço em volta da minha cintura.Ele se manteve sempre perto desde que saímos de casa, já desconfiaram de nós uma vez e isso não poderia acontecer novamente.Sentamo-nos, Henry do meu lado direito e Nanda do meu lado esquerdo. A minha frente meus pais e Ana, ao lado os pais de Nanda e as amigas.- Eu amo esse restaurante, na verdade amo comida italiana. Theo me pediu em casamento em um restaurante italiano. - Gabou-se Nanda e peguei o cardápio.- É realmente ótimo saber que vocês estão indo bem. - Disse minha mãe em seu tom de gentileza. Sabia que assim como eu ela achava isso uma palhaçada na maior parte do tempo.- Ah, tudo isso aconteceu tão rápido que eu ainda estou abobado. - Francis sorriu. - Namoraram sei lá, um ano?- Ai pai, nos amamos e estamos querendo firmar o nosso amor o quanto antes. - Afirmou e sorri. Era estranho ver como ela estava
MaryO resto da semana passou tranquilamente. Fizemos o mapeamento do lugar para termos uma noção do que faríamos em cada espaço usado. Faltava apenas um dia para irmos embora.Henry nunca comentou sobre nossa conversa de alguns dias atrás. Talvez ele tivesse soltado aqui em um momento impensado, mas aquilo perecia verdade.- Mary. - Henry chamou e me levantei da sala onde estava com os outros seguindo até ele.- Tudo bem?- Ocorreu um imprevisto na empresa, vou precisar voltar hoje. - Disse parecendo agitado.- Hoje? O que aconteceu?- O meu assistente adiantou algumas reuniões importantes e eu preciso estar lá. Desculpe-me por isso. - Murmurou e assenti.- Claro tudo bem. - Sorri.- Se você quiser voltar comigo posso reservar uma passagem para você também, caso não queira ficar sozinha. - Ofereceu e assenti.- Isso seria ótimo. - Afirmei.Henry subiu para reservar as passagens e voltei para a sala.- Tudo bem? - Meu pai perguntou.- Problema no trabalho. - Murmurei. - Vamos precisar
MaryAs coisas no escritório iam bem, o casamento de Nanda estava nos dando um trabalho e tanto ainda mais por conta da localização, já que teríamos que planejar aqui e arrumar tudo lá.Seguia agora para a casa de Henry, eram quase sete da noite e ele havia me perguntado se poderíamos jantar lá. Parei na portaria saindo do Uber esperando a autorização e logo os portões se abriram e entrei.Sorri para o senhor de cabelos grisalhos que sorriu de volta me levando até o elevador.- Tenha uma boa noite senhorita Tullin. - Desejou.- Obrigada José. - Sorri apertando o botão do elevador. Suspirei segurando em minha bolsa e coloquei o cabelo para trás da orelha olhando para os números do elevador.Assim que o *plim* soou o elevador se abriu no andar da cobertura e Henry apareceu com as mãos nos bolsos da calça social preta que usava e um sorriso convidativo no rosto.- Pode entrar quando quiser. - Brincou e sorri saindo do elevador. O primeiro cômodo era a sala, um espaço amplo de conceito ab
Mary- Ai que ódio! – Exclamei jogando as flores na mesa e Ana ergueu a cabeça me encarando.- Você vai me dizer o que as flores fizeram ou eu vou ter que perguntar para elas? – Perguntou largando a pasta que olhava.- Algumas noites atrás eu tive uma conversa com o Henry. – Comecei e a mesma assentiu se sentando. – Ele me disse que o amor era um conto de fadas, que era doloroso e desnecessário. Disse que eu só acabei nessa situação porque me deixei levar pela ingenuidade do meu coração e se eu não tivesse feito isso eu teria percebido que Theodore não iria estar lá.- Bem, ele está parcialmente certo, talvez se você tivesse sido um pouquinho mais racional no lance do Theodore...- O problema é que eu não disse nada, eu fiquei sem palavras e nos últimos dias eu tenho pensado em várias possíveis respostas para ele. E na hora eu não consegui nem pensar! – Exclamei e Ana sorriu.- Você vive fazendo isso, até em discussões comigo. Achei que já tivesse se acostumado.- É que ele é tão ar
HenrySentei-me na cama apertando o botão que afastava as cortinas do quarto e me aproximei da janela olhando para a manhã já movimentada que começava. Peguei o jornal que já estava em minha cômoda e sorri debochado ao ver a manchete."Bilionário e herdeiro das empresas S.C é visto em clima de romance com suposta namorada. Casal trocou carinhos durante uma partida privada de boliche na noite de ontem e mostrou paixão e sintonia durante todo o momento. Parece que alguém finalmente fisgou um dos bilionários mais cobiçados de Nova Iorque." Suspirei largando o jornal na mesinha e segui para o banheiro ligando a ducha. Deixei que meu corpo relaxa-se em um banho tranquilo enquanto lembranças da noite de ontem ainda rondavam minha mente.Tudo era diferente com Mary, era como se um sorriso fosse muito mais fácil apenas ela estando por perto. Sabia que não podia continuar beijando-a quando me desse na telha, mas era muito mais fácil falar do que fazer. Fechei o chuveiro e puxei a toalha seca
MaryAna passou a tarde escutando com atenção a história que Henry me explicou ontem e agora eu explicava para ela.- Deixa só essa Lizz vim que eu dou um pega nela rapidinho pra ver se desencana dessa coisa ex submissa doida de Christian Grey. Estou falando sério Mary, no livro isso é muito legal, mas se a doida acha que vai ficar te cercando ela está enganada, deixa ela aparecer aqui de novo... - Ameaçou.- Henry disse que iria falar com os pais dela hoje, disse que vai pagar o tratamento dela e assim ela pode ficar fora das ruas. Ela deve ter algum tipo de transtorno que só se agrava com as drogas, isso não é normal.- Se minha mãe estivesse aqui diria que é frescura. - Afirmou se jogando na cadeira e sorri.- Ainda bem que ela não está não é?- Claro... Claro. - Sorriu girando sua cadeira.- Eu preciso que não conte isso a ninguém. - Pedi.- Sou um túmulo minha filha. - Disse pegando sua carteira. - Vamos almoçar?- Henry disse que passaria aqui para me contar como foram as coisas
MaryAgradeci Henry pelo jantar ainda envolvida pelo pequeno momento na mesa e o mesmo me acompanhou até o elevador.- Por que não fica? - Perguntou.- Como?- Está tarde e como ainda não coloquei seguranças no seu prédio, não me sinto seguro em deixá-la ir. Eu tenho quartos de hóspedes, você sabe...- Aonde costuma levar suas garotas de uma noite. - Afirmei.- Podemos fazer uma troca, você dorme no meu quarto e eu no de hóspedes. - Sugeriu e o encarei.- Não é preciso, eu posso-- Faço questão! Assim eu poderei dormir mais tranquilo também. - Disse e suspirei. - Posso te emprestar alguma coisa para dormir. - Ofereceu.- Tudo bem. - Murmurei. - Eu posso ficar essa noite. - Garanti e o mesmo sorriu deixando que o elevador se fechasse.Henry me levou até seu quarto e entrou no closet saindo de lá um pouco depois com uma camisa e uma cueca.- Limpas. Caso não queira continuar com a sua calcinha. - Disse colocando tudo em cima da cama. Ele abriu as portas de correr do armário no canto d