Capítulo 7
— Tudo bem, então descansa. — Camille desligou o telefone.

Eu não perdi tempo e perguntei logo em seguida:

— E aí, o que a Rebecca disse?

Camille suspirou e respondeu:

— Ela não quis falar nada... Só disse que não estava se sentindo bem e foi pra casa descansar.

Soltei um longo suspiro de alívio:

— Ainda bem, ainda bem.

Camille, no entanto, deu um tapinha na minha testa:

— Ainda bem o quê?

Eu, sem entender, perguntei:

— Ué, já que a Rebecca não falou nada, isso significa que não preciso passar por essa vergonha toda, né?

— Ah é? E só porque ela não contou, isso significa que o que aconteceu foi apagado da memória? Vou te dizer uma coisa: quanto mais ela guardar isso pra si, mais vai ficar gravado na mente dela. Toda vez que ela te encontrar, vai ficar revivendo a cena de você fazendo aquilo no carro. Não ache que escapou.

De repente, o que Camille disse fez todo o sentido. Era como quando eu, sem querer, ouvi meu irmão e Camille fazendo... Aquilo. Desde então, toda vez que Camille me provocava, mesmo que de leve, minha mente voltava automaticamente para aqueles momentos íntimos que imaginei.

Apavorado, perguntei:

— E o que eu faço agora?

Camille ficou pensativa por um instante, depois respondeu:

— Rebecca é muito fechada. Não vai ser fácil fazê-la falar sobre isso. E se uma mulher não abre a boca, como você acha que ela vai abrir o corpo? Vamos precisar usar outra estratégia.

— Que estratégia? — Perguntei, curioso.

— Com calma, aos poucos... Vamos puxá-la para o nosso lado. — Camille sorriu maliciosamente.

Eu não entendi direito o que ela quis dizer, mas antes que eu pudesse perguntar mais, ela acenou para o garçom e disse:

— Vamos comer primeiro. Depois eu te ensino como fazer isso direitinho.

Camille pediu vários pratos, insistindo para que eu comesse bem, dizendo que eu precisava repor as energias que tinha “desperdiçado” mais cedo.

— Eu te mandei o vídeo pra você aprender, não pra desperdiçar energia. Se da próxima vez não conseguir se segurar, deixa que eu te ajudo, ouviu?

Meu coração disparou com essa sugestão. O que ela queria dizer com isso? Ajudar como? Fiquei tentado a perguntar, mas algo me dizia que Camille estava só me provocando, talvez querendo que eu ficasse na expectativa. Resolvi não perguntar e, em vez disso, murmurei baixinho:

— Tá bom, entendi...

Mesmo enquanto comíamos, minha mente estava longe. Eu mal conseguia prestar atenção na comida, preso àquela observação de Camille. Será que ela estava falando sério?

Após o almoço, nos preparamos para ir embora. Como Rebecca tinha voltado para casa, Camille decidiu dirigir sozinha desta vez. Fiquei nervoso no banco do passageiro, com medo de que ela descobrisse as marcas que eu havia deixado no banco do motorista.

E, claro, a sorte não estava do meu lado. Camille notou as manchas logo que se acomodou.

— Seu moleque... Sujou o meu carro, foi? — Disse, com um tom mais de surpresa do que de reprovação.

— S-sinto muito, Camille, eu não queria... — Respondi, envergonhado.

Ela apenas balançou a cabeça, suspirando:

— Seu irmão não tem nem metade da sua energia, e você aí, desperdiçando... Devia dar um jeito de trocar vocês dois.

— Vamos.

Meia hora depois, chegamos em casa. Camille me disse para descansar e foi se sentar no sofá, entretida com o celular.

Eu realmente estava cansado, então fui direto para o quarto e me joguei na cama.

Não sei quanto tempo se passou, mas acordei com um som familiar. "Creeeec, creeeec." Era o barulho da cama do meu irmão.

Sentei-me na cama, esfregando os olhos, e me concentrei nos sons que vinham do quarto ao lado. De novo? Além do ranger da cama, eu conseguia ouvir os gemidos abafados do meu irmão. Mas o que eu realmente queria ouvir era Camille...

Me aproximei da parede, encostei o ouvido e tentei captar algum som da voz dela. No entanto, aquele barulho rítmico não durou muito. Logo, o silêncio tomou conta, e então ouvi a voz furiosa de Camille:

— Isso é o que você chama de "remédio milagroso"? Joaquim, você foi enganado, né?

