O celular escorregava nas mãos suadas de Elanor enquanto ela andava de um lado pro outro no escritório da mansão. Os olhos estavam arregalados, o rosto sem cor, a cada segundo que passava, a ansiedade parecia apertar mais seu peito.Depois que Cora desligou, a primeira coisa que fez foi ligar para Sarah, não sabia o que fazer, estava desesperada. "Atende logo, Sarah... atende...", murmurava, com o telefone colado na orelha.Quando a chamada finalmente conectou, ela praticamente gritou:"Sarah?! Você tá onde? Pelo amor de Deus, diz que tá vindo!""Tô, tô chegando, Ella! Já tô quase chegando aí! O que tá acontecendo? Você tá me assustando! Eles deram notícias?""Minha mãe me ligou! Ela com certeza tá louca! Não sei o que pode acontecer, disse que todo mundo tinha traído ela e que vai resolver tudo… Tô desesperada.""Meu Deus...", a voz de Sarah veio baixa. "Eu tô chegando, tá? Fica calma.""O Alex ligou desesperado, a Claire tava chorando. E o Theo... meu Deus, o Theo... ele só tem cin
A estrada passava rápido pelos vidros do carro enquanto Alexander dirigia como se cada segundo fosse decisivo, e na verdade era mesmo. Claire, no banco do passageiro, olhava em volta com os olhos arregalados, tentando reconhecer qualquer pista, qualquer carro suspeito, seu coração estava disparado."Você viu alguma coisa?" Alex perguntou, apertando o volante com força."Não... nada ainda. Mas e se eles já tiverem passado daqui? E se a gente estiver indo na direção errada?""A polícia tá rastreando, Claire. Eles vão encontrar alguma coisa, mas a gente precisa continuar procurando. Eu não vou parar até achar nosso filho."Claire assentiu, mordendo o lábio. A tensão entre os dois era palpável, o silêncio só era quebrado pelo som do motor e das respirações aceleradas deles. Até que o celular de Alex começou a tocar."Atende!" ele disse de imediato, sem nem olhar para a tela, os olhos fixos na estrada.Claire pegou o telefone e colocou no viva-voz."Alô?""Alex? Claire? É a Elanor! Escutem
O calor do dia não parecia incomodar Cora nem um pouco enquanto ela caminhava rápido pela área restrita do aeroporto. Um boné preto escondia parte do rosto e os óculos escuros cobriam os olhos frios. Ela segurava Theo com força nos braços, abafando qualquer som que ele tentava fazer."Quieto! Fica quieto, seu pirralho!", rosnou entre os dentes, enquanto o menino se debatia, com lágrimas escorrendo pelo rosto."Eu quero minha mamaaaaa! Me solta! Eu quero meu papaaaaai!", Theo gritava, a voz embargada pelo choro.Cora apertou ainda mais o menino contra o peito. "Se você não calar essa boca, eu juro que faço você se arrepender. Ninguém vai te ouvir aqui, entendeu? Ninguém!"Ela olhou em volta, tensa, mas segura. Aquele caminho pelos fundos, entre hangares e carros de manutenção, era pouco movimentado. O jatinho particular da família Blake já estava ali, reluzente sob o sol, com a escada aberta e o motor ligado, tudo estava pronto."Vamos embora daqui. Pra bem longe. E ninguém nunca mais
Ela ria. Um riso completamente desconectado da realidade. "Vocês acham que eu sou burra? Acham que eu não sei o que vai acontecer se eu soltar ele? Vão me prender! Vão me jogar numa cela! Eu não vou deixar isso acontecer!""Você não precisa fugir, mãe!", Alexander insistiu, com a voz alta. "Mas se fizer alguma coisa com o meu filho, eu juro por Deus que você vai pagar!"Theo gritava agora. "Não quero ir com ela, papai!”Claire caiu de joelhos, chorando, com as mãos pra cima. "Cora, olha pra mim... por favor... é uma criança, Cora. Você sabe disso. Ele não tem culpa de nada. Você não precisa fazer isso. Olha o estado que você tá... por favor... solta ele."As viaturas aumentavam ao redor. Mais policiais, mais tensão.Cora tremia, segurando a arma firmemente..Theo chorava ainda mais.E o tempo parecia congelar.O tempo parecia preso num looping estranho, onde tudo acontecia rápido demais e ao mesmo tempo se arrastava. O som das sirenes havia parado, mas a voz do policial ecoava pelo m
