Ainda não é a resposta que eu quero. Defendo Rashid, mesmo sabendo que o que ele disse é verdade.—Como pode falar uma coisa dessa? Ele tem sido tão carinhoso comigo, atencioso, preocupado...Zafir respira fundo. Parece angustiado.—Khara! Porque você está se submetendo à sua vontade. Você não percebeu isso?—Eu não acredito em você. Acho que fala assim, só para eu não gostar dele.Zafir se levanta da cama, sua expressão continua angustiada.—Não tenho intenção de assustar você, não tenho a intenção que goste menos dele, pois você já não gosta o suficiente para se casar com ele, sei que você não ama Rashid. Jade, você me ama... —Ele ofega e coloca a mão na cabeça, está pálido. —Assim como eu te amo... —Ele diz sofrido, emocionado. —Eu só tenho argumentos com você pelo que sinto aqui dentro. Deveria valer! Por favor, não me cobre daquilo que não me lembro! Eu só sei o que arde no meu peito. E aqui grita EU TE AMO!A veemência da paixão na voz de Zafir faz meu coração de disparar. Eu es
Ele faz uma pausa por um momento e eu encaro sua boca. — Jade… Quando levanto o olhar para ele, sua expressão se intensifica. Isso é um eco do que eu costumava ver quando ele olhava para mim no passado. Um desespero silencioso. Seu olhar paira sobre mim com uma necessidade franca que faz eu me sentir a mulher mais linda que ele já viu. Zafir olha meus lábios. Meu coração se agita, ele segura minha cabeça e seus lábios tomam os meus com um gemido que se uniu ao meu, pois gemo de prazer. —Por Allah! —Ouço a voz de Rashid no quarto.Eu e Zafir nos afastamos e encaramos Rashid que imediatamente guarda uma caixinha de veludo no bolso do paletó. Um anel? Brincos! Não importa... Zafir fica em pé, eu também. E o olho com desafio nos olhos.—Eu e Jade nos acertamos e eu...Essas palavras bastaram para o irritar que num segundo, ele atravessou o espaço que os separava e com o punho fechado tentou acertar Zafir, mas ele foi muito rápido e se esquivou do irmão.— Pare Rashid! Parem! — Eu gri
Solto a respiração de maneira audível. Afasto-me um pouco e olho para ele.— Tudo bem? — Pergunto.Ele concorda. Seu corpo envolve o meu como se nunca mais fosse me deixar ir embora. Ele me aperta em seus braços e beija meus cabelos. —Sim, acho que o pior já passou. Vamos gozar agora da bonança, porque eu te garanto, dias melhores virão. Eu te amo Jade. Posso ter esquecido de tudo, mas você fez parte dos meus sonhos.Suspiro com suas palavras e fecho os olhos. Nos abraçamos novamente.Tem coisa mais certa do que isso?Nunca duvide! Esse homem te ama!Momentos depois, Eu e Zafir estamos na varanda do meu quarto, sentados juntos em um banco estofado, confortável. Estamos olhando para o jardim debaixo do cobertor. Uma dúvida surge, não que ela fosse me tirar a paz, ou me trouxesse algum estremecimento e resolvo perguntar para ele.—Zafir. Por que deixou tudo isso para trás? Por que se afastou de sua família? O maxilar dele enrijece, ele parece à beira das lágrimas. As mãos dele se fec
Rashid sumiu depois daquilo tudo, ficou enfiado em seu quarto. Zafir conversou com o pai. Foi tudo explicado, tudo resolvido. Segundo Zafir, seu pai ficou primeiro abismado com tudo, depois que assimilou, ficou feliz por ele ter recuperado a memória. Depois desgostoso quando soube da decisão do filho em voltar para o Arizona, e entendeu que forçar Zafir ficar era uma batalha perdida. Sem pontas solta, tudo resolvido, no dia seguinte partimos. Eu e meu habibi. Foi uma satisfação muito grande, cinco horas depois surgir na porta da casa de meu pai abraçada a Zafir tocando a campainha. É cedo, muito cedo. Seis horas da manhã.Meu pai atende com cara de sono. Seus olhos então se arregalam quando ele me vê abraçada a Zafir. —Jade! —Então olha Zafir e fica pálido. —O que você está fazendo com esse cara?—Esse cara é filho do Sheik Al Basin Jael Barak. Ele pagará todas as suas dívidas e eu me casarei com ele. Meu pai cambaleia, branco. Eu e Zafir o pegamos pelo braço e o colocamos no sofá
