Não há nada como o colo de uma mãe
A tarde daquela segunda estava ensolarada, fresca e uma das mais perfeitas desde o início do verão. E com uma praia no quintal de casa, a melhor pedida era uma caminhada, um mergulho, ou até mesmo ficar sentado na areia morna para pensar um pouco na vida. Justamente por isso, Lauren achou que encontraria a filha mais nova por lá. Dito e feito, os cachos dourados de Angel reluziam ao sol, parecendo ainda mais lindos.
- Hey, fofinha. – Lauren apertou a ponta do nariz arrebitado da filha mais nova e as duas riram levemente. – Procurei você por toda parte! – a mulher sorriu ternamente ao sentar junto dela na areia clara da praia.- Desculpa ter sumido. – Angel fechou os olhos para sentir melhor a brisa cheirosa que vinha do mar. – Eu precisava de um pouco de concentração e vim para cá. –-GABRIEL!- Ok! – a careta desgostosa surgiu. – Eu recebi uma proposta de trabalho durante todo o fim de semana,Angel e foi uma proposta muito boa para tocar nas três noites temáticas do restaurante. Claro, eu não aceitei ainda e nem vou sem falar com você antes.Angel suspirou, aliviada, beijou a bochecha do melhor amigo e abriu um sorriso imensamente feliz por ele, afinal sabia que ganhar a vida com música não era tão fácil quanto parecia, principalmente em uma cidade pequena como aquela. Ela já tinha batido milhões de vezes na mesma tecla sobre ele mudar para Toronto e tentar trabalhar em uma rádio ou gravadora, masGabriel ainda parecia resistente com a ideia, sem falar que ele estava adorando trabalhar com crianças durante aquela semana substituindoMarcelo.- Óbvio que você vai aceitar a proposta,Gabriel. Tá doido que n&at
Dando um empurrãozinho no grande sinal2019E vamos de mais um clichêDepois de toda a gritaria indignada,Angel já tinha se acalmado e parecia meio amuada no banco do carona, atraindo a atenção deMarcelo frequentemente. Ele olhava levemente para ela, voltando a olhar para estrada em seguida. Será que ela estava brava com ele também ou era a vergonha de estar bêbada no seu banco do passageiro?- Vai me levar onde? - a voz dela rompeu o silêncio incômodo eMarcelo deu graças aos céus por aquilo.- Para casa, ué! - o homem fez graça e se sentiu vitorioso ao ouvir uma risadinha que ela havia tentado esconder.- Que casa? - a enfermeira virou para ele. - A minha ou a sua?- A minha. - deu de ombros como se aquela fosse a informação mais si
- Meu Deus, a parte pior vem agora, né? - a esposa deEnrico fez uma careta ao colocar o ovo batido na frigideira quente e viu o sorriso trincado da cunhada. -Angel. - ela reclamou, fazendo manha. - Fala!- Ficamos bem alterados, ao menos eu achei que oHerculano estava alterado, mas aquele vagabundo me enganou fingindo estar bêbado. - Espera, o quê?- Calma, você nem ouviu o resto. - ela amassou de leve os dedos. - Concordamos em ligar para alguém ir nos buscar, porque ninguém estava apto para pegar num volante e bom, cogitei a ideia de ligar pro seu marido... -Angel fez uma pausa dramática e viu a careta deViviana se exteriorizar meio desesperada. - Mas errei o dedo e liguei pro seu irmão. - a enfermeira mordeu a boca.- O QUÊ? -Viviana soltou uma risada imensa, depois virou a omelete na caçarola. - Claro, os nomes deles são tão parecidos,Angel. Começam até com a mesma letra. - ela sacudiu a cabeça. - Com essa para cima de m
É assim que se quebram as maldições dos contos de fadas:um beijo de amor verdadeiro.Marcelo viu a caixa já toda pronta em cima da mesa da cozinha e ao olhar pro relógio na parede se deu conta que não podia deixarAngel sozinha na virada do próprio aniversário.- Ok, hora de mudar essa merda de maldição. - ele levantou da cadeira de uma vez e jogou o pano de prato na bancada. Pela hora não dava para demorar muito ou perderia a meia-noite, então era melhor só trocar de roupa e seguir logo para casa dos Lepine.Angel merecia um aniversário com a melhor surpresa do mundo e a julgar pelo último tempo que os dois tinham passado juntos, o sinal tinha sido dado com sucesso!O homem arrumou a gola da camisa de algodão, puxou um pouco a barra e arrastou a chave da moto que estava na mesinha de cabeceira. Iria ve
