— Só me promete que não vai contar nada disso pro meu irmão, tá? — Pedi, ainda envergonhado.Camille começou a ajeitar minha calça, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.— Fica tranquilo, não vou dizer nada pro seu irmão. Mas, sinceramente, você mandou bem, viu? — Disse ela, com um sorriso provocante. — E olha, Chico, você precisa ser assim não só comigo, mas também com a Rebecca. Mulheres adoram um homem que sabe ser atrevido na hora certa. E, às vezes, não faz mal tomar a iniciativa, dar um toque ou outro, entende?Ainda um pouco atordoado, perguntei:— Camille, você tá fazendo tudo isso só pra me ajudar a me soltar mais?Ela deu de ombros, com um sorriso enigmático.— E o que mais poderia ser? Não vai me dizer que você achou que eu queria algo com você, né?Aquelas palavras me atingiram em cheio. Como eu pude ser tão bobo? Balancei a cabeça, tentando disfarçar o desapontamento.— Não... Não achei isso...Eu sabia que não deveria me sentir assim, mas a verdade é que não
Camille observou enquanto eu me afastava, e suas bochechas coraram de novo. Ela não conseguia tirar da cabeça a lembrança de como foi estar nos meus braços. Tão firmes, tão fortes. Quando eu a segurei com aquela força, algo dentro dela se agitou, e sua respiração ficou pesada sem que ela percebesse.Agora, fazer o jantar era a última coisa em que ela conseguia pensar. Em vez disso, sentou-se na minha cama, deslizando a mão pelo lugar onde eu havia deitado, ainda quente com o calor do meu corpo. Aquela sensação... Ela não conseguia resistir. Deitou-se na cama, fechando os olhos, imaginando que ainda estava nos meus braços.Há quanto tempo ela não sentia o toque de um homem de verdade? Um abraço que transmitisse segurança, desejo. Uma sensação que ela começou a ansiar mais do que gostaria de admitir.Num impulso, puxou meu cobertor e o envolveu em seu corpo. Aquele gesto simples despertou algo profundo dentro dela. Uma sensação diferente, quase proibida, fez seu coração acelerar.Sem pe
Vendo o quão nervosa Rebecca estava, fiz o possível para acalmá-la.— Eu sei, eu sei. Não vou falar nada aqui, tá? — Sorri, tentando relaxar o ambiente.Rebecca olhou para mim com desconfiança, ainda sem se sentir à vontade.— Eu só queria te cumprimentar, sabe? Quando você não respondeu, eu fiquei meio nervoso e acabei falando besteira. Foi mal.Ela me lançou um olhar estranho, um tanto desconfiado:— E por que você ficou tão nervoso? Isso tem tanta importância assim?— Claro que tem! — Respondi sem hesitar. E, ao ver o jeito como ela desviou o olhar, envergonhada e um pouco tímida, percebi que estava indo pelo caminho certo.Eu lembrei das palavras de Camille mais cedo. Ela tinha me dito que eu não deveria ser sempre tão certinho. Às vezes, ser um pouco ousado era o que as mulheres realmente queriam, mesmo que nunca dissessem isso abertamente.Rebecca parecia envergonhada, mas não estava com raiva de mim. O que aconteceu de manhã a embaraçou, mas não a desagradou. E isso era uma pist
— Rebecca, eu... Ah, eu realmente não consigo me controlar com essa boca. Pode me dar um tapa, vai. Senti que minha explicação estava tão confusa que seria melhor não ter dito nada. Eu não tinha a lábia afiada da Camille e ainda assim me achava capaz de provocar as pessoas como ela. Era justo que as coisas tivessem chegado a esse ponto; eu realmente estava me odiando por isso. Rebecca me olhou e, de repente, soltou uma risadinha. Isso não me trouxe alívio algum, pois eu ainda não tinha ideia do que se passava pela cabeça dela, o que me deixava inseguro. — Rebecca, por que você está rindo? — Não é nada, eu só acho você bem fofo. — Sua cunhada é super esperta, e seu irmão é incrivelmente competente. Eu realmente não esperava que você fosse tão... Honesto. Mas, por falar em honestidade, não parece que você também faz algumas coisas, digamos, inapropriadas? — Disse Rebecca, corando levemente. Aproximei-me dela e, em um sussurro, falei: — Rebecca, o que um homem faz nessas h
