O salão principal do Eclipse, o clube mais exclusivo da cidade, estava repleto de pessoas sofisticadas. O som de uma música eletrônica sensual preenchia o espaço, as luzes dançavam em tons de roxo e dourado, enquanto taças de champanhe eram erguidas em meio a risadas abafadas. Claire entrou no ambiente com um passo hesitante, mas determinado.
Seu vestido preto de seda brilhava sob as luzes, ajustando-se como uma segunda pele e delineando suas curvas de maneira elegante. As alças finas destacavam seus ombros delicados, e o decote profundo exibia a pele suave e pálida de seu colo. Ela usava brincos pequenos de brilhantes e um colar fino que repousava exatamente no ponto onde sua clavícula se acentuava, um detalhe sutil que atraía olhares. Claire segurava uma taça de champanhe enquanto caminhava ao lado de Sarah, sua melhor amiga, que parecia muito mais à vontade no ambiente. “Relaxa, Claire. Isso não é um tribunal. É só uma festa,” Sarah brincou, apertando de leve o braço da amiga. Claire forçou um sorriso. Ela sabia que Sarah estava tentando animá-la, mas sair da rotina não era fácil. Como arquiteta em ascensão, sua vida girava em torno de projetos e prazos. Esse tipo de ambiente descontraído estava longe de ser o seu forte. Mal sabia ela que, do outro lado do salão, Alexander Blake a observava. Alexander, com seu terno preto perfeitamente ajustado, parecia ter sido esculpido à mão para exalar autoridade e charme. A camisa branca ligeiramente aberta revelava um pouco de sua pele bronzeada e a linha do pescoço esculpido. Seus cabelos negros, levemente desalinhados de maneira proposital, combinavam perfeitamente com a barba cerrada que definia sua mandíbula. Mas o que realmente o tornava impossível de ignorar eram seus olhos – um azul-acinzentado que parecia penetrar através de qualquer fachada. Ele segurava um copo de uísque com a mão firme e descansava no balcão do bar, sua postura descontraída contrastando com a intensidade de seu olhar. Quando viu Claire, seus lábios curvaram-se em um sorriso de canto, algo entre o divertido e o predatório. Claire sentiu o olhar antes mesmo de vê-lo. Um arrepio percorreu sua espinha, e quando finalmente seus olhos encontraram os dele, foi como se o ar ao redor tivesse ficado mais denso. Ela tentou desviar o olhar, mas falhou. Sarah notou. “Quem é aquele pedaço de perfeição olhando para você como se quisesse devorar seu jantar?” Claire corou. “Ninguém. Só alguém distraído, eu acho.” “Distraído nada. Esse homem está literalmente te despindo com os olhos.” Antes que Claire pudesse responder, Alexander já estava a caminho delas. Ele andava com uma confiança despretensiosa, cada passo calculado, como se soubesse que todos os olhos estavam nele – e estavam. “Boa noite, senhoritas,” ele disse, a voz grave e sedutora, carregada com uma naturalidade que fazia Claire perder o fôlego. Ele olhou diretamente para ela. “Posso interromper por um momento?” Claire abriu a boca para responder, mas Sarah foi mais rápida. “Claro! Eu já estava indo buscar outro drink de qualquer jeito,” disse ela, piscando discretamente para a amiga antes de desaparecer na multidão. Sozinha com Alexander, Claire sentiu a intensidade de sua presença. Ele era mais alto do que ela imaginava, e o cheiro do perfume amadeirado que ele usava era hipnotizante. “Você parece desconfortável,” ele observou, inclinando-se ligeiramente para falar perto do ouvido dela. “E você parece muito observador,” Claire retrucou, tentando esconder o nervosismo. Alexander riu baixo, um som profundo que fez o coração dela acelerar. “A observação é uma habilidade útil. Por exemplo, eu sei que você não é o tipo de pessoa que costuma frequentar festas como esta.” Ela arqueou uma sobrancelha. “E o que te faz pensar isso?” “Seu olhar,” ele disse, apontando para os olhos dela com um gesto discreto. “Você observa o ambiente como se estivesse analisando algo – ou alguém. Não está aqui para se divertir. Está aqui porque sente que precisa estar.” Claire engoliu em seco. Ele estava certo, e isso a deixou desconcertada. “Talvez eu esteja apenas tentando relaxar depois de uma semana longa,” ela respondeu, tentando recuperar o controle. Alexander sorriu, inclinando-se um pouco mais. “Então, vamos fazer isso direito. Aceita uma dança?” Ela hesitou por um momento, mas a intensidade