Rashid sumiu depois daquilo tudo, ficou enfiado em seu quarto. Zafir conversou com o pai. Foi tudo explicado, tudo resolvido. Segundo Zafir, seu pai ficou primeiro abismado com tudo, depois que assimilou, ficou feliz por ele ter recuperado a memória. Depois desgostoso quando soube da decisão do filho em voltar para o Arizona, e entendeu que forçar Zafir ficar era uma batalha perdida. Sem pontas solta, tudo resolvido, no dia seguinte partimos. Eu e meu habibi. Foi uma satisfação muito grande, cinco horas depois surgir na porta da casa de meu pai abraçada a Zafir tocando a campainha. É cedo, muito cedo. Seis horas da manhã.Meu pai atende com cara de sono. Seus olhos então se arregalam quando ele me vê abraçada a Zafir. —Jade! —Então olha Zafir e fica pálido. —O que você está fazendo com esse cara?—Esse cara é filho do Sheik Al Basin Jael Barak. Ele pagará todas as suas dívidas e eu me casarei com ele. Meu pai cambaleia, branco. Eu e Zafir o pegamos pelo braço e o colocamos no sofá
ChatGPT Tenho um momento para apreciar ele esticando o braço e abrindo um preservativo e o coloca com dedos seguros. Ele então paira sobre mim e me beija, como se alimentasse uma fome insaciável. Fecho os olhos quando ele usa a boca em todo meu peito e cada músculo de suas costas enrijece quando eu o toco, deslizo minhas mãos sobre ele. Como um filme me lembro de como somos felizes juntos. E sorrio. Ele pega meu braço e me puxa para ele, silenciando meus pensamentos com o toque dos seus lábios. Macio e gentil, ele aprofunda o beijo, acariciando a minha língua com a sua. Explorando-me. Desemaranhando-me. Tudo isso a partir de um simples beijo. Ele então passa os braços em volta de mim e me puxa para cima dele, languidamente provando-me, enquanto sua mão lentamente se aventura deslizando sobre o meu corpo. Ele continua beijando e tocando, tentando me fazer voar alto. Seus toques leves fazem meu corpo mais consciente do que ele está fazendo, e meu pulso se acelera.
JadeO meu sobrado está posicionado lateralmente ao dele. A grande janela do meu quarto fica de frente para a janela do quarto dele. A minha é ampla, coberta por uma cortina de um suave rosa claro. A dele, por outro lado, permanece quase sempre nua, desimpedida. Ele só fecha as cortinas quando vai dormir.Eu, que acreditava ter me apaixonado antes… hoje percebo que não gostava tanto assim do Liam. Foi muito fácil esquecê-lo. Se eu o amasse de verdade, não estaria tão encantada como estou agora por este meu vizinho, que também é o meu professor de produção de texto.As conversas vindas do quarto ao lado chegam aos meus ouvidos — a minha mãe e a minha irmã Yasmin —, mas eu nem sequer presto atenção ao que estão dizendo. Os meus olhos estão vidrados na janela em frente, observando ele tirar a camiseta. A minha respiração é arrancada dos meus pulmões enquanto reparo no homem mais bonito que já vi. Os meus olhos se arregalam, fixos nos músculos definidos do seu peito, das suas costas e dos
Na segunda-feira, ele não dá aula, mas ainda assim não é um dia livre. Ele vai para a universidade. Imagino que seja um dia reservado para reuniões e preparação de aulas.Outro detalhe que observei é que ele corre todos os dias no final da tarde. Sei disso porque sou a responsável por colocar o lixo para fora. Um dia, vi ele saindo de casa com roupas de corrida, e no dia seguinte, confirmei a rotina quando o vi novamente, saindo no mesmo horário.Nos finais de semana, ele sai para comprar jornal. Achei curioso, já que o jornal poderia ser entregue na casa dele, como acontece na minha. Descobri isso por acaso, quando o meu pai pediu para eu pegar a pasta dele que havia esquecido no carro, e avistei o Zafir passando em frente à nossa casa, com o jornal debaixo do braço.Ele parece adorar ler. Muitas vezes o observo deitado na cama, sempre com um livro nas mãos. Bem, isso era esperado, afinal, ele é professor de um curso que forma escritores, revisores e redatores.E agora vem o detalhe
