Capítulo 3
Eu me levantei de repente, como uma criança que tivesse sido pega fazendo algo errado.

— Ca-Camille, o que você está fazendo aqui?

Rebecca, igualmente desconcertada, saltou do sofá com o rosto vermelho como uma maçã. Ela tentava desesperadamente se explicar.

— Mille, não pense besteira! Eu e o Chico não estávamos fazendo nada… Eu só estava com falta de ar e pedi pra ele me dar uma massagem. Só isso!

Camille sorriu, mas com um brilho de malícia nos olhos.

— Eu não falei que estavam fazendo algo, Rebecca. Por que esse nervosismo todo? Ou será que vocês dois andaram aprontando algo pelas minhas costas?

Eu e Rebecca balançamos a cabeça ao mesmo tempo, sentindo o pânico tomar conta. Meu Deus, eu tinha mesmo aproveitado a situação com a amiga da minha cunhada! Se Camille descobrisse, não iria me expulsar daqui?

Rebecca, por sua vez, parecia ainda mais desconfortável. Ela se desculpou rapidamente e saiu apressada, deixando o ambiente carregado de tensão.

Eu observei Camille seguir o movimento de Rebecca com o olhar. Ficou um tempo calada, pensativa, antes de virar para mim.

— Chico, o que achou da minha amiga?

— O quê? — A pergunta me pegou completamente desprevenido, meu coração disparou.

Gaguejando, tentei responder sem parecer nervoso.

— Ah... Ela é... muito bonita, tem um corpo legal, e parece ser uma pessoa muito bacana.

Camille riu de forma misteriosa, então soltou uma questão que me tirou o chão.

— E se eu te dissesse para tentar algo com ela? Você toparia?

Fiquei sem palavras. Será que ela sabia que eu tinha me aproveitado da situação com Rebecca? E agora estava me testando? O nervosismo me dominou, e eu não sabia como responder.

Enquanto minha mente girava tentando encontrar uma saída, Camille se aproximou, pegou minha mão e deu dois leves tapinhas nas costas dela.

— Calma, Chico. Não precisa ficar tão tenso. Fala a verdade.

— S-só você pode me colocar numa situação dessas, cunhada. Rebecca é sua amiga! Como eu poderia... Fazer algo assim?

Camille sorriu de canto e, com um olhar provocador, deixou escapar:

— Se é assim, então por que você está tão... excitado?

Meu rosto queimou de vergonha, e eu mal pude disfarçar o evidente volume em minha calça. Camille, para meu desespero, não deixou passar despercebido.

— Nossa, parece que temos algo grande aqui... Você está mais preparado do que eu pensava.

Senti meu corpo inteiro congelar. Eu não sabia se era minha imaginação, mas o olhar de Camille parecia ter mudado. Ela me observava de um jeito que nunca havia feito antes.

— Eu estou falando sério, Chico. Quero que você leve a Rebecca para a cama. Pense nisso como um favor para o seu irmão.

Aquilo me pegou de surpresa. Levar Rebecca para a cama? E como isso ajudaria meu irmão? Minha cabeça estava cheia de perguntas, e antes que eu pudesse formular uma resposta, Camille me fez sentar no sofá e começou a explicar tudo.

— O seu irmão e o marido da Rebecca têm negócios juntos. Só que o marido dela tem uma amante, e ele pediu ao seu irmão para arrumar alguém que pudesse seduzir a Rebecca, para facilitar o processo de divórcio. Entendeu agora?

Eu acenei com a cabeça, finalmente compreendendo. Então era isso? Mas ainda assim, não conseguia entender como alguém poderia trair uma mulher tão linda quanto Rebecca. Enquanto minha mente vagava nesses pensamentos, Camille me cutucou.

— No que você está pensando? — Ela me beliscou de leve na coxa, me fazendo soltar um pequeno gemido de dor.

— Nada, nada...

Ela me lançou um olhar cheio de segundas intenções.

