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Capítulo 3: Alcateia garra Sangrenta - parte 4

Aquele foi o primeiro dia de Clarice. 

A inauguração da floricultura foi um sucesso, bem, ao menos foi melhor do que ela imaginou que seria. 

No dia anterior ela foi até o local para receber o seu carregamento de flores e plantas, tinha de rosas a suculentas, e levou o dia inteiro para arrumar tudo dentro da loja, decorar as prateleiras, organizar os buques prontos e pendurar a fachada que trouxe consigo na viagem, desenhada por sua própria mãe antes do acidente. 

O instalador a colocou no dia anterior, as ove da noite, mas ela não se importou em ficar lá até mais tarde esperando isso, ver a placa ali lhe deu uma força de ânimo e lhe aqueceu o coração. 

“Floricultura Sussurros do vento”, era esse o nome que Elaina desejava colocar e foi esse o nome que Clarice colocou. Sua mãe dizia que o vento levava o aroma das flores para os apaixonados, sussurrando no ouvido deles juras de amor. Sua mãe sempre foi uma mulher muito romântica, apesar de nunca ter se envolvido com ninguém além de seu pai, quem Clarice nunca conheceu. 

Quando o seu primeiro dia acabou, havia vendo vários buques, principalmente de rosas, e também muitas suculentas. Os comerciantes do centro foram extremamente receptivos e vários compraram flores e plantinhas para decorar suas lojas. Dorinha e Jorge a visitaram logo cedo e a senhora fez questão de deixar uma marmitinha com almoço para ela logo que a tarde chegou, já que Clarice mal teve tempo de respirar naquele dia. 

Estava apenas colocando as plantas maiores para dentro antes de fechar, o movimento do dia foi ótimo e ela estava feliz, com certeza passaria em algum lugarzinho para comprar um lanche antes de ir para casa e dormiria como uma pedra para acordar bem cedinho no dia seguinte. 

Mas antes que ela fechasse de fato, um carro preto elegante parou a frente da floricultura. 

Do lado de fora, Clarck, Jhon e Sirius discutiam dentro do carro sobre o que Jhon deveria comprar. Quais tipos de flores mulheres como Nora gostam? Ele estava nervoso, tudo o que queria era agradá-la. 

— Tenho certeza que o que você comprar ela vai gostar — Clarck disse, saindo do carro e sentindo o cheiro de rosas e tulipas acerta-lhe em cheio no rosto. 

Era tão forte, quase sufocante. 

Mas desde quando cheiravam tão bem assim? 

A intensidade do cheiro o distraiu tanto que, quando percebeu, Sirius e Jhon já havia entrado no estabelecimento, e ele precisou apressar o passo para alcançá-los. Ele caminhou rapidamente em direção a entrada, empurrando a portinha de vidro e ouvindo o sino tilintar. Dali, podia ouvir a voz de Jhon, mesclada a uma voz feminina risonha e doce que parecia cantar para ele. 

Os olhos de Clarck se fiaram na figura pequena que mostrava a Jhon alguns buques e ursinhos de pelúcia, e ele lhe pedia conselhos quanto a sua escolha. Mas suas vozes soavam para Clarck como plano de fundo enquanto ele puxava o ar com força, inspirando o aroma delicioso que atiçava todos os seus sentidos. Não era somente o cheiro de flores, ele tinha certeza, não poderia ser. Era doce, arrepiava cada pelo de seu corpo, e fez Dorian rugir, deixando os olhos de Clarck vermelhos como fogo por um momento enquanto ele a olhava sorrir para Jhon de forma gentil e delicada. 

“É ela!”, Doria rugiu, fazendo o coração de Clarck errar as batidas. “COMPANHEIRA!”

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