em seus olhos e a proximidade o tornavam irresistível. “Por que não?” Ele segurou a mão dela com firmeza, mas de maneira gentil, conduzindo-a para a pista de dança. A música que tocava era lenta, sensual, com batidas graves que pareciam sincronizar com os batimentos do coração de Claire. Quando Alexander a puxou para perto, Claire sentiu o calor de seu corpo através do tecido fino do vestido. Ele colocou uma mão na cintura dela, e a outra segurou a dela em um gesto seguro. “Você sempre é assim?” ela perguntou, olhando para ele com uma mistura de curiosidade e provocação. “Assim como?” “Confiante. Intenso. Como se soubesse exatamente o que as pessoas querem ouvir.” Alexander inclinou a cabeça ligeiramente, os lábios curvando-se em um sorriso enigmático. “E o que você acha que quero dizer a você, Claire?” O som do nome dela em sua boca enviou um arrepio pela espinha dela. “Talvez eu não queira descobrir,” ela respondeu, desafiadora. “Ou talvez você já saiba e só esteja tentando resistir,” ele rebateu, a voz baixa e carregada de significado. Ela riu, mas era um riso nervoso. “Você é perigoso.” “E você, irresistível,” ele disse sem hesitar, os olhos fixos nos dela. Claire sentiu as palavras como uma corrente elétrica, sua respiração ficando irregular enquanto ele continuava a conduzi-la na dança. Cada movimento era calculado, cada toque parecia incendiar sua pele. “Você sempre fala assim com mulheres que encontra em festas?” ela perguntou, tentando esconder o quanto ele a estava afetando. “Não,” ele disse, sério. “Mas você não é como as outras.” O coração de Claire deu um salto. Ela sabia que era um clichê, mas o modo como ele disse, como seus olhos brilhavam enquanto falava, fazia parecer verdade. Quando a música terminou, Alexander não se afastou imediatamente. Ficaram ali, próximos, os rostos a poucos centímetros de distância. Ela podia sentir o cheiro do uísque em sua respiração, misturado ao perfume inebriante que ele usava. “Eu deveria ir,” Claire disse, mas sua voz não tinha convicção. “Ou você poderia ficar,” Alexander sugeriu, o tom carregado de uma promessa silenciosa. Por um momento, ela ponderou. Todo o seu corpo gritava para aceitar. E, antes que pudesse pensar demais, deixou-se levar pelo impulso. “Talvez por mais um pouco,” ela sussurrou. O sorriso de Alexander era puro triunfo. Ele ofereceu o braço para ela, e ela aceitou. Aquela noite seria uma que ela nunca esqueceria. *** Alexander não tinha planos para chegar tão longe, aquilo era algo que ele precisava admitir. Mas algo parecia atrai-lo para cada vez mais perto de Claire, e a última coisa que ele queria fazer era resistir. A dança ocupou boa parte da noite dos dois, junto a bebidas e conversas sussurradas em uma das mesas mais afastadas do salão. Claire foi colocada na área vip e, apesar de estar preocupada com Sarah, viu a amiga de longe acenando animada para ela ir. Não imaginava algo diferente vindo de Sarah, afinal, ela sempre quis que Claire vivesse uma vida mais livre pelo menos um pouco. Mas as coisas evoluíram rápido demais. Quando ambos deram por si, os beijos deixaram de ser apenas suaves, as roupas estavam incomodando e, por fim, Claire se viu prensada contra uma porta de um dos quartos que haviam na área vip do Eclipse. “Não devia estar fazendo isso… Acabamos de nos conhecer e…”, e ela era virgem, esse era o maior problema. Seus pais sempre foram muito rígidos, muito religiosos, se eles soubessem o que estava fazendo agora… “Se quiser… Podemos parar aqui…”, Alexander falou, beijando o pescoço dela, sentindo o doce perfume que Claire tinha. “Não precisa ficar aqui, se não quiser.” Mas ele queria que ela quisesse ficar, não podia negar como seu corpo estava quente e como tudo parecia certo ali. Mesmo que houvessem acabado de se conhecer. “Eu não…”, tentou dizer, mas sua voz sumiu no momento em que ele voltou a beijar seus lábios, colando seus corpos. As mãos de Alexander subiram pela cintura de Claire e ele logo alcançou seus seios macios, massageando por cima do belo vestido antes de segurar as alças e puxa-las para baixo, fazendo Claire gemer em surpresa. “Então relaxe…”, sussurrou Alex, descendo os lábios para os seios dela e chupando com vontade. “Você é tão gostosa…” Ela nunca tinha ouvido palavras assim de um homem, nunca esteve tão perto assim