— Lembra do que te disse de manhã? O homem precisa saber onde usar “aquilo”. O marido de Rebecca não a toca há meses. Se você fizer o mínimo de esforço, ela será sua.

Eu fiquei vermelho, desconcertado. Ouvir essas coisas da minha própria cunhada me deixava profundamente desconfortável. Se fosse outra pessoa falando, talvez fosse diferente, mas vindo dela... Era complicado.

Camille, percebendo meu embaraço, se aproximou mais uma vez e sentou ao meu lado. O perfume dela era inebriante, e a proximidade me fez sentir o calor de seu corpo. Meu coração começou a bater acelerado.

— Você está com medo, né? — Ela perguntou suavemente, com um tom quase carinhoso.

Eu balancei a cabeça, admitindo. Não era só medo. Eu estava apavorado. Nunca tinha sequer namorado alguém, e agora ela queria que eu seduzisse uma mulher casada!

Camille pegou minha mão novamente, dessa vez com uma delicadeza que eu não esperava.

— Não precisa ter medo. É só uma mulher solitária. Quando o desejo dela desperta, é impossível parar. E aí, tudo vai acontecer naturalmente. Entendeu?

Eu acenei distraidamente, mas minha mente já estava longe. Imagens daquela manhã vinham à tona, e quando olhei para Camille, não pude evitar de imaginar como seria tocá-la.

De repente, ela me pegou de surpresa com uma pergunta.

— Você acha que meus seios são bonitos?

Meu coração quase parou de bater. Como eu poderia responder a isso?

Minha boca estava seca, e antes que eu pudesse me controlar, respondi, quase sem pensar:

— Sim, são grandes.

Camille sorriu, claramente se divertindo com a situação.

— Quer tocá-los?

Senti o sangue correr para meu rosto e meu corpo inteiro ficou tenso. Ela estava me provocando de propósito, brincando com meus nervos.

Antes que eu pudesse responder, ela se inclinou, aproximando-se ainda mais, e seus seios roçaram levemente contra mim. Minha mente ficou em branco.

— Não precisa ter vergonha de admitir o que quer. — Ela sussurrou no meu ouvido. — São desejos humanos, Chico. Às vezes, você precisa liberá-los.

Eu não consegui mais me segurar. Com os dentes cerrados, soltei a resposta que queimava dentro de mim:

— Sim, eu quero!

Camille riu, satisfeita com a minha honestidade.

— É assim que se fala. — Ela deu uma risadinha. — Mas lembre-se, o que você está aprendendo hoje só pode ser usado com a Rebecca. Comigo, não. Entendeu?

Senti uma onda de decepção me invadir. Por um momento, pensei que Camille estivesse realmente se oferecendo. Mas, claro, ela estava apenas me provocando, me ensinando como me soltar. Talvez fosse melhor assim. Se algo acontecesse entre nós, como eu olharia meu irmão nos olhos?

A tensão no ar era insuportável. Eu precisava sair dali. Inventei uma desculpa.

— Acho que comi algo que não caiu bem. Preciso ir ao banheiro.

Corri para o banheiro, onde tentei recuperar o fôlego. A situação com Rebecca já tinha me deixado no limite, e depois toda aquela provocação de Camille... Eu estava literalmente a ponto de explodir.

Enquanto tentava me acalmar, meus olhos se depararam com uma peça de roupa pendurada no cabide. Era uma calcinha. Pela delicadeza do tecido e o perfume que emanava, não havia dúvidas de que era de Camille.

Meu corpo inteiro reagiu de novo, e uma onda de pensamentos proibidos tomou conta de mim. Eu não podia fazer isso! Mas, ao mesmo tempo, a tentação era esmagadora.

Fechei os olhos, tentando afastar os pensamentos, mas as imagens daquela manhã voltavam à minha mente. O desejo me consumia. Uma voz interior me dizia que não havia problema em ceder, que era apenas um momento de fantasia.

Eu, finalmente, me rendi. Peguei a peça delicada e a segurei com cuidado.
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