Rapidamente me aproximei de Jhonathan e expliquei a ele o que estava acontecendo. Ele me ofereceu ajuda, mas recusei, dizendo que daria um jeito. No entanto, ele, como alguém que não aceita um "não" como resposta, pôs a mão em minhas costas e me guiou até o carro, pedindo que eu desse o endereço de onde estava minha filha. Durante todo o trajeto, eu balançava as pernas nervosamente, ansiosa pelo que encontraria. Assim que chegamos, agradeci e saí rapidamente do carro. Bati no portão e Verinha atendeu, com a minha filha no colo, tentando respirar. Rapidamente peguei sua bombinha e fiz os procedimentos necessários. Quando minha filha respirou normalmente, senti o alívio me tomar.
— Desculpe mesmo, Anthonella. Eu não sei o que aconteceu. – Verinha parecia preocupada.
— Não foi o que ela comeu, era a crise de asma. Lembra das instruções e dos medicamentos que eu deixei pra você? Como você estava nervosa, eu não consegui entender o que era. – Expliquei calmamente, tentando acalmá-la.
Ela se desculpou mais uma vez e eu disse que agora estava tudo bem. Agradeci a ela e levei Maria Fernanda para casa, dei banho nela e a pus para dormir.
Me sentei no sofá e pude respirar aliviada. Tudo que importa é que a minha princesa está bem. Quando minha amiga chegou, contei a ela o ocorrido, e ela se desculpou por não ter visto a ligação de Verinha.
— Ainda bem que a nossa pequena está bem. – Joy disse, e eu concordei.
— Pois é, e a sorte era que eu estava relativamente perto, então Jhonathan me trouxe.
— Como assim ele te trouxe? E o seu carro? – Joyce questionou, confusa.
Expliquei a ela tudo o que tinha acontecido, desde a reclamação dele por eu não ter entregue o documento certo até a ligação de Verinha.
— Mais esse cara é um mala, credo! Fazer um auê por causa de uma crase. – Joyce expressou sua indignação.
— Ele pode ser chato, mas meio que está certo, Joy. Não posso ficar cometendo erros amadores. – Respondi, ponderando sobre a situação.
— Se você diz, pra mim ele vai ser sempre um mala sem alça. Mudando de assunto, você não ficou com medo dele ver a MaFê? – Joyce mudou o tópico da conversa.
Olhei para minha amiga por alguns segundos e balancei a cabeça negando.
— Claro que fiquei. Eu nem queria que ele viesse, só que o cara é mais teimoso que uma mula, quando chegamos, praticamente pulei do carro.
— Você não acha que deveria contar para ele a verdade? – Joyce tentou retomar o assunto.
Olhei para ela, ponderando sobre suas palavras, e neguei.
— Pra que? Pra ele achar que quero o seu dinheiro? Pra ele ou a sua família tentarem tirar a minha filha de mim? Ou pra ela ser maltratada pela sua namorada, noiva, concubina, ou seja lá o que for? Dispenso, amiga.
— Criamos a Fê até agora sem a ajuda dele, An. O que eu quero dizer é que já pensou se ele acaba descobrindo que ela também é filha dele? O que você acha que ele vai fazer? – Ela me faz perguntas difíceis de responder.
— Isso não vai acontecer nem nos meus piores pesadelos. – Afirmei, determinada.
Me levantei e fui até a cozinha terminar o jantar. Quando Joy tentou voltar ao assunto, disfarcei, mudando de assunto.
No dia seguinte, Jhonathan me ligou, perguntando como estava a minha filha. Ele realmente estava preocupado e disse que eu não precisava trabalhar hoje, já que seria um dia mais tranquilo. Antes que eu pudesse agradecer, Jhonathan desligou na minha cara.
— Homem doido! – Exclamei, frustrada.
— Quem é doido, An? – Joyce apareceu e se jogou no sofá massageando os pés.