Tenho um momento para apreciar ele esticando o braço e abrindo um preservativo e o coloca com dedos seguros. Ele então paira sobre mim e me beija, como se alimentasse uma fome insaciável. Fecho os olhos quando ele usa a boca em todo meu peito e cada músculo de suas costas enrijece quando eu o toco, deslizo minhas mãos sobre ele. Como um filme me lembro de como somos felizes juntos. E sorrio. Ele pega meu braço e me puxa para ele, silenciando meus pensamentos com o toque dos seus lábios. Macio e gentil, ele aprofunda o beijo, acariciando a minha língua com a sua. Explorando-me. Desemaranhando-me. Tudo isso a partir de um simples beijo. Ele então passa os braços em volta de mim e me puxa para cima dele, languidamente provando-me, enquanto sua mão lentamente se aventura deslizando sobre o meu corpo. Ele continua beijando e tocando, tentando me fazer voar alto. Seus toques leves fazem meu corpo mais consciente do que ele está fazendo, e meu pulso se acelera. —Zafir... — Eu choram
JadeO meu sobrado está posicionado lateralmente ao dele. A grande janela do meu quarto fica de frente para a janela do quarto dele. A minha é ampla, coberta por uma cortina de um suave rosa claro. A dele, por outro lado, permanece quase sempre nua, desimpedida. Ele só fecha as cortinas quando vai dormir.Eu, que acreditava ter me apaixonado antes… hoje percebo que não gostava tanto assim do Liam. Foi muito fácil esquecê-lo. Se eu o amasse de verdade, não estaria tão encantada como estou agora por este meu vizinho, que também é o meu professor de produção de texto.As conversas vindas do quarto ao lado chegam aos meus ouvidos — a minha mãe e a minha irmã Yasmin —, mas eu nem sequer presto atenção ao que estão dizendo. Os meus olhos estão vidrados na janela em frente, observando ele tirar a camiseta. A minha respiração é arrancada dos meus pulmões enquanto reparo no homem mais bonito que já vi. Os meus olhos se arregalam, fixos nos músculos definidos do seu peito, das suas costas e dos
Na segunda-feira, ele não dá aula, mas ainda assim não é um dia livre. Ele vai para a universidade. Imagino que seja um dia reservado para reuniões e preparação de aulas.Outro detalhe que observei é que ele corre todos os dias no final da tarde. Sei disso porque sou a responsável por colocar o lixo para fora. Um dia, vi ele saindo de casa com roupas de corrida, e no dia seguinte, confirmei a rotina quando o vi novamente, saindo no mesmo horário.Nos finais de semana, ele sai para comprar jornal. Achei curioso, já que o jornal poderia ser entregue na casa dele, como acontece na minha. Descobri isso por acaso, quando o meu pai pediu para eu pegar a pasta dele que havia esquecido no carro, e avistei o Zafir passando em frente à nossa casa, com o jornal debaixo do braço.Ele parece adorar ler. Muitas vezes o observo deitado na cama, sempre com um livro nas mãos. Bem, isso era esperado, afinal, ele é professor de um curso que forma escritores, revisores e redatores.E agora vem o detalhe
Paro de pensar nisso e volto a acender a luz do abajur. Pego o caderno e olho o título.Oficina de Escrita Criativa.Dou um suspiro quando me vem à mente um poema que li esses dias:"Palavras não são apenas um amontoado de letras que se juntam em concordância, formando significados e significantes. Palavras são sentimentos em forma física de expressão, que podem servir tanto como uma ponte quanto como um abismo."Afasto os pensamentos que a romântica incurável desperta em mim e começo a ler o livro.Eu ainda estava estudando quando ouvi meus pais chegarem. Antes que Yasmin me importune com sua presença no meu quarto, por causa da luz acesa, aperto o interruptor do abajur e fico no escuro.Claro, não me deito de imediato. Levanto-me para dar uma olhadinha no meu vizinho lindo. Como ele está sentado distraído, afasto bem as cortinas para observá-lo melhor, mas fico com o corpo para trás, tendo o cuidado de me manter oculta nas sombras. Seu quarto está pouco iluminado; a única luz provém