Davi está morto. Essa é a única certeza que os alunos da Escola Metódica tem. Ele estava com quatro alunos antes de desaparecer e ser encontrado morto com o número 1 pintado de sangue em seu rosto. Miguel, Ísis, Emanuel e Janaína são os únicos suspeitos, nada está certo, quando mensagens estranhas começam a chegar e novos corpos aparecem, só resta uma pergunta: Quem é o assassino? Junte pistas e descubra, que nem todo segredo esconde uma verdade.
Ler maisO churrasco do fim do terceiro ano da Escola Metódica aconteceu. Mesmo que a maioria estivesse sentada em seu canto para comer ou beber, se encaravam sem ânimo ou confiança. A música de fundo era um pagode, Antônio e Luan estavam na frente da churrasqueira, algumas meninas estavam na piscina, eles tinham alugado um espaço para aproveitar o que devia ser o último dia, ainda estavam fazendo o plano que Valéria tinha montado, a quantidade de comida, o dinheiro a ser arrecadado, até mesmo o lugar.Era a primeira vez que todos se encontravam, antes de notarem que seus assuntos em comum tinham acabado se abraçaram e perguntaram sobre Enem, sobre fim do ano, sobre como a mídia ainda trazia Valéria como uma pobre coitada que foi influenciada a cometer vários crimes, os nomes dos mortos foram falados, os religiosos fizeram suas preces, então cada um escolheu um lado para ficar. Ísis, Miguel, Emanuel e Janaína estavam felizes, curtiam o momento, Luís ao lado de Ísis exibia algumas cica
Tudo se transformou em câmera lenta e um completo alívio quando polícia e paramédicos entraram pela enorme porta, não conseguia responder direto as perguntas, apenas apontava para cima, alguém me cobriu com uma daquelas cobertas de alumínio, paramédicos com macas passaram correndo subindo a escada, comecei a ficar relaxada e as lágrimas finalmente brotaram em meus olhos, estávamos salvos e tudo tinha acabado.Um policial me amparou enquanto meu foco estava na porta aberta e nos primeiros raios de sol que começavam a aparecer, nem tinha imaginado que havíamos ficado tanto tempo aqui. Emanuel passou em uma maca sendo levado pelos paramédicos, tinha certeza que ele ia ficar muito bem, Ísis e Miguel desceram logo em seguida, amparados por policiais, eles também ganharam cobertas de alumínio. Ísis se sentou no último degrau enquanto era atendida, andei lentamente até ela, me sentado ao seu lado e agarrando a mão, não estaria viva se não fosse essa menina, Miguel se aproximou també
Deixar Miguel para trás foi uma decisão complicada, podia ter pulado no Fim e o acertado como sempre quis, mas algo disse que salvar Janaína era a melhor coisa que podia fazer, com o Fim focado no Miguel e Valéria no Emanuel, ia ter a liberdade suficiente para soltar Janaína.Assim que entrei na biblioteca fechei a porta e coloquei uma cadeira na frente, mesmo que não segurasse nada, nos daria um pouco de tempo. A biblioteca não era enorme, mas fizeram questão de deixa-la extremamente bagunçada, jogaram livros no chão, viraram algumas mesas e podia ver papel de comida espalhado, meu olho vagou atrás de Janaína, ela estava com os olhos arregalados me encarando, a boca tampada e as mãos amarradas atrás da cadeira que estava sentada, suas pernas estavam amarradas também, parecia não estar machucada, em seu pescoço havia uma corda que estava presa no teto, corri até ela e comecei a liberta-la.A primeira coisa que retirei foi a corda de seu pescoço e então tirei a fita que
Foi como se minha cabeça surtasse e passe agir em automático, meu corpo se transformou em uma máquina e a única informação que meu cérebro passava era: encontrar Valéria. Não sei ao certo o que queria com isso ainda, mas estava certo que ela me daria as informações que precisava, por mais que tivesse abandonado Ísis e Miguel a própria sorte, não me sinto mal por isso, eles não irão me dar a resposta que acho que preciso.Vejo o vestido azul-claro de Valéria se mover pelo corredor, ela entra para uma sala de aula e tento entrar também, mas Valéria segura a porta com força, peguei a maçaneta e usei toda força que tinha para entrar ali, assim que a porta se escancarou, Valéria soltou uma risada completamente alta e doentia. Ela andou por entre as carteiras e foi até a mesa do professor se sentando em cima, consertou as luvas e me encarou, como se esperasse que eu iniciasse a maldita conversa.— Quem de vocês, notou que o Fim lá embaixo era uma pegadinha? Foi a Í
