O CEO tio do meu Aluno
O CEO tio do meu Aluno
Por: Sandra Ribeiro
CAPÍTULO 01

ALICE FONSECA

DOIS ANOS ANTES

Enquanto estudava na biblioteca da faculdade, fui abordada por Lucca Viturino, um dos caras mais atraentes que achava, com olhos azuis penetrantes, corpo atlético e um sorriso encantador. Um conquistador charmoso.

Lucca era o meu crush, o garoto bad boy que toda garota desejava em algum momento da vida. No entanto, no meu caso, ele nunca tinha me notado. Então, quando ele se aproximou de mim, imaginei estar vivendo um sonho desejado há muito tempo, e me deixei envolver pelas palavras melodiosas dele.

Aquelas conversas se tornaram constantes, e sempre que eu estava na biblioteca, ele me abordava. Percebia que seus amigos nos observavam de um canto mais reservado do local, mas eu decidi ignorar meu sexto sentido, que me alertava que algo não estava se encaixando, como um quebra-cabeça cuja peça foi perdida.

Durante os dois primeiros anos de faculdade, Lucca nunca havia sequer me dirigido a palavra. Agora, do nada, ele passava horas conversando comigo, deixando a entender que estava interessado, o que deixou meu ego inflado a ponto de quase explodir.

Samantha, uma grande amiga minha, com quem dividia o apartamento, também observou a situação e me alertou para tomar cuidado com Lucca. Segundo o que ela ficou sabendo, existia um boato que no grupo dele havia uma aposta sobre quem conseguia levar mais garotas para a cama.

Eu não dei muita importância ao que ela disse, pois não acreditava que, se fosse apenas uma aposta, ele investiria tanto tempo ao meu lado. Quando ele mencionou que tinha um interesse ao se aproximar de mim, fiquei apreensiva, pois suspeitava que minha amiga poderia ter razão.

Eu realmente tinha me permitido envolver profundamente por Lucca, e meu coração parecia acelerar toda vez que estávamos juntos. No entanto, ele explicou que precisava de ajuda em algumas matérias, e como eu era a aluna destaque em todas as disciplinas, pediu-me para auxiliá-lo.

Fiquei mais do que feliz em concordar. Afinal, isso significava passar mais tempo ao lado dele. Nos tornamos bons amigos e, a cada dia, nos conhecíamos melhor, enquanto meus sentimentos por ele cresciam ainda mais.

Fui completamente surpreendida quando ele me fez um pedido de namoro. Ingênua, acreditando que tinha conquistado o coração do rapaz que eu acreditava ser o mais lindo da faculdade, aceitei.

Lucca costumava fazer demonstrações públicas de carinho, como entregar buquês de rosas e escrever bilhetes, pequenos gestos que só aumentavam minha paixão por ele a cada dia. Seus amigos sempre permaneciam à distância, observando nossa “rotina” de longe.

Com a minha ajuda, Lucca começou a melhorar suas notas, e frequentemente me dizia que eu era o anjo que havia entrado em sua vida para torná-lo melhor. No entanto, minha amiga sempre me alertava para ter cautela, mesmo após quase seis meses de relacionamento com Lucca.

Ela insistia que algo parecia estar errado em nosso namoro, embora não conseguisse identificar exatamente o que era. Além disso, ela notava que os amigos de Lucca nunca se aproximavam de nós, e ele inventava desculpas constantemente para evitar conhecer meus pais.

Como futura advogada, Samantha era observadora e percebia as nuances da nossa relação, preocupada com a possibilidade de me ver devastada em um relacionamento sem futuro. Samantha e eu éramos amigas inseparáveis durante o ensino médio. Éramos o tipo de amigas improváveis, dois extremos que se atraíam.

Ela era linda, extrovertida, comunicativa e até “popular”, mas nunca deixou que isso lhe subisse à cabeça. O que a diferenciava ainda mais dos outros alunos era que ela não se importava minimamente com a opinião dos outros.