O salão principal do Eclipse, o clube mais exclusivo da cidade, estava repleto de pessoas sofisticadas. O som de uma música eletrônica sensual preenchia o espaço, as luzes dançavam em tons de roxo e dourado, enquanto taças de champanhe eram erguidas em meio a risadas abafadas. Claire entrou no ambiente com um passo hesitante, mas determinado.Seu vestido preto de seda brilhava sob as luzes, ajustando-se como uma segunda pele e delineando suas curvas de maneira elegante. As alças finas destacavam seus ombros delicados, e o decote profundo exibia a pele suave e pálida de seu colo. Ela usava brincos pequenos de brilhantes e um colar fino que repousava exatamente no ponto onde sua clavícula se acentuava, um detalhe sutil que atraía olhares.Claire segurava uma taça de champanhe enquanto caminhava ao lado de Sarah, sua melhor amiga, que parecia muito mais à vontade no ambiente.“Relaxa, Claire. Isso não é um tribunal. É só uma festa,” Sarah brincou, apertando de leve o braço da amiga.Clai
Quando o dia amanheceu, Claire abriu os olhos e suspirou, mexendo-se na cama com preguiça. Ainda estava no quarto do Eclipse, e quando voltou a si e se lembrou da loucura que fez na noite anterior, se sentou na cama de súbito e passou as mãos nos cabelos. “Deus, o que eu fiz?!”, a voz de Claire era quase um sussurro, incrédula diante de suas próprias ações. Os flashes da noite anterior ainda estavam vivos em sua mente. Alexander a levou ao ápice do prazer tantas vezes que ela até perdeu a conta, e ela se entregou pela primeira vez a um homem sem que ele soubesse que ela era virgem. Claire não se deu ao trabalho de contar, na verdade, não falaria mesmo se fosse em outra situação, tinha muita vergonha de, aos 23, ainda ser virgem. Ela olhou ao redor e se levantou, ainda estava nua e seu vestido estava jogado no chão ao lado da cama. Tudo estava silencioso e, em cima da mesa de cabeceira, havia um bilhete. “Precisei sair bem cedo. Se quiser falar comigo ou sair de novo, me mande uma
A recepção da clínica onde a família de Claire se consultava estava cheia, mas Moly não se importou com isso, apenas passou na frente de todas as outras pessoas, arrastando Claire pelo braço e parou na frente da recepcionista.“Quero um horário com a Doutora Gupy, agora mesmo”, disse Moly, não se importando em dar bom dia para a recepcionista. “Senhora, qual seu nome?”, perguntou a mulher, um pouco a contragosto. “Preciso ver se ela terá disponibilidade e…”“Moly Dawson”, a mulher disse, direta.Ao lado dela, Claire se mantinha de cabeça baixa e ombros encolhidos. Mal havia dormido, depois que passou mal, sua mãe a mandou para o quarto e ela não comeu nada, mas também não teve fome. Como teria?Ouviu seus pais brigando durante a madrugada, seu pai acusava sua mãe de ser a culpada, de não tê-la educado direito, e sua mãe se desculpava e dizia que estava fazendo seu melhor. E Claire apenas chorava em seu quarto, apavorada, sem saber o que estava acontecendo. Quando amanheceu, assim
A manhã veio e passou muito rápido, e quando o meio dia chegou Claire estava completamente sem fome. Se sentia enjoada, estava com sono, mas assim que seu pai chegou, sua mãe entrou em seu quarto. “Desça, seu pai chegou com o resultado dos exames”, Moly, mais uma vez, não fez questão de ser simpática com a filha. Estava tratando Claire como se ela não fosse nada além de uma inquilina em sua casa. A garota desceu do quarto com a cabeça baixa. Sabia que seus pais saberiam que ela não era mais virgem e que isso mudaria tudo, esperava uma reação péssima deles, já estava pronta para isso. Mas nada iria prepara-la para o que realmente aconteceria naquela tarde, e Claire sequer imaginava como sua vida mudaria a partir daquele dia. Quando chegou a sala, seus pais estavam sentados a mesa e os papéis ainda estavam fechados a frente deles. Arthur esperou ela sentar e ignorou quaisquer exames de sangue ou coisas assim, indo apenas para os dois exames que mais o interessavam. Abriu os envelo