KATHERINE—Duquesa, desejava algo? —o insuportável mordomo foi quem abriu a porta.—Quero ver o Duque —respondi, já roçando a falta de educação, porque o tom superior dele me incomodava demais.—Sabe que precisa agendar um horário para ver sua senhoria. Posso marcar uma para a próxima semana…—É uma emergência e preciso vê-lo agora —enfatizei o "agora".Eu podia ouvir o som do Duque dentro da sala.Não sei se fazia de propósito, mas o barulho de objetos sendo movidos sobre a mesa e de papéis folheados era nítido.—O Duque está ocupado com a sessão matinal, não poderá ser hoje… Oiga, nmmm! —gemeu de dor quando enfiei o salto da bota fundo no pé dele.Aproveitando o descuido, o empurrei e entrei no escritório daquele arrogante.—Lamento interrompê-lo, sua senhoria, mas preciso tratar de um assunto urgente com o senhor —disse, controlando minha raiva."Eu sou Rossella, eu sou Rossella, eu sou a maldit4 submissa apaixonada da minha irmã!"Nem o mantra funcionava enquanto minha irritação c
KATHERINE—Sim, sua senhoria —o mordomo se retirou, fechando a porta.Ao ficar sozinha com ele, meu coração, por algum motivo, começou a ficar nervoso.Ainda mais quando o vi se levantar e caminhar até a janela, onde havia algumas bebidas sobre a mesinha.—Deseja algo para beber?—Não, não, Duque. Vim falar sobre nossa filha —fui direto ao ponto.—Nossa filha? —ele se virou com o copo na mão, erguendo uma sobrancelha com sarcasmo—. Aqui não há mais ninguém, Rossella. Não precisa fingir.Cerrei os punhos, suspirando.Era verdade, ele apenas criava uma criança imposta à força.—Bem, minha filha —corrigi friamente—, e justamente por ser só minha, acho que posso escolher quem a cuida e quem não. Não gosto da babá dela. Eu a expulsei do castelo.—A Sra. Elena tem cuidado dela desde bebê. Lavinia tem muito carinho por ela. Não pode demitir uma mulher honesta só porque sim…—Honesta?! Sabe o que ela disse para a menina enquanto a banhava? —dei um passo à frente, indignada, e comecei a conta
ELLIOTA babá de Lavinia gritava enquanto era arrastada pelos cabelos, segurados com força no punho inflexível de Rossella, até o patamar da escada.— Vai procurar mulher pro seu filho em outra casa, desgraçada! — gritou Rossella por cima dos gritos da Sra. Elena, que se segurava nos próprios cabelos com expressão de dor.De repente, no meio do tumulto, os olhos apavorados da mulher cruzaram com os meus.— Vossa Excelência, eu imploro! A Duquesa está me acusando injustamente! Eu só cuidei da sua pequena como uma mãe! Ela… AAAAHHHH!O grito estridente ecoou quando Rossella a empurrou sem compaixão, jogando-a escada abaixo, exatamente como eu fiz no dia em que ela chegou com o cadáver do contador.Eu nem sequer me abalei ao ver o corpo rolando entre gemidos abafados, as mãos se debatendo no ar, tentando se agarrar em alguma coisa, até cair com um som surdo no hall de entrada.Meu olhar não conseguia se desviar daquela mulher fria e implacável que descia as escadas com calma, logo atrás
KATHERINEMeu coração batia acelerado com a adrenalina percorrendo minhas veias.O Duque nos colocou sob sua proteção, ainda que fosse apenas um ato fingido.Como era bom sentir o poder de tomar decisões, de não ser apenas o fantoche de alguém, uma boneca sem vida.O poder absoluto que esse homem representava parado diante de mim... Olhei-o intensamente, reafirmando meus objetivos na mente, apesar das barreiras.Ele ordenou que a babá e o tal Theodore, que obviamente estava preparando o caminho para abusar da inocência da minha filha e depois passar de noivo a marido de uma nobre, fossem levados embora.Ideias tão macabras não ocorriam a um jovem de 14 anos, isso era coisa da mãe dele.O Duque finalmente se virou e voltou a me encarar, apenas por alguns instantes.Seus olhos azuis brilhavam com reflexos dourados, talvez pelo reflexo do sol.Passou ao meu lado sem dizer mais nada.— Obrigada, Vossa Excelência — sussurrei em voz baixa, sem esperar que me respondesse.Respirei fundo, ali