— Não pode ser! Como isso aconteceu? Quando eu testei, funcionou perfeitamente!

— Testou? Testou onde, e com quem, hein? — Camille soava ainda mais irritada.

— Eu comprei de um cara na rua! Eu testei sozinho, claro! Usei e me senti ótimo, por isso corri pra casa pra testar com você! Como eu ia saber que... — Joaquim gaguejava, claramente sem saber o que dizer.

Enquanto ouvia a discussão, fiquei com pena do meu irmão. Ele só tinha um pouco mais de trinta anos, mas já estava com problemas. Claramente, isso o deixava mal, a ponto de ele confiar em qualquer coisa que prometesse resolver o problema.

Ouvi Camille bater a porta e ir para a cozinha, provavelmente preparar algo para comer, enquanto Joaquim saía de casa, claramente abatido.

Se ao menos eu pudesse dividir um pouco da minha energia com ele... Pensei, meio distraído.

Meus devaneios foram interrompidos por uma batida suave na porta.

— Chico, você já acordou?

Imediatamente, deitei de novo e fingi que estava dormindo.

Camille, percebendo que eu não respondia, entrou no quarto sem cerimônia. Nesse momento, me dei conta de que estava apenas de cueca, sem cobertor. Droga! Ela iria me ver assim!

Pensei em me cobrir, mas sabia que se me mexesse agora, Camille perceberia que eu estava fingindo. Talvez, se eu ficasse completamente imóvel, ela iria embora logo.

Mas, para minha surpresa, ouvi os sons dos passos dela se aproximando da cama. Ela estava vindo para cá? Meu coração acelerou. Camille se sentou na beira da cama, e eu senti meu peito apertar de nervosismo.

De repente, suas mãos macias pousaram no meu peito, e ela começou a deslizar os dedos suavemente para baixo, em direção ao...

Espere! Ela estava realmente fazendo isso?

Meu corpo inteiro ficou rígido, como se estivesse prestes a explodir. A sensação dos dedos dela, tão delicados, tão... Intencionais, fazia o sangue correr mais rápido. Ao mesmo tempo, o misto de vergonha e excitação me enlouquecia. Eu não sabia se queria que ela parasse ou continuasse.

Será que ela iria...

— Para de fingir, eu sei que você está acordado.

De repente, Camille me deu um beliscão na coxa, e eu pulei da cama com um grito, fingindo que tinha acabado de despertar.

— Ai, Camille! O que você está fazendo aqui?

Ela cruzou os braços, com um sorriso de lado.

— Acabou o shoyu em casa. Vai descer e comprar pra mim?

— Ah, claro, vou agora mesmo.

Camille, no entanto, não se mexeu, continuava me olhando fixamente.

— Então levanta. O que está esperando?

— Eu... Eu tô sem roupa, Camille. Você pode sair, por favor? — Pedi, constrangido.

— Sem roupa? — Ela soltou uma risadinha. — Eu já vi tudo o que tinha pra ver, Chico. Vi até seu "amiguinho" mudando de tamanho enquanto fingia que estava dormindo. Para de teatro.

O rubor subiu imediatamente ao meu rosto. Então era isso... Ela percebeu tudo! Eu achava que estava disfarçando bem, mas meu corpo já tinha me traído havia muito tempo.

Com um sorriso travesso, Camille pegou minha calça e me entregou.

— Me diz uma coisa, Chico... O que você acha que eu poderia fazer para o seu irmão ter a mesma energia que você?

Eu tentei ajudar Joaquim, sem saber como responder a Camille:

— Ah, talvez meu irmão só esteja cansado. Dá um tempo pra ele descansar e se recuperar.

Camille bufou e revirou os olhos.

— Isso não tem nada a ver com cansaço. Ele nunca foi muito bom, pra ser sincera. Vou te contar a verdade: ele não é nem metade do homem que você é. Toda vez que transamos, eu não sinto praticamente nada.

Fiquei chocado. Nada? Como assim?

Camille me olhou de cima a baixo, e seus olhos brilharam de uma forma provocante.

— Já você... Toda vez que olho pra você, sinto o cheiro dos seus hormônios masculinos no ar. É irresistível.

Enquanto ela falava, seus olhos pareciam faiscar com desejo, e eu me sentia completamente preso por aquele olhar.
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