Dando um empurrãozinho no grande sinal
2019
E vamos de mais um clichê
Depois de toda a gritaria indignada, Angel já tinha se acalmado e parecia meio amuada no banco do carona, atraindo a atenção de Marcelo frequentemente. Ele olhava levemente para ela, voltando a olhar para estrada em seguida. Será que ela estava brava com ele também ou era a vergonha de estar bêbada no seu banco do passageiro?
- Vai me levar onde? - a voz dela rompeu o silêncio incômodo e Marcelo deu graças aos céus por aquilo.- Para casa, ué! - o homem fez graça e se sentiu vitorioso ao ouvir uma risadinha que ela havia tentado esconder.- Que casa? - a enfermeira virou para ele. - A minha ou a sua?- A minha. - deu de ombros como se aquela fosse a informação mais si- Meu Deus, a parte pior vem agora, né? - a esposa deEnrico fez uma careta ao colocar o ovo batido na frigideira quente e viu o sorriso trincado da cunhada. -Angel. - ela reclamou, fazendo manha. - Fala!- Ficamos bem alterados, ao menos eu achei que oHerculano estava alterado, mas aquele vagabundo me enganou fingindo estar bêbado. - Espera, o quê?- Calma, você nem ouviu o resto. - ela amassou de leve os dedos. - Concordamos em ligar para alguém ir nos buscar, porque ninguém estava apto para pegar num volante e bom, cogitei a ideia de ligar pro seu marido... -Angel fez uma pausa dramática e viu a careta deViviana se exteriorizar meio desesperada. - Mas errei o dedo e liguei pro seu irmão. - a enfermeira mordeu a boca.- O QUÊ? -Viviana soltou uma risada imensa, depois virou a omelete na caçarola. - Claro, os nomes deles são tão parecidos,Angel. Começam até com a mesma letra. - ela sacudiu a cabeça. - Com essa para cima de m
É assim que se quebram as maldições dos contos de fadas:um beijo de amor verdadeiro.Marcelo viu a caixa já toda pronta em cima da mesa da cozinha e ao olhar pro relógio na parede se deu conta que não podia deixarAngel sozinha na virada do próprio aniversário.- Ok, hora de mudar essa merda de maldição. - ele levantou da cadeira de uma vez e jogou o pano de prato na bancada. Pela hora não dava para demorar muito ou perderia a meia-noite, então era melhor só trocar de roupa e seguir logo para casa dos Lepine.Angel merecia um aniversário com a melhor surpresa do mundo e a julgar pelo último tempo que os dois tinham passado juntos, o sinal tinha sido dado com sucesso!O homem arrumou a gola da camisa de algodão, puxou um pouco a barra e arrastou a chave da moto que estava na mesinha de cabeceira. Iria ve
O abraço parecia mais apertado, e a vontade de colar ainda mais o corpo também, assim como a de unir os dois em um só àquela noite. A mulher se apoiou nos ombros dele e sentiu as mãos deMarcelo descerem por suas costas, passar pela bunda e suspendê-la no colo, fazendoAngel enlaçar as pernas em volta da sua cintura. Alguns beijinhos desceram pelo pescoço e quando o homem conseguiu sentar na cama de casal, com ela em seu colo, Delilah latiu muito inconformada com aquela cena terrível.- Merda. –Angel abafou uma risada no pescoço dele, sentindo seu corpo ser ainda mais aconchegado no abraço, quandoMarcelo escondia uma risada no ombro dela. – Você é um péssimo pai!- Hey! Eu não sou péssimo p... que bosta, eu sou né? – ele riu baixinho e continuou a espalhar beijinhos pelo ombro nu da moça.- Só um pou
- Nós vamos conversar com ela sobre isso. – o homem resmungou tentando colocar autoridade na sua fala e perdeu de ver a esposa rolando os olhos. Em que época ele estava preso?Angel não era mais criança!O ranger da cama denunciou que alguém estava muito apavorado e ao virar, Lauren viu a filha sentada no meio do colchão.Angel estava com os olhos arregalados e parecia prender a respiração, enquantoMarcelo continuava capotado e resmungando ao procurar a mulher na cama. Delilah despertou todo mundo do transe assim que começou latir, animada, como se aquele fosse o dia mais feliz da sua vida e finalmente,Marcelo despertou.- Delilah! – ele repreendeu a cadelinha ao sentar na cama, e deu graças a Deus por não ter tirado a camisa na noite passada, principalmente depois de ver a péssima cara deEnrico pai. – Eu... Vim ver aAngel ontem e trouxe u