KATHERINEÉ uma criada que me avisa novamente sobre o jantar.— Levem a comida para o meu quarto, hoje não jantarei no salão — "nem hoje, nem nunca mais".Eu a vejo se retirar com um leve aceno.— Nana...— Pense bem, não há pressa. Um herdeiro não vai nascer em poucas horas. Vá, vá tomar um bom banho, relaxe e reflita com o travesseiro. Eu cuidarei de Lavinia.Suspiro e me levanto, inclinando-me para ela.Dou um beijo em sua testa enrugada.Essa mulher foi a única mãe que conheci em minha vida.— Puxa-saco, grudenta como quando era uma coisinha arteira. Vai descansar, porque batalhas duras te esperam — ela acariciou minhas mãos com um leve tapa.Segui para o meu quarto.A verdade é que minha cabeça estava a ponto de explodir com tantas preocupações.Ninguém disse que viver a vida de outra pessoa seria simples.Assim que fechei a porta do quarto, ouvi batidas na madeira atrás de mim.Abri e vi o criado do salão de jantar.— Desculpe, Duquesa, o jantar já está pronto.— Então traga-o —
ELLIOTMeus passos impetuosos, abafados pelo tapete da saleta, avançaram até a porta do quarto.Eu estava tão puto que nem sequer parei para pensar que estava invadindo sua privacidade.Agarrei a maçaneta e entrei de supetão.—Aaaww, Duque… ahhh —um gemido rouco ecoou pelo quarto.Fiquei congelado na entrada, o cheiro intenso de desejo e luxúria misturado com lavanda flutuando no ar, me fazendo estremecer.Minha respiração acelerou ao ver o que acontecia diante dos meus olhos.Rossella, sobre a cama, com as pernas totalmente abertas em minha direção, sua boceta rosada escorrendo fluidos que desciam pela curva das nádegas, encharcando os lençóis.Dois dedos penetravam fundo naquela pequena abertura, e eu não conseguia desviar o olhar.Meu corpo esquentava como um vulcão prestes a explodir, meu pau endurecendo ao máximo diante dessa visão provocadora.Ela se contorcia, os pés se arqueando sobre o colchão, as costas curvadas pelo prazer intenso, os olhos fechados e o cabelo castanho molh
KATHERINE—Não, esse vestido tão elegante, não. Coloquem no baú roupas mais práticas, sim, sim, essa calça de montaria está ótima — eu indicava às duas criadas que arrumavam o que eu precisava para essa viagem maluca.Caminhei até a janela enquanto elas continuavam com suas tarefas.A noite avançava lá fora, tão escura que era impossível enxergar além das sombras projetadas pelos enormes lampiões.Onde estava o Duque e por que ainda não havia retornado?Uma preocupação martelava forte em minha mente: estaria ele na casa da amante?Eu precisava descobrir logo quem era essa mulher, com certeza alguém deslumbrante e à altura dele.Será que ele está se deitando com ela neste exato momento?Levei o polegar à boca, mordiscando a unha com ansiedade.A inquietação crescia dentro de mim, o medo de que essa mulher engravidasse e ameaçasse a nossa posição aqui.Eu só tinha a velha casa do meu pai, nem mesmo as terras de cultivo.Rossella havia vendido tudo. Ficaríamos completamente desamparadas.
KATHERINESaí com meu vestido simples e confortável para a longa viagem.Arrumei as luvas e a governanta me ajudou a subir na espaçosa carruagem, explicando algumas coisas.—Tenha uma boa viagem, Duquesa —disse ela ao final, e eu agradeci, deslizando para o lado no assento aveludado, deixando espaço para o Duque.Todo o interior era forrado com um damasco verde, com padrões prateados, elegante e luxuoso.Sob os assentos, havia compartimentos fechados.A governanta mencionou que ali estavam guardadas provisões para comer.O luxo era evidente, mas, claro, tratava-se do dono e senhor destas terras.Falando no Duque... esperei e esperei, e nada.Fecharam a porta da carruagem, senti o veículo estremecer quando o cocheiro assumiu sua posição e então o estalo do chicote soou, seguido pelo grito para impulsionar os cavalos.Inclinei-me sobre a janelinha e afastei a cortina. Então o vi.O Duque cavalgava sobre o mesmo majestoso cavalo branco da noite anterior, acompanhado por homens que pareci