6 Miguel

Chego em casa e vou direto para o banho, sinto que há um cheiro estranho grudado em mim, me esfrego todo, até ficar vermelho, acredito que o problema mesmo está na minha cabeça, a imagem de Davi no caixão ainda está na minha mente. Como alguém pode simplesmente acabar com uma vida?

Saio do banho e o vapor se espalha pelo corredor, visto a minha roupa de ficar em casa, me deito e permaneço ali até ouvir uma leve batida na porta, com certeza é minha mãe, ela me olha de cima a baixo, nos somos pouco parecidos, a nossa maior semelhança é o formato do rosto e a boca.

— Como foi lá?

— Foi... A mãe, foi um enterro, só foi.

— Se precisar me contar qualquer coisa, estou aqui, quiser conversar algo...

— Sabe, quando estávamos lá o Pedro surtou... Acusou o Emanuel e a Janina de terem o matado, depois estendeu a acusação para mim e a Ísis... Eu me senti extremamente mal. Nenhum de nós faria isso.

— Eu sei meu amor. E se não temos nada a temer, não tem m
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