Ao longo dos três anos que, por vezes, eram um verdadeiro inferno para mim, já que ocasionalmente me tornava vítima de bullying, ela sempre estava lá para me defender, como um verdadeiro escudo.

Quando decidimos qual curso fazer na faculdade, compartilhei com ela meu plano de cursar dois simultaneamente. Ela foi a primeira a acreditar no meu potencial. Resolvemos tentar ingressar na mesma faculdade e, como ela estava localizada longe da nossa cidade, optamos por compartilhar um pequeno apartamento de dois quartos.

Meus pais ficaram extremamente felizes, pois conheciam bem a Samantha e sua família, e acreditaram que ela seria uma ótima companhia para mim. No entanto, devido aos alertas constantes dela, comecei a me afastar um pouco de sua companhia, e ela respeitou o meu espaço.

Eu estava vivendo um verdadeiro conto de fadas ao lado de Lucca, que sempre fazia questão de demonstrar o quanto era grato pela ajuda que eu lhe proporcionava para melhorar suas notas. Ele estava cursando administração para poder assumir a gestão da empresa de sua família.

Lucca enfrentava problemas constantes com seus pais devido às suas notas baixas. Entretanto, quando suas notas começaram a melhorar com minha ajuda, seus pais passaram a lhe conceder mais benefícios, o que fez Lucca ficar ainda mais grato a mim e extremamente feliz.

Após doze meses, um ano exatamente, nessa mesma rotina, comecei a perceber as sutis mudanças de comportamento dele. Quando estava com seus amigos, ele mal me notava, e quando o fazia, sempre arranjava uma desculpa para discutir e se afastar.

Comecei a suspeitar que os alertas de Samantha estavam corretos. No entanto, eu me questionava se todas as conversas que tivemos, as confissões sobre seus sentimentos, sua vida e seus planos futuros, eram, na verdade, mentiras. Não queria admitir que talvez tivesse sido ingênua durante todo esse tempo.

Certo dia, Lucca me surpreendeu ao fazer um convite inesperado. Ele pediu desculpas por seu comportamento e expressou o desejo de compensar cozinhando um jantar especial para mim. Eu até brinquei, perguntando se ele pretendia me envenenar, o que o fez rir intensamente. E decidi aceitar o convite.

Na hora marcada, cheguei ao apartamento que Lucca compartilhava com um amigo, mas ele me informou que o amigo havia saído e não retornaria tão cedo. A noite se revelou maravilhosa, e fiquei surpresa com a qualidade da comida que Lucca preparou.

Sentamos em frente à TV para assistir a um filme. Com o passar do tempo, percebi que as carícias de Lucca começaram a ficar mais atrevidas, suas mãos pareciam explorar os limites do meu sutiã. Eu estava meio sentada entre as pernas dele, apoiada contra seu corpo no sofá.

Estava prestes a completar meus 19 anos, mas ainda era virgem por escolha própria. Sempre fui muito focada nos meus estudos e nunca havia me sentido atraída por nenhum outro rapaz a ponto de me entregar, até que encontrei o Lucca.

Depois de todo esse tempo que passamos juntos, não vi motivo para me negar a essa experiência, então não o impedi. Já não estava mais prestando atenção ao filme, mas sim nas sensações que a mão dele estava me proporcionando.

Quando ele percebeu que eu estava entregue aos seus movimentos, ele saiu daquela posição e me fez quase deitar no sofá. Se colocou entre minhas pernas e aprofundou suas carícias.

À medida que ele me beijava, sua mão tinha acesso ao meu corpo. Ele ergueu minha blusa, liberando meus seios do sutiã para explorá-los com sua boca, o que me fez suspirar profundamente.

A boca do Lucca era quente como fogo e cada vez mais acendia o meu corpo.  Quando ele começou a descer com sua boca, fiquei apreensiva, pois nunca havia feito aquilo. 

