Eu estava sentado na beira da cama, mostrando para Rebecca como operar o celular. Não demorou muito para que o aparelho desse algum sinal de vida.De repente, a tela piscou e apareceu um vídeo.O som que ecoou do celular me deixou completamente atordoado.Rebecca, desesperada, arrancou o aparelho das minhas mãos. Seu rosto ficou tão vermelho que parecia capaz de pingar sangue.Nunca imaginei que tentar consertar um celular pudesse acabar numa situação tão constrangedora. Pelo visto, depois que minha cunhada e eu saímos, Rebecca ficou sozinha e... bem, decidiu assistir a certos vídeos. No fundo, era claro que ela tinha suas necessidades, algo que ela escondia tão bem.Rebecca estava visivelmente abalada, segurando as cobertas com força, sem coragem de levantar os olhos para me encarar.― Chico, não me entenda mal, aquele vídeo não é meu! Foi sua cunhada que me enviou. ― Explicou ela, num tom nervoso e com a voz quase sumindo. ― Eu só queria deletar o vídeo, mas, de repente, o celular tr
― Mesmo assim, eu ainda acho tudo isso muito vergonhoso. ― Respondeu Rebecca.Rebecca era, de fato, muito conservadora. Mais do que muitas mulheres que conheci no vilarejo onde cresci. Eu sempre imaginei que as pessoas da cidade fossem mais abertas, mas ela era uma exceção.E talvez fosse exatamente isso que me deixava tão atraído por ela. Sua timidez, sua delicadeza... aquilo mexia comigo de uma forma indescritível. Ela parecia uma flor que precisava ser protegida, cuidada. E eu só queria abraçá-la e sussurrar que tudo ficaria bem.Nunca namorei antes. Durante o colégio e a faculdade, algumas garotas tentaram se aproximar de mim, mas eu estava focado nos estudos e nunca dei atenção a isso. Agora, formado e adulto, era hora de começar a pensar seriamente em um relacionamento.E, para mim, Rebecca seria a mulher ideal. Se um dia ela se divorciasse, eu faria de tudo para conquistá-la.― Rebecca, pare de pensar nisso. Eu jamais julgaria seu caráter por causa de um vídeo. Confio no que sin
— Hum... — Murmurou Rebecca com a voz quase inaudível, antes de acrescentar: — Se sua cunhada perguntar, diga que eu não estou me sentindo bem e que não posso ir até lá, entendeu?Eu assenti rapidamente:— Entendido.— Já está tarde, Chico. Vá descansar.Rebecca falou com o rosto corado, mas seus olhos tinham uma doçura que eu nunca havia visto antes.Eu sorri, acenei para ela e saí pela porta da frente. No entanto, ao chegar à casa da minha cunhada, me dei conta de um problema: eu não tinha a chave da porta. Fiquei parado ali, sem saber o que fazer.Como eu ia entrar? Se ligasse para meu irmão ou minha cunhada àquela hora, eles certamente perguntariam o motivo. Mas eu não queria contar a verdade. Aquele momento entre Rebecca e eu era nosso segredo, algo que eu não estava disposto a compartilhar com mais ninguém.Pensando nisso, decidi voltar para a casa de Rebecca. Peguei a chave que ela havia me dado e abri a porta devagar.Quando Rebecca me viu entrar novamente, pareceu assustada. I
— Certo. — Respondi.Fui até o quarto de hóspedes e tirei as cobertas do armário. Arrumei a cama e me deitei. Mas, mesmo deitado, minha mente estava inquieta.Rebecca estava agindo de forma tão diferente essa noite. Durante o dia, ela mal olhava para mim, mas agora me convidava para passar a noite em sua casa.O quarto de hóspedes ficava bem perto do quarto dela. De propósito, deixei a porta entreaberta. Se Rebecca precisasse de mim durante a noite, eu ouviria imediatamente.Esperei por um bom tempo, mas Rebecca não me chamou. Quando percebi, já eram quase três da manhã. O cansaço me venceu, e acabei adormecendo.Na manhã seguinte, Rebecca preparou o café da manhã e veio me chamar:— Chico... Chico...Ela chamou meu nome baixinho, mas eu estava tão cansado que nem ouvi.Notando que minha porta estava entreaberta, Rebecca entrou no quarto. Assim que entrou, parou de repente.Eu estava deitado, apenas de cueca. A coberta tinha escorregado durante a noite, deixando meu corpo praticamente
