Capitulo 10

Río de Janeiro, 2015

Estava escrevendo a redação da escola quando Joyce e Priscila se jogaram na cama me assustando. 

— Aí, suas doidas! Vocês me assustaram. – Reclamei com elas. 

— E o que a senhorita está fazendo de tão importante que estava concentrada? – Priscila tomou o caderno da minha mão e começou a ler. — Que merda é essa que você está escrevendo? 

Expliquei a elas que era a minha redação da escola e Pri riu de mim me deixando confusa. 

— Você acha mesmo que antes dos trinta vai estar formada, e vai se casar com um cara legal, olha para onde vivemos An, somos órfãos em breve estaremos por nossa própria conta pare de sonhar amiga, teremos sorte de encontrar um cara que não nos bata. 

— Priscila deixa a An sonhar, não podemos ser amarguradas igual a você. – Joyce tomou a frente.

— Vocês duas chatas, porque não tentam arrumar um cara rico? A gente vai sair daqui e não vamos ter saída.

— Temos sim, já combinei com o Marinho e ele vai arrumar vagas pra gente no Dolore’s burguer. Ele disse que o dono é difícil e salário não é lá essas coisas, mas pelo menos vamos poder alugar uma casinha e morarmos todas juntas. 

Abracei minha amigas e fizemos um pacto de sempre sermos melhores amigas para sempre, nesse mesmo ano Joyce saiu primeiro, enquanto Priscila e eu saímos no mesmo dia Marinho que era um amigo que fizemos na escola nos ajudou e logo estávamos trabalhando no inferno burguer, quer dizer Dolore’s burguer, no meu primeiro dia derrubei uma bandeja em um rapaz e fiquei implorando que ele me desculpasse, mas ele não ligou e ainda me ajudou a catar as coisas, seus olhos eram lindos e fiquei hipnotizada, levei a bandeja e recebi uma advertência e anotaram o lanche perdido para descontar do meu pagamento.

— Menina, que carinha lindo! Vocês conversaram? – Joyce se aproximou curiosa. 

— Não, mas pelo visto ele não daqui porque ele se desculpou em inglês. 

— Eu não pago vocês para conversarem, anda logo e vão servir as mesas. 

Pedimos desculpas e voltamos ao nosso trabalho, Priscila não aguentou trabalhar muito tempo aqui e arrumou outro emprego, não sei de que, mas paga muito melhor do que aqui, no final do expediente estava exausta. 

Joyce e eu fomos para o ponto e quando chegamos em casa nossa amiga estava se arrumando para sair. 

— Vai sair Priscila? 

— Não, Anthonella. Estou me arrumando para assistir a novela. 

— Grossa! Só te fiz uma pergunta. 

— Tô brincando minha amiga fofinha, na verdade nós vamos sair,e nem adianta fazerem essas caras de bunda, temos dezoito anos e sempre tivemos o sonho de sairmos sexta à noite para nos divertir.

— Acontece que você não trabalha no inferno como a gente, você não aguentou três meses. 

Joyce se recusou, mas Pri era muito convincente quando queria e cá estamos nós chegando em na balada, ele conversou algo com o segurança que sorriu para ela e nos deixou entrar sem precisarmos da fila, ficamos curiosas e perguntamos porque entramos ela apenas disse que fez amizade com o filho do dono no novo trabalho dela. 

— Esse seu trabalho misterioso está te rendendo até entradas vips, onde você trabalha amiga? Arruma umas vaguinhas pra gente. – Joyce e eu pedimos e Priscila soltou uma risadinha. 

— Vamos pegar umas bebidas e antes que reclamem eu pago suas mãos de vaca,já que recebo muito mais do que vocês. 

Fomos para o bar e eu preferi um drinks sem álcool o que fez Pri e Joy rirem de mim me chamando de chata, não demorou muito e Priscila saiu e voltou com um cara bonito ao lado. 

— Meninas, esse é o cara que eu falei para vocês, Ramón, essas são minhas amigas Joyce e Anthonella. 

— Muito prazer meninas – ele cumprimentou Joyce e quando me cumprimentar me deu um beijo no canto dos lábios, me deixando com o rosto avermelhado. — Anthonella, seu nome é digno de uma princesa. – Ele me deu uma piscadela e pediu que eu estendesse o pulso e colocou a pulseirinha no meu pulso. 

— O que é isso? 

— Essa é a pulseirinha vip, você pode transitar na área vip e já falei com o garçom que suas bebidas são por minha conta. – Ele beijou a minha mão. 

— Porque não estende a cortesia para as amigas dela também, afinal eu te conheço a um tempinho e a An, você conheceu agora. 

— Essas pulseiras não são para ficar distribuindo pra qualquer uma, elas custam dinheiro. 

— Mas ela está comigo e se eu não tiver cortesia, nós vamos embora – Priscila tanto fez até que Ramón deu uma pra ela e outra para Joyce que reclamou comigo dizendo que a Pri, é uma invejosa, eu não disse nada e nem concordei com ela. 

Ramon aparecia de tempos em tempos para ver se eu estava bem e sempre que vinha dançava comigo, quando anunciei a ele que iria embora Ramón fez questão de nos levar para casa, me despedi dele e ela puxou o meu braço me fazendo trombar em seu corpo. Priscila quis ficar ao meu lado, mas Joy a empurrou para dentro. 

— Obrigada pela carona. 

— Não precisa agradecer linda, mas se quiser agradecer eu sei como. – Ele mordeu o lábio inferior e o empurrei. — Hey! Calma, eu quis dizer que você pode pagar aparecendo mais vezes na balada. 

Ao ouvir suas palavras meu corpo relaxou. Expliquei a ele que meus turnos na hamburgueria eram aleatórios e ele disse que daria um jeito de me encontrar. Como prometido, Ramón apareceu no Dolore's e ficou por lá até que meu expediente terminasse. 

Com o tempo sua presença ficou mais frequente e sempre que podia estava na sua balada, não demorou muito estávamos namorando e fui apresentada a sua família que gostaram muito de mim, no ano seguinte estava noiva e casada. Nossa lua de mel foi em Campos dos Jordão, em um hotel maravilhoso que os pais dele nos deram de presente. 

Ao voltarmos, Ramón me tirou do trabalho no Dolore's e comecei a fazer cursos, Joyce ficou muito feliz por mim, pois ela sempre dizia que eu era a mais romântica do grupo e portanto mereceria ser feliz, Priscila aparecia esporadicamente e quando ia me visitar fazia cara de descontentamento, não entendia o motivo daquilo, mas como minha amiga sempre foi assim deixei pra lá.  Até que no dia cinco de Janeiro de 2018 descobri uma coisa que mudou a minha vida. 

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