Um acordo (II)

- Pode falar... – Ele sentou-se na cama, me encarando.

Contei-lhe toda a minha mentira sobre ter sido aceita para o MBA na Universidade de Stanford e que teria que ficar afastada. Ele só ouvia, sim dizer nada. Por fim, completei:

- Mas... Me preocupa o fato de deixar papai com a responsabilidade da North B. sozinho, principalmente pela nova fase na qual ele entrará, que é a da hemodiálise.

- De tudo que me contou, sua única preocupação é esta? E quanto a nós?

- Eu... Já decidi, Theo. E não voltarei atrás.

Aquilo me doía como se uma faca cravasse meu peito, mas não tinha outra opção. Era para protegê-lo, assim como toda nossa família.

- São dois anos... Bastante tempo. – Ele observou, com a voz fraca, enquanto nos encarávamos, sentados no meio da cama, um de frente para o outro.

- Talvez menos... – Mal ele sabia que não seria tudo isso de tempo, mas a mentira precisava ser crível.

Ele não disse nada. Os olhos seguiam nos meus e eu conseguia sentir sua respiração ofegante enquanto o pei
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