Joaquim, cheio de orgulho, se recusava a admitir qualquer problema. Mas Camille não deixou barato. Puxou a orelha dele, irritada.— Exausto? Você está cansado há quanto tempo? Porque antes, quando a gente se casou, você conseguia fazer sete ou oito vezes por dia sem problema nenhum! Mesmo trabalhando até de madrugada, você ainda tinha energia de sobra quando chegava em casa. Mas agora? Eu tentei de tudo, e você continua sem conseguir. Quer mesmo que eu acredite que não tem nada de errado?Quanto mais ela falava, mais irritada ficava. E, em algum momento, as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Camille. Ela estava realmente abalada.Logo após o casamento, Camille queria ter filhos, mas Joaquim insistiu que ainda não era o momento, pois a empresa dele estava passando por dificuldades. Ela, como esposa dedicada, aceitou e começou a tomar anticoncepcionais. Mas agora, com a estabilidade financeira conquistada, ela voltou a falar sobre ter filhos. Só que o corpo de Joaquim não estava
— O que você quer dizer com isso? — Camille me olhou diretamente nos olhos, e eu sabia que ela estava fazendo isso de propósito.Por dentro, eu estava uma pilha de nervos, mas não tinha coragem de ser direto. Só consegui dizer:— Você sabe o que está me incomodando. Sabe o que eu quero que você faça. E, além disso, desta vez não fui eu quem sugeriu. Foi você quem começou. Como pode me enganar assim?Camille me olhou com um sorriso desafiador e respondeu:— Como eu te enganei? Eu em algum momento disse que ia te masturbar ou algo assim?Ela disse isso de forma tão direta, tão descarada, que me deixou sem graça. Ainda assim, não podia negar que, de fato, ela nunca tinha dito essas palavras exatas.Foi a minha mente que imediatamente assumiu que ela faria isso.Eu fiquei sem palavras, completamente mudo, e meu humor só piorou.Por mais que Camille estivesse tecnicamente certa, eu ainda me sentia traído. Sentia que ela havia me iludido, e era isso o que me incomodava mais.— Chico, levante
Eu disse que o marido da Rebecca era um canalha, mas, naquele momento, senti que eu era ainda pior que o Rodrigo.Agarrei a mão da Camille antes que ela pudesse ir mais longe. Ela sorriu, como se já soubesse que eu faria isso.— Pensou bem?Por dentro, eu estava em uma luta intensa. De um lado, o amor e respeito que eu sentia pelo meu irmão. Do outro, o desejo pulsante que eu sentia por Camille.Depois de pensar muito, tomei a decisão. Eu não podia trair Joaquim por um momento de prazer. Isso me faria perder todo o respeito por mim mesmo.Assenti firmemente.— Sim, Camille. Acho melhor você ir embora.— Eu sabia que você diria isso, Chico. Você é realmente uma boa pessoa. Não é à toa que seu irmão sempre diz que adoraria ter um irmão como você.Eu me senti ainda mais culpado quando ela disse isso.— Camille, me desculpe. Você e o Joaquim sempre foram tão bons para mim, e eu... Eu não paro de pensar em você. Eu sou um idiota.— Não precisa se culpar tanto. Parte disso é culpa minha tamb
Algo estava errado. Aquilo não era um simples suspiro. O som que vinha do quarto era de dor, um gemido de sofrimento.— Rebecca, o que aconteceu? — Sem pensar, entrei rapidamente no quarto. Lá estava ela, caída na beira da cama, com uma das mãos pendendo para o chão, e o corpo todo suado de frio.Imediatamente, segurei seu pulso para verificar o que estava acontecendo. O ritmo do seu pulso estava irregular, e seu estômago parecia muito debilitado. Além disso, ela parecia estar com náuseas. Todos os sintomas indicavam algo sério, possivelmente uma gastrite aguda. Se não fosse tratada, poderia levar à desidratação.Coloquei-a cuidadosamente deitada na cama e comecei a massagear alguns pontos específicos do corpo: a testa, a planta dos pés, o estômago e as mãos. Esses pontos ajudariam a aliviar a dor.Após alguns minutos de massagem, Rebecca começou a melhorar. O mal-estar diminuiu, e ela ficou um pouco mais calma.Com uma voz fraca, ela me olhou e disse:— Chico... Obrigada... Muito obri
