— Juro que nunca pensei assim! — Me defendi rapidamente.Camille riu de novo, mas desta vez com um brilho diferente nos olhos.— Eu sei, Chico. É exatamente por isso que você é perfeito para o que eu quero. Você é um cara bom, sincero, e foi por isso que eu pedi para você se aproximar da minha amiga. O Rodrigo é um canalha; além de arranjar uma amante, ainda quer usar esse método sujo pra conseguir o divórcio com a Rebecca. Se ele tivesse feito essa armadilha com algum desconhecido qualquer em vez de pedir nossa ajuda, a Rebecca estaria numa situação horrível agora. E ele faz isso não só porque quer se livrar dela rápido e de maneira eficaz, mas também porque sabe que ela está carente... Que precisa sentir de novo o calor de um homem.Quando ela falou isso, meu coração disparou. Eu sabia que Rebecca tinha alguma coisa reprimida, mas ouvir isso de Camille acendeu algo dentro de mim.— Então, quer dizer que Rebecca... Não é que ela não queira, é só que ela se preocupa demais com a imagem
Eu estava numa agonia só. Camille tinha prometido me ajudar, mas agora parecia que estava só me provocando. Se ela não tivesse dito aquelas coisas antes, talvez eu não estivesse tão inquieto.Olhei para Camille e, cheio de coragem, sugeri:— Sabe, Camille... Por que você não me ajuda a tomar banho?— Hã? Eu te ajudar? Como assim?Resolvi ser sincero:— Não precisa lavar tudo... Só queria que você me esfregasse as costas.— Nem pensar. — Ela recusou na hora, me deixando ainda mais frustrado.— Por quê? — Insisti eu, sem desistir fácil.— Você é um homem feito. Ficar aí pelado na minha frente, você acha que isso é certo?Eu murmurei, meio desapontado:— Mas você já me viu de cueca antes...Camille deu um peteleco na minha testa e respondeu, rindo:— Você estava de cueca, né? Agora, no banho, você vai ficar completamente pelado. Isso faz uma grande diferença, não acha?— Diferença nenhuma... — Resmunguei, ainda mais frustrado. É só uma camada de tecido, afinal. Ela já viu bastante coisa.
Assim que entramos no banheiro, comecei a tirar a roupa. Camille ficou ao lado, me observando. A verdade é que eu estava morrendo de vergonha. Cada movimento parecia sugerir que algo a mais estava prestes a acontecer. Ainda mais com ela vestida daquele jeito, tão à vontade... Meu corpo todo já estava em chamas.Logo, tirei tudo, ficando só de cueca. Mas, claro, a cueca estava levantada por causa da excitação que eu não conseguia disfarçar. Eu estava tímido demais para encará-la diretamente.Liguei o chuveiro e deixei a água fria cair sobre mim, mas, ainda assim, o calor dentro de mim não diminuía nem um pouco.Camille pegou uma esponja e começou a esfregar minhas costas.— Abaixa um pouco. Assim não consigo alcançar. — Ela deu um leve tapa no meu quadril, me fazendo estremecer.A sensação só aumentava. Mas eu me lembrava o tempo todo: Ela é a mulher do Joaquim. Não posso ter esses pensamentos sobre ela. Só o fato de ela estar me ajudando já era mais do que eu poderia pedir.Fiz o que e
Mas, em vez de sentir os lábios macios que eu tanto imaginava, acabei beijando o ar.Abri os olhos e vi Camille parada na porta do banheiro, de braços cruzados e me olhando com um olhar severo, como se estivesse me julgando.— Chico, o que é que você estava fazendo agora? — A voz de Camille cortou o silêncio.Me senti completamente sem saída. Meu plano de fazer algo errado tinha falhado miseravelmente, e o pior de tudo: eu tinha sido pego no flagra. A vergonha quase me consumiu.O mais frustrante era que toda a coragem que eu tinha juntado até aquele momento se desfez num instante, como se Camille a tivesse esmagado com aquele olhar.Comecei a gaguejar, completamente perdido, sem ter coragem de encará-la.— S-s-só... Desculpa, cunhada. Eu... Eu não vou fazer isso de novo. Foi um erro.Camille parecia mais tranquila do que eu esperava. Ela suspirou, descruzou os braços e disse:— Termina de tomar seu banho aí. Vou preparar o jantar.Ela saiu da porta, me deixando sozinho no banheiro com
