Capítulo 07

Jhonathan Lancaster

Nova York, 2018.

Estava em minha sala repleto de papéis quando interfonaram da sala do meu pai e me avisaram que ele queria falar comigo. Organizei a minha mesa e fui até ele.

— Oi pai, quer falar comigo? – perguntei a ele, que me mandou sentar.

— Filho, mês que vem preciso que você vá para o Rio de Janeiro. – Olhei para ele e perguntei por que eu. — Porque você tem mais tato com as pessoas do que os seus irmãos, além de falar bem o português.

— Tudo bem, pai. – Respondi apenas e ele sorriu satisfeito.

Janeiro chegou e eu estava pronto para ir ao Brasil. Meu pai disse que precisava de conexões com empresas brasileiras e estava me mandando para a conferência. Chegando ao Brasil, cumpri os compromissos que meu pai havia me mandado, e como ia embora no dia seguinte, um amigo que havia feito me chamou para o bar. Estávamos bebendo quando vi uma mulher entrar no bar, ela estava sozinha e triste, sentou, pediu uma bebida e tomou em um único gole e depois pediu mais uma.

— Parece que a gatinha quer se embebedar. Você não para de olhar pra ela, por que não chega lá.

Meu amigo me incentivou, me levantei e me aproximei dela. Conversamos por um bom tempo e tomamos mais algumas doses, nossos olhos se encontraram, senti algo estranho me tomar e quando vi estávamos nos beijando.

— Que tal sairmos daqui? – perguntei a ela, que assentiu.

Geralmente não sou assim, mas não sei se pelo clima da cidade ou as doses de bebida, estava bem animado. Tivemos uma noite bem intensa, e pela manhã percebi que se não saísse naquele momento perderia o vôo e meu pai ficaria uma fera. Confesso que minha vontade era de ficar ali e esperar a mulher acordar, mas eu precisava partir.

Brasil, 2023.

Nem acredito que novamente estou aqui e agora para ficar. Nosso grupo adquiriu uma grande empresa de telecomunicações e meu pai se tornou o presidente e me nomeou o diretor geral. Estava fazendo o reconhecimento da empresa quando trombei em uma mulher. Assim que seus olhos encontraram os meus, senti algo estranho, como se a conhecesse, mas talvez seja coisa da minha cabeça.

Continuei seguindo meu caminho e quando cheguei à sala que ocuparei, conheci a minha secretária, uma senhora de idade, mas que também foi muito recomendada. Quando perguntei pela minha assistente pessoal, na hora ela estava saindo da minha sala, e me surpreendi ao ver a morena atrapalhada de mais cedo.

Ela me foi muito bem recomendada, mas logo não duvidei disso quando tentou me matar. Só que ela me avisou que não havia recebido nenhum aviso sobre as minhas condições, então entendi que não foi um erro dela e sim da minha antiga assistente que ficou de mandar. Os dias que foram se seguindo, Anthonella foi se mostrando competente.

Nem acreditei quando ela me avisou que Camila estava aqui. O que ela quer agora, já rompemos o nosso compromisso.

— Oi, meu bem. Você não sabe como fiquei feliz ao saber que você comandaria a empresa aqui e pedi meus pais para me mandarem de volta ao Brasil por sua causa.

— Camila, nós rompemos nosso compromisso, esqueceu?

— Claro que não, mas eu sei que podemos voltar a ser o que éramos antes.

— Acho que não, e outra coisa, não gostei da forma que você tratou a minha assistente, por favor, se contenha, não estamos na empresa dos seus pais, onde você faz o que quiser.

— Vai ralhar comigo agora, Jhonjhon?

— Camila, tenho muito trabalho a fazer, por favor, vá embora e conversamos outra hora.

— Só se você aceitar jantar comigo?

Como eu sabia que ela só largaria do meu pé se eu aceitasse o seu convite, acabei fazendo isso e ela saiu sorridente.

Um mês se passou e depois do jantar com Camila, decidimos que iríamos com calma. Nossos pais fazem gosto da nossa relação, mas não estou convicto dessa relação. Cami, às vezes é descompassada e é isso que tenho medo, já que as coisas têm que sair exatamente como ela quer.

Ouço batidas na porta e dou permissão para entrar.

— Senhor Jhonathan, há uma visita para o senhor. – Assim que ela anunciou, Dave pôs a cabeça pra dentro.

— Atrapalho irmão? – Ele perguntou e Anthonella pediu licença e se retirou em seguida. — Olha, você tem uma sala em tanto. – Ele assobiou.

— Poderia ser sua, mas quem não quis vir para o Brasil? O que faz aqui?

— Vim visitar meu irmão mais novo, e nossa! A sua assistente é uma gata.

— Se comporta Dave, você tem esposa e dois filhos lindos. – Ele torceu a boca e depois me abraçou.

Chamei Anthonella e pedi que ela mandasse levar as malas do meu irmão para o meu apartamento e pedi a Berenice que liberasse a minha agenda de hoje.

— E ai, pronto para me mostrar a maravilha da cidade?

— Só se você se comportar. – Nós dois rimos.

Saí com meu irmão e o levei para a Lapa, onde paramos em um barzinho à beira mar.

— Nossa,mano! Isso aqui é muito bom. – Ele diz esvaziando seu copo rapidamente.

— Isso é a famosa caipirinha carioca, aquela que a nossa mãe tanto fala.

— Hum! Vou pedir mais uma. – Dave faz sinal chamando a garçonete.

— Vai devagar, porque pode parecer uma bebida docinha, apenas um suco, mas é perigoso, você pode se embebedar.

Meu irmão não me deu ouvidos, e quando chegou no quarto copo, ele já estava completamente alterado.

— Se eu soubesse que o Brasil era tão bom assim, tinha vindo aqui com mais frequência.

— Ué! Não era você mesmo que dizia que esse país é atrasado? – Essa é a terceira vez que meu irmão vem ao Brasil, eu sempre estava aqui com o nosso avô ao contrário dele, por isso o meu português é perfeito, enquanto o dele é inexistente, já Mark o nosso irmão do meio tem o português melhorzinha.

Chegando em meu apartamento levei meu irmão ao banheiro e mandei ele tomar um banho, ele estava cantando uma canção ou pelo menos tentando por que eu não entendia nada com nada. Enquanto ele tomava banho desci e pedi a dona Beatriz para preparar um suco de laranja para ele.

— Se for bebedeira tem que ser um café preto tinteiro. – Olhei para ela confuso.

— Café, o que? – Ela olhou para mim e sorriu ao perceber minha confusão.

— Quis dizer café bem forte. – Ela sorriu e assenti.

— A senhora pode fazer isso, por favor.

Meu irmão saiu do banho e entreguei a ele a xícara de café, a princípio ele reclamou dizendo que estava muito forte, mas o mandei tomar tudo para melhorar.

Na manhã seguinte ouvi vozes vindo da parte de baixo e quando desci encontrei meu irmão dando em cima de Anthonella.

— Dave, que palhaçada é essa? – perguntei a ele.

Olhei para Anthonella e a vi completamente sem jeito e sabia que o babaca do meu irmão havia ido longe demais com ela.

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