Ramón Almeida Cheguei em casa batendo a porta com força, frustrado e irritado. Anthonella era a mulher perfeita para mim, aquele jeito angelical dela encantava a minha família. Porém, mesmo gostando da minha ex-mulher, eu queria mais. Na verdade, não tinha a menor pretensão de me divorciar de Anthonella, mas ela fugiu de mim quando soube que eu a traí com uma de suas amigas, que agora é minha atual esposa.Com Anthonella, quando eu chegava em casa, estava tudo pronto; ela tentava me agradar de todas as formas. Já Priscila só pensa em esbanjar. Pelo menos, ela faz coisas que Anthonella jamais faria, como mamar os meus amigos ou transar com eles para que eu veja.— Onde estava, Ramón? – Priscila perguntou enquanto se maquiava.— Fui procurar a Anthonella. Acredita que ela estava saindo do bar enquanto a minha filha estava sei lá onde?— A gente precisa pegar a menina e criá-la nós mesmos. Aqui, ela terá de tudo, já com Anthonella e Joyce, não sei não. – Ela disse, sorrindo.Ao me lembr
Anthonella Fagundes Depois que Ramón e Priscila foram embora, entrei em casa e me encostei na porta, sentindo a tensão e a raiva ainda pulsando no meu corpo. Joyce veio até mim com uma expressão preocupada.— Amiga, você está bem? – Ela perguntou, segurando minhas mãos.— Vou ficar, Joy. Não sei o que ele quer, mas não vou deixar que machuque a MaFê. – Respondi, determinada.Maria Fernanda estava na sala, alheia ao que havia acontecido. Fui até ela, sentei no chão e a abracei, tentando acalmar meus próprios nervos.— Tudo bem, mamãe? – Ela perguntou, sentindo minha preocupação.— Sim, meu amor. Tudo bem. – Disse, acariciando seu cabelo. – Vamos brincar um pouco, que tal?— A gente não ia no shopping? — Sim, mas a mamãe acha melhor ficarmos aqui. — Não acho justo, An. Você se programou para sair com a Fê e agora vai ter que ficar em casa, tudo por causa dos filhos da puta. — Joy. – Fiz para ela lembrar que minha filha estava na sala. — Desculpa, amiga, é que fico muito puta com es
Minas Gerais, Maio de 2017Ramón estava determinado a mudarmos de ares por alguns meses. Eu não queria sair de perto das minhas amigas, mas ele me convenceu dizendo que se não fosse, ele poderia arrumar uma amante por lá e nunca mais voltar.Apesar dos maus-tratos que sofria, era completamente e loucamente apaixonada por ele. Ouvir essas palavras de sua boca me deixava sem chão. Minha vida se resumia a Ramón, e havia até trancado meu curso para ficar somente com ele.— Anda, amor, não quero chegar tarde à boate. — Ele apressou, enquanto eu terminava de me arrumar.— Estou pronta. – Respondi, ajustando meu vestido.— E muito gostosa também. Só vai dar você, gata. – Ele começou a beijar meu pescoço, e eu o empurrei de leve.— Antes de sairmos, preciso conversar com você. – Ele me puxou para sentar no seu colo. — Não quero que aconteça aquele lance do ano passado, então evite beber e se drogar.— Você vai ficar me controlando agora, Anthonella? – Ramón perguntou, começando a ficar irrit
Rio de Janeiro, 2023Camila Olivas Saí da empresa de Jhonathan completamente ultrajada. Como ele pôde me tratar daquela maneira e defender aquela mulherzinha?— Senhorita Olivas, o que aconteceu com a senhora? — perguntou Matias.— Cala a boca, Matias. Só me leva para casa.Ele abriu a porta e eu entrei. Sempre tive tudo o que quis na vida; meus pais sempre fizeram o melhor para agradar a princesinha deles. Por isso, não mediram esforços quando eu disse que viria para o Brasil para tentar reatar com Jhonjhon. Liguei para minha mãe, que atendeu rapidamente.— Oi, filha, como estão as coisas aí? — Soltei um suspiro de frustração.— Nada bem, mamis. Você acredita que Jhonathan ralhou comigo por ter tratado mal uma funcionária?— O que você fez agora, Cami? Sempre pedi a você que tratasse as pessoas como gostaria de ser tratada.— E eu não trato? Agora a senhora quer que eu fique adulando empregadinhas? Não, mamis, no dia que isso acontecer quero que a estátua da liberdade caia em minha