Mas eu não me atrevi a ir além. Tinha medo de estragar tudo. Talvez fosse melhor esperar mais um pouco, ver se Rebecca tomaria alguma atitude ainda mais ousada. Se ela realmente fizesse algo mais direto, então eu poderia agir sem remorso, sem medo de ultrapassar os limites.E então, Rebecca fez algo que quase me tirou o fôlego. Ela se inclinou levemente e encostou a cabeça no meu peito. Não se deitou completamente sobre mim, mantendo uma distância de um ou dois centímetros entre nossos corpos, como se estivesse com medo de me acordar. Mal sabia ela que eu já estava desperto fazia tempo.Meu coração começou a bater mais rápido, tão forte que parecia que ela podia ouvir. A excitação tomava conta de mim, e era difícil manter o controle.Minha mão, que estava repousando ao meu lado, começou a se mover devagar. Talvez esse fosse o momento certo, talvez eu pudesse retribuir o gesto. Mas, antes que minha mão pudesse sequer tocar Rebecca, ela se afastou subitamente. Rapidamente recolhi minha m
— Por quê? — Perguntei, frustrado. — Você também quer, não quer?— Eu... Eu não quero.— Quer, sim. Você me tocou, Rebecca. Eu senti. E sei que não foi sem querer.O rosto de Rebecca ficou tão vermelho que parecia pegar fogo. Ela desviou o olhar, claramente irritada.— Então é isso? Você estava acordado esse tempo todo? Apenas fingindo dormir para me fazer de boba?Sacudi a cabeça rapidamente, tentando me explicar:— Não, não foi isso. Quando você entrou, eu estava realmente dormindo. Mas quando você me tocou... eu acordei. Pensei que, se reagisse naquele momento, você ficaria ainda mais constrangida.Rebecca continuou sem olhar para mim:— Então você deveria ter continuado fingindo! Por que fez isso comigo?— Porque eu quero você. — Minha voz saiu firme, carregada de emoção. — Rebecca, eu gosto de você. Gosto muito. Quero que você seja minha esposa.Rebecca finalmente virou o rosto para me encarar. Seus olhos estavam arregalados, cheios de surpresa:— O quê? O que você está dizendo?—
Eu nunca poderia imaginar que Rebecca não só não me expulsaria de casa, mas também insistiria para que eu ficasse para o café da manhã.Fiquei radiante com a ideia.Pelo visto, ela não me odiava tanto assim. Rapidamente me sentei à mesa.Rebecca, com o rosto levemente corado, me lançou um olhar severo: — Vai lavar o rosto primeiro!— Tá, tá bom, já vou!Como um menino obediente, corri para o banheiro para me arrumar. Enquanto me afastava, Rebecca, sem perceber, esboçou um leve sorriso. Ela não sabia ao certo se estava fazendo o certo, mas no final das contas, eu a salvara na noite anterior. Isso fazia de mim seu salvador. Como poderia deixar seu salvador sair de casa de barriga vazia? Convencida de que era apenas uma forma de expressar gratidão, decidiu não pensar em mais nada. Logo voltei, de rosto lavado e um sorriso tímido. Rebecca me entregou o garfo e a faca, além de servir um pouco de comida no meu prato. Por um breve momento, achei que ela pudesse ter mudado de ideia
— Rebecca, não fica assim. Na verdade, você sozinha também pode viver muito bem. Eu tentava, discretamente, mudar a mentalidade dela, mostrando que não precisava seguir tão rigidamente as convenções. Ela precisava se abrir mais. Só assim eu teria a chance que procurava. No estado atual, Rebecca era conservadora demais!— Viver bem sozinha? O que tem de bom nisso? É solitário. Tudo é por conta própria, nem alguém pra conversar eu tenho. E, além disso, sou uma mulher casada. Mas olha pra mim agora, tem alguma diferença entre isso e ser viúva? Dava pra sentir o tom de queixa em sua voz. Era evidente que Rebecca estava insatisfeita com a vida que levava, e quanto mais insatisfeita ela estivesse, mais chance eu teria. Arrisquei e, com cuidado, toquei sua mão. Não sabia se ela não percebeu ou se escolheu ignorar, mas ela não a afastou de imediato. Isso me encorajou ainda mais. Segurei sua mão delicada e, animado, declarei: — Então, a partir de agora, eu venho te fazer companhia todos