de alguém. Era tão diferente, mas, a essa altura, Claire só queria mais, sentir mais, ser tocada com mais força. “Você gosta?”, a pergunta de Alexander a trouxe de volta ao mundo real e, quando abaixou os olhos para ele, o viu ajoelhado entre suas pernas. Antes que respondesse, Claire gemeu novamente, agora mais alto, quando sentiu os dedos de Alex tocarem sua boceta com lentidão. “Responda, querida…”, ordenou ele, afastando a calcinha dela e a tocando com mais intensidade. “Eu gosto…”, respondeu, ofegante, sentindo as bochechas coradas, estava com muita vergonha, mas também sentia uma excitação que nunca sentiu antes. “Estamos apenas começando, Claire…”Quando o dia amanheceu, Claire abriu os olhos e suspirou, mexendo-se na cama com preguiça. Ainda estava no quarto do Eclipse, e quando voltou a si e se lembrou da loucura que fez na noite anterior, se sentou na cama de súbito e passou as mãos nos cabelos. “Deus, o que eu fiz?!”, a voz de Claire era quase um sussurro, incrédula diante de suas próprias ações. Os flashes da noite anterior ainda estavam vivos em sua mente. Alexander a levou ao ápice do prazer tantas vezes que ela até perdeu a conta, e ela se entregou pela primeira vez a um homem sem que ele soubesse que ela era virgem. Claire não se deu ao trabalho de contar, na verdade, não falaria mesmo se fosse em outra situação, tinha muita vergonha de, aos 23, ainda ser virgem. Ela olhou ao redor e se levantou, ainda estava nua e seu vestido estava jogado no chão ao lado da cama. Tudo estava silencioso e, em cima da mesa de cabeceira, havia um bilhete. “Precisei sair bem cedo. Se quiser falar comigo ou sair de novo, me mande uma
A recepção da clínica onde a família de Claire se consultava estava cheia, mas Moly não se importou com isso, apenas passou na frente de todas as outras pessoas, arrastando Claire pelo braço e parou na frente da recepcionista.“Quero um horário com a Doutora Gupy, agora mesmo”, disse Moly, não se importando em dar bom dia para a recepcionista. “Senhora, qual seu nome?”, perguntou a mulher, um pouco a contragosto. “Preciso ver se ela terá disponibilidade e…”“Moly Dawson”, a mulher disse, direta.Ao lado dela, Claire se mantinha de cabeça baixa e ombros encolhidos. Mal havia dormido, depois que passou mal, sua mãe a mandou para o quarto e ela não comeu nada, mas também não teve fome. Como teria?Ouviu seus pais brigando durante a madrugada, seu pai acusava sua mãe de ser a culpada, de não tê-la educado direito, e sua mãe se desculpava e dizia que estava fazendo seu melhor. E Claire apenas chorava em seu quarto, apavorada, sem saber o que estava acontecendo. Quando amanheceu, assim
A manhã veio e passou muito rápido, e quando o meio dia chegou Claire estava completamente sem fome. Se sentia enjoada, estava com sono, mas assim que seu pai chegou, sua mãe entrou em seu quarto. “Desça, seu pai chegou com o resultado dos exames”, Moly, mais uma vez, não fez questão de ser simpática com a filha. Estava tratando Claire como se ela não fosse nada além de uma inquilina em sua casa. A garota desceu do quarto com a cabeça baixa. Sabia que seus pais saberiam que ela não era mais virgem e que isso mudaria tudo, esperava uma reação péssima deles, já estava pronta para isso. Mas nada iria prepara-la para o que realmente aconteceria naquela tarde, e Claire sequer imaginava como sua vida mudaria a partir daquele dia. Quando chegou a sala, seus pais estavam sentados a mesa e os papéis ainda estavam fechados a frente deles. Arthur esperou ela sentar e ignorou quaisquer exames de sangue ou coisas assim, indo apenas para os dois exames que mais o interessavam. Abriu os envelo
O sono da manhã é sempre o mais gostoso, aqueles últimos minutos depois que o sol já nasceu e que o dia está prestes a começar. Normalmente, são nesses momentos em que somos acordados para iniciar um novo dia. “Mamãe…”, a vozinha manhosa e fofa chegou aos sonhos de Claire bem sutilmente, quase como um som de fundo que não chamava muita atenção. “Mamãe… Acorda!”, dessa vez, junto a voz, um pequeno empurrãozinho a fez resmungar. “Mamãe, é o primeiro dia na escolinha!”Então, ela se sentou de uma vez só na cama, abrindo os olhos de súbito e olhando ao redor sem conseguir assimilar muita coisa, como uma máquina que inicia de forma abruta, funcionando de forma meio defeituosa, sem assimilar de fato o que acontecia ao seu redor. “Mamãe, assim vamos chegar tarde!”, dessa vez, a voz fina e manhosa foi acompanhada pelo rostinho da criatura que ela mais amava no mundo. O garotinho de cabelos negros e olhos azuis pulou sobre a cama, engatinhando pelos lençóis até se aconchegar em seu colo, se
