— Rebecca, não fica assim. Na verdade, você sozinha também pode viver muito bem. Eu tentava, discretamente, mudar a mentalidade dela, mostrando que não precisava seguir tão rigidamente as convenções. Ela precisava se abrir mais. Só assim eu teria a chance que procurava. No estado atual, Rebecca era conservadora demais!— Viver bem sozinha? O que tem de bom nisso? É solitário. Tudo é por conta própria, nem alguém pra conversar eu tenho. E, além disso, sou uma mulher casada. Mas olha pra mim agora, tem alguma diferença entre isso e ser viúva? Dava pra sentir o tom de queixa em sua voz. Era evidente que Rebecca estava insatisfeita com a vida que levava, e quanto mais insatisfeita ela estivesse, mais chance eu teria. Arrisquei e, com cuidado, toquei sua mão. Não sabia se ela não percebeu ou se escolheu ignorar, mas ela não a afastou de imediato. Isso me encorajou ainda mais. Segurei sua mão delicada e, animado, declarei: — Então, a partir de agora, eu venho te fazer companhia todos
— Mille, o Chico me ajudou ontem à noite e, quando ia voltar pra casa, percebeu que não conseguia entrar. Então, deixei ele dormir aqui. Mas, olha, não pense nada de errado, tá? — Disse Rebecca.— Eu? Pensar errado? Nem passou pela minha cabeça. Mas por que você tá se explicando tanto? — A cunhada respondeu com um sorriso travesso nos lábios. Rebecca ficou visivelmente desconcertada, e seu rosto logo se tingiu de vermelho. A cunhada, conhecendo bem a amiga e sabendo que ela não resistia a provocações, decidiu não prolongar o assunto:— Eu não vou almoçar aqui, tá? Chico, aproveita a comida e come tranquilo. Rebecca, depois que vocês terminarem, vamos dar uma volta. Almoçamos na rua. O Joaquim disse que hoje o almoço é por conta dele. Falou pra gente escolher o que quiser. — Ah, tá bom. — Rebecca respondeu distraída, quase sem prestar atenção. Com isso, a cunhada balançou os quadris e saiu, deixando a sala. Rebecca soltou um suspiro longo, quase aliviado. Eu não pude evitar
— Rebecca, você é tão linda que só de ver suas costas já me deixa completamente encantado! Enquanto ajudava a soltar o cabelo dela preso no zíper, não consegui evitar admirar a perfeição de suas costas. Rebecca virou-se irritada: — Eu já não te avisei pra não ficar pensando besteira? Por que ainda tá agindo assim? Sai daqui! — Rebecca, eu não quis te desrespeitar, foi um elogio sincero. — Tentei me justificar, com uma expressão de quem se sentia injustiçado. — É como quando vocês mulheres veem uma flor bonita, não fazem questão de elogiar?— Sério? Não tá mentindo pra mim, né? — Pra que eu mentiria? Se eu realmente quisesse fazer algo de errado, você acha que eu estaria aqui todo cuidadoso? Eu já teria pensado em algum jeito de me aproveitar de você. — Hum. Você só não faz porque não tem coragem, mas no fundo é isso que tá pensando, não é? Ela tinha razão, mas como eu podia admitir? Fiz cara de ofendido:— Rebecca, você acha mesmo que eu sou tão sem-vergonha assim? — Nã
— Você já fechou o zíper? Anda logo! — Rebecca desviou do assunto, evitando responder à minha pergunta. Eu, porém, não me dei por vencido:— Rebecca, por que você não respondeu? — Como você tem coragem de me perguntar uma coisa tão íntima assim? — Ué, mas você acabou de me fazer uma pergunta tão pessoal quanto. — Não é a mesma coisa. — Por que não seria? — Eu insistia, com uma expressão de falsa inocência. O rosto dela ficou ainda mais vermelho:— Porque não é. E pronto. Se continuar insistindo, eu vou me irritar. — Tá bom, eu paro. Mas só por enquanto. Quando a gente estiver mais à vontade, eu pergunto de novo. — Falei, sorrindo provocador. Depois da conversa da noite anterior e do bate-papo que acabáramos de ter, eu sentia que o clima entre nós havia mudado. Rebecca parecia estar mais à vontade comigo, e eu já me permitia até brincar com ela.— Mesmo que estejamos à vontade, você não vai perguntar. — Tudo bem, não pergunto mais. Mas ainda tô curioso: e quando você s
