Capítulo 4
Aquele pedaço de tecido era macio e sedoso entre meus dedos, e parecia ainda carregar o perfume discreto da Camille. Sentindo o tecido da calcinha em minha mão, não consegui evitar que minha mente voltasse àquela cena que eu havia escutado pela manhã. Era algo que me deixava cada vez mais agitado, mais excitado.

Eu sabia que não deveria cogitar a ideia de fazer qualquer coisa com Camille. Ela era a esposa do meu irmão, afinal. Mas... Será que eu não poderia ao menos fantasiar um pouco com sua calcinha?

Com esse pensamento, meu corpo decidiu por conta própria. Desabotoei o cinto, deslizei a calcinha para dentro da calça e, justo quando estava prestes a "aliviar" a tensão, um som inesperado me tirou o chão: alguém batia na porta.

Meu coração quase parou. Eu estava sozinho em casa com Camille. Então, quem mais poderia ser?

Rapidamente, tirei a calcinha e a coloquei sobre o suporte de toalhas. Ainda com a voz trêmula e tentando esconder o nervosismo, respondi:

— S-sim, Camille? O que foi?

— Chico, você tá fazendo alguma coisa errada aí dentro? — Camille perguntou, com uma leve provocação na voz.

— O quê? Não, claro que não! — Tentei negar, mas o pânico estava claro na minha voz.

— Ué, por que tá gaguejando então? — A voz dela soava divertida, mas cortante.

Aquela pergunta me deixou completamente em pânico. Era como se ela soubesse exatamente o que eu estava fazendo. Um suor frio começou a se formar na minha testa.

Camille era uma mulher livre, com uma mentalidade aberta, mas sempre havia deixado claro que eu não deveria nutrir nenhum tipo de intenção com ela. E se ela descobrisse o que eu estava prestes a fazer com sua calcinha? Eu tinha certeza de que ela me mandaria embora imediatamente.

Desesperado, menti:

— Eu juro que não estava fazendo nada errado... Só estou com uma dor de barriga... E suando frio...

— Suando frio? Isso não parece normal. Você está doente? — Camille agora parecia realmente preocupada.

— Eu não sei, só estou me sentindo mal.

— Abra a porta, deixa eu ver como você está.

— Acho que não é uma boa ideia...

— Qual é, Chico? Pra mim, você é só um moleque. Não tem nada demais. Abre logo essa porta.

Aquela última frase me atingiu em cheio. Então era isso que Camille pensava de mim? Um garotinho? Não era de se admirar que ela fosse tão aberta na minha frente. Ela nunca me enxergara como um homem.

Resignado, abri a porta lentamente, com a cabeça baixa. Quando Camille entrou, ela não olhou para mim de imediato. Seus olhos se fixaram no suporte de toalhas.

Meu coração acelerou. Será que ela notou? Será que ela percebeu o que eu estava fazendo?

Sem coragem de encará-la, continuei olhando para o chão, sentindo-me completamente exposto.

Camille se aproximou do suporte de toalhas, pegou a calcinha e, com um sorrisinho no rosto, perguntou:

— Você mexeu na minha calcinha, não foi?

— N-não! — Respondi rápido demais, balançando a cabeça como um idiota.

— Ah, é? Então por que está vermelho desse jeito? Vai, fala a verdade... Você estava prestes a fazer alguma coisa com ela, né? Aí eu bati na porta e te interrompi, por isso está todo nervoso agora.

Como ela sabia? Como ela conseguia adivinhar tudo? Era como se ela tivesse olhos que enxergassem tudo o que eu fazia ou pensava.

Camille me olhou de cima a baixo, seu olhar cheio de suspeita. Eu estava curvado, tentando esconder minha evidente excitação. Mas ela não deixou passar.

— Fica em pé direito. — Ordenou ela, com a voz firme.

Eu não tinha escolha a não ser obedecer. Quando endireitei o corpo, foi impossível esconder meu estado. Fui descoberto.

Fechei os olhos, incapaz de encará-la. Minhas mãos foram instintivamente para a frente da calça, tentando cobrir o que já estava mais do que exposto.

Então, para meu completo desespero e também surpresa, senti Camille se abaixar lentamente à minha frente.

Meu coração disparou, batendo tão forte que parecia que iria sair pela boca. O que ela estava fazendo? A posição dela era extremamente sugestiva, e minha mente não conseguia evitar as ideias que surgiam.

