NARRADORA— Cada vez que te vejo, você se parece mais com nosso pai...— Você já ouviu falar de “gêmeos idênticos”, idiota? Você também se parece...— Ei!— Parem de tagarelar, vocês dois, e vão caçar. Quando eu voltar, quero pelo menos dois javalis bem gordos. — Aldric se aproximou com uma expressão nada amigável.— Javalis aqui, papai?! Aqui quase não tem...— Já estamos indo, nós vamos trazê-los, papai. — Magnus puxou o irmão pelo colar da túnica antes que Aldric lhe desse um tapa.É que Fenrir fazia sorteios de graça.Era óbvio que seu pai, como sempre, os afastava de sua mãe, Selenia, para que, quando voltassem da caçada, ele já estivesse com ela.— Laziel, pare aí. Vá ajudar seus tios. — Valeria o segurou quando ele tentava se esquivar. Aquele filhote era mais introvertido que uma tartaruga.— Mima, deixei alguns experimentos pela metade. Os tios sabem caçar muito bem. — A única pessoa com quem Laziel demonstrava um pouco mais de “calor” era Valeria.Depois vinha sua mãe e sua b
NARRADORAEle e suas manias esquisitas.— O que você faz aqui e como sabe que quero ir para as montanhas? — Lavinia franziu um pouco o cenho.— Não estava te espionando, se é isso que te preocupa. Estava procurando minhas irmãs, e não é preciso ser um gênio para saber que você tem interesse nos campos de energia. — Laziel respondeu, lançando um olhar afiado para o horizonte, onde o céu parecia mais denso.— Bom, dito assim… — Parece que sou idiota.Lavinia torceu um pouco a boca.Se supunha que a mais velha ali era ela, mas esse garoto tinha a aura de um ancião de mil anos.— Se estiver desconfortável, eu vou sozinho...— Não, espera, Laziel! — Lavinia o segurou quando ele simplesmente virou de costas.— Desculpa ter sido tão grossa. É que estou um pouco ansiosa com isso, mas sim, eu gostaria muito de ir com você.Com você, é um milhão de vezes mais seguro, ainda mais se há espectros fugitivos por aí.— Primeiro vou procurar minhas irmãs...— Estamos aqui. Já sabia que a mamãe não dem
NARRADORASigrid logo encontrou seus pais entrelaçados em uma dança.Observou divertida enquanto seu pai cochichava algo no ouvido de sua mãe. Apostava o que fosse que era algo indecente; seu pai sempre tão intenso, especialmente quando se tratava de amar sua companheira e sua família.Ainda lembrava quando ele apareceu no palácio com os três filhotes nos braços, quase causando um infarto nos reis e fazendo Aldric querer assassinar Silas novamente.Culpando-o por tê-la feito sair com a barriga tão grande; chegou até a acusá-lo de querer roubar seus netos só para ele.Nada de novo, apenas mais um dia típico no castelo do Rei Lycan.Eles se juntaram aos casais que dançavam, conversando, brincando e se divertindo.— Tio Zarek, você continua matando o ritmo! É um assassino da música! — Sigrid zombou de seu mentor. Só ela para fazer isso.Entre as expressões de Zarek, Silas e Laziel, era difícil saber quem movia menos os músculos faciais no dia a dia.— Sigrita, não seja má, estou há meia
NARRADORATodos estavam de pé sobre o saliente. Nyx observou o céu sobre suas cabeças; não se via nada além de uma densa camada de escuridão.— Acho que precisamos atravessar esta caverna, não consegui me elevar mais com meus portais. — Lavinia comunicou.Havia um campo de energia flutuando sobre a montanha.— Gente, acho que a brecha aqui está prestes a se abrir! — disse, animada.— Espere o meu retorno. — Laziel se virou para comandar a cabeça gigante e negra que se destacava às suas costas.Um sibilo baixo ecoou da névoa escura espectral.E assim, com mais imprudência do que bravura, a nova geração poderosa de seres sobrenaturais se aventurou pelo túnel escuro, agora iluminado pelas luzes mágicas invocadas por Nyx.— Há espectros mais à frente. Fiquem atentas. Eu vou controlá-los, irei na frente. — Laziel avançou primeiro.Com a presença de espectros, ele era o único capaz de enfrentá-los.À medida que a luz no final do caminho se tornava mais intensa, a má premonição crescia no pe