“Mamãe, o que é um mauricinho?” Theo perguntou enquanto Sarah caminhava até ele, o pegando nos braços e dando um cheirinho em seus cabelos. “Tia não pode bagunçar, se não os amiguinhos da escola não vão gostar de Theo.”“Mauricinhos são menininhos muito bonitos e fofos”, Claire respondeu para o filho, aproveitando que o menino estava de costas e mostrando o dedo do meio para amiga, que apenas gargalhou. “Vamos, mocinho, você precisa tomar café e sua mãe precisa se arrumar”, Sarah falou, sentando Theo na cadeirinha dele, que era mais alta para que ele alcançasse a mesa com facilidade. “Claire, você precisa ser pontual hoje, deixei aquele projeto do cliente novo com você, o secretário vai lá marcar a reunião oficial hoje de manhã. Bota uma roupa bonitinha, menina.”“E eu por acaso sou você que vive malamanhada?”, o tom acusatório seguido do riso fazia parte da dinâmica das duas que se arrastava ao longo dos anos. Sempre provocavam uma à outra, mas se amavam na mesma intensidade em qu
Trabalho, muito trabalho. Era isso o que permeava a vida de Alexander pelos últimos meses, talvez até anos. Não estava em seus planos assumir tão cedo os negócios da família, mas a morte de seu pai o levou para aquele caminho e, mesmo que não fosse sua vontade, jamais deixaria o império de seu pai ser arruinado depois de sua morte, era o legado dele e era sua responsabilidade passar adiante. Claro, muito havia mudado, já não era um garoto, agora, aos 31 anos, não tinha muito tempo para fazer o que fazia antes, as festas e bebedeiras se tornaram bem menos frequentes e a mídia atualmente o perseguia em busca de envolvimentos amorosos que não existiam. Uma ficada aqui e ali, mulheres que não se interessavam em saber quem ele era e pelas quais ele não tinha nenhum interesse além do carnal. Assim era mais fácil, combinava com sua rotina. Seus passos eram rápidos pelos corredores do andar presidencial da Blake Enterprises, situado no bairro mais caro de Manhattan, aquele, sem dúvida, er
Alexander finalmente ergueu o rosto e os olhos dos dois se encontraram, o CEO uniu as sobrancelhas por um momento, por que ela o estava encarando daquele jeito? Tinha alguma coisa errada com ele? Será que se conheciam? Ela parecia familiar, mas nada além disso, certo?“Bem, vamos começar?”, falou ele, com os ombros erguidos e um olhar sério. “S…Sim, Claro!”, Claire respondeu. Mas, por dentro, se perguntava como daria seguimento a uma reunião estando de frente para o homem que era o pai de seu filho e que ela não via há cinco anos. ***Foram as duas horas mais longas da vida de Claire. Quem diria que fingir que estava tudo bem enquanto tudo estava um caos era tão difícil? Pelo menos ele parecia não tê-la reconhecido. Não o culpava, na verdade, agradecia ao tempo que deu a ela algumas mudanças. Já não parecia uma menininha inocente como antes, tinha um corpo mais voluptuoso, seus cabelos longos emoldurava um rosto jovem, mas, ao mesmo tempo, maduro. Quando finalmente acabou e Clair
Quando o dia de trabalho finalmente acabou, Alexander se viu sentado no banco de seu carro enquanto seu motorista o levava para casa. Enquanto resolvia os problemas da empresa sua mente estava ocupado, mas no momento em que seus pensamentos se silenciaram, ele se lembrou dos olhos verdes de Claire e de como ela ficou nervosa em sua presença. “Por que tão nervosa?”, era a pergunta que tomava seus pensamentos, mas não era a única, porque uma pergunta quase tão frequente quanto esta lhe dava um comichão em seu peito… Por que ele estava tão interessado?Não sabia explicar, mas se convenceu de que estava apenas buscando uma fuga para sua rotina tão cansativa e, atualmente, sem diversão alguma, apenas um conjunto de problemas para resolver dia após dia. “Não é nada de mais”, resmungou para si mesmo, assim que o carro estacionou na frente da enorme mansão dos Blake. O jardim estava iluminado e as janelas da mansão jogavam para fora as çluzes acesas por toda parte. Alexander suspirou, tinha