Se eu tivesse perdido o controle e invadido o quarto, fazendo algo com Rebecca, as consequências teriam sido desastrosas. Com o temperamento dela, não seria surpresa se ela chamasse a polícia. E eu? Viraria um criminoso, marcado para o resto da vida.O ditado "a luxúria é uma lâmina afiada" nunca fez tanto sentido. Aquele foi um momento de pura impulsividade, e agora, mais calmo, eu via o perigo que corri.Camille havia me pedido apenas para observar o que Rebecca faria, não para agir de forma imprudente. O alívio tomou conta de mim, e, tentando esquecer o que quase aconteceu, voltei para o apartamento, escalando a varanda.Quando entrei, Camille já estava de pé, me esperando ansiosa.— E aí? Como foi?Ainda abalado, respondi com a voz trêmula:— Ela... Ela fez. Rebecca realmente fez.— Eu disse, não disse? Uma mulher solitária, sem homem há tanto tempo... Como ela não estaria carente?Camille olhou para mim de perto, percebendo que algo estava errado.— O que foi? Você parece estranho
Eu balancei a cabeça, confuso.— Não sei.Camille suspirou e explicou:— Rodrigo faz isso de propósito. Ele sempre liga pra Rebecca e fala aquelas coisas: "Sinto sua falta", "Quero você", só pra deixá-la se corroendo de desejo, mas nunca vai além. Ele só a mantém pendurada.Fiquei indignado.— Esse cara é um canalha! Já tem outra mulher fora de casa, e ainda faz isso com a Rebecca?— Exato! — Camille concordou, cheia de raiva. — O Rodrigo é um lixo. Trai, engana e agora quer armar pra cima da própria esposa. Ele é o pior tipo de homem.Era impossível não sentir pena de Rebecca. Ela estava presa numa armadilha emocional, sem sequer imaginar que seu marido já tinha outra vida lá fora. O pior é que, mesmo com o Rodrigo fora há meses, ela continuava sendo fiel, sem fazer nada que pudesse desonrá-lo.Camille me olhou de lado e perguntou:— Você deve estar se perguntando por que, sendo minha amiga, eu nunca contei a verdade pra ela, né?Eu realmente tinha essa dúvida. Camille soltou um sorri
— Camille, obrigado por confiar em mim e por me contar tudo isso. A partir de agora, vou agir com mais calma. Vou me concentrar em conquistar a Rebecca da maneira certa.— Fico feliz em ouvir isso. — Disse Camille com um leve sorriso.No entanto, notei que seus olhos abaixaram, voltando-se para a parte debaixo do meu corpo.— Mas, sinceramente, acho que vai demorar um pouco até você conseguir conquistá-la. E, até lá, essa sua "situação" vai continuar te incomodando. Não dá pra ficar assim todo dia, né?Eu soltei um suspiro frustrado.— Pois é, Camille... Você não tem alguma ideia de como me ajudar? E, por favor, não leve a mal o que estou pedindo. Estou falando sério. Não sei mais o que fazer.Eu realmente estava perdido. Nunca lidei com esse tipo de problema antes, e não sabia como resolver. Camille, por outro lado, parecia ter entendido a gravidade da situação. Seu rosto começou a corar, e seu olhar ficou um pouco estranho.Na minha cabeça, eu só pensei que ela estivesse com calor, a
Eu e Camille descemos juntos, carregando todas as coisas que Rebecca havia comprado. Quando chegamos à porta da casa dela, Camille bateu com suavidade, mas demorou um pouco até que Rebecca finalmente abrisse.Assim que a porta se abriu, Camille, com seu sorriso travesso, foi logo provocando:— O que estava fazendo? Demorou tanto pra abrir... Estava ocupada com algo "interessante", hein?O rubor nas bochechas de Rebecca, já presente antes, intensificou-se com a provocação de Camille.Camille, sempre brincalhona, havia enviado um vídeo picante mais cedo. Agora, estava claramente se divertindo à custa da amiga, cutucando-a com insinuações.Rebecca, no entanto, não queria admitir o efeito que o vídeo teve sobre ela. Tentou manter a compostura.— O que você está falando? Eu só estava... Tomando banho.— Ah, tomando banho, né? — Camille continuou a provocação, com um sorriso malicioso. — Foi o vídeo que te inspirou a tomar banho?Enquanto falava, Camille entrou descaradamente na casa, carreg
