Inicio / Lobisomem / Nas garras do amor / Capítulo 2: Grama verde e olhos vermelhos - parte 1
Capítulo 2: Grama verde e olhos vermelhos - parte 1

— Pronto — suspirou, limpando uma gota de suor da testa. — Último móvel.

Depois de finalmente se instalar, Clarice passou o dia organizando sua casa para que ela ficasse com cara de lar, acolhedora e para que a fizesse ficar mais perto de sua mãe. Mas uma casa fechada e vazia leva tempo para ser um lar, por isso, a faxina foi mais cansativa do que ela imaginou.

— Já fiz muito por hoje — murmurou para si mesma, desligando a música e pegando uma garrafa de água que estava na bancada.

Seus braços doíam, e as pernas estavam pesadas, mas o importante é que tudo estava finalmente limpo e arrumado, e que agora a casa estava, mais uma vez, vivida, exatamente como ela se lembrava.

O crepúsculo já tomava conta do horizonte, e as estrelas começavam a surgir, uma a

uma, pontilhando o céu com sua luz suave. Clarice fechou os olhos por um instante,

sentindo o cheiro de terra molhada e das plantas que cresciam ao seu redor. O silêncio

profundo da floresta a envolvia, apenas quebrado pelo som distante de grilos e pelo

farfalhar das folhas.

Sentou-se no centro do quintal, estendendo a toalha sobre a grama e deitando-se sobre

ela, com os olhos fixos no céu.

— Isso… Isso é o que eu precisava — sussurrou, sentindo a calma invadir seu corpo.

Foi um som distante, quase como um rosnado, que a despertou. Clarice abriu os olhos

de repente, o coração acelerado. Estava escuro, e a lua cheia brilhava intensamente no

céu, iluminando o quintal com uma luz prateada. Ela se sentou, esfregando os olhos e

olhando ao redor, confusa.

— Que droga… Cochilei aqui fora. — murmurou, sentindo um arrepio correr por sua

espinha. O ar estava frio, e ela tremia levemente.

Levantou-se devagar, os músculos do corpo ainda um pouco rígidos pelo tempo que

passou deitada no chão. Foi então que seus olhos pousaram sobre algo estranho. A

grama alta ao seu redor estava amassada em alguns pontos, como se algo grande

tivesse passado por ali.

— O que é isso? — Clarice deu alguns passos, tocando o mato amassado com a ponta

dos dedos.

O padrão parecia ser o de pegadas, mas grandes demais para serem humanas.

Seu coração bateu mais rápido. A sensação de ser observada a incomodava, mas ela

tentou afastar o pensamento.

"Deve ser algum animal da floresta... Um cervo, talvez", disse a si mesma, embora

não estivesse completamente convencida.

Com um suspiro pesado, Clarice deu meia-volta e caminhou até a porta da casa. Ao

passar pelo portãozinho de madeira, algo chamou sua atenção. Virou-se par a olhar

novamente para o quintal, e, por um breve segundo, pensou ter visto um par de olhos

vermelhos brilhando entre as árvores. Ela piscou, assustada, mas, quando tentou focar

sua visão, não havia nada, nada além da imponente floresta a sua frente.

— Ótimo, agora to ficando maluca… É só cansaço. — disse em voz alta, tentando

convencer a si mesma. Entrou rapidamente na casa, fechando a porta atrás de si. "É só

o cansaço", repetiu mentalmente, mas aquela sensação de desconforto continuava ali,

alojada em seu peito.

Clarice caminhou até o local que havia visto nos classificados: uma pequena loja no

centro, que parecia perfeita para a floricultura.

Mas então, mesmo no silêncio do banheiro, Clarice ouviu algo. Distante, levado pelo

vento, o som de um uivo solitário e longo ecoou pela floresta até chegar a pequena e

delicada casa.

Enquanto a noite avançava, o sono finalmente a venceu. No entanto, mesmo nos seus

sonhos, os olhos vermelhos voltaram a assombra-la.

Sigue leyendo en Buenovela
Escanea el código para descargar la APP

Capítulos relacionados

Último capítulo

Escanea el código para leer en la APP