Voltei para o quarto e fechei a porta capenga. Quando deitei na cama, senti a presença do meu cão da montanha dos Pirenéus.- Gatão, você é grande demais para dividir esta cama. Esqueça a proposta que lhe fiz mais cedo.Ele rosnou e se ajeitou. Encontrei um cantinho e o abracei. Ele gostava de carinho. E eu de um amigo leal e companheiro. Gatão era tudo que eu tinha naquele hospício.Torci para Anya morrer, mesmo sabendo que não seria o sal em excesso que faria aquilo acontecer.No dia seguinte, levantei cedo e tomei um banho gelado na porra do banheiro esquisito. Esmurrei a parede e não consegui aquecer a água. Pus uma boa roupa, sapatos com saltos mais grossos para não afundar no mato ou ser tragada pela areia movediça que era aquele pátio.Estava saindo quando as meninas vieram correndo atrás de mim:- Malu, leva a gente junto! – Kim pediu, mesmo sem saber onde eu iria.- Mas não posso levá-las assim, sem avisar Anya.- Ela não se importa com isso. A gente vai onde quer. – Moni exp
— Se encostar um dedo nela, quebro toda esta porra! — Sandro disse cruzando as pernas, pondo todo o sanduíche na boca, empurrando com os dedos para que coubesse.— Obrigada, tio. — Sorri na direção dele. — Eu sempre tive festa, a vida inteira. Papai e mamãe cuidavam de tudo e nunca faltou nada... Bolo, bebidas, balões, palhaços... Claro que conforme fui crescendo algumas coisas foram sendo substituídas.— Tipo os palhaços por strippers? — Sandro riu.— Nem tanto... — Sorri.— Acho justo que tenha uma festa — Sandro falou de boca cheia. — Já que sempre teve. Como infelizmente sua família biológica não pode custear, que venda seu carro. O que posso fazer para ajudar na organização?— Contratei uma organizadora. Mas não sei muito bem quais as bebidas que as pessoas daqui mais gostam. Poderia me ajudar nesta parte?— Só entendo de bebidas que se bebem na cadeia. — Ele riu, balançando a cabeça. — Mas antes de ser trancafiado, lembro bem que o povo gostava de cerveja gelada. — Os olhos dele
— Você começou isso, “vovó”. E eu vou terminar. — Sorri, passando por ela e fazendo questão de bater meu corpo na sua direção, fazendo-a desequilibrar-se e quase cair.Fiquei sem celular e isso me deixava incomunicável com Ben e Anon, que eram quem me auxiliavam no plano. E me preocupava ainda não conseguir saber o estado de saúde de meu pai.Sandro não tinha telefone e pensei em pegar o celular de Anya, sem sucesso, já que eu não sabia a senha.Então não havia alternativa a não ser usar um telefone público. Mas naquela semana não deu tempo, já que realmente me envolvi com a organização da festa.Ben mandou uma organizadora de festas conhecida, mas que eu não tinha muita intimidade. Para não ser reconhecida, decidi fazer uma mudança no visual. Para isso, depois de quase 25 anos, pela primeira vez cortei os cabelos com alguém que não era meu cabelereiro. O salão era pequeno e ficava na rua detrás da casa dos Hernandez. As meninas me acompanharam. Aliás, para tudo eu precisava delas e p
Kimberly e Monique me ajudaram a escolher o sabor do bolo de aniversário e o tema: Barbie. Elas lamentaram o fato de meus cabelos não terem mais mechas rosas, mas ficaram empolgadas e felizes com os vestidos novos que receberam em casa, certamente enviados por Ben e Anon.Nós três começamos a nos arrumar cedinho para a festa. O espelho disponível na casa sequer dava para se admirar de corpo inteiro, pois era pequeno demais. As meninas estavam radiantes.- Eu nunca fui numa festa de aniversário. – Kimberly disse, enquanto girava em torno de si mesma, fazendo o vestido rodado de renda e tule levantar.- Você está me dizendo que nunca teve uma festa para comemorar seu próprio aniversário? – Parei, observando-a, com o batom que passava nos meus lábios na mão, completamente incrédula com a revelação.- Eu não sei quando é o meu aniversário. – Ela sorriu, ainda rodando, pouco se importando com qualquer coisa a não ser a roupa que vestia naquela noite.- Mas você sabe quando é o seu aniversá
