Eu jamais poderia dizer a verdade. Se contasse para Rebecca que isso acontecia com frequência, ela com certeza pensaria que eu era um pervertido. Então, com muito cuidado, respondi:— Não, claro que não. Eu geralmente não fico assim.Rebecca, com as bochechas ainda mais vermelhas, perguntou, num sussurro:— Então, quer dizer que só acontece quando você me vê?Eu me apressei a explicar:— Também não é isso! Eu sempre tive muito respeito por você, jamais tive segundas intenções. Talvez isso aconteça porque você é muito bonita. É natural que homens sintam admiração por uma mulher tão linda como você.Enquanto eu falava, vi os olhos de Rebecca brilharem de constrangimento, e seu rosto ficou ainda mais corado. Temendo que ela ficasse irritada, me apressei a acrescentar:— Rebecca, eu te admiro, mas nunca quis te desrespeitar. Para mim, você é como uma deusa, nunca conheci alguém tão gentil e bonita como você.— Ah, por favor! Agora até deusa? E sua cunhada ainda disse que você era um cara d
Apesar de sua breve provocação, Camille não estava prestando muita atenção em mim. Seu foco estava todo em Rebecca, em como ela reagia à situação. Camille observava cada detalhe, como uma especialista. E não precisou de muito tempo para entender o que se passava. Rebecca estava com as bochechas tão vermelhas quanto uma maçã, e evitava me olhar diretamente. Seus gestos nervosos só confirmavam o que Camille já sabia.Rebecca estava claramente lutando contra seus sentimentos. Mulheres como ela, mesmo que estivessem sendo consumidas pelo desejo, raramente admitiam isso. Preferiam guardar tudo para si, sufocando seus anseios. Para entender o que realmente se passava por dentro delas, era preciso interpretar os pequenos sinais, os gestos involuntários. E Camille, com sua experiência, sabia exatamente o que aqueles sinais queriam dizer.Com um sorriso discreto, Camille disse:— Beca, você deve estar exausta. Nós vamos indo agora. Amanhã cedo, não se esqueça de ir lá em minha casa. O Chico
— Eu sei, eu te prometi isso. Fica tranquilo, dessa vez eu cumpro a palavra.Ao ouvir isso, fiquei tomado pela excitação. Não tinha comparação: fazer sozinho era uma coisa, mas quando outra pessoa te ajudava, especialmente alguém como Camille, com aquelas mãos macias e delicadas... O prazer prometia ser muito maior. Eu mal podia esperar para sentir aquilo de verdade.Mas então, Camille disse:— Só que não pode ser agora. Temos que esperar um pouco.Eu concordei, balançando a cabeça rapidamente. Sabia que ela estava com receio de que meu irmão voltasse a qualquer momento. E, para ser sincero, eu também estava com medo.— Vou voltar para o meu quarto. Daqui a pouco você vem. — Sugeri, tentando parecer calmo.— Certo, vai lá.Nos despedimos, e eu fui direto para o meu quarto. Assim que fechei a porta, tirei a roupa com pressa, ficando apenas com a cueca. Deitei na cama, ansioso, esperando Camille entrar e me ajudar. Era a primeira vez que uma mulher ia fazer algo assim por mim, e a expec
Joaquim, cheio de orgulho, se recusava a admitir qualquer problema. Mas Camille não deixou barato. Puxou a orelha dele, irritada.— Exausto? Você está cansado há quanto tempo? Porque antes, quando a gente se casou, você conseguia fazer sete ou oito vezes por dia sem problema nenhum! Mesmo trabalhando até de madrugada, você ainda tinha energia de sobra quando chegava em casa. Mas agora? Eu tentei de tudo, e você continua sem conseguir. Quer mesmo que eu acredite que não tem nada de errado?Quanto mais ela falava, mais irritada ficava. E, em algum momento, as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Camille. Ela estava realmente abalada.Logo após o casamento, Camille queria ter filhos, mas Joaquim insistiu que ainda não era o momento, pois a empresa dele estava passando por dificuldades. Ela, como esposa dedicada, aceitou e começou a tomar anticoncepcionais. Mas agora, com a estabilidade financeira conquistada, ela voltou a falar sobre ter filhos. Só que o corpo de Joaquim não estava