— Jhonathan. Ele me disse que eu poderia ficar em casa com a minha filha hoje, só que quando fui agradecer, ele desligou na minha cara. Bom, já que estou em casa hoje, vou sair com a MaFê. Ela está precisando sair um pouco depois do acontecido ontem. – Peguei o celular e liguei para escola de Fernanda expliquei o ocorrido e avisei que ela não iria para a escola.
— Pedi a minha colega para trocar o dia comigo para eu ficar com a minha afilhada, então vou sair com vocês. – Joyce anunciou, animada.
Pedi a ela que fosse na padaria enquanto me levantei para preparar o café. Com tudo pronto, acordei minha filha e, depois do café, a arrumei. Chamamos um carro de aplicativo e fomos até o apartamento de Jhonathan, peguei o meu carro. Eu queria subir para falar com dona Beatriz e apresentá-la a Mafê, só que fiquei com medo de trombar com meu chefe.
Enquanto nos dirigíamos ao shopping, Maria Fernanda estava animada, conversando sem parar sobre as coisas que queria fazer e ver lá. Joyce e eu trocamos olhares cúmplices, sabendo que seria um dia cheio de diversão.
Assim que chegamos, Maria Fernanda correu em direção às lojas de brinquedos, ansiosa para explorar cada corredor em busca de novidades. Joyce e eu a seguimos de perto, observando sua empolgação.
— Ela está tão feliz, não é? – Comentei com Joyce, enquanto observávamos MaFê examinar cada brinquedo com grande entusiasmo e saber que anos atrás eu ficava com medo de não poder dar uma vida confortável para a minha pequena.
— Sim, é ótimo vê-la assim. Ela merece momentos como esse. – Joyce respondeu, com um sorriso caloroso.
Enquanto Maria Fernanda se entretinha com os brinquedos, aproveitamos para explorar algumas lojas. Experimentamos roupas, provamos sapatos e nos divertimos experimentando óculos de sol extravagantes.
Depois de algumas horas de compras e diversão, decidimos fazer uma pausa para o almoço. Após o almoço, decidimos explorar outras partes do shopping. Passamos por uma sorveteria e não resistimos em experimentar alguns sabores diferentes. Maria Fernanda estava radiante, segurando seu cone de sorvete com um sorriso de orelha a orelha, era muito bom ver o sorriso de felicidade no rosto de nossa pequena.
— Mamãe, a gente pode ficar mais um pouco?
— Não mesmo mocinha, está ficando tarde e amanhã temos que acordar cedo. – Ela reclamou, mas aceitou o que disse.
— Ai, An, a gente podia ficar só mais um pouquinho, não é? – Agora foi a vez de Joy e revirei os olhos.
— Não vou nem responder Joyce, você já ouviu o que eu falei com a MaFê.
— Estraga prazeres. – Às vezes não sei quem é a criança lá de casa.
Quando estávamos prestes a sair trombamos em alguém que eu não fazia questão alguma de ver.
— Oi, An, não vai cumprimentar a sua amiga?
Olhei para a pessoa à minha frente sem reação.