Levantei-me do sofá num pulo, tentando esconder meu nervosismo. A culpa pesava sobre mim, e o simples fato de encarar meu irmão parecia impossível. Evitei seu olhar a todo custo. — Chico, aqui está a chave de casa. Era para eu ter te dado antes, mas acabei esquecendo. Que cabeça a minha! Desculpa por isso. Agora você não vai mais ficar preso do lado de fora.As palavras do meu irmão me atingiram como uma flecha. Meu irmão era bom demais para mim, tratava-me como se fosse seu próprio irmão de sangue. Quantos fariam isso no mundo? Eu duvidava que até irmãos de verdade tivessem uma relação tão próxima. E eu, com pensamentos tão impróprios sobre minha cunhada... Que tipo de pessoa eu era? Sentia-me a pior das criaturas. — O que foi? Você tá com uma cara estranha. — Ele perguntou, preocupado, aproximando-se para examinar meu rosto. Sacudi a cabeça rapidamente:— Não, não é nada. Acho que só não dormi muito bem ontem. — E a Rebecca? Tá tudo bem com ela? Sua cunhada me disse que ela t
— Comprei para você, experimente. Vamos ver se serve. — Minha cunhada estava encostada no batente da porta do meu quarto, os braços cruzados sobre o peito e um sorriso no rosto.A roupa era um terno que, à primeira vista, mostrava ser de alto padrão. Ela realmente não economizava comigo. — Obrigado, cunhada. — Respondi, antes de começar a trocar de roupa. Ela se virou e saiu do quarto, deixando-me sozinho. Poucos minutos depois, terminei de me vestir. Era a primeira vez que usava um terno. Quando me olhei no espelho, fiquei surpreso. Nunca imaginei que ficaria tão elegante. — Esse terno caiu perfeitamente em você, Chico! — Disse minha cunhada, aproximando-se para ajustar minha gravata.Olhei ao redor, inquieto. Estava nervoso, com medo de que meu irmão aparecesse. Afinal, já sou um adulto, e essa proximidade parecia um pouco... arriscada. Minha cunhada percebeu minha preocupação e, com um tom baixo, tranquilizou-me: — Não se preocupe, seu irmão está no quarto, ocupado com algumas
— Chico, deixa eu te apresentar: este é o Sr. Rodrigo. Ele é amigo meu e da sua cunhada, além disso, é o marido da Rebecca. — Disse meu irmão com um sorriso no rosto. — Chico, é a primeira vez que você encontra o Sr. Rodrigo, não é? Então, faça um brinde a ele. Eu não estava nem um pouco animado com a ideia, mas também não queria estragar o clima do encontro. Peguei o copo e me levantei, esforçando-me para parecer educado:— Sr. Rodrigo, este brinde é para o senhor. Rodrigo aceitou o copo com uma expressão tranquila e comentou:— Ouvi dizer, pelo seu irmão e pela sua cunhada, que você é um talento da medicina, formado com louvor. Já pensou em fazer estágio no Hospital Maya, lá em Cidade J? Aquele convite caiu como uma bomba. Claro que eu queria! O Hospital Maya era o mais prestigiado da região, o sonho de qualquer estudante de medicina. — Eu posso te ajudar a conseguir isso. — Continuou Rodrigo, casualmente. Meu irmão, animado, rapidamente interferiu:— Chico, o que você está espe
— Rebecca, você está bem? — Rodrigo perguntou, lançando um olhar curioso para a esposa.Rebecca ficou visivelmente tensa. O nervosismo tomou conta dela, e eu sabia exatamente o porquê: ela tinha medo que o marido descobrisse o que aconteceu na noite anterior, quando ela abrigou um homem estranho em casa.— Eu? Tô ótima! — Rebecca tentou disfarçar, forçando um sorriso. — Amor, vamos pedir logo os pratos? Tô com fome! Rebecca disse, desviando rapidamente o assunto.A tentativa de mudança de assunto me deixou completamente perdido. Lancei um olhar de socorro para minha cunhada, que, em resposta, me encorajou com os olhos, como se dissesse:— Continua! Você consegue!Mas eu balançava a cabeça, desesperado, sinalizando que não tinha coragem para aquilo. De repente, senti o pé da minha cunhada deslizar pela minha coxa, em um movimento que me deixou ainda mais desconcertado. O toque inesperado foi acompanhado de uma mensagem dela no WhatsApp: [Se o jeito direto não funciona, vai no sutil,