- C-como? – o gaguejo saiu quase inaudível da boca de Angel. Marcelo abriu um sorriso ainda mais incrível, cheio de ruguinhas nos olhos e beijou a testa dela antes de repetir o pedido.
- Eu perguntei se você deixa eu ser seu namorado. – ele fez carinho na bochecha dela com o polegar. – E também se você deixa eu te beijar, mas aí já é consequência, né? – o homem soltou uma risadinha espontânea e não percebeu quando os braços de Angel envolveram seu pescoço em um abraço aperto, carinhoso, gostoso e cheio de aconchego. Ela o encheu de beijos estalados e carinhosos, fazendo Marcelo sentir como se tivesse voltado aos seus 25 anos.O beijo não tardou a chegar, era calmo, gostoso e cheio de paixão, quase como o beijo da última noite na varanda, quando o Gallo entrou pela janela encarnando o próprio pr&iacA situação do mini paciente tinha sido estabilizada e toda a equipe de saúde já tentava respirar aliviada com a situação.Angel acompanhava o paciente, enquanto a cirurgiã de plantão não descia para dar o parecer sobre o sangramento e sua etiologia. Pelo caso, parecia algum tipo de perfuração pulmonar por corpo estranho.- Você de novo,Valenthina ? - a mulher riu ao ver, mais uma vez, a enfermeira pediátrica na sala de reanimação e as duas riram.- Tripliquei o plantão! -Angel disse ao procurar o prontuário do rapazinho desacordado na maca, já não sangrava mais, embora estivesse pálido por ter perdido tanto sangue e logo a equipe da hematologia chegaria com a bolsa de hemácias que seria transfundida.- Algum motivo especial? - a médica e amiga deAngel, perguntou em um tom casual.As conversas dentro do P.S eram sempre em um tom que não se mostrasse muito profissional ou pesado, afinal de contas, o dia a dia das equipes já era tenso demais.- Meu
Angel se xingou ao constatar seu atraso astronômico pelo visor do celular e abriu a porta de uma vez. E embora a mulher não tivesse exatamente culpa do seu atraso, ainda se sentia responsável por deixar o melhor amigo do irmão sozinho e preso no apartamento. Ela fechou os olhos com força sentindo um cheiro que não sentia há uns bons meses, na verdade, a última vez que ela tinha sentido o cheiro daquele tempero havia sido quando sua mãe tinha ido lhe visitar.Ele não poderia estar cozinhando!A confirmação veio junto com a surpresa de encontrar um homem incrivelmente lindo, sereno e entretido na sua pequena cozinha, deixando-a imersa na vontade de prendê-lo ali pelo resto do mês quem sabe, ou talvez até do ano. Não era entendível ao primeiro impacto, mas a garota se perguntava como ele tinha ficado tão mais lindo e gostoso ao longo do tempo, embora soubesse que o imenso crush que ela tinha nutrido e ainda perdurava, mesmo que pouco, no melhor amigo do irmão, poderia intensifica
- Nossa, uma delícia mesmo. Obrigado! – o homem suspirou tentando não pensar besteira com o corpo da criatura tão perto do seu.Praguejando-se terrivelmente pôr em uma fração de segundos ter pensado em se referir a ela daquele jeito. Porra,Marcelo! Era a irmãzinha doEnrico… que puta que pariu, estava um mulherão, principalmente na personalidade. QuandoAngel tinha mudado tanto?A mulher se afastou rindo com a cantoria repentina do amigo e escorou levemente na bancada, vendo o showzinho se seguir com uma coreografia péssima.- Que horrível,Marcelo! - o grito estrondoso o fez gargalhar e rebolar ainda mais, mesmo que incrivelmente desajeitado. – Virou gogo-boy?- Vim me apresentar em Toronto, sabia não? – ele entrou na vibe das brincadeiras, ouvindo-a rir completamente espontânea. Talvez fosse até efeito do vinho nos dois, mas o a