— An, você não vai me cumprimentar? – Priscila sorriu para mim e respirei fundo. — Anthonella não tem nada para falar com você Priscila, vamos An. – Minha amiga puxou o meu braço. — Mamãe, quem é essa moça? – Maria Fernanda perguntou e Priscila a encarou. — Quem é essa menina? – Ela perguntou. — Menininha quantos anos você tem. — Eu tenho assim “ó”. – Ela fez o sinal de quatro com os dedos. Quando minha filha disse a idade que tinha, Priscila me encarou e eu sabia o que ela estava pensando. — Antes que diga alguma coisa ela não é a filha de quem está pensando — Pela as minhas contas, ela é sim filha de Ramón, ele vai adorar isso. — Como Joyce já disse, ela não é a filha do Ramón, agora se nos der licença temos mais o que fazer. Peguei a mão da minha filha e sai de lá, tenho certeza que Priscila vai contar ao Ramón e ele vai ficar com ideias erradas. No caminho de volta para casa, o silêncio no carro era quebrado apenas pelo suave som que Maria Fernanda, que adormecera no ba
Entrei na sala do meu chefe e perguntei o que estava acontecendo e ela praticamente jogou a bandeja em cima de mim. — Já é a segunda vez que eu venho aqui e vejo a bandeja com resto de comida, você como assiste pessoal está fazendo um péssimo serviço, leve isso daqui imediatamente. – Ela falou exatamente como da outra vez. — Camila não…— Você é muito bonzinho com os funcionários Jhonjhon, temos que tratá-los com punhos de ferro já que pagamos o seu salário. Espero que da próxima vez eu não tenha que te ensinar o seu trabalho. Agora pode sair. — Corja de arrogantes do caralho! – Falei baixinho para mim mesma. — O que disse? – Ela perguntou. — Não disse nada, senhorita, com licença. — Acho bom, por que se não estiver satisfeita é só pedir demissão, está cheio de gentinha como você precisando de trabalho. Respirei fundo e contei até dez para não retrucar aquela mulher maluca e sem noção. Antes de sair olhei para meu chefe que nada disse.— Argh! Esses dois filhos da puta se merec
Estacionei no portão de casa e limpei as lágrimas para que minha filha não percebesse que eu estava chorando, entrei em casa e ela estava animada dançando as músicas do mundo Bita e pediu para que eu brincasse com ela, me abaixei ficando a sua altura e expliquei que estava com dor de cabeça, mas que amanhã não ia ter trabalho e eu poderia ficar com ela o dia todo, minha pequena logo se animou e beijei topo de sua cabeça.Joyce percebeu que eu não estava bem e disse que colocaria MaFê para dormir e agradeci a ela, entrei no meu quarto e me joguei na cama com a roupa que estava, me permitir chorar tudo que estava preso em mim, que vergonha passei hoje, por que eu tive que esbarrar com Priscila? Um tempo depois minha amiga entrou trazendo chá de camomila e me fez beber, ela sentou na beirada da cama e me pediu para contar tudo o que havia acontecido e contei todos os detalhes a ela. — Não creio amiga! Que dia de merda você teve hoje e eu estava reclamando que uma criança vomitou no chã
Jhonathan Lancaster Trabalhar no Brasil tem sido um desafio de diversas maneiras, as pessoas aqui são… elas tem uma visão diferente a respeito de tudo, a maneira delas agirem às vezes espalhafatosas, chega ser estranho e olha que o sangue brasileiro também corre em minhas veias. Preciso ter muito mais tato para falar com as pessoas daqui, acho que por isso meu pai me mandou para cá, pois meus irmão seriam processados na primeira oportunidade. Outro desafio é trabalhar com a minha assistente, Anthonella não é uma má funcionária, pelo contrário ela está sempre atenta e disposta a me atender, confesso que às vezes sou muito duro com ela e não sei o motivo. Camila tem sido muito insistente, ela não aceita não como resposta e como os meus pais aprovam a nossa união e por isso resolvi dar mais uma chance para nós, porém não me vejo preso novamente em relacionamento com ela e nem com ninguém para ser exato me sinto feliz com a minha vida de solteiro. Anthonella entrou em minha sala traze