- E o bebê? – Perguntei-lhes, lembrando que não havia visto a criança ao longo do dia.- Talvez Anya tenha trancado ele no quarto. – Moni respondeu.- Mas... Ela faria isso?- Sim... Mas só faz quando ele incomoda demais.- E o que seria incomodar demais?- Quebrar alguma coisa... – Kim respondeu – Chorar muito...- Afinal, qual o nome do bebê?- Bebê! – Kim encolheu os ombros, achando engraçado minha pergunta.- Sim, ele é um bebê. Mas deve ter um nome, assim como vocês.- Anya sempre o chamou de “Bebê”. – Monique explicou.- Ok, mas certamente ele tem um nome. E espero, do fundo do coração, que não esteja trancado no quarto e sim com Anya. Ou mesmo com o pai dele.- O pai dele não o busca. – Monique comentou.- Mas... Daltro mora tão perto e não leva o próprio filho para casa?Kimberly riu:- Daltro não é pai do bebê.- Quem é o pai? Ou mesmo a mãe?- O papai dele mora longe. A mamãe também.- E... Deixam a criança aos cuidados de Anya? – Fiquei apavorada.- Sim... – a mais velha le
- Isso... É um sonho? – Perguntei, com minha pele arrepiando-se imediatamente ao simples som da voz dele.- Confesso que também estou em dúvida... – Ele sorriu e tocou meu rosto.Senti A mão morna dele e fechei os olhos, tocando seus dedos com os meus:- Não é um sonho...- Achou mesmo que eu a deixaria sozinha nesta ideia maluca? – Sussurrou no meu ouvido.Abri os olhos e vi um sorriso nos lábios dele:- Viu minha mensagem então?- Claro que sim.- E por que... Não respondeu?- Primeiramente porque precisei de tempo para assimilar tudo que você me disse. E depois... Porque pensei em realmente fazer uma surpresa e tentar ajudar de alguma forma.- Foi uma surpresa maravilhosa. Só... Não ponha tudo a perder. – Olhei para os lados, me certificando de que não haviam nenhum dos Hernandez próximo a nós.- Só para que fique mais tranquila, conversei com Ben e Anon também.- Não acredito! Aqueles traidores... – Sorri.- Papai e mamãe mandaram beijos e abraços... Claro que darei cada um deles.
Theo virou-me de costas e levantou meu vestido, abaixando a calcinha com pressa. Apoiei as mãos na parede gelada e o senti entrando em mim, sem pressa.Mordi o lábio e implorei:- Põe tudo...- Acalme-se, raio de sol... – falou, fazendo minha boca experimentar seus dedos, que chupei um a um, enquanto ele se enfiava profundamente, saindo por completo a cada movimento do vai e vem.- Não aguento assim... Estou em desespero. – Confessei.Theo pegou-me pela cintura com força, puxando-me de encontro a ele, finalmente me fodendo com força, freneticamente, com estocadas profundas e enlouquecedoras.Abaixei levemente, ajudando no encaixe perfeito de nossos corpos, o som dos nossos movimentos ecoando pelo banheiro de teto alto e sem forro.- Me diga que tem preservativo. – Pedi.Rapidamente ele se retirou de mim e ouvi o som da embalagem sendo aberta, em seguida sentindo a borracha fina separando nossas peles.- Porra... Eu seria louca se dissesse que isso é quase broxante? – Ri, o ar ainda me
- Ora, ora... Se não é Theo Casanova... Não é o dono da porra toda... Mas é o filho do dono. – Todos olhamos para Anya.- E a senhora é... – Theo a olhou, curioso.- Anya Hernandez, avó de Maria.Theo pegou a mão de Anya e deu-lhe um beijo do dorso:- Maria Lua esqueceu de comentar comigo o quanto a avó era bonita... – ele me olhou – Espero que sua genética puxe à família Hernandez, meu amor.- Ah... Isso é... Gentil da sua parte. – Vi Anya derreter-se pela primeira vez, a voz fraca, de tão emocionada que ficou com o elogio de Theo.Theo soltou a mão dela, enquanto todas nós o observávamos.- Eu não poderia perder o aniversário de Maria Lua, já que comemoro com ela esta data há muitos anos, como deve saber. – Ele justificou-se para Anya.- Então deve estar a par do fato de que seu pai a deserdou.- Sim. Fiquei sabendo do desentendimento deles. E sinto muito por Maria Lua...- Heitor Casanova não está sendo nada justo com a filha adotada, que criou desde bebê.- Não mesmo. – Theo conco