O barulho da muleta era a única coisa que chamava a atenção, Ísis não parece se preocupar muito com isso, ela apenas aperta ainda mais o cutelo na mão, o grito de Janaína foi silenciado, não existe mais sinal dela, porém, temos a certeza que ela está no andar de cima, Emanuel parece chocado com tudo, girando a maçaneta da porta da diretoria e ficando chocado com a porta não abrindo, sempre olho para trás e para os lados como se algo fosse aparecer do nada nos atacar e o jeito que seguro a faca é péssimo, principalmente porque minha mão está suando de mais. As luzes da escola não estão ligadas direito, o corredor está meio escuro, mas isso apenas constrói ainda mais o clima sombrio.O espaço parece mil vezes maior e indo em direção às salas, parece que nunca estivemos antes nesse lugar.— Porquê estamos olhando as salas? — pergunto sussurrando, engolindo em seco.— Para ter certeza que não tem ninguém escondido. — Emanuel explica.Ele força a por
Ninguém tem notícias de Janaína e isso deixa todo mundo tenso, não deveria mais me importar com essa coisa, mas o Fim mexeu novamente com minhas ideias. Ísis já mandou mil mensagens, já está pronta para ir à casa dela de novo, Emanuel sumiu, ele manda algumas mensagens e depois passa um tempo sem visualizar nada, já andei por toda a casa, mas nada aquieta a minha ansiedade.— Estou indo dormir. — Minha mãe encostou perto de mim, ao lado do sofá.— Ok.— Não vai deitar muito tarde, nem ficar com esse celular a noite toda... Miguel, está me escutando? — Ela colocou a mão no meu ombro e quase saltei de susto.— Escutei, vou dormir daqui a pouco só estou esperando uma mensagem.— As suas novas amigas parecem bem legais.Sorri, quando fui a casa de Janaína menti para minha mãe dizendo que ia sair com Daniele e Nanda, para que não ficasse preocupada, sabia que minha mãe adora imaginar que estou voltando a ter um dia a dia normal. Ela me dá um beij
Quase grito vendo Ísis na minha porta, ela se jogou para dentro só me dando tempo de sair da porta, se sentou no sofá quase passando mal, corri na cozinha para pegar um copo de água para ela.— Ísis, você tá bem? — Perguntei segurando o copo de água.— Você é a próxima Jana. O e-mail. Você é a próxima.Entreguei o copo para ela e fiquei a encarando beber, meio desacreditada me sentei ao seu lado.— Que e-mail?— Esse... — Ela meteu a mão no bolso e puxou o celular e me mostrou o e-mail.— Não sou eu... Por que você acha isso?— Porque, Jana, você é literalmente uma santa. Se tem alguém que se encaixa nessa mentira que ele contou é você.— Isso é horrível! Mudei meu e-mail e minhas senhas... Não recebi essa coisa, você deveria ter feito o mesmo.— Se tivesse feito, nunca saberíamos de quem o Fim estava atrás. — Ísis segurou minha mão. — Precisamos falar com os meninos.— Vou pegar meu celular.Sai
Tentava não achar o ensino médio insuportável de novo, estava adorando ter um dia a dia tranquilo e legal. Minha escola nova é bem mais simples que a Escola Metódica, também é particular, mas a galera daqui tem mais noção de vida, ninguém pega no seu pé, se você não está maquiada ou se o seu telefone é antigo, no começo a galera fez um estardalhaço por causa da minha chegada, queriam saber como tinha sobrevivido e como era o assassino, tinham bastante curiosidade na máscara que o Fim usava, já que não aparecia nas notícias e os donos dos blogs especulavam várias coisas absurdas, tinha escolhido não responder nenhuma pergunta, fiquei na minha e foram me esquecendo, um ou outro ainda tentava arrancar de mim a verdade, mas apenas revirava os olhos, os professores pareciam preocupados em me socializar com a sala, minhas notas boas nos testes os assustaram mesmo que eu tivesse pego o conteúdo na metade, eram coisas que já tinha visto na grade da Metódica.Meus amigos se
— Temos que sair daqui. — As palavras escaparam da minha boca rapidamente.— Porquê?Não tive tempo de responder, nossos celulares tocaram em uma sincronia perfeita. Pegamos nosso celular do bolso e olhamos um para a cara do outro, quem se arriscaria a atender novamente? Miguel atendeu e as outras ligações pararam.— O que quer?— Vão embora! — A voz robótica gritou.Ficamos um pouco chocados, mas escutamos um barulho alto como um tiro, nossos corpos se encolheram e então olhamos uns para os outros novamente, começamos a andar para trás e então viramos as costas para o corpo de André, saímos a passos apressados para a rua mais movimentada, o telefone ainda está ligado e no viva voz, escutamos uma risada abafada e logo uma frase.— Não posso perseguir vocês se a polícia estiver por perto, não é mesmo? — A ligação acaba.— Que porra foi essa? — Ísis diz ofegante.— O Fim está de volta, é isso... Ele nos reuniu para mostrar que es