NARRADORATodos estavam de pé sobre o saliente. Nyx observou o céu sobre suas cabeças; não se via nada além de uma densa camada de escuridão.— Acho que precisamos atravessar esta caverna, não consegui me elevar mais com meus portais. — Lavinia comunicou.Havia um campo de energia flutuando sobre a montanha.— Gente, acho que a brecha aqui está prestes a se abrir! — disse, animada.— Espere o meu retorno. — Laziel se virou para comandar a cabeça gigante e negra que se destacava às suas costas.Um sibilo baixo ecoou da névoa escura espectral.E assim, com mais imprudência do que bravura, a nova geração poderosa de seres sobrenaturais se aventurou pelo túnel escuro, agora iluminado pelas luzes mágicas invocadas por Nyx.— Há espectros mais à frente. Fiquem atentas. Eu vou controlá-los, irei na frente. — Laziel avançou primeiro.Com a presença de espectros, ele era o único capaz de enfrentá-los.À medida que a luz no final do caminho se tornava mais intensa, a má premonição crescia no pe
NARRADORAA enorme loba de pelagem negra como a meia-noite, com mechas douradas, cravou os dentes com fúria na criatura.Qualquer um pensaria que suas presas atravessariam o nada. Força bruta contra algo imaterial era difícil de combater.No entanto, Lyra, assim como seus irmãos, era um ser especial com características únicas.Aztoria, a loba de Lyra, dilacerou os fragmentos de magia negra e os engoliu, absorvendo toda a energia maligna do espectro — algo que um lobo ou um lycan comum jamais poderiam processar em seus corpos.— Esses filhos da puta já me deixaram de saco cheio! Aaaah! — Vicky rugiu, abrindo cortes profundos nas palmas das mãos e pressionando-as contra o chão.Seus lábios começaram a recitar feitiços rápidos e incompreensíveis.A montanha tremeu, a floresta sob seus pés se agitou.Como filha de seu pai e descendente do príncipe sombrio Zarek, estava convocando alguns de seus mortos-vivos para ajudá-los na batalha.Tudo indicava que os espectros tinham os segundos conta
Olá, olá, queridos leitores!Nossa, parece que foi ontem, e já se passaram meses e meses nessa aventura que agora chegou ao fim.E siiii, eu sei que vocês ficaram tipo: “Aonde foram essas crianças arteiras?! Quero saber mais!” (hahaha).Pois bem, primeiro preciso confessar que não sou muito fã de sagas divididas em livros separados, porque minhas histórias têm muitos detalhes e subtramas que depois ficam difíceis de explicar do zero em um novo livro.Além disso, novos leitores podem começar na ordem errada e acabar se perdendo na sequência dos eventos. Mas, de qualquer forma, vou arriscar e ver como consigo integrar tudo.Portanto, a novidade é que continuarei com a nova geração em um novo livro, separado deste.Como vocês podem imaginar, aqueles portais levarão os filhos de papai e mamãe para outros mundos, reinos, continentes (ou seja lá o que eu inventar, hahaha), onde viverão suas próprias histórias.Aviso importante: OS PERSONAGENS QUE JÁ APARECERAM NESTE LIVRO NÃO TERÃO MAIS PART
LYRAEu não sei onde estou nem o que aconteceu comigo.Meu corpo parece ter sido triturado, desmontado e costurado de volta de qualquer jeito.Um gemido doloroso escapa dos lábios de alguém. Acho... acho que sou eu mesma.Minhas longas pestanas tremulam de cansaço, e só quero dormir para sempre. Memórias vagas invadem minha mente.— Aahh... — gemo novamente ao tentar mover minha perna direita, e uma pontada excruciante atravessa meu corpo.Meus olhos se abrem e se fecham em desconforto; a luz repentina apunhala minhas retinas."Aztoria?" Chamo minha loba e começo a entrar em pânico ao não senti-la.Não tenho certeza se ela está fraca ou se é algo pior.Tomo o controle do meu corpo e começo a me erguer lentamente. Estou ferida por toda parte e minhas lesões não cicatrizaram bem.Meus poderes estão restringidos. Flashes surgem em meu cérebro entorpecido.Eu estava com meus irmãos, com... com Lavinia. Sim, sim... e também com Vicky.O rosto de Laziel, gritando para que eu segurasse sua m