O abraço parecia mais apertado, e a vontade de colar ainda mais o corpo também, assim como a de unir os dois em um só àquela noite. A mulher se apoiou nos ombros dele e sentiu as mãos deMarcelo descerem por suas costas, passar pela bunda e suspendê-la no colo, fazendoAngel enlaçar as pernas em volta da sua cintura. Alguns beijinhos desceram pelo pescoço e quando o homem conseguiu sentar na cama de casal, com ela em seu colo, Delilah latiu muito inconformada com aquela cena terrível.- Merda. –Angel abafou uma risada no pescoço dele, sentindo seu corpo ser ainda mais aconchegado no abraço, quandoMarcelo escondia uma risada no ombro dela. – Você é um péssimo pai!- Hey! Eu não sou péssimo p... que bosta, eu sou né? – ele riu baixinho e continuou a espalhar beijinhos pelo ombro nu da moça.- Só um pou
- Nós vamos conversar com ela sobre isso. – o homem resmungou tentando colocar autoridade na sua fala e perdeu de ver a esposa rolando os olhos. Em que época ele estava preso?Angel não era mais criança!O ranger da cama denunciou que alguém estava muito apavorado e ao virar, Lauren viu a filha sentada no meio do colchão.Angel estava com os olhos arregalados e parecia prender a respiração, enquantoMarcelo continuava capotado e resmungando ao procurar a mulher na cama. Delilah despertou todo mundo do transe assim que começou latir, animada, como se aquele fosse o dia mais feliz da sua vida e finalmente,Marcelo despertou.- Delilah! – ele repreendeu a cadelinha ao sentar na cama, e deu graças a Deus por não ter tirado a camisa na noite passada, principalmente depois de ver a péssima cara deEnrico pai. – Eu... Vim ver aAngel ontem e trouxe u
- C-como? – o gaguejo saiu quase inaudível da boca deAngel.Marcelo abriu um sorriso ainda mais incrível, cheio de ruguinhas nos olhos e beijou a testa dela antes de repetir o pedido.- Eu perguntei se você deixa eu ser seu namorado. – ele fez carinho na bochecha dela com o polegar. – E também se você deixa eu te beijar, mas aí já é consequência, né? – o homem soltou uma risadinha espontânea e não percebeu quando os braços deAngel envolveram seu pescoço em um abraço aperto, carinhoso, gostoso e cheio de aconchego. Ela o encheu de beijos estalados e carinhosos, fazendoMarcelo sentir como se tivesse voltado aos seus 25 anos.O beijo não tardou a chegar, era calmo, gostoso e cheio de paixão, quase como o beijo da última noite na varanda, quando oGallo entrou pela janela encarnando o próprio pr&iac
A situação do mini paciente tinha sido estabilizada e toda a equipe de saúde já tentava respirar aliviada com a situação.Angel acompanhava o paciente, enquanto a cirurgiã de plantão não descia para dar o parecer sobre o sangramento e sua etiologia. Pelo caso, parecia algum tipo de perfuração pulmonar por corpo estranho.- Você de novo,Valenthina ? - a mulher riu ao ver, mais uma vez, a enfermeira pediátrica na sala de reanimação e as duas riram.- Tripliquei o plantão! -Angel disse ao procurar o prontuário do rapazinho desacordado na maca, já não sangrava mais, embora estivesse pálido por ter perdido tanto sangue e logo a equipe da hematologia chegaria com a bolsa de hemácias que seria transfundida.- Algum motivo especial? - a médica e amiga deAngel, perguntou em um tom casual.As conversas dentro do P.S eram sempre em um tom que não se mostrasse muito profissional ou pesado, afinal de contas, o dia a dia das equipes já era tenso demais.- Meu