A verdade é que, quando ela me viu naquela situação no carro, não gritou, não fez escândalo. Pelo contrário, ficou parada me olhando por um tempo, sem reação. E o simples fato de pensar nisso agora a deixava completamente envergonhada. Ela temia que eu trouxesse o assunto à tona, por isso me interrompeu.— Então... Você me perdoa? — Perguntei, com cuidado.Rebecca deu uma leve bufada, torcendo o nariz:— Aquilo que aconteceu foi meio sem querer da sua parte, mas e no supermercado? Por que você disse aquelas coisas pra mim? Acha que sou uma mulher fácil?Finalmente, ela tocou no ponto que realmente a incomodava. O que a magoou de verdade não foi o que aconteceu no carro, mas o que eu disse mais tarde. Ela achava que eu, por causa do que havia acontecido, tinha passado a vê-la como alguém frívola, uma mulher que não se dava o devido valor.Tudo isso porque, naquela manhã, quando eu a massageei, ela sentiu que eu tinha ido um pouco longe demais com as mãos. Mas, ao invés de me parar, ela
Eu jamais poderia dizer a verdade. Se contasse para Rebecca que isso acontecia com frequência, ela com certeza pensaria que eu era um pervertido. Então, com muito cuidado, respondi:— Não, claro que não. Eu geralmente não fico assim.Rebecca, com as bochechas ainda mais vermelhas, perguntou, num sussurro:— Então, quer dizer que só acontece quando você me vê?Eu me apressei a explicar:— Também não é isso! Eu sempre tive muito respeito por você, jamais tive segundas intenções. Talvez isso aconteça porque você é muito bonita. É natural que homens sintam admiração por uma mulher tão linda como você.Enquanto eu falava, vi os olhos de Rebecca brilharem de constrangimento, e seu rosto ficou ainda mais corado. Temendo que ela ficasse irritada, me apressei a acrescentar:— Rebecca, eu te admiro, mas nunca quis te desrespeitar. Para mim, você é como uma deusa, nunca conheci alguém tão gentil e bonita como você.— Ah, por favor! Agora até deusa? E sua cunhada ainda disse que você era um cara d
Apesar de sua breve provocação, Camille não estava prestando muita atenção em mim. Seu foco estava todo em Rebecca, em como ela reagia à situação. Camille observava cada detalhe, como uma especialista. E não precisou de muito tempo para entender o que se passava. Rebecca estava com as bochechas tão vermelhas quanto uma maçã, e evitava me olhar diretamente. Seus gestos nervosos só confirmavam o que Camille já sabia.Rebecca estava claramente lutando contra seus sentimentos. Mulheres como ela, mesmo que estivessem sendo consumidas pelo desejo, raramente admitiam isso. Preferiam guardar tudo para si, sufocando seus anseios. Para entender o que realmente se passava por dentro delas, era preciso interpretar os pequenos sinais, os gestos involuntários. E Camille, com sua experiência, sabia exatamente o que aqueles sinais queriam dizer.Com um sorriso discreto, Camille disse:— Beca, você deve estar exausta. Nós vamos indo agora. Amanhã cedo, não se esqueça de ir lá em minha casa. O Chico
— Eu sei, eu te prometi isso. Fica tranquilo, dessa vez eu cumpro a palavra.Ao ouvir isso, fiquei tomado pela excitação. Não tinha comparação: fazer sozinho era uma coisa, mas quando outra pessoa te ajudava, especialmente alguém como Camille, com aquelas mãos macias e delicadas... O prazer prometia ser muito maior. Eu mal podia esperar para sentir aquilo de verdade.Mas então, Camille disse:— Só que não pode ser agora. Temos que esperar um pouco.Eu concordei, balançando a cabeça rapidamente. Sabia que ela estava com receio de que meu irmão voltasse a qualquer momento. E, para ser sincero, eu também estava com medo.— Vou voltar para o meu quarto. Daqui a pouco você vem. — Sugeri, tentando parecer calmo.— Certo, vai lá.Nos despedimos, e eu fui direto para o meu quarto. Assim que fechei a porta, tirei a roupa com pressa, ficando apenas com a cueca. Deitei na cama, ansioso, esperando Camille entrar e me ajudar. Era a primeira vez que uma mulher ia fazer algo assim por mim, e a expec