Três anos Depois Três anos haviam passado desde o casamento de Laiane e Geovane, e parecia que o tempo voou. Aqui estávamos nós, comemorando o aniversário de dois aninhos da pequena Liryane, a filhinha deles. Uma fofura só, com suas bochechas rosadas e o sorriso mais encantador que eu já tinha visto. Não era à toa que Laiane e Geovane estavam completamente babando pela filha, assim como Valentina e Juliano estavam com o pequeno Junior, de um aninho. Valentina e eu éramos as dindas de Liryane, e a cada vez que a olhávamos, nossos corações se derretiam. Era impossível não se encantar com aquela menininha que já corria pela festa com suas perninhas gorduchas, distribuindo sorrisos para todo mundo. — Olha só pra ela, Val — digo observando enquanto Liryane ria de algo que Geovane estava fazendo. — Parece uma bonequinha. Não dá pra acreditar que já tem dois aninhos. Valentina suspirou, balançando a cabeça. — Eu sei... Parece que foi ontem que estávamos no casamento da Laiane, e agora
Pedro ainda estava ao meu lado enquanto eu observava meu irmão Gustavo e Rúbia conversando ao longe. Algo na expressão deles me fez sentir que havia algo grande acontecendo. A testa de Gustavo estava franzida, e Rúbia parecia desconfortável. — Acho que está acontecendo alguma coisa ali — comentei, apontando discretamente para eles. Pedro seguiu meu olhar e assentiu, com um ar de preocupação. — Pela expressão deles, parece sério. O que será que é? — Pedro perguntou curioso. — Não sei. Depois eu converso com ele. A festa seguiu, com risadas e alegria preenchendo o espaço, mas parte de mim continuava preocupada com Gustavo. Ele sempre foi o mais brincalhão, mas nos últimos meses eu o sentia mais distante, talvez amadurecendo. Ainda assim, algo naquela conversa parecia diferente, como se uma tempestade estivesse prestes a estourar. Quando a festa finalmente terminou, Pedro e eu nos despedimos de todos e troquei um abraço carinhoso com Laiane e Val antes de partir. — Então, v
Gustavo Fagundes Lancaster Aquela noite passou como um borrão. Mesmo depois de conversar com a MaFê, eu ainda me sentia como se estivesse carregando o peso do mundo nas costas. Ela me ajudou, claro, mas a ideia de contar tudo para nossos pais me deixava apavorado. Como eles reagiriam? E os pais da Rúbia? Só de pensar nisso, meu estômago revirava.Na manhã seguinte, Rúbia e eu nos encontramos na frente da minha casa. Ela estava pálida, visivelmente nervosa, mas tentou me dar um sorriso de apoio. Segurei sua mão, tentando passar uma confiança que nem eu mesmo sentia.— Vai ficar tudo bem — falei, mesmo sem ter certeza disso.— Eu espero que sim — ela respondeu, apertando minha mão com força.Entramos na casa, e o som abafado da televisão vinha da sala. Meus pais estavam sentados no sofá, minha mãe tomando seu café e meu pai lendo algumas mensagens no celular. Quando nos viram entrar juntos, trocaram olhares curiosos. Não era incomum Rúbia vir aqui nesse horário, mas algo na nossa expre
Mais um ano havia começado, e com ele a contagem regressiva para um dos dias mais esperados de nossas vidas: meu casamento com Pedro. Março chegou rapidamente, e como eu viajaria com o time no próximo mês, tudo foi preparado em ritmo acelerado. Enquanto eu experimentava meu vestido de noiva pela última vez, Laiane e Valentina estavam comigo no quarto, rindo e fazendo piadas para aliviar a tensão. — Quem diria, hein? Até o Gustavo foi mais rápido que você! — Laiane soltou, com uma risada alta. — Mal posso acreditar que ele vai ser pai. Valentina balançou a cabeça, ainda rindo. — Verdade! Minha irmã está prestes a parir, e estou ansiosa pra ver o rostinho do meu sobrinho — completou Valentina. — Nosso sobrinho. — A corrigi e ela riu. Meu pensamento voltou ao momento em que Gustavo contou sobre a gravidez de Rubia. Meus pais ficaram chocados, principalmente porque Gustavo só tinha dezesseis anos. A reação inicial foi de repreensão, claro. Eles tentaram argumentar sobre a ju