— O que você quer dizer com isso? — Camille me olhou diretamente nos olhos, e eu sabia que ela estava fazendo isso de propósito.Por dentro, eu estava uma pilha de nervos, mas não tinha coragem de ser direto. Só consegui dizer:— Você sabe o que está me incomodando. Sabe o que eu quero que você faça. E, além disso, desta vez não fui eu quem sugeriu. Foi você quem começou. Como pode me enganar assim?Camille me olhou com um sorriso desafiador e respondeu:— Como eu te enganei? Eu em algum momento disse que ia te masturbar ou algo assim?Ela disse isso de forma tão direta, tão descarada, que me deixou sem graça. Ainda assim, não podia negar que, de fato, ela nunca tinha dito essas palavras exatas.Foi a minha mente que imediatamente assumiu que ela faria isso.Eu fiquei sem palavras, completamente mudo, e meu humor só piorou.Por mais que Camille estivesse tecnicamente certa, eu ainda me sentia traído. Sentia que ela havia me iludido, e era isso o que me incomodava mais.— Chico, levante
Eu disse que o marido da Rebecca era um canalha, mas, naquele momento, senti que eu era ainda pior que o Rodrigo.Agarrei a mão da Camille antes que ela pudesse ir mais longe. Ela sorriu, como se já soubesse que eu faria isso.— Pensou bem?Por dentro, eu estava em uma luta intensa. De um lado, o amor e respeito que eu sentia pelo meu irmão. Do outro, o desejo pulsante que eu sentia por Camille.Depois de pensar muito, tomei a decisão. Eu não podia trair Joaquim por um momento de prazer. Isso me faria perder todo o respeito por mim mesmo.Assenti firmemente.— Sim, Camille. Acho melhor você ir embora.— Eu sabia que você diria isso, Chico. Você é realmente uma boa pessoa. Não é à toa que seu irmão sempre diz que adoraria ter um irmão como você.Eu me senti ainda mais culpado quando ela disse isso.— Camille, me desculpe. Você e o Joaquim sempre foram tão bons para mim, e eu... Eu não paro de pensar em você. Eu sou um idiota.— Não precisa se culpar tanto. Parte disso é culpa minha tamb
Algo estava errado. Aquilo não era um simples suspiro. O som que vinha do quarto era de dor, um gemido de sofrimento.— Rebecca, o que aconteceu? — Sem pensar, entrei rapidamente no quarto. Lá estava ela, caída na beira da cama, com uma das mãos pendendo para o chão, e o corpo todo suado de frio.Imediatamente, segurei seu pulso para verificar o que estava acontecendo. O ritmo do seu pulso estava irregular, e seu estômago parecia muito debilitado. Além disso, ela parecia estar com náuseas. Todos os sintomas indicavam algo sério, possivelmente uma gastrite aguda. Se não fosse tratada, poderia levar à desidratação.Coloquei-a cuidadosamente deitada na cama e comecei a massagear alguns pontos específicos do corpo: a testa, a planta dos pés, o estômago e as mãos. Esses pontos ajudariam a aliviar a dor.Após alguns minutos de massagem, Rebecca começou a melhorar. O mal-estar diminuiu, e ela ficou um pouco mais calma.Com uma voz fraca, ela me olhou e disse:— Chico... Obrigada... Muito obri
Onze da noite.Eu estava fazendo uma corrida noturna no parque em frente ao prédio do meu irmão. O ar fresco batia no rosto, e o silêncio da noite era quebrado apenas pelos meus passos. De repente, ouvi um barulho vindo da direção dos arbustos, uma mistura de sussurros e risadinhas. Parei para prestar atenção.— Joaquim, você consegue ou não consegue? Em casa você disse que não estava no clima, eu vim até aqui contigo e agora isso!Reconheci a voz de imediato. Camille, a esposa do meu irmão. Mas o que eles estavam fazendo ali? Não tinham ido jantar fora? Por que estavam no parque, e ainda por cima no meio dos arbustos?Eu nunca tive uma namorada, mas já assisti a muitos vídeos picantes. Naquele momento, entendi tudo: os dois estavam ali fora buscando uma emoção diferente. Meu Deus! Quem diria que meu irmão e minha cunhada gostavam de algo assim? Que situação!A curiosidade foi mais forte. Eu precisava saber mais.Camille sempre foi uma mulher linda, corpo escultural, e só a ideia de ou