– Eu queria um namorado de revista e você queria uma garota para sexo. Não encaixava. – ela deu de ombros e o viu suspirar frustrado.Como raios a situação tinha chegado aquele estado e ele sequer tinha percebido? Aquilo era culpa da mania horrorosa de Charlotte e Lauren em querer juntar os filhos a força.- Você sabe que é verdade! – ela acusou e o homem fez a maior cara de dor.- Infelizmente, eu sei.- Céus, eu deveria ter ficado calada. Não achei que você fosse ficar assim. – a garota soltou uma baforada de ar, enquanto se enchia com o macarrão que estava tão gostoso.- Não, não deveria. Talvez sim, mas agora já era! –Marcelo bebeu mais um grande gole do vinho e decidiu que era hora de mudar a postura. Parecer assustado e apavorado não iria resolver nada, só deixarAngel chateada pela incrível
2011 - Oito anos antes A Delilah é minha também! A garota de 17 anos riu com alguma coisa que a melhor amiga da mãe havia falado e balançou de leve as mãos ao olhar o corredor dos quartos deViviana eMarcelo. A moça era sua amiga desde sempre, não ligando em nada para diferença de idade que as duas tinham. EnquantoViviana estava com 22, fazendo faculdade e fingindo, ainda que vergonhosamente, namorar comEnrico, irmão deAngel, para agradar duas loucas que atendiam por Lau e Lottie, a mais nova estava no fim do colegial, decidindo sobre fazer faculdade ou não, para possivelmente sair de casa, e ainda nutria uma paixão ferrada e platônica pelo melhor amigo do irmão e irmão mais velho da amiga.Poderia não ser tão complicado se não fossem a mãe dela e a dele fantasiando até o casamento dos dois juntos.Angel sacudiu a cabeça afastando todos aqueles pensamentos mais bobocas do mundo
-x-x-x-Um mês depoisSe arrependimento matasse...A garota ajeitou a roupa no corpo e sacudiu o cabelo, ansiosa só de esperar queMarcelo abrisse a porta. O rapaz tinha mudado para um apartamento próprio há umas três semanas e mesmo perante todos os choros de Charlotte, ela parecia ter entendido que aquilo era de uma imensa importância para ele, principalmente pelo fato de que o garoto já tinha 24 anos e precisava viver sozinho.Angel entendia bem o lado dos dois e não pretendia ir embora daquela cidade tão cedo, por mais que a vaga na faculdade em Toronto lhe aguardasse, depois que ela não passou nem perto de entrar na McGill.Ela respirou fundo ao ajeitar o cabelo rebelde no rabo de cavalo e apertou as mãos uma na outra em ansiedade assim que viu a maçaneta rodar, ensa
Eu odeio seu maldito irmão idiota!A garota entrou no quarto respirando fundo, frustrada, brava e decepcionada com o que tinha acabado de acontecer, ainda que soubesse que não tinha o menor direito daquilo.Marcelo nunca tinha lhe notado mesmo, não ia acontecer àquela altura do campeonato.Angel respirou fundo e apertou o telefone sem fio na mão, enquanto esperava queViviana atendesse ao telefonema.- EU ODEIO O SEU IRMÃO! – o grito injuriado fez a moça do outro lado da linha tomar um tremendo susto. – Odeio! Odeio com todo o meu ser e eu vou embora para Toronto e vou sequestrar a cachorra dele!-Ei, ei, ei, ei, fala devagar!–Viviana pediu confusa com toda aquela gritaria. Desde quandoAngel odiava seu irmão? Aquilo era meio doido, para falar a verdade. –Eu não entendi nada. Uma coisa por vez, m
Você é um grande idiota,EnricoValenthina !O homem parou a foto em frente à casa da irmã e respirou fundo. Não era possível queEnrico tinha deixado tudo chegar àquele ponto, sem falar deViviana que poderia ter dado uns cutucões nele em relação ao tratamento para comAngel.Marcelo sabia que não tinha feito nada de errado durante todos aqueles anos, mas possuía a plena certeza de que poderia ter evitado muitos constrangimentos, principalmente quando nem imaginava que a irmã mais nova dosValenthina tinha passado tanto tempo gostando dele.Bom, entender aquilo tinha sido o mais perturbador durante toda a viagem de volta para casa.Ele entrou na casa que osValenthina moravam e por já se sentir em casa, não tocou a campainha ou bateu à porta. Colocou o capacete no sofá claro que de