Jhonathan Lancaster Estava envergonhado pelo comportamento de Camila. Sempre soube que ela era fútil e tratava seus funcionários como bem entendia, mas o problema é ela querer expandir esse tratamento aos funcionários da minha empresa. Sou um homem rígido e de poucas palavras com eles, mas não os destrato gratuitamente. Camila apareceu sem me consultar se eu estaria disponível para ela e, depois de toda a confusão por conta de um vestido, saiu pisando duro. Pedi desculpas a Anthonella pelo incidente, e ela apenas assentiu e se retirou. Preciso ter uma conversa severa com Camila por isso.Já estava em casa quando Camila me enviou uma mensagem me convidando para jantar e expliquei a ela que estaria ocupado, o que não a agradou nem um pouco. Como eu previa, a nossa relação não poderá ir para a frente. Ela é bonita e tal, porém é instável e não quero drama na minha vida.Como não estava afim de ficar trancado no escritório, trouxe meus documentos para a sala e fiquei trabalhando.— Jhona
Anthonella Fagundes — MaFê, eu já disse que não – digo pela sétima vez e ponho o misto quente à sua frente.— Tenho que “i” vai “se” um jogão.— Não vou te levar a São Januário e ponto final. Quando for um jogo mais tranquilo, eu até posso cogitar te levar.— Mas eu quero ver “Vaco” e “Famengo”. – Minha filha conseguia ser mais teimosa que um coice de mula, e isso me irritava às vezes.— Eu disse não, Maria Fernanda! Agora tome seu café para irmos para a escola.Ela começou a comer muito chateada. Eu sei que ela é apaixonada por futebol, mas toda vez que Vasco e Flamengo se encontram, é um confronto perigoso e não quero me expor a isso. MaFê mastigava olhando para mim de cara feia.— Cara feia pra mim é fome. – Ela deu de ombros e eu a encarei de maneira severa. MaFê se encolheu e se desculpou.Joy saiu do seu quarto e sentou ao meu lado. Não demorou muito para um cara aparecer e já ir se servindo como se estivesse em casa. Ergui uma sobrancelha para minha amiga, que fingiu não ver.
Estava resolvendo alguns assuntos quando recebi um telefonema de Joyce avisando que não poderia buscar MaFê, pois pediram para ela trocar o turno. Droga! Era ela quem ficaria com minha filha, já que Verinha levaria as filhas ao pediatra hoje. O que eu ia fazer?— O que aconteceu, Anthonella? – Berenice perguntou, percebendo minha expressão preocupada.— Estou com um problema para resolver. Não tenho com quem deixar a minha filha e logo hoje que meu dia está cheio.— Conversa com o senhor Lancaster, ele tem esse jeitão brusco, mas é um homem compreensivo.A sugestão de Berenice fez sentido. Ele poderia compreender a situação e talvez permitir que eu trouxesse MaFê para a empresa. Cheguei em sua sala e dei leves batidas, esperando sua permissão para entrar.— Entre, Anthonella – disse ele, olhando por cima dos óculos. Não sabia que ele usava óculos e, puta merda, ele estava muito sexy. "Controle-se, Anthonella, mantenha o foco."Respirei fundo antes de explicar a situação, tentando tran
Jhonathan havia ido almoçar com seus avós, e Berenice e eu ficamos arquivando alguns documentos. Minha pequena estava desenhando quando chamou minha atenção.— Mamãe, até o tio Jhonathan tem vovôs e eu não. – Minha filha perguntou de repente. Essa conversa é muito difícil de ter com uma criança.— Filha, lembra que a mamãe já te falou que cresceu em um lugar onde só haviam crianças?— Sim. Onde estavam as pessoas "gandes"?— Tinham pessoas que cuidavam de nós, mas não eram os nossos pais. Nós não tínhamos pai e mãe, só adultos que cuidavam de nós.— E onde foram parar os papais? Eles "sumilam" igual o meu papai?Respirei fundo algumas vezes e olhei para minha princesa curiosa e sorri.— Princesinha, a mamãe já te disse que vai explicar tudo para você quando chegar a hora.Peguei os tubinhos de M&Ms e coloquei na sua frente, e ela escolheu comer só as cores amarelas.— É difícil ser mãe, não é? Temos que lidar com todos os tipos de perguntas e desafios.— Nem me fale, Berenice, nem me