NARRADORAEle e suas manias esquisitas.— O que você faz aqui e como sabe que quero ir para as montanhas? — Lavinia franziu um pouco o cenho.— Não estava te espionando, se é isso que te preocupa. Estava procurando minhas irmãs, e não é preciso ser um gênio para saber que você tem interesse nos campos de energia. — Laziel respondeu, lançando um olhar afiado para o horizonte, onde o céu parecia mais denso.— Bom, dito assim… — Parece que sou idiota.Lavinia torceu um pouco a boca.Se supunha que a mais velha ali era ela, mas esse garoto tinha a aura de um ancião de mil anos.— Se estiver desconfortável, eu vou sozinho...— Não, espera, Laziel! — Lavinia o segurou quando ele simplesmente virou de costas.— Desculpa ter sido tão grossa. É que estou um pouco ansiosa com isso, mas sim, eu gostaria muito de ir com você.Com você, é um milhão de vezes mais seguro, ainda mais se há espectros fugitivos por aí.— Primeiro vou procurar minhas irmãs...— Estamos aqui. Já sabia que a mamãe não dem
NARRADORASigrid logo encontrou seus pais entrelaçados em uma dança.Observou divertida enquanto seu pai cochichava algo no ouvido de sua mãe. Apostava o que fosse que era algo indecente; seu pai sempre tão intenso, especialmente quando se tratava de amar sua companheira e sua família.Ainda lembrava quando ele apareceu no palácio com os três filhotes nos braços, quase causando um infarto nos reis e fazendo Aldric querer assassinar Silas novamente.Culpando-o por tê-la feito sair com a barriga tão grande; chegou até a acusá-lo de querer roubar seus netos só para ele.Nada de novo, apenas mais um dia típico no castelo do Rei Lycan.Eles se juntaram aos casais que dançavam, conversando, brincando e se divertindo.— Tio Zarek, você continua matando o ritmo! É um assassino da música! — Sigrid zombou de seu mentor. Só ela para fazer isso.Entre as expressões de Zarek, Silas e Laziel, era difícil saber quem movia menos os músculos faciais no dia a dia.— Sigrita, não seja má, estou há meia
NARRADORATodos estavam de pé sobre o saliente. Nyx observou o céu sobre suas cabeças; não se via nada além de uma densa camada de escuridão.— Acho que precisamos atravessar esta caverna, não consegui me elevar mais com meus portais. — Lavinia comunicou.Havia um campo de energia flutuando sobre a montanha.— Gente, acho que a brecha aqui está prestes a se abrir! — disse, animada.— Espere o meu retorno. — Laziel se virou para comandar a cabeça gigante e negra que se destacava às suas costas.Um sibilo baixo ecoou da névoa escura espectral.E assim, com mais imprudência do que bravura, a nova geração poderosa de seres sobrenaturais se aventurou pelo túnel escuro, agora iluminado pelas luzes mágicas invocadas por Nyx.— Há espectros mais à frente. Fiquem atentas. Eu vou controlá-los, irei na frente. — Laziel avançou primeiro.Com a presença de espectros, ele era o único capaz de enfrentá-los.À medida que a luz no final do caminho se tornava mais intensa, a má premonição crescia no pe
NARRADORAA enorme loba de pelagem negra como a meia-noite, com mechas douradas, cravou os dentes com fúria na criatura.Qualquer um pensaria que suas presas atravessariam o nada. Força bruta contra algo imaterial era difícil de combater.No entanto, Lyra, assim como seus irmãos, era um ser especial com características únicas.Aztoria, a loba de Lyra, dilacerou os fragmentos de magia negra e os engoliu, absorvendo toda a energia maligna do espectro — algo que um lobo ou um lycan comum jamais poderiam processar em seus corpos.— Esses filhos da puta já me deixaram de saco cheio! Aaaah! — Vicky rugiu, abrindo cortes profundos nas palmas das mãos e pressionando-as contra o chão.Seus lábios começaram a recitar feitiços rápidos e incompreensíveis.A montanha tremeu, a floresta sob seus pés se agitou.Como filha de seu pai e descendente do príncipe sombrio Zarek, estava convocando alguns de seus mortos-vivos para ajudá-los na batalha.Tudo indicava que os espectros tinham os segundos conta
