Seis meses

O grande dia chegou. E não lembro de ter ficado tão nervosa na vida. Já havia deixado as malas prontas e me despedi dos meus pais na noite anterior. Quanto a Theo, deixá-lo dormindo na minha cama, sem ao menos ter podido transar com ele na noite anterior era o que mais me doía.

Desde que perdemos o nosso filho, não houve uma noite sequer em que ele não tivesse passado junto de mim, fazendo-me cafuné e enxugando minhas lágrimas, sendo que também sofria a perda. Ficou ao meu lado em todos os momentos.

Ele sabia que eu ia embora naquele dia, mas não esperava que fosse fugir dele, evitando ao máximo a despedida olho no olho, temendo não ter coragem.

Justo naqueles dias que antecediam a partida, tínhamos vivido momentos perfeitos. E isso fazia doer ainda mais.

Claro que depois eu ligaria e justificaria exatamente a verdade: não queria chorar na despedida e não quis que doesse tanto. Aquela seria a única verdade que eu lhe contaria.

Tirei uma foto dele adormecido na minha cama, para usar no
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