NO NOVO MUNDO… LYRAMeu pai sempre nos disse para não brincarmos com magia, que era traiçoeira e imprevisível, mas meus irmãos e eu nos achávamos intocáveis.Descendentes de poderosos lycans e Selenias; de Umbros, uma criatura criada a partir do ódio mais profundo: nunca tivemos medo das consequências… até agora.Meu nome é Lyra, sou uma Alfa pura com magia negra correndo em minhas veias. Caí em um vórtice de energia e fui separada dos meus irmãos e da minha família.Abri os olhos no meio de uma selva primitiva e fui resgatada por um lobisomem selvagem, rabugento e nada educado.Embora pareça brincadeira, depois de uma apresentação tão solene, agora mesmo esse selvagem está me carregando sobre o ombro, atravessando a floresta sem o menor cuidado e me deixando quase de cara com a bunda dele.— Ei, meu estômago dói, por favor, preciso descer, já estou melhor… você está me ouvindo…?!BAM!— Aaaah! — soltei um gritinho de susto quando ele me lançou com brusquidão de uma colina e, em seg
LYRA—Não é o que parece, você estava ferido e eu… — minha mente girava sem parar, nem eu mesma acreditava na quantidade de besteiras que estava dizendo.Ele apenas me olhava, a expressão cada vez mais e mais carregada.— O que você viu? — sua voz áspera e fria soou de repente.— Você entende o que eu digo? — respondi animada, já que ele não havia falado nada antes e eu temia que não me compreendesse.Tentei me levantar, sair daquela situação embaraçosa, mas sua mão calejada agarrou meu braço com firmeza.— O que você viu? — repetiu, desta vez com um tom mais afiado e perigoso.— Só que você lutou contra aquele animal e venceu — respondi, tentando puxar meu braço. Mesmo sendo meu companheiro, eu não gostava da aura ameaçadora dele.Não me atrevi a confessar o que descobri em seu lobo.— Você consegue me sentir? Você e eu…— Cale-se — me interrompeu de repente. Eu havia me esquecido de como ele era rude, mas seus olhos logo se voltaram, alertas, para uma direção, ativando também meus i
LYRA— Temos que impedir isso!— Não grite — ele me respondeu entre dentes, seus olhos escuros varrendo o ambiente com cautela. — Não sei quem você é, mas se deseja sobreviver, siga as leis da matilha, ou a próxima naquela fogueira pode ser você.Suas palavras frias me atingiram como uma lâmina, seu olhar penetrante era um mar de tempestades.Senti o peito apertar, queria gritar para que ele parasse de ser tão indiferente — éramos destinados!Mas ele simplesmente deu as costas e se afastou por entre as choças.O rugido de dor atrás de mim gelou meu sangue, e o cheiro de carne queimada penetrou em minhas narinas.Hesitei em me virar, já sabia a barbárie que presenciaria."Não faça isso, Lyra, é horrível, não olhe..." minha loba me alertou."Tenho que olhar, Aztoria," respondi, me virando lentamente. "Tenho que aceitar de uma vez para onde viemos parar e o que teremos que enfrentar."Meus olhos prateados refletiam as chamas e a expressão deformada de dor daquela fêmea, algo que jamais e
LYRA— Aconteceu a recaída na frente daquela mulher? O que sabe sobre ela?Meu coração começou a bater mais rápido quando a ouvi me mencionar.Meus olhos, espiando pelas frestas, observavam Drakkar enquanto eu esperava sua resposta.— Não. — Ele respondeu categoricamente. — Ela não sabe de nada, apenas a encontrei no meio da selva.— É mesmo? — A Curandeira o encarou por alguns segundos, cheia de desconfiança. — Está bem se ela não viu sua… condição. Caso contrário, isso seria um problema, e você teria que eliminá-la."Velha desgraçada. Ele não vai nos trair." Aztoria estava muito segura disso. Eu… nem tanto.Nós éramos perfeitas estranhas para Drakkar. Ele sequer podia sentir o laço entre nós. Precisávamos nos aproximar e conquistar sua confiança.— Aqui está o remédio. — Ela esmagou algumas folhas dentro de um pilão de pedra, e minha atenção se fixou nelas para tentar identificá-las.Eu agradecia pelo cheiro forte de ervas medicinais, pois ajudava a mascarar minha presença.— Deixe