Anthonella FagundesQuando vi meu chefe ali parado, confesso que fiquei nervosa e preocupada, mas ao decorrer da noite, ele se mostrou um cara bacana. Seu amigo Cláudio estava monopolizando a minha amiga, o que fazia Marinho olhar em nossa direção de cara feia.Os caras não paravam de pedir drinks, e eles adoravam quando eu acertava os gostos deles. Isso nos rendeu muitas gorjetas generosas. Claro que tinha os engraçadinhos que achavam que queríamos ir para a cama com eles.— Os homens sempre ficam em cima de você assim? – Jhonathan perguntou.— Homens sendo homens. – Revirei os olhos e ele riu, revelando suas covinhas. — Você fica bonito quando está relaxado.Os olhos verdes dele se fixaram nos meus e me arrependi do que disse. Aproveitei que um cara me chamou e fui atendê-lo. Depois que entreguei sua bebida, minha amiga me puxou para perto dela.— Poderia ter apenas me chamado, amiga, por que me puxar desse jeito?— Amiga, quem é esse gato? Vocês parecem bem íntimos. – Tem horas qu
Rio de Janeiro, 2016 Estava no quarto quando Ramón chegou e se jogou ao meu lado.— Onde você vai arrumada desse jeito? — Ele perguntou, olhando a minha bunda.— Estou indo para o curso, já se esqueceu?— Ah, não! Hoje você vai comigo para a boate, se esqueceu que dia de sexta o movimento é grande e outra coisa eu quero ficar com você, gata.Tentei argumentar com Ramón que acabaria reprovada por falta, mas como é ele quem paga o curso, não vou discutir. Acho que a maior burrada que fiz foi ouvi-lo e sair do meu emprego.— Tudo bem, Ramón, eu vou com você.— Tira essa roupa sem graça e coloca aquelas brilhosas que eu te dei. Você tem um corpão e tem que exibir.Meu marido é o primeiro homem que vejo que gosta de me ver com roupas curtas e justas. Parece que curte quando os homens me comem com os olhos. Fui até o guarda-roupa e escolhi a roupa menos pior. Ele sabe muito bem que esse estilo não é para mim, tem mais a ver com Priscila, mas como não quero contrariá-lo, vou usar.Pus a rou
Rio de Janeiro, 2023Após o café, Joyce avisou que iria trabalhar. Como estava cansada demais, resolvi que não iria ao shopping hoje com minha filha. Liguei a televisão e a deixei assistindo enquanto limpava a casa. Depois que terminei a limpeza, Maria Fernanda me chamou para assistir a um desenho do "My Little Pony" e me encheu de perguntas sobre como são os pôneis e se eu já tinha visto um. Estava conversando com ela quando a campainha tocou. Achei estranho e logo um sinal de alerta se acendeu. Será que Ramón conseguiu meu endereço? Daquele lá, eu espero qualquer coisa. Atendi a porta apreensiva e me surpreendi ao ver Jhonathan parado ali.— Boa tarde, senhorita Anthonella.— Boa tarde, senhor Lancaster. Que surpresa encontrá-lo aqui. O senhor deseja algo? — Perguntei, curiosa.— Vim visitá-la e saber se está bem após o ocorrido de ontem. Posso entrar ou a senhorita vai me deixar plantado aqui fora?Era só o que me faltava: Jhonathan aqui. Abri o portão, lhe dando passagem. Enquanto
Após o almoço, dei banho na minha filha e a coloquei para tirar um cochilo. Depois de dar atenção a ela, fui para a cozinha e Jhonathan me seguiu. Mesmo eu dizendo que ele poderia se sentar, meu chefe fez questão de me ajudar. Terminamos com a louça e fomos para a sala.— Posso te fazer uma pergunta indiscreta? – Balancei a cabeça que sim. — O que aconteceu com o pai da Maria Fernanda? – Ele perguntou.— Esse é um assunto delicado e complexo. A única coisa certa é que aquele babaca de ontem não é o pai dela.— E quem é ele?— Infelizmente, meu ex-marido.— Você foi casada com ele? – Assenti. — Não dá pra acreditar.— Parando para pensar hoje, nem eu acredito. Mas, infelizmente, é a mais pura verdade. Quando me casei com ele, eu era uma menina nova cheia de esperanças e sonhos. Passar a vida inteira dentro de um orfanato me fez almejar me casar e construir a minha própria família. Infelizmente, acabei escolhendo o cara errado. Mas e você?— Bom, cresci em um bom lar estruturado. Meus p