Dois anos se passaram desde o dia em que eu e Pedro Henrique dissemos o tão esperado "sim". A vida de casada estava sendo tudo o que eu sonhava e mais. Claro, nem tudo era perfeito, havia os desafios, as correrias do dia a dia, as minhas viagens constantes com o time, e os meus treinos exaustivos, o trabalho de Pedro que exigia muito dele. Mesmo assim, sempre encontrávamos uma forma de tirar tempo para nós dois. E isso fazia toda a diferença. Às vezes, eu pensava em como nossas vidas mudaram de maneira tão rápida, mas como as mudanças foram boas. Mesmo com as agendas lotadas, nos empenhávamos para manter o romantismo vivo. Jantares em casa, noites de filmes e até pequenas escapadas de fim de semana eram o segredo para mantermos nossa conexão. Pedro sempre foi um homem dedicado, e eu nunca me senti sozinha, mesmo com a correria dele. Sempre havia uma mensagem carinhosa no celular ou uma surpresa quando eu menos esperava. Nossa vida era movimentada, mas cheia de amor.E não éramos os
Pedro Henrique Soares Depois de mais uma longa viagem com o time, tudo o que eu conseguia pensar era em voltar para casa. Sentir o cheiro da nossa cama, o abraço da MaFê e o conforto de estar no meu próprio lar. Mesmo sendo apaixonado pelo futebol e por tudo o que ele me proporciona, nada se comparava à sensação de estar de volta aos braços dela. O voo foi tranquilo, mas interminável. A saudade de MaFê apertava a cada minuto, e eu não via a hora de chegar. Quando o avião finalmente pousou, eu peguei minha bagagem rapidamente e saí do aeroporto como se estivesse em uma corrida de última hora. Eu sabia que ela estaria esperando por mim, e isso fazia o cansaço da viagem desaparecer instantaneamente. Cheguei em casa e, estranhamente, não a encontrei na sala como de costume. O silêncio me envolveu de maneira desconfortável. Passei pelo corredor, imaginando que ela pudesse estar no quarto, talvez descansando, já que seu treino também havia sido puxado nos últimos dias. — MaFê? — chamei
Maria Fernanda Fagundes Lancaster Nunca imaginei que o dia de descobrir o sexo do nosso bebê pudesse ser tão significativo. Claro, estava ansiosa, com aquele frio na barriga e borboletas no estômago, mas sabia que o que viria mudaria nossas vidas para sempre. Tinha algo no ar, um sentimento que me dizia que esse momento seria muito mais do que uma simples revelação.Pedro, como sempre, estava ao meu lado, nervoso e agitado. Desde que soube da gravidez, ele havia se transformado em alguém ainda mais protetor e amoroso, o que me fazia apaixonar ainda mais por ele. Mas o que me preocupava não era tanto a ansiedade dele, mas a reação dos meus pais. Sabia que meu pai estava a um passo de hiperventilar só de pensar que sua “bebê” estava esperando um filho — e eu nem sabia como ele reagiria ao saber o sexo.Chegamos à clínica mais cedo, porque Pedro, típico ansioso, insistiu. Ele parecia um garoto que não conseguia esconder a empolgação, embora eu pudesse ver nos olhos dele o nervosismo. M
Acordei com uma sensação estranha, uma mistura de pressão e umidade, e demorei alguns segundos para entender o que estava acontecendo. Eu estava deitada ao lado de Pedro, nossos corpos entrelaçados em uma tentativa de aproveitar as poucas noites tranquilas que nos restavam antes da chegada dos nossos bebês. Mas agora não havia mais tempo para tranquilidade. – Pedro... – sussurrei, sacudindo-o levemente. Ele resmungou, virando-se de lado, mas não acordou. – Pedro... – repeti, agora com mais urgência. Ele abriu os olhos lentamente, ainda meio confuso, até que se levantou e me olhou, finalmente percebendo que algo estava errado. – O que foi? Está tudo bem? – perguntou ele, a voz rouca de sono, ainda sem entender o que estava acontecendo. – Minha bolsa estourou – digo calmamente. Pedro arregalou os olhos, o pânico começando a aparecer em seu rosto. Ele sentou-se na cama com um salto, os cabelos bagunçados e os olhos arregalados. – Sua bolsa estourou? Agora? Mas... – Ele olh