Assisti a alguns vídeos e li alguns livros, no entanto, na prática, nunca havia ido tão longe.  Também estava com receio de que seu amigo entrasse pela porta e nos pegasse ali, afinal estávamos na sala.

— Relaxa, Alice! O Rick não vai chegar até eu avisar que o apartamento está liberado. Apenas aproveite a sensação, sei que você vai gostar.

E assim, como idiota, acreditei nas palavras dele. Realmente foi o melhor sexo oral que havia recebido, porque aquele foi o primeiro de minha vida.

Não tinha como comparar a nada e não tinha com quem conversar a respeito, porque sabia que a Samantha não confiava no meu namorado e não queria ter problemas novamente com minha amiga.

Depois daquele dia, minha relação com Lucca esquentou bastante, até que finalmente, numa noite, literalmente transamos em seu quarto. As coisas entre nós dois só evoluíram após isso.

Em minha cabeça, estava vivendo uma história de amor arrebatadora, e eu já tinha total certeza de que queria passar o resto de meus dias ao lado de Lucca. No entanto, o mesmo não acontecia com ele. Para ele, tinha suas vantagens estar ao meu lado, mas apenas isso.

Quando minha menstruação atrasou, fiquei desesperada. Não acreditei que fui tão burra ao ponto de não ter me prevenido. Samantha, ao perceber meu choro, bateu em minha porta e mesmo quando eu não respondi, ela entrou.

— O que aconteceu, Alice? O que aquele idiota aprontou agora?

— Não foi ele, Sammy, eu fui a burra dessa história. — Disse, e minha amiga me olhou sem entender.

— Por que você não tenta me dizer o que aconteceu para que eu possa julgar se você realmente está certa?

— Minha menstruação está atrasada dez dias, e eu… eu posso estar grávida.

— Você já fez o teste? — Apenas neguei com a cabeça. — Dessa forma, pare de se atormentar e vamos à farmácia. Você só vai saber se é real após confirmar. E você não será culpada por essa burrice sozinha, para fazer um filho se precisa de duas pessoas.

Após comprarmos alguns testes, porque um não era garantia de nada, segundo Samantha, voltamos para o apartamento. Minha amiga esteve ao meu lado durante todo o processo, inclusive quando os sete testes deram positivos.

Lágrimas rolaram pelo meu rosto, enquanto minha amiga me abraçava, tentando me confortar, dizendo que tudo daria certo, que aquilo não era o fim do mundo, ou melhor dizendo, de minha vida.

— Apesar de acreditar que Lucca é um completo idiota, você precisará contar a ele, Alice. Ele precisa assumir as obrigações que competem a ele.

— E se ele não quiser essa criança, Sammy?

— Você manda ele se foder e vamos criá-la juntas. Tenho certeza de que sua família também não vai deixar você sozinha nesse barco, Alice. Você nunca estará sozinha.

Respirei fundo e sabia que precisava ser corajosa. Samantha não estava errada. Sei que teria que escutar um grande sermão dos meus pais, mas eles nunca me virariam as costas, e tinha certeza de que minha amiga estaria de mãos dadas comigo durante essa caminhada.

No dia seguinte, fui até o apartamento de Lucca e, ao chegar lá, seu amigo me permitiu entrar, informando que Lucca estava no quarto. Eu só não imaginava que, ao entrar em seu quarto, encontraria meu namorado enfiando o pau dele em outra garota, uma em particular que parecia debochar sempre de mim.

— Feche a porta, sua vadia… — A garota gritou.

Pisquei meus olhos algumas vezes, sem acreditar naquilo que eu estava vendo, até meu cérebro processar o que a garota disse, e fiz exatamente isso. Fechei a porta, sem dizer nenhuma palavra.

Parei no corredor esperando quase cinco longos minutos que Lucca saísse daquele quarto e, quando percebi que isso não ia acontecer, dei as costas e fu embora. Eu estava errada quando disse a Samantha que era burra… eu não era apenas isso, eu era burra ao quadrado.

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