— Se não tem competência, não adianta nem se tiver o melhor cargo do mundo, porque vai fracassar do mesmo jeito. E ele sempre dizia que, enquanto eu fosse jovem, precisava passar por várias experiências, aprender muito. Então eu não tô preocupado com hospital nenhum.Eu falava a verdade. Era exatamente o que eu pensava.Camille me olhou com um brilho de admiração nos olhos.— Gostei de ouvir isso. Você vai longe, Chico. Tenho certeza.Enquanto dizia isso, seu olhar desceu sem querer para o meu colo, onde, mais uma vez, minha calça estava visivelmente... Levantada.Camille arregalou os olhos, surpresa.— Mas você acabou de tomar um banho gelado! Como é que já tá assim de novo?Eu só conseguia dar de ombros, frustrado.— Eu não sei. Desde que saí do banheiro, isso não abaixou.Ela balançou a cabeça, rindo.— Ah, é isso. Você nunca esteve com uma mulher de verdade, né? Tá reprimido demais, por isso fica assim, todo estimulado. Eu sei que você tá louco para tentar, mas é melhor esquecer es
De repente, senti meu celular vibrar no bolso. Rapidamente, o tirei e coloquei no modo silencioso antes de abrir o WhatsApp. Era uma mensagem de Camille. O texto dizia o seguinte:[Mandei um vídeo para a Rebecca. Ela vai assistir, com certeza. Fica de olho pra ver o que acontece.]Naquele momento, entendi exatamente o que Camille tinha enviado para Rebecca. Não tinha como ser outra coisa. Eu não sabia de onde Camille tirava tantos vídeos picantes, mas ela sempre parecia ter um na manga.Apesar de ficar um pouco surpreso, não tive tempo de pensar muito sobre isso. A ansiedade tomou conta de mim, e eu me aproximei da janela, espiando através da cortina para ver a reação de Rebecca.Ela segurava o celular junto ao peito, as bochechas levemente coradas, como se estivesse hesitante. Depois de alguns instantes, vi que ela foi até o armário e escolheu uma camisola de renda preta. Sem demora, seguiu para o banheiro.Logo em seguida, o som da água correndo ecoou pelo cômodo. Rebecca realmente h
Se eu tivesse perdido o controle e invadido o quarto, fazendo algo com Rebecca, as consequências teriam sido desastrosas. Com o temperamento dela, não seria surpresa se ela chamasse a polícia. E eu? Viraria um criminoso, marcado para o resto da vida.O ditado "a luxúria é uma lâmina afiada" nunca fez tanto sentido. Aquele foi um momento de pura impulsividade, e agora, mais calmo, eu via o perigo que corri.Camille havia me pedido apenas para observar o que Rebecca faria, não para agir de forma imprudente. O alívio tomou conta de mim, e, tentando esquecer o que quase aconteceu, voltei para o apartamento, escalando a varanda.Quando entrei, Camille já estava de pé, me esperando ansiosa.— E aí? Como foi?Ainda abalado, respondi com a voz trêmula:— Ela... Ela fez. Rebecca realmente fez.— Eu disse, não disse? Uma mulher solitária, sem homem há tanto tempo... Como ela não estaria carente?Camille olhou para mim de perto, percebendo que algo estava errado.— O que foi? Você parece estranho
Eu balancei a cabeça, confuso.— Não sei.Camille suspirou e explicou:— Rodrigo faz isso de propósito. Ele sempre liga pra Rebecca e fala aquelas coisas: "Sinto sua falta", "Quero você", só pra deixá-la se corroendo de desejo, mas nunca vai além. Ele só a mantém pendurada.Fiquei indignado.— Esse cara é um canalha! Já tem outra mulher fora de casa, e ainda faz isso com a Rebecca?— Exato! — Camille concordou, cheia de raiva. — O Rodrigo é um lixo. Trai, engana e agora quer armar pra cima da própria esposa. Ele é o pior tipo de homem.Era impossível não sentir pena de Rebecca. Ela estava presa numa armadilha emocional, sem sequer imaginar que seu marido já tinha outra vida lá fora. O pior é que, mesmo com o Rodrigo fora há meses, ela continuava sendo fiel, sem fazer nada que pudesse desonrá-lo.Camille me olhou de lado e perguntou:— Você deve estar se perguntando por que, sendo minha amiga, eu nunca contei a verdade pra ela, né?Eu realmente tinha essa dúvida. Camille soltou um sorri