- C-como? – o gaguejo saiu quase inaudível da boca deAngel.Marcelo abriu um sorriso ainda mais incrível, cheio de ruguinhas nos olhos e beijou a testa dela antes de repetir o pedido.- Eu perguntei se você deixa eu ser seu namorado. – ele fez carinho na bochecha dela com o polegar. – E também se você deixa eu te beijar, mas aí já é consequência, né? – o homem soltou uma risadinha espontânea e não percebeu quando os braços deAngel envolveram seu pescoço em um abraço aperto, carinhoso, gostoso e cheio de aconchego. Ela o encheu de beijos estalados e carinhosos, fazendoMarcelo sentir como se tivesse voltado aos seus 25 anos.O beijo não tardou a chegar, era calmo, gostoso e cheio de paixão, quase como o beijo da última noite na varanda, quando oGallo entrou pela janela encarnando o próprio pr&iac
A situação do mini paciente tinha sido estabilizada e toda a equipe de saúde já tentava respirar aliviada com a situação.Angel acompanhava o paciente, enquanto a cirurgiã de plantão não descia para dar o parecer sobre o sangramento e sua etiologia. Pelo caso, parecia algum tipo de perfuração pulmonar por corpo estranho.- Você de novo,Valenthina ? - a mulher riu ao ver, mais uma vez, a enfermeira pediátrica na sala de reanimação e as duas riram.- Tripliquei o plantão! -Angel disse ao procurar o prontuário do rapazinho desacordado na maca, já não sangrava mais, embora estivesse pálido por ter perdido tanto sangue e logo a equipe da hematologia chegaria com a bolsa de hemácias que seria transfundida.- Algum motivo especial? - a médica e amiga deAngel, perguntou em um tom casual.As conversas dentro do P.S eram sempre em um tom que não se mostrasse muito profissional ou pesado, afinal de contas, o dia a dia das equipes já era tenso demais.- Meu
Angel se xingou ao constatar seu atraso astronômico pelo visor do celular e abriu a porta de uma vez. E embora a mulher não tivesse exatamente culpa do seu atraso, ainda se sentia responsável por deixar o melhor amigo do irmão sozinho e preso no apartamento. Ela fechou os olhos com força sentindo um cheiro que não sentia há uns bons meses, na verdade, a última vez que ela tinha sentido o cheiro daquele tempero havia sido quando sua mãe tinha ido lhe visitar.Ele não poderia estar cozinhando!A confirmação veio junto com a surpresa de encontrar um homem incrivelmente lindo, sereno e entretido na sua pequena cozinha, deixando-a imersa na vontade de prendê-lo ali pelo resto do mês quem sabe, ou talvez até do ano. Não era entendível ao primeiro impacto, mas a garota se perguntava como ele tinha ficado tão mais lindo e gostoso ao longo do tempo, embora soubesse que o imenso crush que ela tinha nutrido e ainda perdurava, mesmo que pouco, no melhor amigo do irmão, poderia intensifica
- Nossa, uma delícia mesmo. Obrigado! – o homem suspirou tentando não pensar besteira com o corpo da criatura tão perto do seu.Praguejando-se terrivelmente pôr em uma fração de segundos ter pensado em se referir a ela daquele jeito. Porra,Marcelo! Era a irmãzinha doEnrico… que puta que pariu, estava um mulherão, principalmente na personalidade. QuandoAngel tinha mudado tanto?A mulher se afastou rindo com a cantoria repentina do amigo e escorou levemente na bancada, vendo o showzinho se seguir com uma coreografia péssima.- Que horrível,Marcelo! - o grito estrondoso o fez gargalhar e rebolar ainda mais, mesmo que incrivelmente desajeitado. – Virou gogo-boy?- Vim me apresentar em Toronto, sabia não? – ele entrou na vibe das brincadeiras, ouvindo-a rir completamente espontânea. Talvez fosse até efeito do vinho nos dois, mas o a