Olá, olá, queridos leitores!Nossa, parece que foi ontem, e já se passaram meses e meses nessa aventura que agora chegou ao fim.E siiii, eu sei que vocês ficaram tipo: “Aonde foram essas crianças arteiras?! Quero saber mais!” (hahaha).Pois bem, primeiro preciso confessar que não sou muito fã de sagas divididas em livros separados, porque minhas histórias têm muitos detalhes e subtramas que depois ficam difíceis de explicar do zero em um novo livro.Além disso, novos leitores podem começar na ordem errada e acabar se perdendo na sequência dos eventos. Mas, de qualquer forma, vou arriscar e ver como consigo integrar tudo.Portanto, a novidade é que continuarei com a nova geração em um novo livro, separado deste.Como vocês podem imaginar, aqueles portais levarão os filhos de papai e mamãe para outros mundos, reinos, continentes (ou seja lá o que eu inventar, hahaha), onde viverão suas próprias histórias.Aviso importante: OS PERSONAGENS QUE JÁ APARECERAM NESTE LIVRO NÃO TERÃO MAIS PART
LYRAEu não sei onde estou nem o que aconteceu comigo.Meu corpo parece ter sido triturado, desmontado e costurado de volta de qualquer jeito.Um gemido doloroso escapa dos lábios de alguém. Acho... acho que sou eu mesma.Minhas longas pestanas tremulam de cansaço, e só quero dormir para sempre. Memórias vagas invadem minha mente.— Aahh... — gemo novamente ao tentar mover minha perna direita, e uma pontada excruciante atravessa meu corpo.Meus olhos se abrem e se fecham em desconforto; a luz repentina apunhala minhas retinas."Aztoria?" Chamo minha loba e começo a entrar em pânico ao não senti-la.Não tenho certeza se ela está fraca ou se é algo pior.Tomo o controle do meu corpo e começo a me erguer lentamente. Estou ferida por toda parte e minhas lesões não cicatrizaram bem.Meus poderes estão restringidos. Flashes surgem em meu cérebro entorpecido.Eu estava com meus irmãos, com... com Lavinia. Sim, sim... e também com Vicky.O rosto de Laziel, gritando para que eu segurasse sua m
NO NOVO MUNDO… LYRAMeu pai sempre nos disse para não brincarmos com magia, que era traiçoeira e imprevisível, mas meus irmãos e eu nos achávamos intocáveis.Descendentes de poderosos lycans e Selenias; de Umbros, uma criatura criada a partir do ódio mais profundo: nunca tivemos medo das consequências… até agora.Meu nome é Lyra, sou uma Alfa pura com magia negra correndo em minhas veias. Caí em um vórtice de energia e fui separada dos meus irmãos e da minha família.Abri os olhos no meio de uma selva primitiva e fui resgatada por um lobisomem selvagem, rabugento e nada educado.Embora pareça brincadeira, depois de uma apresentação tão solene, agora mesmo esse selvagem está me carregando sobre o ombro, atravessando a floresta sem o menor cuidado e me deixando quase de cara com a bunda dele.— Ei, meu estômago dói, por favor, preciso descer, já estou melhor… você está me ouvindo…?!BAM!— Aaaah! — soltei um gritinho de susto quando ele me lançou com brusquidão de uma colina e, em seg
LYRA—Não é o que parece, você estava ferido e eu… — minha mente girava sem parar, nem eu mesma acreditava na quantidade de besteiras que estava dizendo.Ele apenas me olhava, a expressão cada vez mais e mais carregada.— O que você viu? — sua voz áspera e fria soou de repente.— Você entende o que eu digo? — respondi animada, já que ele não havia falado nada antes e eu temia que não me compreendesse.Tentei me levantar, sair daquela situação embaraçosa, mas sua mão calejada agarrou meu braço com firmeza.— O que você viu? — repetiu, desta vez com um tom mais afiado e perigoso.— Só que você lutou contra aquele animal e venceu — respondi, tentando puxar meu braço. Mesmo sendo meu companheiro, eu não gostava da aura ameaçadora dele.Não me atrevi a confessar o que descobri em seu lobo.— Você consegue me sentir? Você e eu…— Cale-se — me interrompeu de repente. Eu havia me esquecido de como ele era rude, mas seus olhos logo se voltaram, alertas, para uma direção, ativando também meus i