Paro de pensar nisso e volto a acender a luz do abajur. Pego o caderno e olho o título.Oficina de Escrita Criativa.Dou um suspiro quando me vem à mente um poema que li esses dias:"Palavras não são apenas um amontoado de letras que se juntam em concordância, formando significados e significantes. Palavras são sentimentos em forma física de expressão, que podem servir tanto como uma ponte quanto como um abismo."Afasto os pensamentos que a romântica incurável desperta em mim e começo a ler o livro.Eu ainda estava estudando quando ouvi meus pais chegarem. Antes que Yasmin me importune com sua presença no meu quarto, por causa da luz acesa, aperto o interruptor do abajur e fico no escuro.Claro, não me deito de imediato. Levanto-me para dar uma olhadinha no meu vizinho lindo. Como ele está sentado distraído, afasto bem as cortinas para observá-lo melhor, mas fico com o corpo para trás, tendo o cuidado de me manter oculta nas sombras. Seu quarto está pouco iluminado; a única luz provém
O café da manhã com os meus pais foi um evento silencioso, pois seguimos a tradição de não conversarmos à mesa. Crescer numa família libanesa é diferente, mas não tão diferente de outras famílias com origens étnicas. Há sempre costumes próprios, tradições, e expressões típicas amigáveis.Ah, e os diálogos em família, que mais parecem brigas, mas não são! A gente se ama muito. Temos pratos típicos, bebidas e doces, muitos doces! O kibe cru ou assado são nossos favoritos. Alho e cebola crus também, e é completamente normal comê-los misturados à comida. Todos os finais de semana, a refeição vem acompanhada de uma travessa de vegetais crus como aperitivo. Hortelã? Nem pensar em faltar! As nossas comidas incluem shawarma, homus, falafel, e uma variedade de receitas com grão-de-bico. E os doces? Sem contar o nosso indispensável "talher", o pão pita.Chá de ervas com canela é comum. Se rolar uma briga, nada que um gole de arak ou café árabe forte e encorpado não resolva. Para as crianças, ja
Inspiro e expiro profundamente três vezes. Espero que isso me acalme. Agora eu preciso de muita coragem para encará-lo. Bato na porta e a abro. Zafir fica rígido e se vira lentamente para me olhar. — Sim, ele é lindo. — Aqueles inconfundíveis olhos negros, atentos a todo e qualquer detalhe do comportamento das pessoas, me encaram fixamente. Eles são tão hostis que por um instante sinto medo. Estremeço ao ponto dos pelos dos meus braços se eriçarem. O olhar só durou um segundo, mas me congelou no lugar. Sem conseguir dar um único passo, sinto um calafrio percorrendo minha espinha dorsal, o coração bate agitado. Allah! Tudo seria bem mais fácil se você não fosse tão idiota e tão vulnerável! — A Senhorita pretende entrar ou não? —Ele me questiona sério. Sua pergunta me tira daquele limbo e eu aceno para ele com um gesto de cabeça. — Naʿam, rabbigh fir lee.[1] — Quando todos da sala riem, dou-me conta que meus anos de estudante em uma escola árabe se foram. Allah! Acho que a minha c
— Está certo. — Eu digo, simplesmente, para me livrar dela.Tento me acalmar depois que ela sai. Permaneço no meu lugar por alguns minutos, olhando para o nada. Sinto uma tensão no ar, como se algo estivesse prestes a acontecer.Escuto os movimentos de Zafir ao longe. Imediatamente, meus olhos o procuram. Sua expressão fria não revela nada diretamente, mas eu percebo o leve traço de irritação em seus gestos. Ele guarda as suas coisas na mala com uma força exagerada, como se estivesse descontando uma raiva silenciosa.Respiro fundo e começo a colocar as minhas coisas na mochila, tentando imitar a sua compostura, mas sinto o meu coração acelerado. Quando termino, volto a olhar para ele. Zafir está sentado atrás da sua mesa, me observando em silêncio, os seus olhos escuros cravados em mim como se estivessem a desvendar todos os meus segredos.—Sente-se aqui, senhorita Nurab —Ele aponta uma cadeira em frente à sua, uns dez passos distantes de sua mesa.Eu obedeço. Com passos vacilantes me