NARRADORAA enorme loba de pelagem negra como a meia-noite, com mechas douradas, cravou os dentes com fúria na criatura.Qualquer um pensaria que suas presas atravessariam o nada. Força bruta contra algo imaterial era difícil de combater.No entanto, Lyra, assim como seus irmãos, era um ser especial com características únicas.Aztoria, a loba de Lyra, dilacerou os fragmentos de magia negra e os engoliu, absorvendo toda a energia maligna do espectro — algo que um lobo ou um lycan comum jamais poderiam processar em seus corpos.— Esses filhos da puta já me deixaram de saco cheio! Aaaah! — Vicky rugiu, abrindo cortes profundos nas palmas das mãos e pressionando-as contra o chão.Seus lábios começaram a recitar feitiços rápidos e incompreensíveis.A montanha tremeu, a floresta sob seus pés se agitou.Como filha de seu pai e descendente do príncipe sombrio Zarek, estava convocando alguns de seus mortos-vivos para ajudá-los na batalha.Tudo indicava que os espectros tinham os segundos conta
Olá, olá, queridos leitores!Nossa, parece que foi ontem, e já se passaram meses e meses nessa aventura que agora chegou ao fim.E siiii, eu sei que vocês ficaram tipo: “Aonde foram essas crianças arteiras?! Quero saber mais!” (hahaha).Pois bem, primeiro preciso confessar que não sou muito fã de sagas divididas em livros separados, porque minhas histórias têm muitos detalhes e subtramas que depois ficam difíceis de explicar do zero em um novo livro.Além disso, novos leitores podem começar na ordem errada e acabar se perdendo na sequência dos eventos. Mas, de qualquer forma, vou arriscar e ver como consigo integrar tudo.Portanto, a novidade é que continuarei com a nova geração em um novo livro, separado deste.Como vocês podem imaginar, aqueles portais levarão os filhos de papai e mamãe para outros mundos, reinos, continentes (ou seja lá o que eu inventar, hahaha), onde viverão suas próprias histórias.Aviso importante: OS PERSONAGENS QUE JÁ APARECERAM NESTE LIVRO NÃO TERÃO MAIS PART
LYRAEu não sei onde estou nem o que aconteceu comigo.Meu corpo parece ter sido triturado, desmontado e costurado de volta de qualquer jeito.Um gemido doloroso escapa dos lábios de alguém. Acho... acho que sou eu mesma.Minhas longas pestanas tremulam de cansaço, e só quero dormir para sempre. Memórias vagas invadem minha mente.— Aahh... — gemo novamente ao tentar mover minha perna direita, e uma pontada excruciante atravessa meu corpo.Meus olhos se abrem e se fecham em desconforto; a luz repentina apunhala minhas retinas."Aztoria?" Chamo minha loba e começo a entrar em pânico ao não senti-la.Não tenho certeza se ela está fraca ou se é algo pior.Tomo o controle do meu corpo e começo a me erguer lentamente. Estou ferida por toda parte e minhas lesões não cicatrizaram bem.Meus poderes estão restringidos. Flashes surgem em meu cérebro entorpecido.Eu estava com meus irmãos, com... com Lavinia. Sim, sim... e também com Vicky.O rosto de Laziel, gritando para que eu segurasse sua m
VALERIA— Você está... você está certa, Esther? — pergunto com a voz trêmula.Meu coração b**e apressado, cheio de felicidade.— Muito certa, Luna. Você está grávida.— Por que não consegui sentir o cheiro, nem seu pai? — pergunto preocupada.— É muito recente, talvez por isso, dê mais alguns dias e você deverá perceber suas feromonas.Ela responde e eu aceno com a cabeça, com os olhos turvos de lágrimas.Sou a Luna da matilha “Bosque de Outono”.Há três anos me casei com o homem que amo loucamente, apesar de não sermos pares destinados, meu Alfa Dorian.Fiz de tudo para ser a Luna perfeita, o pilar no qual ele possa se apoiar, no entanto, uma sombra opaca meu casamento e era o tema do herdeiro.Nunca consegui engravidar e admito que não compartilho muito a cama com Dorian, mas sei que suas obrigações como Alfa o mantêm muito ocupado e estressado.— Por favor, não conte a ninguém na matilha. Quero surpreender meu esposo.— Fique tranquila, Luna, não direi nada. Parabéns! — ela sorri pa