Capítulo 59

O cheiro metálico do sangue ainda impregnava meus dedos.

Mesmo depois de limpá-los na borda da minha capa escura, eu ainda podia senti-lo ali. Um lembrete de que, apesar do tempo que passou, eu ainda era apenas uma sombra à espreita.

Eu montei meu cavalo e cavalguei sem pressa através da floresta, ouvindo apenas o som ritmado dos cascos contra a terra úmida. A lua cheia pendia no céu como um olho atento, observando minha jornada até o local onde o feiticeiro me esperava.

Eu sabia que ele não gostava de ser feito de tolo.

Que esperava resultados.

E eu finalmente os tinha.

Quando alcancei a clareira, o ar pareceu se tornar mais denso, carregado com uma energia obscura que fazia os pelos da minha nuca se arrepiarem. A fogueira crepitava no centro, as chamas dançando de uma maneira antinatural, tingidas de um roxo sombrio.

Ele já estava ali, envolto em seu manto negro, o capuz escondendo grande parte de seu rosto.

— Demorou mais do que deveria — sua voz cortou o silêncio,
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