Sempre arrogante.

Eu estiquei meu corpo, sentindo-o dolorido. Abri os olhos lentamente, minha cabeça um pouco latejante. Não preciso olhar o relógio para saber que eu dormi até tarde, dez horas.

Eu me sinto febril, desorientada.

Penso nele deixando meu quarto, as dúvidas que ele lançou na minha cabeça. Ainda me lembro quando ele lançou aquele olhar. Não sei como descrever esse olhar, não foi de ódio, exatamente, nem de raiva, nem de desprezo — foi de decepção.

Sinto agora um certo desassossego e entendo que por mais que Rashid demonstre ser um homem legal, interessante, cuidadoso me faz questionar: vou amá-lo um dia?

Eu me troco e ando pelo quarto; não consigo ficar parada, tenho a sensação de que Zafir esteve aqui enquanto eu dormia. Não há nada fora do lugar, mas o cheiro dele está muito presente no quarto.

Olho o tempo lá fora. As nuvens ameaçadoras tingem o céu de cinza, com certeza irromperão num dilúvio no fim da tarde. Sentindo-me mal, eu me deito novamente.

Ouço batidas na porta.

—Entre.
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