— Juro que nunca pensei assim! — Me defendi rapidamente.Camille riu de novo, mas desta vez com um brilho diferente nos olhos.— Eu sei, Chico. É exatamente por isso que você é perfeito para o que eu quero. Você é um cara bom, sincero, e foi por isso que eu pedi para você se aproximar da minha amiga. O Rodrigo é um canalha; além de arranjar uma amante, ainda quer usar esse método sujo pra conseguir o divórcio com a Rebecca. Se ele tivesse feito essa armadilha com algum desconhecido qualquer em vez de pedir nossa ajuda, a Rebecca estaria numa situação horrível agora. E ele faz isso não só porque quer se livrar dela rápido e de maneira eficaz, mas também porque sabe que ela está carente... Que precisa sentir de novo o calor de um homem.Quando ela falou isso, meu coração disparou. Eu sabia que Rebecca tinha alguma coisa reprimida, mas ouvir isso de Camille acendeu algo dentro de mim.— Então, quer dizer que Rebecca... Não é que ela não queira, é só que ela se preocupa demais com a imagem
Eu estava numa agonia só. Camille tinha prometido me ajudar, mas agora parecia que estava só me provocando. Se ela não tivesse dito aquelas coisas antes, talvez eu não estivesse tão inquieto.Olhei para Camille e, cheio de coragem, sugeri:— Sabe, Camille... Por que você não me ajuda a tomar banho?— Hã? Eu te ajudar? Como assim?Resolvi ser sincero:— Não precisa lavar tudo... Só queria que você me esfregasse as costas.— Nem pensar. — Ela recusou na hora, me deixando ainda mais frustrado.— Por quê? — Insisti eu, sem desistir fácil.— Você é um homem feito. Ficar aí pelado na minha frente, você acha que isso é certo?Eu murmurei, meio desapontado:— Mas você já me viu de cueca antes...Camille deu um peteleco na minha testa e respondeu, rindo:— Você estava de cueca, né? Agora, no banho, você vai ficar completamente pelado. Isso faz uma grande diferença, não acha?— Diferença nenhuma... — Resmunguei, ainda mais frustrado. É só uma camada de tecido, afinal. Ela já viu bastante coisa.
Assim que entramos no banheiro, comecei a tirar a roupa. Camille ficou ao lado, me observando. A verdade é que eu estava morrendo de vergonha. Cada movimento parecia sugerir que algo a mais estava prestes a acontecer. Ainda mais com ela vestida daquele jeito, tão à vontade... Meu corpo todo já estava em chamas.Logo, tirei tudo, ficando só de cueca. Mas, claro, a cueca estava levantada por causa da excitação que eu não conseguia disfarçar. Eu estava tímido demais para encará-la diretamente.Liguei o chuveiro e deixei a água fria cair sobre mim, mas, ainda assim, o calor dentro de mim não diminuía nem um pouco.Camille pegou uma esponja e começou a esfregar minhas costas.— Abaixa um pouco. Assim não consigo alcançar. — Ela deu um leve tapa no meu quadril, me fazendo estremecer.A sensação só aumentava. Mas eu me lembrava o tempo todo: Ela é a mulher do Joaquim. Não posso ter esses pensamentos sobre ela. Só o fato de ela estar me ajudando já era mais do que eu poderia pedir.Fiz o que e
Mas, em vez de sentir os lábios macios que eu tanto imaginava, acabei beijando o ar.Abri os olhos e vi Camille parada na porta do banheiro, de braços cruzados e me olhando com um olhar severo, como se estivesse me julgando.— Chico, o que é que você estava fazendo agora? — A voz de Camille cortou o silêncio.Me senti completamente sem saída. Meu plano de fazer algo errado tinha falhado miseravelmente, e o pior de tudo: eu tinha sido pego no flagra. A vergonha quase me consumiu.O mais frustrante era que toda a coragem que eu tinha juntado até aquele momento se desfez num instante, como se Camille a tivesse esmagado com aquele olhar.Comecei a gaguejar, completamente perdido, sem ter coragem de encará-la.— S-s-só... Desculpa, cunhada. Eu... Eu não vou fazer isso de novo. Foi um erro.Camille parecia mais tranquila do que eu esperava. Ela suspirou, descruzou os braços e disse:— Termina de tomar seu banho aí. Vou preparar o jantar.Ela saiu da porta, me deixando sozinho no banheiro com