Quando abri os olhos, vi Camille olhando fixamente para o volume na minha calça. Um olhar quase... Admirado.

— Se seu irmão fosse assim tão... Impressionante. — Ela começou, com uma voz suave e carregada de desejo. — As coisas seriam bem diferentes entre a gente.

Ela suspirou, e seu olhar estava cheio de uma necessidade que eu nunca havia visto antes. Meu cérebro parecia ter se desligado; eu não sabia o que dizer, o que fazer.

Camille ficou observando por mais um momento antes de se levantar novamente. Eu ainda estava ali, paralisado, sem saber como reagir. Minhas mãos continuavam tentando cobrir o que já não podia mais ser escondido.

— Guarde essa energia. Assim, você vai ter mais motivação para lidar com a Rebecca. — Disse Camille, se aproximando novamente. — Na verdade, eu estou te provocando de propósito. Eu sei que isso não é certo, mas é pelo seu irmão. Você é muito tímido, e eu preciso encontrar uma forma de quebrar isso em você. Agora, tira a mão daí. Eu já vi de tudo, não tem nada que me surpreenda.

Pensei comigo mesmo: “Que tipo de "quebrar" é essa? Ela vai acabar me matando de tensão aqui!”

— Vamos sair. Vou ligar para a Rebecca e ver se consigo aproximar vocês dois. Quem sabe hoje você não vai até a casa dela e resolve logo essa situação? Assim, a empresa do seu irmão pode voltar aos trilhos.

Camille terminou de falar e saiu do banheiro, rebolando como se estivesse consciente do efeito que tinha sobre mim. Eu a segui, suando em bicas, incapaz de liberar toda a tensão que ela havia criado.

Ela se jogou no sofá, pegou o celular e ligou para Rebecca.

— Oi, Rebecca! Você não vai sair? Ah, não, você vai sim. Se não for, mando meu irmão te pegar no colo e te levar à força. Ahahaha! Eu? Exagerada? Pois é, sou assim mesmo. Vai fazer o quê? Cinco minutos, e te espero na porta.

Camille desligou, sorrindo.

— Pronto, resolvido. Vai trocar de roupa e pegar o carro. E, Chico, fique atento... Pode haver uma surpresa te esperando.

Eu respondi com um simples "Ok" e fui trocar de roupa, curioso e um pouco ansioso sobre o que Camille queria dizer com "surpresa".

Pouco tempo depois, já estávamos na porta esperando por Rebecca. Quando ela apareceu, fiquei sem palavras.

Ela usava um vestido vermelho que realçava sua pele clara, e o decote em V deixava à mostra uma boa parte do colo, o que a tornava ainda mais atraente. Eu fiquei estático, sem conseguir parar de encará-la. Rebecca era ainda mais bonita do que eu lembrava.

Ela parecia evitar meu olhar, como se estivesse constrangida, mas o fato de não me encarar diretamente me deixava ainda mais intrigado e... Ansioso.

Rebecca segurou o braço de Camille e passou por mim sem sequer me dar um segundo olhar, o que me deixou um pouco desapontado. O que tinha acontecido? Quando eu a massageei mais cedo, ela parecia estar tão interessada. Será que fiz algo de errado?

Durante todo o percurso até o carro, Camille e Rebecca riam e conversavam, enquanto eu me sentia invisível. Mas então, lembrei-me da tal "surpresa" que Camille havia mencionado. Haveria algo que eu não estava percebendo? Decidi prestar mais atenção.

Assim que entramos no carro, comecei a checar o retrovisor com frequência, tentando descobrir o que Camille poderia ter planejado. No entanto, tudo parecia normal. Camille e Rebecca continuavam conversando. Nenhuma surpresa à vista.

— Para onde estamos indo? — Perguntei, como pretexto para olhar para trás.

— Plaza Viva. — Respondeu Camille, com um sorriso enigmático.

Eu fiz uma busca rápida no GPS, coloquei a rota e seguimos em frente. Mas minha curiosidade ainda estava à flor da pele. O que seria essa surpresa?

Foi quando chegamos a um trecho mais lento, com o trânsito congestionado, que algo chamou minha atenção no retrovisor. Rebecca estava tirando sua calcinha.

Meu coração disparou.
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