Eu estava sentado na beira da cama, mostrando para Rebecca como operar o celular. Não demorou muito para que o aparelho desse algum sinal de vida.De repente, a tela piscou e apareceu um vídeo.O som que ecoou do celular me deixou completamente atordoado.Rebecca, desesperada, arrancou o aparelho das minhas mãos. Seu rosto ficou tão vermelho que parecia capaz de pingar sangue.Nunca imaginei que tentar consertar um celular pudesse acabar numa situação tão constrangedora. Pelo visto, depois que minha cunhada e eu saímos, Rebecca ficou sozinha e... bem, decidiu assistir a certos vídeos. No fundo, era claro que ela tinha suas necessidades, algo que ela escondia tão bem.Rebecca estava visivelmente abalada, segurando as cobertas com força, sem coragem de levantar os olhos para me encarar.― Chico, não me entenda mal, aquele vídeo não é meu! Foi sua cunhada que me enviou. ― Explicou ela, num tom nervoso e com a voz quase sumindo. ― Eu só queria deletar o vídeo, mas, de repente, o celular tr
― Mesmo assim, eu ainda acho tudo isso muito vergonhoso. ― Respondeu Rebecca.Rebecca era, de fato, muito conservadora. Mais do que muitas mulheres que conheci no vilarejo onde cresci. Eu sempre imaginei que as pessoas da cidade fossem mais abertas, mas ela era uma exceção.E talvez fosse exatamente isso que me deixava tão atraído por ela. Sua timidez, sua delicadeza... aquilo mexia comigo de uma forma indescritível. Ela parecia uma flor que precisava ser protegida, cuidada. E eu só queria abraçá-la e sussurrar que tudo ficaria bem.Nunca namorei antes. Durante o colégio e a faculdade, algumas garotas tentaram se aproximar de mim, mas eu estava focado nos estudos e nunca dei atenção a isso. Agora, formado e adulto, era hora de começar a pensar seriamente em um relacionamento.E, para mim, Rebecca seria a mulher ideal. Se um dia ela se divorciasse, eu faria de tudo para conquistá-la.― Rebecca, pare de pensar nisso. Eu jamais julgaria seu caráter por causa de um vídeo. Confio no que sin
— Hum... — Murmurou Rebecca com a voz quase inaudível, antes de acrescentar: — Se sua cunhada perguntar, diga que eu não estou me sentindo bem e que não posso ir até lá, entendeu?Eu assenti rapidamente:— Entendido.— Já está tarde, Chico. Vá descansar.Rebecca falou com o rosto corado, mas seus olhos tinham uma doçura que eu nunca havia visto antes.Eu sorri, acenei para ela e saí pela porta da frente. No entanto, ao chegar à casa da minha cunhada, me dei conta de um problema: eu não tinha a chave da porta. Fiquei parado ali, sem saber o que fazer.Como eu ia entrar? Se ligasse para meu irmão ou minha cunhada àquela hora, eles certamente perguntariam o motivo. Mas eu não queria contar a verdade. Aquele momento entre Rebecca e eu era nosso segredo, algo que eu não estava disposto a compartilhar com mais ninguém.Pensando nisso, decidi voltar para a casa de Rebecca. Peguei a chave que ela havia me dado e abri a porta devagar.Quando Rebecca me viu entrar novamente, pareceu assustada. I
— Certo. — Respondi.Fui até o quarto de hóspedes e tirei as cobertas do armário. Arrumei a cama e me deitei. Mas, mesmo deitado, minha mente estava inquieta.Rebecca estava agindo de forma tão diferente essa noite. Durante o dia, ela mal olhava para mim, mas agora me convidava para passar a noite em sua casa.O quarto de hóspedes ficava bem perto do quarto dela. De propósito, deixei a porta entreaberta. Se Rebecca precisasse de mim durante a noite, eu ouviria imediatamente.Esperei por um bom tempo, mas Rebecca não me chamou. Quando percebi, já eram quase três da manhã. O cansaço me venceu, e acabei adormecendo.Na manhã seguinte, Rebecca preparou o café da manhã e veio me chamar:— Chico... Chico...Ela chamou meu nome baixinho, mas eu estava tão cansado que nem ouvi.Notando que minha porta estava entreaberta, Rebecca entrou no quarto. Assim que entrou, parou de repente.Eu estava deitado, apenas de cueca. A coberta tinha escorregado durante a noite, deixando meu corpo praticamente